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A palavra lógica deriva do grego logos, que significa ciência ou razão, proposição, oração,
pensamento, discurso, linguagem, isto é, tudo que se refere ao saber humano com vista à
conquista da verdade.
A definição mais abrangente é aquela segundo a qual a lógica, é a ciência que estuda as regras
das operações válidas e os processos utilizados pelas várias ciências em busca da verdade.
Assim, a Lógica é a ciência que estuda as condições do pensamento válido, isto é, do
pensamento que procura alcançar a verdade.
Aristoteles é o pai da Lógica, tendo a definido como um instrumento, uma introdução para a
ciência e para o conhecimento.
Objecto da Lógica
Sendo a Lógica uma ciência das condições do pensamento correcto e do pensamento verdadeiro,
podemos concluir que ela tem dois objectos: objecto formal e objecto material.
Objecto formal – é a orientação da inteligência para a verdade por meio de operações racionais,
ou seja, a forma que deve revestir o pensamento para se exercer devidamente e assim, evitar a
contradição. No objecto formal, a Lógica está preocupada com a análise da relação dos
elementos envolvidos no enunciado, se estes são coerentes e não têm nenhuma contradição
interna.
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Objecto material – é o saber humano em toda a sua extensão, ou seja, o que permite ao homem
um acordo do pensamento com a realidade.
No que diz respeito ao objecto material, a Lógica analisa não só a coerência do enunciado, mas
também a sua concordância com a realidade.
Surge a partir do momento que o Homem toma os seus processos cognitivos como objecto de
estudo. Pelo que a Lógica é uma ciência porque nos dá a conhecer quais são os processos do
pensamento que nos conduzem à verdade e organiza-os num sistema coerente.
A Lógica é uma arte porque, permite realizar uma obra atendendo a certas normas, isto é, uma
técnica que nos leva a pensar bem.
Lógica espontânea
É a ordem que a razão humana segue naturalmente nos seus processos de conhecer e nomear as
coisas. Esta definição remete-nos a ideia de que, mesmo os que não tiveram ou não têm nenhuma
instrução lógica, também são capazes de elaborar enunciados lógicos. Isso porque a inteligência
humana impõe que se ordenem os pensamentos e que estes tenham uma concatenação entre si.
Tal concatenação é o que vai se chamar Lógica, e por ser conatural ao Homem, é qualificada
como “Lógica espontânea”.
Antes de abordar a questão de forma mais profunda, é necessário definir os conceitos língua e
linguagem.
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Significado – é uma representação mental, a relação de conhecimento que temos com algo. É a
imagem psíquica que se forma em nossa mente associada à materialização da imagem
propriamente dita.
Todas as actividades humanas comportam, na sua essência, o uso da linguagem, facto que resulta
da necessidade que o Homem tem de comunicar-se com os outros.
Para Savater, na obra “Ética para um Jovem”, a linguagem humana é a base de toda a cultura e,
por isso, fundamento da humanidade.
O Homem não é só uma realidade biológica e natural, mas também uma realidade cultural. Por
isso, pode-se afirmar que não há humanidade sem aprendizagem cultural e sem o que é a base de
toda a cultura, a linguagem. Mas há que salientar que esta aprendizagem só pode ser feita através
da língua, num determinado contexto cultural, isso porque toda a linguagem é linguagem de uma
determinada cultura humana.
Linguagem e Comunicação
A linguagem tem como objectivo responder a uma necessidade humana, que é a comunicação.
Os homens aprendem a linguagem para, através da língua, articulada de forma oral, escrita ou
gestual, exprimir seus pensamentos, isto é, comunicar.
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Comunicação – o termo vem do latim “communis”, que significa comum. Isso nos remete a
ideia de comunhão, comunidade. O termo comunicação antes era entendido apenas como
processo de transmissão e recepção de mensagens simples ou complexas no meio oral, escrito ou
gestual. Hoje em dia a comunicação é tida como um fenómeno complexo global que abrange os
meios habituais e todo um conjunto de novos meios, produtos das novas tecnologias (rádio, Tv,
Telemóvel, Fax, Internet, etc.) e mensagens muito diversas (informação, formação, publicidade,
simples conversa, debate, etc.).
Aristóteles afirmou que o Homem é um ser social. Ninguém pode negar, entretanto, que a
comunicação, sobretudo a linguística é condição basilar dessa sociabilidade, que exige um
intercâmbio entre homens de forma a possibilitar a transmissão, de um para o outro, de
experiências, conhecimentos e apelos.
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Contexto
(Função referencial)
↓
Emissor → Mensagem → Receptor
(Função emotiva) (Função poética) (Função persuasiva)
↑
Canal ou Contacto
(Função fática)
↑
Código
(Função metalinguística)
1. Função referencial (ou informativa) – está centrada no contexto. Aqui, o emissor centra
a sua mensagem predominantemente no contexto. É um discurso caracterizado pela
objectividade, neutralidade e imparcialidade, visto que o emissor pretende transmitir
sempre informações.
2. Função expressiva (ou emotiva) – está centrada no emissor. Aqui predomina a atitude
do emissor perante o referente, produzindo uma apreciação subjectiva. É um discurso no
qual, o uso de adjectivos e interjeições é frequente. No discurso oral, o tom de voz do
emissor varia consoante o que deseja transmitir.
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5. Função fática – está centrada no contacto, ou seja, no canal. Os interlocutores procuram
assegurar, estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação ou verificar se o meio
usado funciona.
É através da linguagem que regulamos o pensamento. Sem ela não seria possível
formular conceitos, juízos e raciocínios;
Quando a Filosofia usa o termo discurso, considera-o como uma operação intelectual que se
processa por uma sequência de operações elementares e sucessivas que se encadeiam numa
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sequência de enunciados em que cada um retira seu valor dos antecedentes, procurando chegar a
determinadas conclusões.
A relação entre linguagem, pensamento e discurso, deve-se ao facto do discurso ser uma
manifestação do pensamento e um acontecimento da linguagem.
O termo grego “logos” traduzido significa discurso, razão e ainda linguagem. E segundo a
Filosofia, só há discurso quando temos um conjunto de enunciados articulados entre si de uma
forma coerente e lógica.
O discurso humano é constituído por diversas dimensões e por isso diz-se que é
pluridimensional. No contexto da lógica as dimensões consideradas mais relevantes e
fundamentais são: sintáctica, semântica e pragmática. Mas existem outras que são: linguística,
textual, lógico-racional, expressiva ou subjectiva, intersubjectiva ou comunicacional,
argumentativa, apofântica ou representativa, comunitária, institucional e ética, que serão
estudadas mais adiante.
A importância das três dimensões foi destacada pelo filósofo americano Charles Morris (1901-
1979).
Sintaxe, é o conjunto dos meios que permitem organizar os enunciados, afectar a cada palavra
uma função e marcar as relações que se estabelecem entre as palavras. Portanto, através do
relacionamento de signos chegamos a uma palavra, daqui a uma frase e desta a um texto ou
discurso. Logo, letras expostas ao acaso não formam uma palavra; palavras expostas ao acaso
não formam uma frase e; estas expostas ao acaso não formam um texto nem um discurso.
Dimensão semântica – o termo semântica vem do grego “semantiké”, que significa arte da
significação ou arte (ciência) do significado.
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O fundador da semântica, Michel Bréal, a define como ciência que se dedica ao estudo das
significações.
Michel Meyer, afirma que a semântica trata da relação dos signos com o seu significado, logo,
com mundo.
A semântica trata das relações dos signos (palavras ou frases) com os seus siginificados
(significação) e destes com a realidade a qual dizem respeito (referência).
Michel Meyer define a pragmática como a disciplina que se prende com os signos na sua relação
com os utilizadores.
A pragmática é o estudo do uso das proposições, mas também pode definir-se como estudo da
linguagem, procurando ter em consideração a adaptação das expressões simbólicas aos contextos
referenciais, situacionais, de acção e interpessoal. A pragmática lida com a procura de sentido
nos sistemas dos signos, tratando-os na sua relação com os utilizadores, considerando sempre o
contexto, os costumes e as regras sociais.
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a sintaxe está preocupada com o que se poderia chamar a forma gramatical da
linguagem;
a semântica lida com o problema do siginficado das palavras e frases que cosntituem os
nossos enunciados discursivos e remete assim para a relação que a linguagem estabelece
entre o mundo e os objectos, colocando assim o peoblema da referência;
a pragmática preocupa-se com a utilização que fazemos da linguagem num dado
contexto.
Dimensão linguística – o discurso tem esta dimensão, porque é um acto individual de fala em
que um emissor enuncia algo numa determinada língua.
Dimensão textual – o discurso efectiva-se num texto escrito ou oral que se constitui como um
sequência de enunciados ordenados de uma forma coerente.
O discurso é sempre um juízo sobre alguma realidade, refere a verdade ou falsidade das coisas a
que diz respeito e traduz sempre uma representação do real.
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Dimensão comunitária e situacional – o discurso é sempre configurado numa língua que
assimilámos à nascença ou que aprendemos depois e que é pertença de uma dada comunidade ou
cultura, estando definidos e estabelecidos os termos da sua utilização.
Dimensão ética
O discurso deverá obedecer e respeitar um código do discurso que podemos chamar “ética da
discussão”, “ética argumentativa”.
No que diz respeito aos novos domínios da aplicação da Lógica, encontramos a Cibernética, a
Informática e a Inteligência artificial, como sendo as áreas em que a Lógica tem uma aplicação
prática. Isso significa que, a Lógica tem aplicação no campo técnico-cientéfico, dado que a
inteligência artificial, a cibernética e a robótica são alguns dos vários e novos domínios de
aplicação da Lógica.
Os novos domínios da Lógica surgem com a introdução da programação lógica como uma
tentativa de fazer os computadores usarem raciocínio lógico e a linguagem de programação.
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Esta é um tipo de linguagem usada pelo homem para desempenhar a comunicação com a
máquina, pelo facto desta não reconhecer a linguagem normal do ser humano.
Cibernética – a palavra vem do grego “kybernetiké” que pode ser traduzido por a arte do
piloto. Segundo Platão, cibernética designa a arte de pilotar navios.
Como ciência, a origem da cibernética remota aos anos 30 do século XX, momento em que a
comunidade científica e filosófica debatia a questão das novas máquinas.
A cibernética é uma ciência que nasce em 1942 e teve como impulsionadores Norbert Wiener e
Arturo Rosenblueth. Wiener criou o termo para designar a ciência do controlo, comunicação e
cognição nos animais e nas máquinas.
Arturo, estava convencido de que os sistemas de comunicação dos animais eram semelhantes
aos de uma máquina.
Wiener, criou uma ciência interdisciplinar para o estudo dos sistemas de controlo e comunicação
nos animais e nas máquinas (como se organizam, regulam, reproduzem, evoluem e aprendem).
A palavra é uma junção de information (informação) e automatique (automática). Por isso, diz-se
que esta ciência dedica-se ao estudo do tratamento automático de informação, que é fornecida a
uma máquina a partir do meio exterior. A informática é a ciência do tratamento racional da
informaçõa por meio de máquinas automáticas.
Inteligência artificial – tem raízes no grande desenvolvimento do computador nos anos 40 e 50.
É inspirada na inteligência natural própria do Homem. A inteligência artificial é um ramo da
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informática que permite desenvolver programas com características de inteligência humana e
está preocupada com o estudo e criação de sistemas que exibam alguma forma de inteligência.
Princípios da razão
Antes de tratar dos princípios da razão, importa distinguir a validade formal da validade material.
Validade formal – do ponto de vista lógico, refere-se à estrutura ou à articulação coerente dos
elementos de um raciocínio ou argumento, isto é, à sua estrutura formal, que deve obedecer às
regras da construção frásica.
Forma – refere-se à estrutura do raciocínio ou pensamento, sendo, por isso, sujeita à validade ou
a não validade.
Conclusão:
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certos argumentos ou pensamentos apresentam-se formalmente válidos, embora os seus
elementos constituintes não sejam verdadeiros;
a verdade das premissas ou da conclusão de um argumento resulta do confronto do seu
conteúdo com a realidade referida. Portanto, logicamente falando, a verdade diz respeito
ao conteúdo ou matéria do argumento.
Princípios da Razão – são fundamento e garantia da coerência do pensamento. Sem eles não
poderíamos pensar nem formular qualquer verdade. Com efeito, quando pensamos em
determinada coisa, pressupomos o princípio de identidade, dado que pensamos em tal coisa
pressupomos que ela é tal e não outra coisa que não seja, respectivamente, essa determinada
coisa.
Os princípios da razão foram enunciados na Lógica clássica por Aristóteles em termos de coisas
e são modernamente enunciados em termos de proposições.
Proposição é a expressão verbal do juízo, ou seja, uma proposição lógica é uma frase
declarativa pela qual se expressam juízos e sobre a qual se pode afirmar a falsidade ou verdade.
Princípio de identidade
Em termos de coisas:
Em termos de proposições:
Em termos de coisas:
Uma coisa não pode ser e não ser simultaneamente, segundo uma mesma perspectiva.
Em termos de proposições:
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Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo, segundo uma mesma
perspectiva.
Uma proposição e a sua negação não podem ser simultaneamente verdadeiras.
Duas proposições contraditórias não podem ser simultaneamente verdadeiras.
Em termos de coisas:
Uma coisa deve ser ou, então, não ser; não há uma terceira possibilidade (o terceiro é
excluído).
Em termos de proposições:
Na lógica bivalente onde todo o juízo é verdadeiro ou falso, os três princípios fundem-se num
só, podendo ser enunciado da maneira seguinte: duas proposições contraditórias que são a
negação uma da outra não podem ser ambas verdadeiras nem ambas falsas; se uma é verdadeira a
outra é falsa e se uma é falsa reciprocamente a outra é verdadeira.
Princípio da razão suficiente: tudo que existe tem sua razão suficiente em si mesmo ou noutro
considerado sua causa.
Princípio da causalidade: todo o efeito pressupõe uma causa; o que vem a ser exige uma razão
explicativa.
Princípio de substancialidade: tudo o que é acidental pressupõe a substância; o que muda supõe
algo permanente.
Princípio da finalidade: todo o agente age para um fim; o fim é a primeira causa na intenção e a
última na realização.
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Princípio do determinismo: há uma ordem natural das coisas tal que as mesmas causas, postas
nas mesmas circunstâncias, produzem os mesmos efeitos.
Conceito é a apreensão que a mente faz da essência, ou seja, das características determinantes de
um objecto.
Pensar e ver um objecto é algo diferente. Quando vemos o objecto, estamos diante da percepção
ou intuição sensível, na qual o objecto concreto se encontra presente, com todas as suas
características essenciais e acidentais.
Em si só, os conceitos não afirmam e nada negam. Para tal, devem formar juízos, que
sequenciados de forma coerente, formam um raciocínio.
Termo – é a expressão verbal do conceito. O conceito como acto mental que qualifica uma
classe de objectos, ganha a sua forma na linguagem e pela linguagem que permite fixá-lo e
evocá-lo. Essa evocação ou fixação recebe o nome de termo.
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Um conceito pode ser utilizado para designar determinados indivíduos e determinados objectos.
Mas em simultâneo, o conceito corresponde também a determinadas propriedade e/ou qualidades
desses indivíduos e objectos.
Extensão dum conceito – é o conjunto de seres ou objectos que o conceito abrange e aos quais
se aplica.
Compreensão dum conceito – é o conjunto das propriedades que o caracterizam e são comuns a
todos os sujeitos ou objectos que formam a sua extensão.
Extensão do conceito de “ser humano” – é o conjunto dos indivíduos a que se chama seres
humanos.
Maria, João, Isac, Sócrates e todos outros indivíduos que integram o conjunto de seres humanos,
para que assim sejam designados, têm, também de possuir qualidades próprias dos seres
humanos: serem seres vivos, animais, vertebrados, mamíferos, bípedes.
A extensão do conceito “ser vivo” é enorme, porque abrange todas as plantas e todos os animais.
Por essa razão, a sua compreensão é menor.
A extensão do conceito “Homem” é muito menor que o conceito “ser vivo”. Por isso, a sua
compreensão é maior.
Quanto mais geral for o conceito, tanto mais vazio de significado será, e quanto menos geral for
o conceito, mais significativo e compreensível ele será.
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O conceito de maior extensão, em relação ao de menor extensão, chama-se género. E, o conceito
de menor extensão, comparativamente àquele (de maior extensão), é denominado espécie.
Os géneros são conceitos cuja extensão constitui grandes ou menores conjuntos, sendo que nos
mesmos se agrupam outros conceitos ainda de menor extensão e que os referentes dos mesmos
têm em comum as mesmas características, mas cada um com a sua diferença específica.
Segundo a compreensão
Segundo a extensão
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Ex: este caderno, esta cadeira, Pedro, Maria...
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A Definição
A palavra definir provém do latim “definire”, que significa delimitar ou indicar limites,
circunscrever, determinar a fronteira.
Definir um conceito é pretender determinar com rigor a sua compreensão exacta. É indicar os
seus limites de modo a não se confundir com os demais conceitos. Portanto, a definição é a
operaçao lógica que consiste em determinar com rigor a compreensão exacta de um conceito. Ex:
definir gato (animal que mia).
A definição faz-se enumerando as qualidades essenciais de um conceito, para que sua noção seja
tão clara e precisa que, sabendo com exactidão o que ele é, o distingamos com nitidez do que ele
não é.
A definição faz-se em geral pelo género próximo (terreno comum; o que há de comum) e a
diferença espécifica (características que é preciso acrescentar ao género próximo para se obter a
espécie a definir; é a característica que torna algo diferente de qualquer outra coisa, é a
delimitação do próprio terreno). Ex: O Homem é um animal racional.
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Real É feita mediante a enumeração das características físicas
Descritiva relevantes e significativas do objecto. Ex: A água é um líquido
transparente, incolor, insípido e inodoro.
NB: a melhor definição, aquela que, em rigor, é uma definição, é a definição real – em primeiro
lugar a essencial, a que mais convém à metafísica; em segundo lugar a descritiva, aquela que as
ciências privilegiam quando têm de oferecer uma definição por classificação. Hoje, as ciências
recorrem preferencialmente às definições operativas.
Regras de definição
Para que uma definição seja considerada logicamente correcta, deve obedecer
incondicionalmente às regras que a seguir apresentaremos.
1ª A definição deve ser mais clara do que o definido. Por isso não deve conter o termo a definir;
deve evitar palavras da mesma família; deve ser elaborada em termos rigorosos, claros, distintos
e precisos; deve ser breve; não deve ser negativa, quando pode ser afirmativa (exceptuando a
definição de conceitos ou termos que são, por essência, negativos, os quais designam privação),
por exemplo: surdo é aquele que não ouve.
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Ex: O Homem é um ser humano; O rectângulo é uma figura rectangular; Bonito é o que não e
feio; Móvel é o que não é imóvel. (Nestes exemplos viola-se a regra da não circularidade).
Ex: As crianças são flores que nunca murcham. (Esta definição não é clara nem precisa).
2ª A definição deve convir a todo o definido e só ao definido, ou seja, a definição deve poder
aplicar-se a todos os seres que estão a ser definidos e só a eles. Por isso não deve ser muito
restrita nem muito ampla, pois, se for muito ampla, abrangerá seres ou objectos que não estão a
ser definidos e, ser for muito restrita, poderá excluir alguns elementos pertencentes à extensão do
conceito a definir, impossibilitando a reciprocidade.
Uma definição é válida quando aquilo que se atribui ao sujeito pertence só e só a ele. Ex: O
Homem é um animal racional; o gato é um animal que mia.
3ª A definição deve ser recíproca. Por isso o definido e a definição devem poder trocar de lugar.
Os indefiníveis
Géneros supremos – são indefiníveis por excesso de extensão, daí não possuírem os seus
géneros mais próximos em que se possam incluir. Ex: o conceito de “ser”.
Indivíduos – são indefiníveis por excesso de compreensão. Por conta disso, torna-se muito
difícil, descobrir num indivíduo uma característica (a diferença específica) que seja suficiente
para que se possa distinguir dos outros indivíduos conhecidos ou por conhecer. Sendo assim, eles
só podem ser nomeados ou descritos.
Dados imediatos da experiência – são por si só clarríssimos, não havendo, por isso, nenhuma
definição que possa clarificá-los ainda mais. Nenhuma definição do “prazer” ou “dor”,
“amargura” ou “doçura” nos tornaria mais claro o que a experiência sobre eles nos diz. Pois,
compreende melhor esses sentimentos, quem alguma vez teve essas experiências do que aquele
que ainda não as teve.
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