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Ana Rafael Augusto


Bendita Elisa Eugénio
Mascote Luís Mascote

Curso de Licenciatura em Ensino Básico – 2º Ano, 1º Semestre


Organigrama, Diagrama e Esquema

Universidade Rovuma
Nampula
2023

Ana Rafael Augusto


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Bendita Elisa Eugénio

Mascote Luís Mascote

Curso de Licenciatura em Ensino Básico – 2º Ano, 1º Semestre

Organigrama, Diagrama e Esquema

Trabalho 1 de carácter avaliativo da Cadeira de


Língua Portuguesa, Turma: A10. Orientado pelo
docente: Isidro Chogola.

Universidade Rovuma
Nampula
2023
Introdução
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O presente trabalho trata sobre Factores que influenciam e nao influenciam na participação da
aula de Educação física na Escola Secundária Marcelino dos Santos, Diversos estudos relatam
sobre o reconhecimento que a prática desportiva traz às crianças e aos adolescentes benefícios de
suma importância para o desenvolvimento de suas capacidades físicas e psíquicas. A escola tem
um papel fundamental não apenas de inserir e dar suporte a estas atividades; mas também de
estimular, de motivar os jovens a realizarem tais práticas.

Factores que influenciam na participação da aula de educação fisica


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“O ato de praticar esportes em suas diferentes especificidades exige de crianças e


adolescentes um alto desenvolvimento de suas funções, qualidades e estados psíquicos para
permanência no processo de preparação e competição desportiva”. (INTERDONATO,
MIARKA, OLIVEIRA & GORGATTI 2008). “O esporte é fortemente direcionado para o
alcance de metas pelo sentido e intensidade dos esforços”. (INTERDONATO, MIARKA,
OLIVEIRA & GORGATTI 2008).

Desde os anos sessenta, a motivação para a participação no ambiente esportivo tem sido um
dos tópicos mais analisados na área da psicologia do esporte infanto-juvenil, procurando
identificar os fatores que levam crianças e adolescentes a iniciar, continuar e desistir do
envolvimento em atividades físicas e esportivas. A participação inicial das crianças no
esporte competitivo envolve fatores diversos, que, em alguns pontos, diferem conforme os
gêneros. Contudo, muitas semelhanças são encontradas pelos autores (KNIJNIK;
GREGUOL; SANTOS, 2005).

Knijnik, Greguol e Santos (2005) consideram três fatores como os principais responsáveis
pelo início da prática esportiva por crianças: a) modelo e reforço de parentes e professores;
b) oportunidade de se envolver e demonstrar habilidades motoras competentes; c)
atributos que variam do sexo, raça, classe social, etc. Segundo Sene (2005), existem outros
fatores sendo estes paralelos aos citados que também aparecem como motivos para o
ingresso na prática desportiva voltados principalmente à interação com os demais colegas.

Segundo Verardi & DeMarco (2008), durante os jogos as crianças e adolescentes


apresentam maior alegria e prazer quanto maior for a participação efetiva de seus pais.
Verardi e DeMarco (2008), afirmam que, “a criança pode almejar certas realizações não
pelo prazer da perícia, mas a fim de obter a aprovação parental”. A aprovação dos pais
com sinais positivos após a realização de jogadas complexas são eficazes geradores de
prazer fazendo com que estes jovens tenham entusiasmo por realizarem jogadas ainda mais
complexas. “Na sociedade atual, percebe-se que os pais incentivam seus filhos a prática
esportiva, com ênfase na competição. Principalmente naquela que acarretará a vitória e a
divulgação do feito”. (VERARDI & DE MARCO, 2008).
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Amostra e local

Neste estudo, 80 adolescentes escolares entre 13 e 19 anos de ambos os sexos


matriculados e freqüentando a Escola Secundaria Marcelino dos Santos, localizado no
Bairro de Namicopo os alunos desta escola participaram da pesquisa.

Instrumento e materiais

Tem-se como instrumento para contemplar os objetivos de identificar os motivos para a


prática desportiva, esclarecendo as possíveis relações com as variáveis: motivação e sexo.

Para a identificação dos principais fatores motivacionais foi utilizado o Inventário de


Motivação para a Prática Esportiva (Cardoso e Gaya, 1998) conforme anexo (A), o referido
instrumento foi testado em sua validade e fidedignidade para escolares brasileiros pelos
autores (conforme artigo na Revista Perfil, Editora UFRGS, Ano 2, Nº1, Porto Alegre). O
instrumento mede os fatores motivacionais em três categorias Fatores relacionados à
competência desportiva, à saúde e ao lazer/amizade. Por outro lado foi utilizada uma escala
Lickert de cinco (5) pontos para que o instrumento possibilitasse medir os níveis de
motivação em cada fator. E, posteriormente, para a delimitação das três dimensões: (a)
fatores relacionados à competência desportiva, (b) fatores relacionados à amizade e lazer;
(c) fatores relacionados à saúde, valemo-nos de um estudo piloto com de técnica de
abordagem exploratória. A partir das respostas livres, constituiu-se um questionário de
escala somativa ou aditiva com 5 níveis de respostas: ((1) nada importante; (2) pouco
importante; (3) indiferente; (4) importante e (5) muito importante, composta por 19
questões conforme Anexo 1).

Com base nas análises de fator e de consistência interna, os fatores de motivação para a
prática desportiva configuraram-se da seguinte forma:
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Factor 1 – Aspectos relativos à competência desportiva

Para vencer

Para ser o melhor no esporte

Porque eu gosto

Para competir

Para desenvolver habilidades

Para ser jogador quando crescer

Para ser um atleta

Factor 2 – Aspectos relativos à amizade e o lazer

Para brincar

Para encontrar os amigos

Para me divertir

Para fazer novos amigos

Factor 3 – Aspectos relativos à saúde

Para exercitar-se

Para manter a saúde

Para desenvolver a musculatura

Para ter bom aspecto

Para manter o corpo em forma

Análise dos Resultados


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Para a descrição do perfil dos grupos analisados, em relação ao gênero, se utilizou a


estatística descritiva, apresentando as médias e desvios padrões. Os resultados foram
apresentados da seguinte forma:

Apresentação das médias e desvios padrões de uma forma geral, ou seja, fatores mais
importantes aos menos importantes (forma decrescente de importância). Logo após a
freqüência encontrada em cada nível de importância nos motivos (nada importante, pouco
importante, indiferente, importante e muito importante). E, por fim, o gráfico das médias
encontradas de cada dimensão motivacional contida no inventário: Competência
desportiva, amizade/lazer e saúde.

Após essa apresentação foram realizados da mesma forma segundo o gênero da amostra
(masculino e feminino).

Resultados

Após a análise dos resultados obtidos através do estudo de campo realizado na Escola
Municipal Ensino Básico Manoel Rufino obteve-se o percentual dos níveis de importância
de cada fator motivacional dos alunos para prática desportiva.
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A seguir, na tabela 2, veremos a freqüência de valorização da prática desportiva,


encontrada na amostra geral.

Importância Frequência Percentagem


Nada importante
Pouco importante
Indiferente
Importante
Muito importante
Total
Fonte: elaborado pelo autor.

Factores que nao influênciam na participação da aula de educação fisica

A Educação Física vem passando por diversas modificações em relação a sua inserção no
contexto escolar, desde a obrigatoriedade até a facultatividade. Apesar de ser um
componente curricular, a Educação Física é uma disciplina em que nem todos os alunos
cursam. Muitas vezes, amparados pela lei, alunos trabalhadores, que têm filhos, dentre
outros motivos, podem optar em não participar das aulas de Educação Física. Para
Medeiros, Bandeira e Guimarães (2005), é a partir dessas dispensas asseguradas pela lei,
que acontece a legitimação da não participação.

Costa (2004), nos lembra que essas dispensas são facultativas, o que significa que os alunos
nas condições anteriormente citadas e que queiram participar das aulas de Educação
Física, têm esse direito.

Dentre os fatores que concorrem para não participação dos alunos nas aulas de Educação
Física, Vaz e Fagundes (2005) destacam as questões de gênero. Para esses autores, há uma
distinção entre os conteúdos destinados aos meninos e os conteúdos destinados as meninas.

Dessa forma, quando nas aulas de Educação Física são trabalhados os conteúdos
tradicionalmente considerados masculinos, como o futebol, há um grande índice de não
participação feminina, e quando são trabalhados os conteúdos culturalmente considerados
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femininos, como a dança, o índice de participação masculina é baixo. Os padrões culturais


influenciam na ação pedagógica do professor, resultando na distinção entre os conteúdos
adequados para meninos daqueles adequados às meninas. Ao tratarmos as questões de
gênero na escola, não podemos desconsiderar as diferenças biológicas entre homens e
mulheres, mas é preciso identificar essa diferença como construção simbólica,
culturalmente determinada. Sendo assim, para os meninos não são trabalhadas vivencias
que dizem respeito à expressão, como danças, que preferencialmente são direcionadas para
as meninas e, em sentido contrário, as meninas são privadas de atividades que trabalhem o
contato corporal mais intenso, sob alegação de que elas são frágeis e delicadas (VAZ e
FAGUNDES, 2005). Se a distinção entre meninos e meninas parte do próprio professor, os
alunos dificilmente terão autonomia para promover as mudanças necessárias que favoreça
a participação de todos nas aulas de Educação Física. De acordo com Jesus e Devide (2004,
p.322) “Se os corpos de meninos e meninas estão juntos nas salas de aula, também podem
estar juntos na quadra”.

A questão da não participação não se dá somente por questões de gênero, mas também por
questões associadas às habilidades esportivas. Por serem consideradas mais fracas ou
menos habilidosas muitas meninas deixam de participar das aulas de Educação Física.
Contudo, esse problema não afeta apenas as meninas, os meninos considerados fracos
tecnicamente também são rejeitados, gerando a inibição para que os mesmos participem
das aulas. A partir de um modelo tecnicista de Educação Física, que valoriza somente a
performance e o rendimento, os menos habilidosos e aptos às práticas esportivas,
gradativamente, se autoexcluem das aulas.

Este estudo tem como foco os alunos das séries finais do Ensino Fundamental (5 à 8 série).
Nesse período, ocorrem diversas transformações nos corpos e mentes dos adolescentes, que
muitas vezes podem gerar a inibição para a prática de atividades físicas. A vergonha de
exposição do corpo, associada à vergonha de “pagar mico” perante o grupo, são fatores que
influenciam e inibem a prática de atividades físicas e esportivas (RAPHAEL, 2005). Esse é
um fator que pode ajudar a explicar diversos tipos de comportamento, como o desinteresse
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pela prática de modalidades esportiva para uns, e para outros possíveis atrasos no
desenvolvimento motor.

Segundo Raphael (2005), dentre os fatores que podem ajudar na construção de aulas que
sejam estimulantes e prazerosas para os alunos, estão uma boa infra-estrutura física,
qualidade profissional e procedimentos didático-metodológicos adequados. Nesse contexto,
o professor é um dos principais responsáveis para motivação dos alunos. E necessário que
ele crie meios para que seus alunos se sintam interessados pela sua aula, favorecendo um
ambiente agradável e estimulante para poder atender as diferenças de interesse que
existem entre os alunos.

É possível perceber que o valor que é atribuído à Educação Física por parte dos alunos vai
muito além de elementos formais, como nota, prova ou até mesmo a reprovação. Os
motivos que geram o interesse e a adesão às aulas de Educação Física estão relacionados ao
prazer e a autorrealização que as atividades físicas e esportivas são capazes de
proporcionar.

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Quadro 1: Motivos da não participação dos alunos nas aulas de Educação Física Questão
geradora: Porque você não está participando da aula de Educação Física?

Categorias Informante Fala


Falta de afinidade com o 01 “... porque eu não gosto de
conteúdo trabalhado 03 basquete, mas antes quando
07 era vôlei
12 eu sempre participava”
“Porque não gosto de
basquete...”.
“... A por preguiça, e
também porque eu não gosto
dessa modalidade que é o
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handebol...”.
“... porque hoje ta tendo
dança e eu não gosto de
dançar eu não quis
participar”.
Falta de 05 “Bom eu não gosto de
Educação Física...”.
afinidade 11
“Não gosto muito da aula de
com a Educação Física”.

disciplina
A falta de 08 “Porque eu estou de calça, e
não pode fazer aulas de
roupa 09 Educação

apropriada Física de calça.’”.

“... estou de calça jeans, e o


professor não deixa fazer as
aulas de

Educação Física de calça”.


Preguiça 02 “Porque hoje estou com
preguiça...”.
07
“Por preguiça...”.
Falta de 05 “Eu não estou participando
porque os meus principais
habilidade colegas não
12

tocam a bola pra mim


entendeu? Eles também
acham que eu sou

fraca...”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A não participação nas aulas de Educação Física possui motivações gerais e motivações
específicas. Em relação às motivações gerais, a desvalorização dos aspectos corporais no
contexto escolar, que privilegia somente o desenvolvimento intelectual do aluno, torna a
Educação Física uma disciplina secundaria, com a função apenas de compensar, por meio
de atividades físicas e desportivas, o desgaste advindo das disciplinas consideradas
importantes. Essa visão é reforçada pela comunidade escolar (professores, pais, alunos,
direção) que admite, sem muitos questionamentos, os alunos que não participam das aulas.

Bibliografia
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INTERNODATO Giovanna Carla; MIARKA Bianca; OLIVEIRA Arli Ramos de; GORGATTI
Márcia Greguol. Fatores motivacionais de atletas para a prática esportiva. Motriz, Rio Claro,
v.14 n.1 p.63-66, jan./mar. 2008.

VERARDI Carlos Eduardo Lopes; DE MARCO Ademir. Iniciação esportiva: a influência de


pais, professores e técnicos. Revista eletrônica da Escola de Educação Física e Desportos –
UFRJ, v. 4, n. 2, Julho / Dezembro 2008.

GAYA, A. & CARDOSO, M. Os fatores motivacionais para a prática desportiva e suas relações
com o sexo, idade e níveis de desempenho esportivo. Revista Perfil, Editora UFRGS, Ano 2,
Nº1, Porto Alegre, 1998.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

COSTA, G. C. A cultura da isenção das aulas de educação física escolar no Brasil: “novas”
tendências de “velhas” ideias. ln: ENCONTRO FLUMINESE DE EDUCAÇAO FÍSICA
ESCOLAR, 8., 2004, Niterói. Cultura e educação física escolar. Niterói: Departamento de
Educação Física e Desportos, Universidade Federal Fluminense, 2004. 439p.
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Índice
Introdução......................................................................................................................................................3

ORGANIGRAMA, DIAGRAMA E ESQUEMA.........................................................................................4

ORGANIGRAMA.........................................................................................................................................4

Tipos de Organigramas..................................................................................................................................4

Importância da Organigrama.........................................................................................................................7

DIAGRAMA..................................................................................................................................................8

ESQUEMA....................................................................................................................................................8

Conclusão.......................................................................................................................................................9

Bibliografia..................................................................................................................................................10
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