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O TIPO DOCUMENTÁRIO: da Diplomacia aos metadados1

Antônia Heredia Herrera2


aherediaherrera@telefonica.net

Resumo

Estamos numa encruzilhada: uma encruzilhada que nos obriga a avançar, repensando
em vez de inventar. A Arquivística evoluiu o suficiente para enfrentar as mudanças que
as novas tecnologias impõem, mas não pode deixar de aproveitar princípios, conceitos e
termos que foram suficientemente estabelecidos e continuam a ser úteis no novo
cenário que tivemos que viver. É o caso do tipo documentário, termo e conceito que vem
da Idade Média e cuja metodologia aprendemos com a Diplomacia. A sua evolução,
desde a característica documental, passando pelos atributos, até aos metadados, é
reconhecida sem esforço. A sua necessidade e utilização foram marcadas desde o início
e hoje continua a ser essencial para o reconhecimento, representação e recuperação
não só de documentos analógicos mas também electrónicos. Como atributo ou
metadado, a sua aplicação continua a ser obrigatória. Insistiremos na sua identificação e
na relação com as atividades que testemunha e destacaremos a sua importância
facilitando a nomenclatura do documento e da série.

Palavras-chave: Atributo. Metadados. Terminologia arquivística. Tipo documentário.

O abuso é um flagelo social condenável e de ampla referência atual que


atinge os seres humanos, especialmente as mulheres, mas que também
transcende outras entidades como – não se surpreendam! – termos científicos.
Não há maior mau tratamento destes termos do que a deturpação que leva à
perda de identidade e à confusão.
Poderia ser o caso do tipo documental. O Dicionário de Terminologia Arquivística1

Em 1995 definiu-o como unidade documental, ou seja, identificou-o com documento

quando não passa de uma característica ou atributo.2desse documento e não podemos

confundir o todo com a parte. Mas o grave é que esta definição, ao conceber

1À Dra. Vicenta Cortés Alonso que nos transmitiu o amor pelos Arquivos.
2Universidade de Sevilha, Sevilha, Espanha.

1
A aplicação dos processos da política de gestão eletrónica de documentos em 2019
foi mantida em alguns dos textos regulamentares3.
Por ser uma característica documental, alguns arquivistas a consideraram entre as

externas e outros entre as internas. Pessoalmente defendi a segunda opção.

Dito isto, devemos começar por reconhecer, sem dúvida, que um tipo
documental não é uma unidade documental, não é um documento, mas um modelo
de unidade documental, com múltiplos modelos que nos ajudarão a reconhecer,
representar e recuperar os documentos não só aos arquivistas e produtores mas
sobretudo aos utilizadores, daí a sua importância e a obrigação, da nossa parte, da
sua identificação e correta aplicação.
O tipo documentário tem uma história de vida muito longa4desde a Idade Média

com base em formas proporcionadas pelo ambiente diplomático que nos permitiram

reconhecer a diversidade de modelos pelas suas cláusulas e solenidade como tipos

diplomáticos, passando posteriormente na Idade Moderna para os tipos jurídicos em que

o modelo de negócio jurídico5, até hoje, como metadados, identificados com a estrutura

de informação do documento. Daí a insistência no contexto da Administração Eletrônica

em se preocupar com o tipo documental como normalização da forma. A tipologia

documental, enquanto estudo dos tipos documentais, mostra-nos hoje a importância da

Diplomacia, que podemos reconhecer fazer parte da sua evolução.

O interesse pelo tipo documental passou de diplomatas a arquivistas e,


recentemente, a gestores de documentários e TI.
Os tipos de documentos variam de uma época para outra e de um país para outro

porque as atividades e ações que testemunham mudam ou aparecem novas e as

traduções não coincidem no que diz respeito aos seus nomes, tornando necessárias

equivalências. Existem tipos de documentos muito gerais que se referem a ações comuns

que se repetem: é o caso de atas, cartas, faturas, contratos, mas há tipos específicos que

se referem a atividades singulares, como o arquivo de moradias, o arquivo de declaração

de bem patrimonial.

Inúmeros tipos de documentos, quando as ações que testemunharam desapareceram,

deixaram de ter relevância, mas não podem ser esquecidos porque muitos

2
Documentos de tempos remotos são descritos mas continuarão a necessitar de

reconhecimento e recuperação e outros ainda estão por ser descritos e requerem uma

descrição que especifique os tipos documentais de sua época e não os atuais (seria o

caso da “carta da natureza” , ou “cédula de encomienda” ")

O interesse pelo tipo documental tem sido bastante desigual. Se Shellenberg lhe

deu suficiente consideração como atributo, considerando-o o atributo mais importante, o

ISAD(G) não o reconhece em seu glossário, nem lhe dá a especificidade de um elemento

de descrição. É curioso que no glossário InterPARES em sua versão em espanhol6

não aparece como um tipo documental, embora apareça como uma “forma documental” que se

identifica como a apresentação de todo o documento com base nos “seus elementos externos e

internos”. Ou seja, é o todo e não a parte, que é mais do que um atributo.

Foram os arquivistas com formação em Diplomática que mantiveram a sua


validade, que se manteve nos documentos eletrónicos, reconhecendo-a entre os
metadados.
Admitindo uma afinidade conceitual entre atributos e metadados7Embora sejam os

arquivistas que optam nominalmente pelos atributos e os informáticos pelos metadados,

acontece que as listas de ambos nem sempre coincidem, embora em ambos os casos o

tipo documental esteja entre os de uso obrigatório.

Preparado o contexto, vamos aprofundar-nos na essência do tipo documental,

tendo em conta que tipo de modelo, de referência e de documentário, afecta o

documento, mas não qualquer documento, mas sim o documento de arquivo.

Talvez seja bom começar com algumas definições recentes, embora existam muitas

anteriores que já tive oportunidade de divulgar e não creio que seja oportuno repeti-las.8.

Existe uma, incluída na ECADAL, a Enciclopédia de Arquivos Locais9, referindo-


se a documentos em papel, que diz: "tipo documental é um modelo que como
referência permite identificar e representar documentos/unidades documentais
semelhantes com base na disposição ou estrutura da informação nesses
documentos e também é utilizado como modelo ." no momento da produção dos
documentos.” Ao que devemos acrescentar que facilita o agrupamento10de
documentos semelhantes.

3
No Esquema de Metadados de Gestão Eletrônica de Documentos na Espanhaonze

É definido como: “modelo estruturado e reconhecido que um documento adota no

desenvolvimento de uma competência específica com base em um regulamento e cujo

formato, conteúdo informativo ou suporte são homogêneos”. É a primeira parte que coincide

com a definição anterior, embora não com a segunda parte porque não creio que o formato e

o suporte afectem a natureza do tipo documental.

Antes e agora insistimos que o tipo documentário não é uma unidade documental

e, como não o é, não é produzido. Não tem produtor nem data. A unidade documental os

possui com qualquer tipo de documento. Como atributo, ajuda a reconhecer e descrever

documentos em papel e eletrônicos.

A sua denominação está diretamente relacionada com a ação ou atividade que

presencia (acordo, pactuar; contratar, contratar; requerer, requerer; consultar, consultar;

arquivo de licença de construção, da atividade de concessão de licenças de construção).

Assim, o tipo documentário nos fornece conteúdo genérico em vez de conteúdo

específico e completo. Así sabemos qué información vamos a encontrar cuando decimos

contrato o cuando nos referimos a un expediente de licencia de obra aunque nos falte la

precisión de quienes son los contratantes y sobre qué negocian y en el segundo caso nos

falte la precisión de la obra a realizar y por quem. Este nome genérico que deve ser

complementado com outros atributos como o produtor, o conteúdo ou o tema, não só

facilita o “nome natural”12do documento em questão, que equivale ao “título” da Norma

ISAD(G), mas também o da série constituída pela sucessão de documentos semelhantes.

Insisto na facilitação porque o tipo documental não dá o nome completo à unidade

documental.

Referindo-se ao nome “tipo de documento”, que entendo correto, há outra


expressão muito próxima que se confunde com: “tipo de documento” que segundo
EDARA13refere-se à forma como os documentos são transmitidos (textuais, sonoros,
audiovisuais, gráficos, etc.). Sua definição nada mais é do que: modelo de
documento pelas suas características físicas, e não pela forma ou estrutura da
informação. A discrição de uso neste caso, porém, é frequente14.
Nos documentos em papel, o nome do tipo de documento não costuma ser
expresso, como é o caso do autor ou da data, exceto a posteriori na descrição.

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mas é reconhecido em documentos eletrônicos porque é incorporado quando produzido,

junto com outros metadados, por regulamento, daí a necessidade atual de ter listas

planejadas de tipos de documentos da Organização.

O tipo documental não costuma estar diretamente vinculado ou determinado


pelo produtor ou pelo autor, embora não faltem tipos documentais que com eles
tenham relação exclusiva. Seria o caso das Bulas, ligadas ao Romano Pontífice; Para
os espanhóis, no s. XVI, XVII, o caso do Real Decreto exclusivo da pessoa do rei, da
rainha ou de quem governasse em seu nome e também o da Real Ordem no século
XVIII ligada ao Secretário do Gabinete e hoje, entre outros, o do processo de licença
de construção vinculado às Câmaras Municipais, em Espanhaquinze.
Sua ligação direta é com a atividade ou ação da qual é testemunho. O tipo

documentário não pode receber uma categoria de classe porque não implica

hierarquia, embora o tipo documentário forneça o nome de alguma categoria, como é o caso

da série.

Do tipo documental podemos reconhecer que identifica os documentos com uma

denominação acordada, facilita a sua representação e incentiva a sua recuperação, pelo que a sua

utilização é obrigatória, ontem e hoje.

Por fim, para não ocupar mais tempo do que o estabelecido, quero chamar a

atenção para quatro relações mantidas pelo tipo documental para as quais não há

consenso. Não esqueçamos a importância dada hoje às relações porque, em última

análise, são elas que constituem o contexto documental. São ainda objeto de descrição

como ocorre no MCDAE (modelo conceitual espanhol de descrição arquivística) do

Ministério da Cultura da Espanha.16.

Comecemos pela relação com a unidade documental de que já falamos, depois


pelos nomes dos documentos, a terceira com as séries e a quarta com os
metadados.
Quanto à relação com a unidade documental, já insistimos que o tipo
documental não é uma unidade documental, mas apenas um atributo dela, embora
muito significativo, porém nem toda a bibliografia, nem todas as normas especificam
se o tipo documental se refere apenas à unidade documental simples ou também à
unidade composta cuja manifestação mais evidente é o arquivo. Na Espanha, tem

5
critérios alterados ao longo do tempo. Do meu ponto de vista, se na definição
a referência for à unidade documental sem qualquer limitação acrescida, o
tipo de documento a ela relacionado deverá condicionar a sua dupla
manifestação de simples e composto. No caso do simples, o tipo será
determinado, e não produzido, por uma ação (acordo, concordar; solicitar,
solicitar) e no caso do composto, será determinado por uma atividade
identificada por um procedimento regulamentado ( arquivo de licença de
obras menores é o tipo ou modelo documental da função ou atividade de
concessão de licenças de construção, no âmbito da competência urbanística
atribuída às Câmaras Municipais).17Admite como facultativa a sua aplicação
ao ficheiro, à agregação e à série, embora esta opção não tenha sido
suficientemente explicada e não seja precisamente o que proponho. Assim, o
reconhecimento do tipo documental é para cada um dos documentos que
compõem o arquivo, e não para o arquivo como unidade documental
composta, que é minha opção. Por outro lado, se a incorporação para
reconhecimento foi estabelecida no momento da captura, agora ela pode ser
feita a qualquer momento.

O facto de em Espanha cada instituição ter que desenvolver o modelo de


gestão electrónica de documentos determinou também a elaboração de listas
alfabéticas ou catálogos de tipos de documentos visando a uniformização dos nomes
dos documentos, após a uniformização dos procedimentos administrativos, e
Existem inúmeras listas distribuído. No momento, há um total de 44 listas. Alguns
chegam a mais de 300 tipos de documentos18. Mas o desejo de ser abundante e a
pressa de ser o primeiro podem estar a dar origem a incluir como tipos documentais
entidades que não são porque não podem ser: escrita, documento, declaração, folha,
publicação, que requerem necessariamente um subtipo que seja o que deve possuir
papel tipo documental, portanto “carta de renúncia” ou “carta dote” para quem

6
a demissão ou o dote seriam suficientes. Por outro lado, a multicodificação é complicada devido à sua

diversidade.

Passemos à segunda relação de tipo documental mantida com os nomes/títulos dos documentos. Recorde-se que um

dos elementos descritivos obrigatórios estabelecidos pela ISAD(G) era o título ou nome da unidade de descrição, o que exigia

vários atributos para a unidade documental, incluindo o tipo documental. Em Espanha o título dos documentos eletrónicos

passou a denominar-se “nome natural” que é obrigatório e inclui também o tipo de documento, pelo que em ambos os casos a

função do tipo de documento é ajudar a obter um nome preciso, não permanecendo num genérico. . Esta denominação não

afecta apenas a unidade documental, mas também a série de que faz parte e que para o efeito necessita do plural dessa

denominação completa. (Consultas do Conselho das Índias; Acordos do Conselho Diretivo da Universidade). Assim, o tipo

documentário dá apenas o primeiro nome ao documento mas o nome completo ou natural exige outros atributos (Ana Celia

pode ser o primeiro nome de mais de uma pessoa, mas se somarmos Rodríguez já é uma pessoa específica e única) .

Descobrimos que o nome para ser completo às vezes precisa de um subtipo. Insisto: acordo, acordo são tipos documentais

cujo plural não dá nome à série; O nome da série será o plural do nome completo da unidade documental (Acordos do

Conselho Diretivo da Universidade). mas se somarmos Rodríguez ele já é uma pessoa concreta e única). Descobrimos que o

nome para ser completo às vezes precisa de um subtipo. Insisto: acordo, acordo são tipos documentais cujo plural não dá

nome à série; O nome da série será o plural do nome completo da unidade documental (Acordos do Conselho Diretivo da

Universidade). mas se somarmos Rodríguez ele já é uma pessoa concreta e única). Descobrimos que o nome para ser completo

às vezes precisa de um subtipo. Insisto: acordo, acordo são tipos documentais cujo plural não dá nome à série; O nome da série

será o plural do nome completo da unidade documental (Acordos do Conselho Diretivo da Universidade).

Referimo-nos agora à relação do tipo documental com a série19. Se


admitirmos como um erro que o tipo documental é uma unidade
documental, devemos também rejeitar a ideia de que uma série é constituída
por uma sucessão de tipos documentais iguais. Na verdade, se uma série é,
repito, uma sucessão de documentos, sejam unidades simples ou compostas,
dificilmente podemos dizer que uma série é constituída por tipos
documentais que, sabemos com certeza, não são documentos. Outra coisa
será que os documentos que a compõem possuem o mesmo tipo
documental, o que não garante a unidade temática da série: os “relatórios de
uma Assessoria Jurídica” não implicam o mesmo tema para todos os
relatórios. A série testemunha a mesma atividade, mas nem sempre é uma
sucessão de documentos sobre o mesmo tema.

7
O fator determinante não é o produtor mas sim a atividade, a tal ponto que se o produtor

muda e a atividade não muda, a série permanece a mesma. A expressão do tipo documental,

entendo, não convém à série que não seja unidade documental, embora transcenda o seu

nome e com ela delimite uma categoria documental fundamental na tabela de classificação.

Por isso é difícil para mim chamar a série de tipológica, nem compreendê-la como tal. A série,

entendo, é simplesmente documental, e a sua relação direta com uma atividade que

testemunha, levou-nos em Espanha a considerá-la principal, subordinada, paralela,

relacionada, etc. O que tornou a avaliação mais fácil para nósvinte.

Por fim, a relação entre o tipo documental e os metadados. Como resultado da política de gestão electrónica de documentos, cuja responsabilidade cabe às

Organizações, detecta-se em muitos casos a dupla gestão documental.vinte e umcom agentes, espaços e tempos diferentes, mas com processos arquivísticos semelhantes se

mantivermos – eu pessoalmente afirmo – que a gestão documental é a aplicação da Arquivística. A nova gestão assumida pela Organização e a gestão tradicional do Arquivo

estão a determinar, entre outras coisas, que falemos de metadados e atributos que coexistem com base numa dupla aplicação. Tradicionalmente, os arquivistas vinculados ao

Arquivo Histórico têm sido os que têm privilegiado os estudos da tipologia documental, após a sua produção e após a transferência ou entrada no Arquivo, analisando

documentos semelhantes até detectar as características comuns, reconhecendo os processos que os determinaram. fixar o tipo documental, tentando manter a denominação da

época. Este estudo fez parte da análise documental como fase prévia à descrição. Os limites medievais dos diplomatas foram ultrapassados no estudo, chegando à

contemporaneidade. Existe uma lista considerável de arquivistas espanhóis, autores destes estudos. Actualmente e paralelamente, os responsáveis pela gestão de documentos

electrónicos também têm sentido a necessidade do tipo documental mas baseado noutra metodologia, denominada “design”, prévia à produção após análise de funções e

procedimentos regulamentados. O momento de aplicação do tipo documental foi estimado na captação e agora entende-se que pode ser aplicado em qualquer momento da

produção, daí que as listas de tipos documentais estejam sendo duplicadas na perspectiva de ambas as gestões. E acontece, no caso que hoje nos preocupa, que Os limites

medievais dos diplomatas foram ultrapassados no estudo, chegando à contemporaneidade. Existe uma lista considerável de arquivistas espanhóis, autores destes estudos.

Actualmente e paralelamente, os responsáveis pela gestão de documentos electrónicos também têm sentido a necessidade do tipo documental mas baseado noutra

metodologia, denominada “design”, prévia à produção após análise de funções e procedimentos regulamentados. O momento de aplicação do tipo documental foi estimado na

captação e agora entende-se que pode ser aplicado em qualquer momento da produção, daí que as listas de tipos documentais estejam sendo duplicadas na perspectiva de

ambas as gestões. E acontece, no caso que hoje nos preocupa, que Os limites medievais dos diplomatas foram ultrapassados no estudo, chegando à contemporaneidade. Existe

uma lista considerável de arquivistas espanhóis, autores destes estudos. Actualmente e paralelamente, os responsáveis pela gestão de documentos electrónicos também têm

sentido a necessidade do tipo documental mas baseado noutra metodologia, denominada “design”, prévia à produção após análise de funções e procedimentos regulamentados.

O momento de aplicação do tipo documental foi estimado na captação e agora entende-se que pode ser aplicado em qualquer momento da produção, daí que as listas de tipos

documentais estejam sendo duplicadas na perspectiva de ambas as gestões. E acontece, no caso que hoje nos preocupa, que Existe uma lista considerável de arquivistas

espanhóis, autores destes estudos. Actualmente e paralelamente, os responsáveis pela gestão de documentos electrónicos também têm sentido a necessidade do tipo

documental mas baseado noutra metodologia, denominada “design”, prévia à produção após análise de funções e procedimentos regulamentados. O momento de aplicação do

tipo documental foi estimado na captação e agora entende-se que pode ser aplicado em qualquer momento da produção, daí que as listas de tipos documentais estejam sendo duplicadas na perspectiva de ambas as

8
O tipo de documento aparece entre os metadados e entre os atributos com conteúdo

conceitual semelhante e então surge a pergunta: faz sentido repetir a informação?

Dadas todas estas relações que nem sempre coincidem, vale a pena perguntar sobre o

futuro da interoperabilidade.

Insisto em tempos diferentes e caminhos inversos para metodologias que perseguem

os mesmos resultados, mas se no primeiro caso não hesitamos em reconhecer a influência da

Diplomacia, no segundo ela é ignorada e apresentada como uma novidade, embora

curiosamente a precisão, a amplitude e o número de tipos reconhecidos são maiores no

primeiro caso pelos arquivistas do que no segundo com base nos padrões para políticas de

gestão de documentos de arquivo electrónicos.

A linguagem às vezes nos prega peças, levando-nos a compreender ideias com as quais

podemos não concordar. Assim, pode ser enganador que “cada série seja o resultado da

produção do mesmo tipo de documentário” quando dissemos que o tipo documentário não é

produzido.22.

Se estivéssemos de acordo total sobre tudo, mesmo que estivéssemos de acordo

fundamental, este diálogo científico não faria sentido porque é inútil. O que é extraordinário é

sem dúvida o debate para unir posições para que quem nos ouve se mova e possa contribuir

com ideias para continuar construindo uma forma corresponsável.

Concluindo, tentarei condensar, segundo meus critérios, a identidade


do tipo documentário:
- - É um modelo de unidade documental e não de documento, portanto não possui

produtor, nem data.

- Sua história de vida começa na Idade Média e sua metodologia na


Diplomata.
- Sem alterar o conceito, é um atributo e metadado dependendo do ambiente.

aplicação seja analógica ou digital.

- Representa e nos transmite a ação genérica e inespecífica da qual o


documento é testemunho.

- Às vezes, seu nome requer subtipos.


- Não costuma ter relação determinante com o produtor, sem faltar casos.
A relação determinante é com a ação ou atividade.

9
- Facilita a denominação, mas não o nome completo, do documento e da série

correspondente. Ou seja, faz parte do título, segundo o ISAD(G)) ou do nome natural,


segundo o NTIDE. É necessário para descrição arquivística.
- Acelera a recuperação de documentos.
- A sua função identificadora torna-o obrigatório.

- Este uso obrigatório é geral para a unidade documental simples e opcional para

o arquivo, não para o fundo, nem para a arrecadação.

- Apresenta grande destaque no documento, na tabela de classificação


e na série
- Foi aplicado no momento da descrição, após entrada no Arquivo; hoje no
capturar ou a qualquer momento.

- Para sua aplicação são previamente necessárias listas alfabéticas ou catálogos de tipos.

documentos pactuados, paralelos aos dos procedimentos administrativos,


essenciais na gestão documental.
A reflexão sobre o tipo documental é de grande interesse porque tem relações
diretas e inquestionáveis com a Diplomacia, com o documento arquivístico em
papel e em formato eletrónico, com a série, com a identificação, com a descrição
arquivística, com a classificação, com a atividades e ações dos produtores
Tanto o documento em papel quanto o eletrônico precisam reconhecer o tipo

documental. A aproximação e a corresponsabilidade seriam benéficas.

Os catálogos ou listas de tipos devem ser elaborados por instituições similares e não cada

uma isoladamente.

Dito isto, apenas para finalizar, destaque a importância da terminologia e a


precisão dos seus conceitos.

EXIBIR. Como tal, quero enumerar as discrepâncias que nos podem separar,
embora haja mais que nos aproximam. Chegamos a conclusões próximas, embora
por caminhos e tempos diferentes. Em mais de um caso a abordagem está na
terminologia.
- A tipologia documental para arquivistas espanhóis e europeus é uma parte nuclear

da Diplomacia. Não é outra disciplina, mas um testemunho do seu desenvolvimento.

10
- Existem diversidades terminológicas: a acumulação para nós está próxima de

empilhamento e usamos agregação.


- No Brasil distinguem-se espécie e tipo documental: enquanto a espécie coincide

Com o nosso tipo diplomático, o tipo documental equivale ao nosso tipo jurídico,

distinguindo respetivamente estrutura informacional e ação como conteúdo.

- Sem dúvida, a série é um termo e conceito indispensável para os arquivistas e já

aludido na minha intervenção sobre a sua natureza e a sua relação com o tipo
documental. Refiro-me ao texto.
- Por outro lado, entendemos a identificação não como uma disciplina, mas como o

primeira função de arquivo sem a qual as outras não serão possíveis. Isto foi
reconhecido no Regulamento dos Arquivos da Andaluzia de 2000.

Sevilha, 22 de setembro de 2020

Notas

1MINISTÉRIO DA CULTURA.Dicionário de terminologia arquivística, 2ª ed. Madri, 1995, pág. 54.

2Heredia Herrera, Antônia. Características, elementos de descrição, atributos, metadados”,

RENAIS, Cápsulas de arquivo, México, agosto de 2020.


3Heredia Herrera, Antônia. Os onze guias do Ministério das Finanças para a gestão de
documentos eletrónicos ou o novo Manual de Arquivo em onze fascículos.Boletim ANABAD, LXX,
não. 1, p.15-45, 2020.
4Heredia Herrera, Antônia. Em torno do tipo documental. Arquivo&Administração,Boletim

ANABAD, LVI, não. 2, p.11-30, 2006.


5Heredia Herrera, Antônia. As carteiras de identidade oficiais e de partes do Conselho das Índias: seus

tipos documentais.em:ANUÁRIO DE ESTUDOS AMERICANOS. Sevilha: Escola de Estudos Hispano-


Americanos, CSIC. XXIX, pág. 1-60, 1972.
6VOUTSAS, M; BARNARD, Alícia.Glossário de preservação de arquivos digitais. Versão 4.0. México:

Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), 2014, p. 120.


7O glossário NEDA-voc do Modelo Conceitual de Descrição Arquivística da Espanha (MCDAE; Ministério da
Cultura) não define metadados e refere-se a eles como um atributo, identificando-os.
8Ob.cit,nota 4.
9HEREDIA HERRERA, Antonia: “O tipo documentário”, ECADAL (http://
blobjectj.dyndius.org.archivistica/index./hp )
10A DRAE diz: “agrpar: formar grupos com alguns critérios”; “acumular: reunir e aumentar

progressivamente a quantidade ou número de coisas ou pessoas” e é sinônimo de acumular, daí a


minha opção de agrupar
onzeMINISTÉRIO DAS FINANÇAS E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.Esquema de metadados
para gestão eletrónica de documentos (e-EMGDE). Madri, 2016.
12Veja a descrição do processo de inscrição em:Guia Las Once (nota 3).
13EDARA: ESTRUTURA DE DADOS DO Arquivo de Aragão, 2010.

onze
14Heredia Herrera, Antônia.Linguagem e vocabulário de arquivo, mais do que apenas um

dicionário. Sevilha, Junta de Andaluzia, 2011, p.177.


quinzeHeredia Herrera, Antônia.Compilação de estudos diplomáticos indianos, Conselho
Provincial de Sevilha.
16MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES.Neda MC: Modelo conceitual de descrição

arquivística: entidade, relacionamentos, atributos. Madri, 2017.


17MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.Norma técnica para
interoperabilidade de documentos eletrônicos. 2016.
18GARCÍA RUIPEREZ, Mariano. O tipo documental do NTIDE.Boletim ANABAD, v. Lxviii, n. 2,
2018.
19Heredia Herrera, Antônia. Series:“sucessão ou conjunto de documentos que dão continuidade ao
testemunho de uma atividade produzida por um ou mais agentes responsáveis por essa atividade.”em:
Linguagem e vocabulário de arquivo: algo mais que um dicionário (nota 14).
vinteTABELA
DE ARQUIVOS DE ADMINISTRAÇÃO LOCAL.Identificação e proposta de
valoração para seleção de documentos do Arquivo da Administração Local.
Logronho, 2001.
vinte e umHeredia Herrera, Antônia.Gerenciamento de documentos, gerenciamento eletrônico de

documentos, um ou dois?. Ata do VII Congresso de Arquivos de Castela e Leão, 2016.


22FABEN, Alejandre; RODRIGUEZ, Ana Célia. Identificação dos documentos arquivísticos nos

parâmetros da Diplomacia e da tipologia documental.Anuário escolar de arquivo, não. 11, pág. 171,
2019.

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