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A Contabilidade no Subsistema de Gestão

Subdivisões da Contabilidade Contabilidade Externa = Contabilidade Financeira

Debruça-se, sobretudo, sobre o relato financeiro


para o exterior da entidade, incluindo a preparação
e apresentação das Demonstrações Financeiras
(rígidas e iguais para todas as empresas), assim
como a acumulação de todos os dados necessários
para tal fim.

Contabilidade Interna = Contabilidade Analítica

Existem duas grandes subdivisões:


Debruça-se, essencialmente, sobre a mensuração,
 Contabilidade financeira (externa) acumulação e controlo dos gastos, a fim de
 Contabilidade analítica ou de gestão determinar o custo dos produtos vendidos e dos
serviços prestados  controlar economicamente a
(interna)
empresa.

Diferenças entre as divisões Contabilidade


A contabilidade financeira é focada nos utilizadores
 Sistema que consegue agregar todas as
externos da informação ou da organização
operações (transações) que se fazem numa
(clientes, fornecedores, a banca, o estado, entre
entidade:
outros).
o Todas as compras, vendas, despesas,
Tem de ter regras uma vez que tem de ser processamento salarial;
feita da mesma forma por todas as empresas de o Tudo o que se passa na empresa,
forma que haja uma comparação. quantificando e mesurando, para que
consiga passar informação aos utilizadores
A contabilidade analítica é focada nos utilizadores
da situação económica da empresa.
internos, portanto, cada empresa faz a sua maneira
de acordo com as suas necessidades.

Criam mapas de forma a tomarem decisões ► Subsistema de informação financeira que a

internas. Desta forma acaba por ser diferente para partir das operações realizadas pela empresa,

todas as empresas (sem regras). empresário individual ou pessoa coletiva, as


regista em suportes próprios por forma a dar a
conhecer aos múltiplos utilizadores, a situação
económica, financeira e monetária da
organização.
► “A contabilidade é uma atividade de serviços. A No mundo existem dois grandes blocos da
sua função é proporcionar informação contabilidade:
financeira sobre entidades económicas com o
Bloco Anglo-Saxónico Bloco Continental
fim de permitir a tomada de decisões face a
Antecedentes
diferentes alternativas” – Accounting Principle
 Direito inglês;  Direito romano;
Board n.º 4 – 1970
 A contabilidade é uma  Profissão recente, de
profissão antiga, de pequena dimensão e
Evolução da Contabilidade
grande dimensão e fraca;
Não podemos falar da sua evolução sem falar em forte;  Pequenos mercados
harmonização e normalização.  Porque existem de capitais
grandes mercados de 
 Cada país foi evoluindo com as suas próprias
capitais (bolsa de Vão buscar o dinheiro à
regras e ao seu ritmo. valores banca.
 No entanto, com o surgimento da globalização 

e dos mercados internacionais as empresas É normal o contabilista ter

começaram a ir para mercados internacionais um grande papel uma vez


que as empresas vão buscar
Mas não podiam fazer contabilidade
dinheiro aos seus
com as suas próprias regras estando
acionistas.
sediadas em países diferentes e com
Características Contabilísticas Genéricas
regras diferentes.  Orientada para a
 Orientada para uma
 Surgiu assim a necessidade de harmonizar, imagem verdadeira e forma legal;

para todos terem as mesmas regras. apropriada;  Orientada para o

 Orientada para um credor

investidor;  Pouca divulgação

 Muita divulgação;  A fiscalidade domina


Dois grandes organismos: IASB
 Separação entre as as regras
Dois grandes organismos: FASB
regras contabilísticas e contabilísticas
Pegaram nas normas de cada país e  Predominam as
fiscais;
começaram a harmonizar de forma que exista  Predominam os disposições

a referida comparabilidade  se não houver standards profissionais governamentais e a

e a substância sobre a forma sobre a


informação, não é relevante.
forma; substância;
 Depois de existir um documento com todas as
Alguns Exemplos de Países
normas existentes, não se podia ter muitas
Austrália; Canadá; Alemanha; França; Itália;
opções para se fazer uma única coisa  a Dinamarca; EUA; Nova Japão; Portugal; Cabo
normalização pegou em todas as normas e Zelândia; Reino Unido; Verde;

eliminou opções.
o A partir de 2005, as empresas cotadas na bolsa
Evolução da Contabilidade em
foram obrigadas a utilizar as normas
Portugal
internacionais;
1.ª fase -------------------------------------------------------
o Em 2009, aprovação do Sistema de
o Entre 1977 e 1988; Normalização Contabilístico (SNC)
o Aprovação em 1977 do Plano Oficial da
Contabilidade (POC/78) – ajuda os Normas Contabilísticas em
contabilísticos; Vigor em Portugal
o Baseado no Plano de Contas de França Entidades que utilizam as normas impostas
(baseado em regras e não em princípios). pelo SNC
2.ª fase ------------------------------------------------------- É obrigatoriamente aplicável às seguintes
entidades:
o Entre 1989 e 1991;
o Na sequência da entrada de Portugal para a a) Entidades abrangidas pelo Código das

atual U.E. em 1986, foi necessário adaptar o Sociedades Comerciais;

POC/78 à 4.ª e 7.ª diretiva; b) Empresas individuais reguladas pelo Código

o Nesse sentido, em 1989, o POC/78 foi Comercial;

substituído pelo POC/89, adaptando-o à 4.ª c) Estabelecimentos individuais de

diretiva; responsabilidade limitada;

o Em 1991 procedeu-se à transposição da 7.ª d) Empresas públicas;

diretiva para o POC/89. e) Cooperativas;


f) Agrupamentos complementares de empresas e
3.ª fase -------------------------------------------------------
agrupamentos europeus de interesse
o Entre 1992 e 2002; económico;
o Emissão de diretrizes contabilísticas (DC) g) Entidades do Setor Não Lucrativo (ONG’s, por
baseadas nas IAS / IFRS, em alternativa à exemplo)
reformulação do POC/89.
Portanto…
4.ª fase ------------------------------------------------------- As normas aplicam-se a todas as empresas.

o Desde 2002  grande viragem; Exceções:

o Em 2003, apresentação do documento  Bancos (Banco de Portugal)


 Seguradoras (Instituto de Seguros de
“Projeto de Linhas Orientadoras para um Novo Portugal)
Modelo de Normalização Contabilística”;
o Em 2004, procede à transposição das
Neste momento, o SNC conta com as seguintes
alterações efetuadas em 2003 às 4.ª e 7.ª
normas:
diretivas;
 Normas internacionais:
∟ IAS (International Accounting Standards) /
IFRS (International Financial Reporting
Standards)
 Emitidas pelos organismos
internacionais (IASB)
 Normas nacionais
∟ NCRF (Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro); As empresas que não ultrapassem durante 2 anos

 Normas nacionais específicas: consecutivos, 2 dos 3 seguintes limites podem

∟ NCRF-PE (para pequenas entidades) optar por aplicar a NCRF-PE. Se ultrapassar é

∟ NCM (para mico entidades) considerada uma grande empresa (NCRF’s)

∟ NCRF-ESNL (para entidades do setor não


lucrativo)

Que normas se aplicam a que entidades

Utilidade da Contabilidade

Utilizadores Porquê de ser tão útil? (Exemplos)


(Entidade)
Distinção entre entidades Empregados Para saber se a empresa tem capacidade
As empresas que não ultrapassam durante 2 anos para pagar salários;

consecutivos, 2 dos 3 seguintes limites podem Investidores Pois é através dos relatórios

optar por aplicar a NCM. Se ultrapassar passa a contabilísticos que eles decidem se vale
ou não a pena investir na empresa;
aplicar a NCRF-PE.
Gestores Para saber a saúde financeira da
empresa e para tomarem decisões para
que a empresa consiga continuar bem
no mercado

Financiadores Para saberem se a empresa em


(Banca) / capacidade para lhes pagarem
Fornecedores
Clientes Para saber se a empresa está bem ► Possibilitar o estabelecimento e controlo da
financeiramente para continuar com realização das políticas, dos planos, dos
eles programas e dos orçamentos.
Estado Para cobrar impostos ► Fornecer às entidades fiscais as informações
Ciclo Completo da Contabilidade indispensáveis à tributação da riqueza gerada
Quando ocorrem operações, transações, na entidade;
acontecimentos, eventos ► Possibilitar às entidades estatísticas os
elementos necessários à Contabilidade
Nacional;
Faz com que haja na contabilidade classificação e ► Valorizar o impacto da ação da entidade na
mensuração da informação financeira atividade humana e no meio ambiente
circundante.

Reconhecimento, registo e síntese da informação Em síntese…


financeira (introdução no software contabilístico) Contabilidade = a técnica que permite pôr em
evidência todas as transformações sofridas pela
entidade.
Apresentação do Relato Financeiro (Balanço,
Demonstrações Financeiras) Como? Relativamente ao passado, regista factos,
quantificando-os e interpretando-os.

Para quê? No presente se tomar decisões


Tomada de Decisão pelos Utilizadores
imediatas e no futuro conseguir-se prevê-lo,
A Contabilidade Financeira assenta na informação planear a atividade, estabelecer objetivos e
histórica (operações) para a tomada de decisão controlar os já realizados.
(função preditiva)  os orçamentos são feitos
através deste sistema. As Óticas da Contabilidade
A contabilidade procede à classificação,
Objetivos da Contabilidade mensuração, reconhecimento, registo e síntese da
Portanto, a Contabilidade permite: seguinte informação financeira:

► Avaliar a posição financeira, a variação dos


Fluxos Económicos ► Rendimentos (ex.: venda)
resultados e os fluxos de caixa de uma ► Gastos (ex.: Combustível)
entidade; 
► Fornecer elementos informativos ao controlo Demonstração de Resultados
dos ativos, dos passivos e do capital próprio; (elaborada anualmente)

► Assegurar o controlo dos custos (gastos) dos


produtos, dos serviços e das funções;
Fluxos Financeiros ► Direitos (Receitas – ex.: Fluxo Económico  relaciona-se com
receber o dinheiro) transformação de matérias, mão-de-obra, etc. para
► Obrigações (Despesas – ex.:
atingir produção de bens e serviços:

pagar ao fornecedor) ► Os valores incorporados e gastos na produção



destes bens ou serviços são gastos;

Balanço ► Os bens e serviços aptos para a venda são


rendimentos;
Fluxos Monetários ► Recebimentos

(não vão ser dados) ► Pagamentos A demonstração de resultados apura o resultado


líquido que apresenta os fluxos económicos.

Mapa de Demonstração de fluxos Fluxo Monetário (tesouraria)  corresponde às


entradas e saídas de moeda da entidade, inclui
de caixa
pagamentos (saídas de dinheiro) e recebimentos
(entradas de dinheiro). Fluxos monetários a incluir
Fluxo Financeiro  corresponde à formação de na Demonstração de fluxos de caixa.
direitos e obrigações para a entidade, inclui
despesas e receitas (obrigação de pagar ou direito
a receber). O Balanço exprime esta ótica.
Conceitos Fundamentais
leasing – mesmo que não seja nosso
Elementos
legalmente, na contabilidade é logo nosso, uma
Bens, Direitos & Obrigações vez que o controlamos totalmente).
Elementos patrimoniais são valores utilizados pela
► A sua obtenção pode ser onerosa (comprado)
unidade económica no exercício da sua atividade.
ou gratuita (dado), e através de terceiros ou
As entidades têm três elementos patrimoniais:
gerado pela própria entidade.
Bens  podem ser móveis ou imóveis (ex.: ► O conceito de benefícios económicos futuros
instalações da empresa) agrega:
∟ Capacidade de gerar recebimentos
Direitos  valores que pertencem à entidade e
futuros;
que esta tem direito a exigir (ex.: dívida a receber)
∟ Capacidade para diminuir pagamentos
Obrigações  valores que pertencem a terceiros e
futuros;
que a entidade é obrigada a pagar (ex.: dívida a
∟ Liquidez (meios monetários).
pagar) ► A existência de um dispêndio não implica
necessariamente a existência de um ativo (pois
Ativo
pode corresponder a um gasto), ou seja,
 São os seus bens e direitos;
sempre que sai dinheiro da empresa não quer
 Recurso controlado pela entidade como
dizer que haja um ativo
resultado de acontecimentos passados e do
∟ exemplo: contratação de uma empresa
qual se espera que fluam para a entidade
de publicidade, ou até mesmo compra
benefícios económicos futuros
de combustível e pagamento de
Exemplo: salários  é um gasto para a entidade.
Edifício / dívida a pagar
Exemplos
 É controlado pela empresa;  Ativos Fixos Tangíveis (imóveis – terrenos,
 Compramos o edifício / vendemos algo; edifícios – e equipamentos – carros, máquinas
 Usufruí do edifício / entra dinheiro na empresa; da fábrica);

Características  Ativos Intangíveis (licenças, patentes, direitos


Relativamente à definição de Ativo salienta-se que: contratuais, software);
 Inventários (mercadorias – compra e venda tal
► O recurso não tem necessariamente forma
e qual –, matérias-primas – nas fábricas,
física (pode ser intangível – ex.: software).
compra-se e transforma-se para tornar em
► Implica o controlo do recurso, e não
produtos acabados – e produtos acabados)
necessariamente a propriedade legal (ex.:
 Dívidas a Receber (Clientes, Estado e Outros pagar algo, fez uma promessa =>
Entes Públicos, etc. cumpre.
 Depósitos Bancários e Caixa.
Exemplo
 Financiamento obtido (empréstimos
Passivo
bancários);
 São as obrigações.
 Dívidas a pagar (fornecedores – combustível,
 Obrigação presente da entidade proveniente
inventários -, fornecedores de investimento –
de acontecimentos passados, da liquidação da
empresas que fornecem investimentos como
qual se espera que resulte um exfluxo (saída)
armazéns, mobiliário, computadores, carros –
de recursos da entidade incorporando
Estado e Outros Entes Públicos)
benefícios económicos.

Exemplo: Capital Próprio


Dívida a fornecedor (eletricidade)  Valor contabilístico das empresas;
 Interesse residual nos ativos da entidade
 Uma obrigação da empresa
depois de deduzir todos os seus passivos;
 Provém de acontecimentos passados –
consumo de luz
 Exfluxo de recursos – dinheiro da empresa

Características
Relativamente à definição de passivo, salienta-se
que:

► As obrigações podem ser:


∟ Legais – pagamento da dívida do Capital Próprio  acionistas ou sócios, fonte de
fornecedor (fatura – documento legal) financiamento interna.

∟ Contratuais – dívida bancária Passivo  fonte de financiamento externa.


(assinamos um contrato quando Ativo  tem de ser financiado pelo passivo e pelo
pedimos um empréstimo, por exemplo) capital, ou seja, tudo o que compramos devemos ir
tirar o dinheiro a algum lado (ativo)
∟ Construtivas – através de um meio de
comunicação (tv, rádio, internet) e O valor do Capital Próprio representa o valor

assume que vai pagar algo – porque contabilístico da empresa, e que não corresponde

legalmente não é obrigada a pagar (não necessariamente ao valor (de mercado) da

existe nenhum documento que obrigue empresa, nem sequer ao valor da liquidação (valor

o pagamento) e não assinou nenhum pelo qual um comprador está disposto a pagar pela

contrato  apenas assumiu que iria empresa).


Exemplo: Estes arrumam-se por liquidez crescente, ou seja,
Compra de um terreno com um valor de 100 000€ começa no item menos líquido até ao mais líquido

∟ Daqui a 10 anos, o terreno já não tem esse (dinheiro).

valor, mas nos registos contabilísticos está esse


Ativo Não Corrente Ativo Corrente
valor  podemos atualizar o valor, mas é um  Inventários
 Ativos fixos tangíveis
processo muito dispendioso e só se faz nas  Propriedades de  Ativos biológicos

grandes empresas. investimento  Clientes

 Goodwill  Estado e outros entes

 Ativos intangíveis públicos;

(software, patentes,  Capital subscrito e não


► Da equação fundamental da contabilidade
etc) realizado;
conclui-se que o total dos recursos económicos
 Ativos biológicos  Outros créditos a
da empresa (ativos) tem de equivaler ao total receber;
 Participações
das fontes de financiamento, interna e externa financeiras – MEP  Diferimentos

(Capital próprio e passivo), desses mesmos (Método de  Ativos financeiros

Equivalência detidos para


recursos.
Patrimonial) negociação

Balanço  Outros Investimentos  Outros ativos

Financeiros; financeiros
 Mapa em que colocamos todos os ativos,
 Créditos a Receber  Ativos não correntes
passivos e capital próprio de uma empresa. detidos para venda
 Ativos por impostos
 Expressão de relação existente entre o ativo, diferidos  Caixa e depósitos

passivo e capital próprio de uma entidade num bancários.

determinado momento.
 Estes elementos têm de permitir a Em relação ao passivo, a ideia é a mesma:
comparação do ativo com o passivo para
Passivo não corrente  todas as dívidas que a
conhecer o valor e a natureza do Capital
empresa tem a pagar a médio e longo prazo (mais
Próprio.
de um ano)
O ativo divide-se por:
Passivo corrente  todas as dívidas que a empresa
Ativo não corrente  bens que a empresa vai ter tem a pagar a curto prazo (dentro de um ano).
na sua posse a médio e a longo prazo (mais de 1
Exemplo:
ano) ex.: instalações
► Financiamento obtido – 100 000€  passivo
Ativo corrente  bens que a empresa vai ter na sua ► Pagamento – prestações mensais de 1000 €
posse a curto prazo (dentro de um ano) ex.: o Corrente – 12 000€
produtos acabados; dívidas dos clientes. o Não corrente – 88 000€
No que toca ao passivo, este arruma-se por Capital Realizado  entrada de dinheiro na
exigibilidade crescente, ou seja, vai da dívida empresa por via dos sócios e dos acionistas
menos exigente para a mais exigente.
Resultados:

Passivo não corrente Passivo corrente


 Todos os anos as empresas fazem o
 Provisões;  Fornecedores;
apuramento dos resultados;
 Financiamentos  Adiantamentos de
clientes;
 Consiste na soma dos rendimentos da empresa
obtidos;
 Estado e Outros Entes ao longo do ano, retirando os seus gastos 
 Responsabilidades por
benefícios pós- Públicos origina no resultado líquido da empresa
emprego;  Financiamentos
Obtidos Rendimentos > Gastos  Lucro – o valor da
 Passivos por impostos
 Outras dívidas a pagar empresa aumenta
diferidos;
 Outras dívidas a pagar.  Diferimentos
Rendimentos < Gastos  Prejuízo – o valor da
 Passivos financeiros
detidos para
empresa diminui

negociação
Reservas:
 Outros passivos
financeiros;  Quando as empresas têm resultados positivos,
 Passivos não correntes podem distribuir parte dos resultados aos
detidos para venda
proprietários (dividendos)
 No entanto, as empresas são obrigadas a

O Balanço mostra a posição financeira da empresa, construir uma reserva até um determinado

mostrando os seus recursos económicos através limite;

dos ativos e, por outro lado, as suas fontes de  Dinheiro que não pode ser distribuído pelos

financiamento quer a nível interno (capital próprio) sócios ou acionistas.

quer a nível externo (passivo).


Elementos
Gastos
 Diminuição nos benefícios económicos na
forma de exfluxos ou diminuição de ativos ou
aumento de passivos que resultem na
diminuição do capital próprio e não respeitem
O dinheiro vem de duas fontes:
a distribuições aos detentores de capital
 Externa – passivo (ordenados, combustíveis)
 Interna – capital próprio
Exemplos: Lucro Líquido  Rendimentos – Gastos > 0
 Custo das mercadorias vendidas e matérias (positivo)
consumidas (CMVMC);
 Fornecimentos e Serviços Externos (água, luz) Demonstração dos Resultados
 Gastos com Pessoal; Mostra o desempenho e a rentabilidade da

 Depreciações (registo contabilístico do empresa, evidenciando todos os rendimentos e

desgaste do bem) gastos da empresa anuais.

 Gastos com juros (pagos  empréstimo) A demonstração de resultados por natureza há de


 Gastos com impostos; ser o quadro demonstrativo dos resultados
 Perdas na alienação / abate de ativos fixos apurados pela empresa evidenciado os gastos e os
tangíveis e ativos intangíveis (apresentados rendimentos segundo a natureza dos mesmos.
numa base líquida)
Sistema de Informação
Rendimentos Contabilístico
 Aumentos nos benefícios económicos na forma
Acontecimentos, Eventos, Operações, Transações
de influxos ou aumento de ativos ou
diminuição de passivos que resultem no c

aumento do capital próprio e não respeitem as Definição


contribuições dos detentores de capital
c
(vendas, prestação de serviços)
Mensuração
Exemplos:
 Vendas c
 Prestações de Serviços
Reconhecimento (registo no Sistema de
 Comissões Informação Contabilístico)
 Juros de uma aplicação (depósito a prazo)
 Dividendos c

 Ganhos na alienação de AFT e AI (apresentados Apresentação das Demonstrações Financeiras

numa base líquida) A contabilidade é um sistema de informação que


regista todas as operações num sistema para
apresentar as demonstrações financeiras (Balanço,
Demonstrações de Resultados).

Prejuízo Líquido  Rendimentos – Gastos < 0 Através das operações, vamos aprender a
(negativo) desenvolver instrumentos de registo próprio que
ajudem uma melhor e mais rigorosa gestão e
utilização da informação (Contas, lançamentos,  Desempenham funções diferentes;
diários, balancetes, etc). Assim, processamos os  Têm de ser expressos em unidades de valor
“inputs”, factos, documentos e “outputs” para monetário:
chegarmos aos três grandes mapas. o Tem de ter um valor, se não, não se
consegue registar
Demonstrações financeiras
 Conhecer a situação patrimonial – Balanço
Partes construtivas
 Saber se perde ou se ganha – Demonstrações
Cada conta tem de ter um título (expressão ou
de Resultados
palavra por que se designa a conta) e o valor
 Saber como se obteve ou se gastou o dinheiro
(quantidade de unidades monetárias)
– Fluxos Monetários
Requisitos de uma conta
Conta A conta tem de ter dois requisitos:
Por definição, é um instrumento de registo que
► Ser homogénea – só pode conter
tem por finalidade reunir factos patrimoniais da
elementos que obedeçam às características
mesma natureza, sendo aberta para encerrar os
definidas para essa conta
valores de realização passada, presente ou futura,
Exemplo: na conta de depósitos à ordem
recebendo um título que a identifica.
não podemos registar mercadorias, apenas
Exemplo podemos registar depósitos (entradas ou
Conta de depósitos à ordem  registo de todas as
saídas de dinheiro)
entradas e saídas de dinheiro da conta.
► Ter integralidade – tem de conter todos os
Na Contabilidade temos muitas contas: elementos que gozam das características
definidas para essa conta, ou seja, tem de
 Depósitos à ordem
ter todas as entradas e saídas (sem
 Mercadorias
exceção).
 Matérias-primas

Vários tipos de itens que existem numa empresa:


Classificação das Contas
As contas podem ser:
Cada conta acaba por ser um instrumento
de gestão  Contas simples ou elementares – agrupam
elementos com características muito
Elementos Patrimoniais comuns e, portanto, não comportam maior
Os elementos patrimoniais: divisão;

 Têm diferente natureza:  Contas complexas, coletivas ou gerais –

Depósitos à ordem (dinheiro no banco) ≠ Caixa agrupam contas simples ou elementares,

(dinheiro físico no cofre) ou que nelas se subdividem.


As contas simples estão abaixo da conta mãe. Consiste no ato ou efeito de lançar ou registas
qualquer fato patrimonial nos livros próprios da
Contabilidade

Exemplo:
Compra de uma mercadoria

 Uma transação que vai sempre envolver dois


registos no mínimo:
o Mercadorias a entrar na empresa
Caracterização das contas o Pagamento / dívida
Existem vários tipos de contas:
Composição de um lançamento
 Contas do ativo;
Cada lançamento tem de ter:
 Contas do passivo;
 Contas do Capital Próprio;  Data

 Contas de Gastos;  Título ou cabeçalho;

 Contas de Rendimentos.  Descrição (do que está a acontecer) ou


histórico;
Representação Gráfica  Importância ou valor;
T’s / Razão / Conta
Sistema utilizado
Na contabilidade, usamos o sistema das partidas
dobradas, ou seja, tem de ter no mínimo um débito
e um crédito.

No Balancete, a soma dos saldos devedores deve

 Cada T tem um título, sendo que cada T é uma ser igual à soma dos saldos credores.

conta.
Classificação
Saldo devedor  débitos > créditos Os lançamentos podem ser classificados consoante

Saldo credor  débitos < créditos o número de contas movimentadas.

Saldo nulo  débito = crédito  Lançamento simples - um débito e um crédito.


 Lançamentos compostos ou complexos - um
Lançamento débito e vários créditos OU vários débitos e um
O lançamento é o registo contabilístico de uma crédito OU vários débitos e vários créditos.
transação.
 O total dos movimentos a débito tem de ser Em Portugal, encontra-se estabelecido um Código
igual ao total de movimentos a crédito; de Contas cuja utilização é obrigatória
 O registo das operações no Sistema de representando a codificação mínima que é possível
Informação Contabilístico (SIC) obedece ao de maior subdecomposição;
denominado método digráfico ou da dupla
Nesse código de contas, as contas estão separadas
entrada (no mínimo, há uma entrada e uma
num primeiro patamar designado por classes a que
saída)
se encontra associado o 1.º número do código de
 O método digráfico ou da dupla entrada,
contas que as integra.
baseia-se no princípio de que cada transação
ou evento implica a inscrição em pelo menos Classes
duas contas; No código de contas existem as seguintes 8 classes

 Assim, cada registo de um facto patrimonial (com correspondência aos respetivos tipos de

implica a movimentação de uma (várias) elementos representativos):

conta(s) a débito por contrapartida de uma


Classe Contas (as que vamos estudar)
(várias) conta(s) a crédito, sendo o somatório
Classe 1 – Meios Conta 11 – Caixa
dos débitos igual ao somatório dos créditos; Financeiros Líquidos Conta 12 – Depósitos à ordem
 Consequentemente, a soma dos saldos (Ativos)
Conta 13 – Outros Depósitos
devedores é igual à soma dos saldos credores Bancários (ex.: depósitos a prazo)
da totalidade das contas da Razão …

Como tínhamos visto anteriormente, temos 5 tipos  Tratando-se de ativos, os


saldos destas contas são
de contas: ativo, passivo, capital próprio,
devedores;
rendimentos e gastos. Também já percebemos que
Classe 2 – Contas a Conta 21 – Clientes (ativo)
o T é onde fazemos o registo, então precisamos de
Receber e a pagar Conta 22 – Fornecedores
saber as regras para este tipo de contas: (Ativos e Passivos) (passivo)

Conta 23 – Pessoal (ativo)

Conta 24 – Estado e Outros Entes


públicos (Saldo credor – passivo;
saldo devedor – ativo);

Conta 25 – Financiamentos
obtidos (de instituições

Sistema de Normalização financeiras ou de outras


entidades)
Contabilística

Em Portugal, para uma maior facilidade na sua
Conta 27 – Outras contas a
utilização, as suas contas têm códigos associados. receber e a pagar (ex.:
fornecedores de investimento; contas de redução de ativos
acréscimos; devedores e e têm saldo credor)
credores diversos) Classe 5 – Capital, Conta 51 – Capital subscrito
… Reservas e Resultados …
 Quando os saldos destas Transitados (Capital
 Tratando-se de elementos
contas são devedores trata- Próprio)
de capital próprio, os saldos
se de ativos e quando são destas contas podem ser
credores trata-se de passivos credores ou devedores,
(Salvo exceções relacionadas conforme respeitem a
com contas de imparidades elementos de Capital Próprio
acumuladas que são contas positivos ou negativos,
de redução de ativos e têm respetivamente.
saldo credor)
Classe 6 – Gastos Conta 61 – Custo das
Classe 3 – Inventários Conta 31 – Compras (conta mercadorias vendidas e matérias
(Ativos) transitória de fluxos) consumidos;
Conta 32 – Mercadorias Conta 62 – Fornecimentos e
Conta 33 – Matérias-primas, serviços externos (FSE)
subsidiárias e de consumo Conta 63 – Gastos com o pessoal
Conta 34 – Produtos acabados e Conta 64 – Gastos de
intermediários depreciação e amortização
… …
 Tratando-se de ativos, os Conta 69 – Gastos e perdas de
saldos destas contas são financiamento
devedores (salvo exceções
 Tratando-se de gastos os
relacionadas com contas de
saldos destas contas são
imparidades acumuladas
devedores
que são contas de redução
Conta 7 – Conta 71 – Vendas
de ativos e têm saldo credor)
Rendimentos Conta 72 – Prestação de Serviços
Classe 4 – …
Investimentos …
Conta 43 – Ativos Fixos Tangíveis
(Ativos) Conta 79 – Juros, dividendos e
Conta 44 – Ativos Intangíveis
outros rendimentos similares

obtidos
 Tratando-se de ativos os
 Tratando-se rendimentos os
saldos destas contas são
saldos destas contas são
devedores (salvo exceções
credores.
relacionadas com contas de
Conta 8 – Resultados A classe 8 que integra elementos
imparidade acumuladas e de
de Capital Próprio inclui, entre
amortizações e depreciações
outro, a seguinte conta:
acumuladas, que são ambas
Conta 81 – Resultado Líquido do
Período (não é relevante)

Balancete
Exemplo: O Balancete é um instrumento da empresa que é
Pagamento de fatura n.º 55 ao fornecedor Campo, possível extrair a partir da informação inserida no
Lda. no valor de 5 000€. Cheque n.º 4445558212 Razão / Diário e onde se encontra o resumo dos
do banco ABC. efeitos desses registos nas várias contas.

Lançamento no razão: Ao contrário do extrato de conta, ele mostra todas


as contas e os seus respetivos saldos.

No Balancete obtém-se o resumo das informações


sobre os montantes dos efeitos e saldos dos
registos / assentos / escrituração dos
acontecimentos / eventos / operações / transações
Lançamento no Diário:
nas várias contas.

Portanto é um quadro resumo de todas as contas


do Razão, onde consta a soma do débito e do

Extrato crédito de cada conta e os respetivos saldos

O extrato de conta corrente é um instrumento da (devedores ou credores)

empresa que é possível extrair a partir da Totais dos débitos = totais dos créditos
informação inserida na razão / diário.
Totais das somas dos saldos devedores = totais
No extrato de conta corrente obtém-se todas as das somas dos saldos credores
informações detalhadas relevantes sobre os
registos / assentos / escrituração dos
acontecimentos / eventos / operações / transações
numa dada conta.
Investimentos
A classe 4 – Investimentos, inclui os investimentos  Constituídos por bens que tornam possível o
arranque e desenvolvimento da atividade da
que têm carácter de permanência e continuidade,
entidade
ou seja, que não se destinam a ser vendidos ou
 Os que permitem a atividade de uma empresa
consumidores no decurso normal do ciclo
desenvolver-se
operacional da entidade.
 Exemplos: Conta 43 (AFT) e Conta 44 (AI)
Trata-se de um investimento quando fica na Investimentos de rendimento:
empresa por mais de 12 meses.
 Valores representativos de investimentos
O seu objetivo é ser usado pela empresa e não efetuados pela entidade, com o fim de obter
rendimentos.
vendido.
 Como o próprio nome indica, o objetivo deste
Classe 4 – investimentos é obter rendimentos.

Conta Exemplos  Exemplos: Conta 42 (Investimentos


financeiros) e Conta 45 (Propriedades de
41 – Investimentos Compra de ações ou quotas,
Investimento)
financeiros (estar obrigações
mais de 1 ano na Investimentos – Definições
empresa)
Ativos Fixos Tangíveis (43)  elementos
42 – Propriedades de Obrigatoriamente um imóvel
patrimoniais móveis ou imóveis, adquiridos ou
investimento (terreno e edifício)  objetivo é
fabricados pela própria entidade que têm como
de obter rendas através do
aluguer desse imóvel finalidade o uso na produção, o fornecimento de

43 – Ativos tangíveis Frota, máquinas da fábrica, bens ou serviços, o arrendamento (aluguer de uma
instalações máquina) a outros ou por fins administrativos
44 – Ativos intangíveis Patente, software, marca (permanência na entidade por um prazo superior a
45 – Investimentos Estão a ser construídos; edifício 1 ano)
em curso (ainda não é em construção
Ativos Intangíveis (44)  elementos patrimoniais
um ativo final)
não monetários identificáveis e sem substância
46 – Ativos não Quando a empresa pensa em
correntes detidos vender um ativo, sai das contas
física (mantém-se na entidade com carácter de

para venda anteriores e vem para esta. permanência)

Existem 2 tipos de investimentos: Investimentos Financeiros (41)  elementos


patrimoniais que representam participações de
Investimentos técnicos:
capital (partes de empresa – quotas e ações) e
empréstimos concedidos em subsidiárias,
associadas, entidades conjuntamente controladas que são classificados como Propriedades de
e noutras entidades. Representa ainda outros Investimento.
investimentos financeiros, tais como obrigações,
Temos duas maneiras de registarmos AFT.
títulos do tesouro, fundos de investimento e outras
aplicações financeiras No momento do reconhecimento dos Ativos Fixos
Tangíveis (AFT) são mensurados pelo custo.
Propriedades de Investimento (42)  inclui os
terrenos e/ou edifícios detidos com o intuito de Os AFT são mensurados subsequentemente de

obter rendas e / ou valorização do capital investido acordo com uma das seguintes políticas
contabilísticas selecionada pela empresa:
ou para ambas as finalidades.

Investimentos em curso (45)  inclui os elementos ► Modelo do Custo;

que não se encontram concluídos à data de ► Modelo de revalorização (implica que venha

encerramento do exercício um avaliador à empresa verificar o valor de


todos os bens; reavaliações de bens acarreta
Ativos não correntes detidos para venda (46) 
muitos custos para as empresas por isso só as
ativo não corrente: não se espera que seja
grandes empresas o utilizam)
realizado no decurso de um ciclo operacional; não
se esteja detido para ser negociado; não se espere Modelo do Custo
que seja realizado em 12 meses; não seja caixa ou De acordo com o modelo do custo a quantia
equivalentes. escriturada (QE) dos AFT a apresentar no balanço
é:
Ativos Fixos Tangíveis
Os ativos fixos tangíveis (AFT) são ativos:

► Detidos para uso na produção; Quantia Escriturada  valor contabilístico, ou seja,


► Detidos para uso no fornecimento de bens ou o valor de um bem na contabilidade.
serviços;
Custo  quanto pagámos pelo bem.
► Detidos para alugar a terceiros;
Depreciações Acumuladas  Valor do desgaste do
► Detidos para fins administrativos
bem – vai diminuindo o valor do bem
Desde que se espere que sejam usados durante
Perdas por Imparidade Acumuladas  não vamos
mais do que um período económico (12 meses).
aprender a lançar, mas é a desvalorização dos bens
Exclui-se da definição de AFT os imóveis (Ex.: lançamento de um novo modelo de telemóvel)
(terrenos e/ou edifícios) detidos para
Os diferentes efeitos na Quantia Escriturada são
arrendamento ou para valorização de capital (sem
reconhecidos em subcontas da conta 43 – AFT:
outra qualquer finalidade predeterminada que
originasse a classificação de Inventários ou AFT)
o Custo a débito de uma das subcontas da 431 a Quanto mais desgaste tem o bem, mais gastos tem
437, conforme a natureza do AFT; a empresa.
o Depreciações acumuladas a crédito da conta
A Quantia Depreciável (QD) representa o montante
438 – AFT – Depreciações acumuladas;
do custo do AFT cujos benefícios económicos se
o Perdas por imparidade acumuladas a crédito da
espera / estima que sejam consumidos no decurso
conta 439 – AFT – perdas por imparidade
da respetiva vida útil.
acumulada.
Assim, a Quantia Depreciável (QD) de um AFT é o
Reconhecimento pelo custo
seu Custo deduzido do valor residual (VR):
O custo pode ser mais itens para além do que
pagamos, por exemplo despesas de transporte,
despesas de instalações, seguros. Tudo isto faz
parte do custo do equipamento.
Exemplo:
Compra de uma máquina por 100 000€

No final de vida útil dessa máquina, qual é o seu


Os custos de aquisição incluem:
valor? Podemos entender que a máquina, no
 Preço de compra (em condições de crédito mínimo, vale 500€
normais)
100 000 – 500 = 99 500€
 Impostos suportados ou não recuperáveis
(ex.: IVA Suportado, IMT) Podemos diminuir o valor da nossa máquina em 99

 Direitos de importação (ex.: taxas 500€, porque no mínimo vale 500€.

aduaneiras) O Valor Residual (VR) representa a estimativa do

Depreciação montante que obteria correntemente com a


A depreciação representa, em termos económicos, alienação do ativo (após deduzidos os custos de
a estimativa do efeito do consumo dos benefícios vender estimados) se o ativo já tivesse atualmente
económicos do AFT pela sua disponibilidade para a idade e condições esperadas no final da sua vida
uso. útil.

Consequentemente, o efeito contabilístico da O Valor Residual (VR) representará a estimativa do


depreciação do AFT implica, regra geral: montante do AFT a apresentar no balanço no final
da sua vida útil.
 Diminuição do valor do AFT (da sua quantia
escriturada apresentada no balanço) Muitas vezes, o VR é insignificante e por isso

 Aumento dos gastos com depreciações imaterial no cálculo da Quantia Depreciável, pelo

(diminuindo o resultado do período) que nesses casos ou quando é inexistente a


Quantia Depreciável é igual ao Custo.
Contudo, essa Quantia Depreciável é imputada (e  Desgaste normal esperado;
reconhecida como gasto com depreciações) ao  Obsolescência técnica ou comercial;
longo da vida útil do AFT.  Limites legais (ou similares) ao uso.

A Vida Útil (VU) de um AFT é: Métodos de Depreciação


Os métodos para o cálculo das depreciações são
 O período durante o qual se espera que o AFT
designados por métodos de depreciação.
esteja disponível para uso;
 O número de unidades de produção / consumo O método de depreciação reflete um modelo de
que a empresa espera obter / consumir do AFT. estimativa do consumo dos benefícios económicos
incorporados no AFT pela entidade ao longo da
A Vida Útil (VU) é consequentemente o período ao
vida útil do AFT.
longo do qual o AFT é depreciado:
Assim, a entidade deve selecionar para cada AFT o
 Inicia-se quando o AFT se encontra disponível
modelo que se estime que se adeque de forma
para uso (no local e condições necessárias para
mais correta ao real consumo dos benefícios
operar da forma pretendida)
económicos desse AFT ao longo da sua vida útil.
 Termina quando deixa de ser reconhecido (por
exemplo, pela sua alienação ou abate) ou O método de depreciação selecionado deve ser
quando se esgotam os benefícios económicos aplicado de forma consistente ao longo dos
resultantes da sua utilização ao longo da sua períodos económicos, a menos que se justifique a
vida útil. alteração devido a uma mudança significativa no
modelo esperado de consumo dos benefícios
Isto implica que, caso um AFT esteja disponível
económicos do AFT.
para uso, mas não se encontre ainda a ser utilizado,
é depreciado. Implica, igualmente, que caso o AFT Existem os seguintes métodos de depreciação
deixe de ser utilizado as depreciações não cessam. aplicáveis de acordo com as normas contabilísticas:

Todos os AFT têm vida útil definida (passível de ser  Critérios rígidos:
estimada) e finita ou limitada (com uma duração), o Método da linha reta;
à exceção dos terrenos cuja vida útil embora o Métodos de saldo decrescente:
definida é infinita ou ilimitada.  Método degressivo / regressivo
com múltiplo
Consequentemente, todos os AFT são
 Método da soma dos dígitos
depreciáveis, à exceção dos terrenos.
 Critério Elástico:
Os seguintes fatores influenciam a determinação o Método das unidades de produção /
da estimativa da Vida útil (VU) do AFT: consumo

 Uso esperado;
Método da linha reta  o método de linha reta futuras, nomeadamente quando, entre outros, se
consiste na imputação da Quantia Depreciável verifica:
(QD) do ativo de forma linear / constante ao longo
► Alienação – vendas
da vida útil (VU) do AFT, originando Gastos com
► Abate – danificado
Depreciações iguais em todos os períodos da vida
► Sinistro – seguradora
útil da AFT.
Tendo por base a imputação do Gasto com as
Métodos de Saldo Decrescente  consistem numa
Depreciações do período numa base duodecimal,
imputação do Custo numa proporção superior nos
as mesmas cessam no mês anterior à ocorrência
primeiros períodos e inferior nos últimos (quando
que implica o desreconhecimento.
comparada com o método da linha reta) por forma
Em qualquer uma das situações referidas
a que origine Gastos com Depreciações que
anteriormente, o ativo deixa de ser da empresa.
diminuem progressivamente ao longo dos
períodos económicos da vida útil do AFT. Para tirar o ativo da Contabilidade implica sempre
que haja um ganho ou uma perda (no mínimo um
Método das unidades de produção / consumo 
ganho nulo)  quando vamos vender.
consiste na imputação da Quantia Depreciável
(QD) numa proporção baseada nas unidades de Adicionalmente, a empresa determina um ganho
produzidas / consumidas face ao esperado, ou perda no desreconhecimento resultante da
originando Gastos com Depreciações seguinte relação:
proporcionais ao consumo dos benefícios
económicos efetivamente consumidos.

Aplicando o método de linha reta tem-se que o


cálculo das depreciações é efetuado da seguinte Valor realização  valor que vamos vender

forma para cada período (de 12 meses) da vida útil Quantia Escriturada  o valor contabilístico do
do AFT: bem

Esse efeito de ganho ou perda é reconhecido como


outros rendimentos e ganhos (78) ou outros gastos
e perdas (68), respetivamente, com AFT.

O assento pelo desreconhecimento consistirá em:

► Pelo desreconhecimento da Quantia


Um AFT é desreconhecido quando a empresa deixa
Escriturada do AFT (eliminação dos efeitos
de o controlar ou não exista qualquer expectativa
reconhecidos relacionados com esse AFT):
de benefícios económicos do seu uso ou alienação
o Crédito da conta do custo do AFT (uma
ou várias das contas 431 a 437), pelo
montante do Custo do AFT;
o Débito da conta das Depreciações
Acumuladas do AFT (438), pelo
montante das Depreciações
Acumuladas do AFT, caso existam.
► Pelo reconhecimento da contrapartida
respeitante ao Valor da Realização:
o Débito da(s) conta(s) de Depósitos à
Ordem (12) e/ou Outras Contas a
Receber – Devedores Diversos (278),
pelo montante do Valor de Realização
recebido e/ou a receber, caso exista
► Pelo reconhecimento do Ganho ou Perda do
Desreconhecimento do AFT:
o Se ganho, a crédito da conta 78 – outros
rendimentos e ganhos, pelo montante
do ganho, caso exista;
o Se perda, a débito da conta 68 – outros
gastos e perdas, pelo montante da
perda, caso exista.

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