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Prefeitura Municipal de Curitiba

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EXCELENTÍSSIMA MINISTRA RELATORA DA 1ª TURMA DO COLENDO SUPERIOR


TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Excelentíssima Ministra REGINA HELENA COSTA

Autos nº: RESP nº 1831432 - PR (2019/0198392-5)


De RECURSO ESPECIAL CÍVEL
Número único: 0002452-85.2015.8.16.0179

Recorrente/Recorrida: TUCUMANN ENG. EMPREENDIMENTOS LTDA


Recorrida/ Recorrente: COMPANHIA DE HABITAÇÃO POPULAR DE CURITIBA

COMPANHIA DE HABITAÇÃO POPULAR DE CURITIBA – COHAB-


CT, Sociedade de Economia Mista Municipal, criada pela Lei Municipal nº 2.545, de
29/04/1965, inscrita no CNPJ/MF sob nº 76.495.696/0001-36, com sede na Rua Barão do
Rio Branco, nº 45, Centro, CEP 80010-180, Curitiba/PR, por seus
procuradores judiciais subscritos, com escritório profissional no endereço supramencionado,
onde recebem intimações e notificações, vem respeitosa e tempestivamente perante de
Vossa Excelência, com fulcro no art. 1.021, do CPC, arts. 258 e 259 do RISTJ, e demais
dispositivos legais aplicáveis ao caso, interpor o presente:

AGRAVO INTERNO

em face da decisão monocrática proferida no Recurso Especial n° 1831432/PR pela r.


Ministra Relatora da Turma deste Colendo Superior Tribunal de Justiça, que deu provimento
monocrático ao Recurso Especial epigrafado, entendendo que houve violação ao art. 1022
do CPC.
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COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DAS RAZÕES RECURSAIS

I. DO OBJETO DO PRESENTE RECURSO

O presente Recurso de Agravo volta-se contra a r. decisão da relatora,


que deu provimento ao Recurso Especial interposto, nos seguintes termos:

O Tribunal de origem negou provimento ao apelo da Autora e deu provimento ao


recurso de apelação da COHAB, apenas para arbitrar os honorários de
sucumbência em 10,01% do valor atualizado da causa (fls. 510/523e).
As Recorrente opuseram embargos de declaração, sendo que a Autora alegou que
havia omissão não sanada no acórdão, quanto à tese central para aplicação do
prazo prescricional quinquenal, qual seja, o fato de a COHAB exercer atividade
estatal considerada serviço público, e não exploração de atividade econômica.
Apontou, ainda, a inaplicabilidade dos precedentes desta Corte Superior adotados
pelo Tribunal de origem, que não discorrem acerca do tipo de atividade exercida
pela entidade em questão ou indicam expressamente que a prescrição quinquenal
não se aplica à entidade estadual.
A COHAB susenta que “que houve omissão do Aresto embargado ao termo inicial
da contagem do prazo prescricional. Nesse sentido, ponderou que a contagem do
prazo deve se iniciar com o término da vigência dos contratos (07/01/2010 e
07/02/2010), razão pela qual a pretensão estaria prescrita mesmo se contada com
aplicação do prazo quinquenal.
Afirmou que a questão se faz relevante mesmo diante do Acórdão que reconheceu
a ocorrência de prescrição através do prazo trienal, posto que a conclusão
provavelmente será objeto de recurso para as instâncias extraordinárias” (fls.
907/932e).
O Tribunal de origem rejeitou os recursos, ao argumento que “os embargos de
declaração se prestam apenas a rediscutir as questões já debatidas pelo Aresto
recorrido, pretendendo as Embargantes a simples reapreciação do mérito,
finalidade esta estranha ao escopo dos Embargos de Declaração.
Ademais, a COHAB opôs novos embargos de declaração, somente para esclarecer
o termo inicial para a contagem do prazo prescricional, os quais também foram
rejeitados.
Portanto, o tribunal de origem não se manifestou acerca da tese central
controvertida, qual seja, se a COHAB, sociedade de economia mista, exerce
atividade econômica, auferindo lucro como se ente privado fosse, ou presta serviço
essencialmente público.
Apesar de instada a se posicionar, tanto na apelação quanto nos embargos de
declaração, sobre o objeto da referida entidade administrativa, é certo que o
Tribunal de origem não fez tal diferenciação nos fundamentos do acórdão recorrido,
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que manteve a aplicação do prazo prescricional trienal do Código Civil ante sua
natureza jurídica de pessoa jurídica de direito privado.
Assim, é imprescindível a definição quanto à atuação das empresas estatais, seja
em exploração de atividade econômica ou prestação de serviços públicos, para
aferir a legislação aplicável quanto à prescrição, porquanto, se atuar em situação
similar à dos entes privados, tal sociedade submete-se ao regime de direito privado,
submetendo-se ao prazo prescricional de 3 (três) anos, conforme dispõe o previsto
no art. 206, § 3º, V, do Código Civil. No segundo caso, se exercer atividade
considerada como serviço público, o regime jurídico aplicável é o de direito público,
aplicando-se o prazo prescricional quinquenal, nos termos do Decreto n. 20.910/32.
Observo tratar-se de questão relevante, oportunamente suscitadas e que, se
acolhidas, poderiam levar o julgamento a um resultado diverso do proclamado.
Ademais, a não apreciação das teses, à luz dos dispositivos constitucional e
infraconstitucional indicados a tempo e modo, impede o acesso à instância
extraordinária. Posto isso, com fundamento nos arts. 932, V, do Código de
Processo Civil de 2015 e 34, XVIII, c, e 255, III, ambos do RISTJ, DOU
PROVIMENTO aos Recursos Especiais, para determinar o retorno dos autos ao
tribunal a quo, a fim de que seja suprida as omissão indicada ”

Concessa maxima venia, não há que se falar em omissão no que tange


a atividade exercida pela COHAB-CT, como se passa a demonstrar.

DAS RAZÕES DE REFORMA

II. DA AUSÊNCIA DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO RECORRIDO

Ao contrário do que sustenta a Recorrente, o Acórdão a quo não é omisso


ao tratar do prazo prescricional ou da aplicação do regime dos honorários.

Conforme expresso no teor do acórdão a reparação civil em face de


sociedade de economia mista prescreve em três anos, pois a COHAB-CT possui
personalidade jurídica de direito privado, estando submetida às normas do Código Civil, ou
seja, as ações movidas contra as sociedades de economia mista não se sujeitam ao prazo
prescricional previsto no Decreto-Lei 20.910/32.

Vejamos o teor da decisão Recorrida:


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“A COHAB-CT foi criada pela Lei Municipal n. 2.545/1965 como sociedade


de economia mista responsável pelo estudo das questões relacionadas
com os problemas da habitação popular e o planejamento e a execução
das suas soluções segundo, cabendo ao Município de Curitiba a
subscrição de no mínimo 51% das cotas, consoante art. 1º da mencionada
lei.

É certa, dessa forma, sua natureza de pessoa jurídica de direito


privado.

(…)

Conclui-se, portanto, pela impossibilidade de aplicação do prazo


quinquenal que incide sobre as ações voltadas contra a Fazenda Pública
previsto no art. 1º do Decreto n. 20.910/932, merecendo ser mantida a
aplicação do prazo trienal destinado pretensão de reparação civil, cuja
previsão se encontra no art. 206, §3º, inciso V, do Código Civil.”

Após a oposição de Embargos de Declaração novamente discorreu sobre


o tema:

“Ao contrário do argumentado pela Embargante TUCUMANN, é manifesta


a aplicabilidade dos precedentes da Corte Superior citados no Acórdão, eis
que todos afirmam categoricamente que o prazo quinquenal não opera
sobre as sociedades de economia mista. No mais, embora a citação
doutrinária adotada afirme que: “existem variações no regime jurídico das
empresas estatais, conforme a natureza das atividades a elas cometidas”,
logo em seguida é consubstanciado pelo autor que: “No entanto, existe
um regime jurídico parcialmente comum a todas as empresas
estatais, tal como adiante exposto.” Na sequência, assevera o
doutrinador que uma das características do regime comum é
justamente a natureza de personalidade jurídica de direito privado
atribuída às sociedades de economia mista.
É certo, portanto, a ausência de omissão acerca da matéria.”
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Quanto a aplicação imediata do novo Código de Processo Civil no que


tange ao regime de honorários sucumbências novamente o acórdão
recorrido é absolutamente claro:

De fato, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça já está


consolidada no sentido de que a sucumbência é regida pela lei vigente na
data em que foi proferida a sentença:
(...)
5. Outrossim, a jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que a
sucumbência é regida pela lei vigente na data da sentença. 6.
Esclarece-se que os honorários nascem contemporaneamente à
sentença e não preexistem à propositura da demanda. Assim sendo,
nos casos de sentença proferida a partir do dia 18.3.2016, aplicar-se-
ão as normas do CPC/2015. 7. In casu, a sentença prolatada em
21.3.2016, com supedâneo no CPC/1973 (fls. 40-41, e-STJ), não está em
sintonia com o atual entendimento deste Tribunal Superior, razão pela
qual merece prosperar a irresignação. 8. Quanto à destinação dos
honorários advocatícios de sucumbência das causas em que forem parte
a União, as autarquias e as fundações públicas federais, o artigo 29 da Lei
13.327/2016 é claro ao estabelecer que pertencem originariamente aos
ocupantes dos cargos das respectivas carreiras jurídicas. 9. Recurso
Especial parcialmente provido, para fixar os honorários advocatícios em
10% do valor da condenação, nos termos do artigo 85, § 3º, I, do
CPC/2015.
(…)
Feitos os esclarecimentos acerca da lei aplicável, conclui-se que o Apelo
manejado pela COHAB-CT merece provimento, reformando-se a r.
sentença para fins de se arbitrar os honorários advocatícios para 10,01%
do valor atualizado da causa, percentual esse que já abrange o trabalho
desenvolvido pelos patronos da COHAB-CT nesta segunda instância, em
especial a partir dos critérios de natureza e importância da causa,
atendendo-se ao disposto no art. 85, §11, do referido diploma legal.
(...)
Oportuno que se destaque a impossibilidade de apreciação equitativa para
fixação da verba sucumbencial, tal como defende a d. Procuradoria de
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Justiça, em razão da manifesta inaplicabilidade do §8º do mencionado art.


85 do Código de Processo Civil, posto que não se trata de causa com
proveito econômico inestimável ou irrisório, ou com valor da causa muito
baixo.”

Note-se não há qualquer omissão no acórdão que justifique a nulidade


arguida, o que se pretende é a revisão do acórdão através da via inadequada, razão pela
qual pugna-se pelo não conhecimento do Recurso Especial neste ponto.

III. DA VIOLAÇÃO À SÚMULA 07 – QUANTO A ATIVIDADE ECONÔMICA DA


RECORRIDA

Nas razões recursais a Recorrente aponta que a Recorida é Sociedade


de Econômia Mista prestadora de serviço público (ignorando assim atividade mercantíl
da empresa), assegurada pela transferência de recursos públicos (o que não é verdade,
pois a Recorrida tem vasta carteira de Mutuários) e que tem a maior parte das suas
ações titularizadas por municípios, (tal como é próprio de todas as Sociedades de
Economias Mistas).

É evidente portanto, que o recurso especial manejado têm nítida


intenção de reanálise probatória. Ao contrário do sustentado pelas razões recursais a
Recorrida nunca foi equiparada a administração pública porque deselvolve atividade
mercantil através da qual concorre no mercado com a iniciativa privada, vejamos o teor
da descrição de algumas das suas atividades previstas na lei de crição e constantes no
Contrato Social e Estatuto da COHAB-CT:

“Art. 2º – A Companhia tem por objetivo mercantil o que segue:

I – Estudar os problemas de habitação na sua área de atuação, através


do processo de planejamento participativo, em coordenação com os
diferentes órgãos da administração pública federal, estadual e municipal
e também instituições privadas, notadamente no atendimento das
necessidades de habitação de interesse social.
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II – Executar os programas de regularização fundiária e de


infrastrutura objetivando assegurar condições de habitabilidade nas
áreas ocupadas, diretamente ou mediante convênio com organismos
oficiais ou privados, vinculados ao problema.

III – Fomentar a produção de unidades habitacionais, através de


execução de programas habitacionais de interesse social de qualquer
modalidade.

IV – Firmar contratos, acordos, convênios e outros ajustes com


órgãos públicos ou privados, nacionais ou estrageiros, para o
necessário desenvolvimento de seus objetivos institucionais, podendo
inclusive oferecer garantias reais, se exigidas.

V – Atuar como administradora de consórcios de imóveis, de


terrenos, de casas pré-fabricadas e de cestas de materiais de
construção, destinados ao atendimento de famílias de baixa renda,
obedecidos os dipositivos legais aplicáveis.

VI – Desenvolver e Estimular pesquisas e estudos de forma a


estabelecer padrões de referência, que dentro dos objetivos desejados e
dos recursos disponíveis sejam capazes de assegurar, no
desenvolvimento dos projetos, a racionalidade na utilização dos recursos
técnicos e financeiros.

Parágrafo único – A Companhia poderá participar de outras


sociedades quando autorizada por lei, para a utilização de incentivos
fiscais em investimentos para o desenvolvimento regional ou setorial.”

A Recorrida é financiada através de contratos de prestação de


serviço firmados com empresas particulares, com o Município de Curitiba, entre
outros da Região Metropolitana, e sobretudo de sua carteira de mutuários e
eventualmente mediante alienação de patrimônio próprio para viabilizar
investimentos.
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Neste ponto cumpre esclarecer ainda que os funcionários da


COHAB-CT já chegaram a receber participação nos lucros, embora esta não seja uma
realidade atual da empresa, que passa por severas dificuldades financeiras.

Tal como o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica Federal a


Embargante atua de forma relevante em prol da população de Curitiba. Entretanto, o
faz com personalidade jurídica de direito privado e sem nenhum monopólio de
atividade, concorrendo diretamente com o mercado.

Resta evidente que a COHAB-CT não detem o monopólio de


mercado relacionado, por exemplo, na construção de unidades imobiliárias ou o seu
financiamento.

Caso a tese da Recorrente fosse acolhida, a COHAB-CT estaria


equiparada a Autarquia Municipal e gozaria de várias benecesses legais, em especial de
caráter tributário.

Contudo, o regime jurídico de direito privado a que está submetida a


Apelada foi o fundamento essencial que excluiu a aplicação da imunidade tributária, pelo
Colendo Tribunal de Justiça do Paraná:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. IMPOSTO SOBRE


A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA-IPTU.EXCEÇÃO
DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.PRETENSÃO DE RECONHECIMENTO DE
DIREITO À IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. CF, ART. 150, INC.
VI, AL. "A". IMPOSSIBILIDADE. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
(COHAB) QUE EXERCE ATIVIDADES VOLTADAS À EXPLORAÇÃO
DE ATIVIDADE ECONÔMICA, ATUANDO, ADEMAIS, EM SETOR EM
QUE HÁ CONCORRÊNCIA DE EMPRESA PRIVADA. CF, ART. 173, §
2º. PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E DESTA
CORTE. Recurso de agravo de instrumento conhecido e desprovido.
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(TJPR - 3ª C.Cível - AI - 1442704-2 - Pinhais - Rel.: Rodrigo Otávio


Rodrigues Gomes do Amaral - Unânime - J. 08.03.2016)

Diante do exposto, pugna-se pelo não conhecimento do Recurso


Especial interposto devido a evidente violação à Súmula 07 do STJ.

IV. DA OMISSÃO QUANTO AO TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO – CIÊNCIA


INEQUÍVOCA

O não conhecimento do Recurso Especial da Empresa Agravada


prejudica a questão. Contudo, em respeito ao principio da eventualidade é preciso que a
decisão agravada seja aperfeiçoada para tratar da necessidade de esclarecimentos quanto
ao termo inicial da prescrição.

Apesar de acolher o recurso especial da COHAB-CT a decisão agravada


é omissa quanto a necessidade do Tribunal a quo se manifestar expressamente sobre o
termo inicial da prescrição.

A Agravada (Tucumann) quer fazer crer que só teve ciência da negativa


dos pedidos de reequilíbrio quando foi informada da extinção dos contratos. Entretanto, a
Empresa foi comunicada em 13/01/2010 (através dos ofícios n. 19/2010-DP e 20/2010-
DP documentos apresentados com a inicial) das razões que impediam o deferimento
do pedido de reequilibrio contratual, nos termos do parecer da Controladoria
Municipal de Curitiba.

Importante salientar que o pedido de reequilíbrio apresentado com


a inicial é absolutamente idêntico àquele apresentado administrativamente e negado
pela Controladoria do Município de Curitiba.
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Pois bem, a Recorrida pleiteou o reequilibrio dos contratos n. 0044/2008


e 0045/2008 no dia 24 de abril de 2009. Ambos os protocolos tiveram tramitação conjunta e
não foram acolhidos pela falha nas justificativas e na carência de documentos suficientes ao
deferimento do pedido de reequilíbrio, conforme razões expressas pela Controladoria do
Município de Curitiba.

Os pedidos foram encaminhados a Controladoria do Município de


Curitiba em 27/05/2009 e esta emitiu parecer (em 29/05/2009) solicitando que o interessado
instruísse seu pedido adequadamente.

A Recorrida apresentou documentos complementares nas datas de


28/09/2009 e 03/11/2009. Contudo, a Controladoria novamente apontou inconsistências nos
documentos e justificativas apresentadas (02/10/2009 e 09/12/2009).

Acerca da última análise da Controladoria a Empresa Recorrida teve


ciência no dia 13/01/2010 (ofícios n. 19/2010-DP e 20/2010-DP, apresentados com a inicial
nos documentos n. 1.15 e 1.18). Desde então a Recorrida, ciente das exigências para
avaliação do reequilíbrio, restou inerte.

Vejamos o teor dos ofícios encaminhados à Recorrida:


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Desde o dia 13/01/2010, quando foi comunicada das exigências da


Controladoria através dos ofícios n. 19/2010-DP e 20/2010-DP, apresentados com a inicial
documentos 1.15 e 1.18, a Empresa Recorrida teve ciência inequívoca das razões que
impediam o deferimento do pedido de reequilíbrio, considera-se assim este o termo inicial
para a contagem do prazo prescricional.

Portanto, o termo inicial da pretensão indenizatória passou ter curso,


pois dispõe o art. 189 do Código Civil que:

“Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se


extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.”

Por uma questão de pura lógica deve-se reconhecer que o termo inicial
da prescrição é o dia 13/01/2010, data em que a Empresa Recorrida teve ciência inequívoca
das razões que impediam o deferimento do pedido de reequilíbrio.
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Diante do exposto, a decisão agravada merece reparo para que


expresse a necessidade do Tribunal a quo expresse sobre o termo inicial da prescrição.

V. DO NECESSÁRIO CONHECIMENTO DAS RAZÕES RECURSAIS PELO COLEGIADO

Com efeito, as decisões judiciais nos Tribunais são todas


colegiadas. Entretanto, para se dar velocidade aos feitos, a legislação processual permite as
decisões monocráticas do relator, que age como delegado do órgão colegiado.

O Superior Tribunal de Justiça já decidiu caso semelhante:

PROCESSO CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA


ATO JUDICIAL. AGRAVO REGIMENTAL DECIDIDO
MONOCRATICAMENTE. 1. O agravo regimental ou agravo
interno é o instrumento de que se serve a parte para buscar a
retratação da decisão monocrática, ou exame pelo colegiado,
de quem não pode ser suprimido o conhecimento. 2.
Segurança concedida. (STJ-Corte Especial, MS 8.093-DF, rel.
Min. Eliana Calmon, j. 15.5.02, DJU 21.10.02, pág. 263).

Assim, requer a ora agravante sejam as razões do Agravo


interposto sejam apreciadas pelo órgão colegiado dessa E. Corte, caso não haja retratação
por parte dessa eminente Ministra Relatora.

VI. DOS PEDIDOS.

Diante do exposto, REQUER respeitosamente a essa Egrégia


Corte:
a) Seja recebido e processado o presente Agravo.
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b) Sejam os autos apresentados em mesa, para ser a decisão


apreciada, sem audiência da parte contrária e independentemente de inscrição em pauta.
c) Sejam conhecidas e acatadas as razões apresentadas,
dando-se, no mérito, por todas ou quaisquer dos fundamentos invocados, total provimento
ao Agravo para o fim de reformar a r. decisão agravada, negando-se seguimento ao
recurso especial da Agravada (Tucumann) e seja apreciada a questão prejudicada no que
tange aos honorários de sucumbência, ou subsidiariamente seja esclarecida questão no que
tange a necessidade de apontar expressamente o termo inicial da prescrição.
Ainda, e por oportuno, ratifica a COHAB-CT as razões e os
pleitos do recurso especial interposto.

Nestes termos,
Pede deferimento.
Curitiba/PR, 14 de dezembro de 2021

Raphael Wotkoski Rafael Fernando Portela


OAB/PR 62.783 OAB/PR 54.780

Samir Braz Abdalla Cleverson Tuoto Benthien


OAB/PR 31.374 OAB/PR 45.001

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