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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO


ESCOLA SECUNDÁRIA DE ANCUABE-SEDE

UNIDADE TEMATICA- IV: Introdução a Lógica I

Tema: Conceito e o Objecto da Lógica

Conceito da Lógica

Enquanto ciência do Logos, a Lógica, etimologicamente, pode ser definida como


ciência da razão ou do pensamento ou ainda como ciência do discurso racional ou a
ciência que estuda a dimensão racional do discurso.
Podemos então dizer que a tarefa da Lógica é o estudo das condições de
pensamento valido, isto é, do pensamento que procura alcançar a verdade. Ela deve
regular o perfeito discurso da razão e oferecer o caminho para o correcto exercício da
linguagem e do pensamento na procura da verdade.

O Objecto da Lógica
Enquanto as outras ciências preocupam-se com a validade material dos seus
enunciados, a Lógica preocupa-se com a validade formal: sintacticamente é correcto,
não há qualquer contradição, não há qualquer incorrecção gramatical, não há falta de
coerência. Do ponto de vista lógico é formalmente valido, correcto e legítimo.
Um enunciado, um juízo, um pensamento tem validade formal quando os
elementos que o constituem (conceitos no juízo e juízos no raciocínio) formam um todo
coerente, sem contradição interna e quando os seus elementos são incompatíveis.
Exemplo: A é A, A não é B
Todo o pensamento verdadeiro implica a co-presença da verdade formal e material.
Mas a Lógica ocupa-se apenas da validade formal do pensamento, enquanto as outras
ciências preocupam-se com a verdade material.
As condições necessárias e suficientes para atingir a verdade consistem, ao mesmo
tempo, na existência de concordância do pensamento consigo próprio e do pensamento

= 11ª Classe = Texto de apoio para o aluno Elaborado por: Andjut Samuel Vaher
com a realidade, isto é, na união da verdade formal e da verdade material. As ciências
esforçam-se sempre por realizar esta dupla concordância.

Tema: A linguagem como fundamento da humanidade

Desde que nascemos entramos logo em comunicação com os outros e com o mundo que
nos rodeia. O primeiro choro à saída do ventre das mães é, talvez, a expressão primeira
dessa necessidade de comunicação, traduzida na única linguagem possível naquele
momento.
A linguagem humana, na sua forma comum que é a palavra, ocupa um lugar de relevo
entre os instrumentos culturais humanos. Utilizando uma terminologia hoje muito em
voga, diríamos: “os homens e as mulheres estão programados para falar e aprendes
línguas, uma vez que a linguagem responde a uma necessidade fundamental da espécie
humana: a necessidade de comunicação”.
Enquanto certas necessidades, que são mais no âmbito biológico, como comer, dormir e
respirar, se manifestam naturalmente, como sabemos, a linguagem, que se insere no
âmbito cultural, tem de ser aprendida sob a forma da língua própria da comunidade
onde nascemos ou crescemos, manifestando-se nos actos da fala própria dessa
comunidade.
Podemos dizer que a aptidão para a linguagem e, consequentemente, para a
manifestação da fala está inscrita no código genético. Mas é preciso salientar que a
aprendizagem da língua é social e cultural: por exemplo, uma criança de pais macua que
é retirada nos primeiros meses para um ambiente changana, adquirindo aqui a sua
educação, obviemente terá maior propensão para adquirir a cultura changana.
A linguagem é o fundamento da nossa humanidade, ela tem um estatuto antropológico,
uma vez que é ela que assegura a constituição do ser humano no seu processo
antropológico e cultural

Tema: Linguagem e Comunicação

No nosso tempo, a comunicação aparece como um fenómeno complexo, uma vez que o
termo designa objectos e situações diversas.
Assim, falamos de comunicação pensando nos meios técnicos (rádio, TV, telefone, fax,
Internet…); falamos de comunicação pensando nos dispositivos que permitem
(informação, formação, publicidade, etc); e falamos obviamente de comunicação para

= 11ª Classe = Texto de apoio para o aluno Elaborado por: Andjut Samuel Vaher
nos referirmos a qualquer situação de interacção entre os seres humanos, evocando
imediatamente a simples conversão, o diálogo, a discussão, o debate, os enunciados
discursivos nas diversas situações diárias.

Vários modelos explicativos do fenómeno da comunicação humana têm sido propostos.


Na sua forma mais simples podemos dizer que a comunicação é o resultado de três
elementos fundamentais: uma fonte (o ser humano, um animal ou uma maquina) que
emite uma mensagem (uma frase, um gesto, um filme, etc.) em direcção a um alvo (um
interlocutor, um espectador, ou outro)

Tema: Linguagem, pensamento e discurso


Quando a Filosofia usa o termo “discurso”, considera-o como uma operação intelectual
que se processa por uma série de operações elementares e sucessivas, encadeando-se
numa sequência ordenada de enunciados em que cada um retira o seu valor dos
antecedentes, procurando chegar a determinadas conclusões.

Existe uma estreita ligação com a Lógica, normalmente considerada a ciência reflexiva
do discurso. Por isso, os gregos uma o termo logos que foi indiscretamente traduzido
por discurso, razão e ainda linguagem.

A maioria dos linguistas parece concordar que o discurso é, primeiro lugar, um


acontecimento de linguagem, uma actualização da língua na palavra, materializada no
acto da fala e num acto de comunicação linguística.
Dubois (1973) defende que o termo “discurso” designa todo o enunciado superior à
frase, considerado do ponto de vista das regras de encadeamento das sequencias de
frases.

A perspectiva que aqui nos interessa considerar é a da Filosofia. Segundo ela, só há


discurso quando há um conjunto de enunciados articulados entre si de uma forma
coerente e lógica. Esta dimensão lógico-linguistica do discurso é por isso fundamental.

= 11ª Classe = Texto de apoio para o aluno Elaborado por: Andjut Samuel Vaher

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