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CAPÍTULO 10
ABERTURA DO CAPÍTULO
As equipes estão sendo introduzidas no mundo inteiro como meio para aumentar a
produtividade, a qualidade e a satisfação do trabalhador. Este capítulo diferencia entre equipes e
grupos, descreve tipos de equipe, explora alguns desafios do trabalho em equipe e discute o que
a administração pode fazer para gerar equipes de alto desempenho.
Introdução
Grupos versus Equipes
Conceitos Básicos de Grupos
Papéis
Normas
Fique por Dentro: A Ética nos Grupos: A Cola entre Estudantes Universitários
Coesão
Tamanho
Composição
Comunicação Informal: os Boatos
Status
A Decisão em Grupo Revisitada
O Que Explica a Popularidade das Equipes?
Tipos de Equipes
Equipes de Solução de Problemas
Equipes de Trabalho Autogeridas
Equipes Interfuncionais
Formando Equipes de Alto Desempenho
Resumo
Respostas às Questões para Revisão e Discussão
Estudo de Caso 10.1: Q Sapato
Estudo de Caso 10.2: O Programa do Boeing 777
Exercício de Habilidade: Avaliando a Eficácia da Equipe
✎ ESQUEMA ANOTADO
Introdução
Começou com uma pesquisa piloto em 1989. Gerentes da Texas Instruments da Malásia (TIM)
desejavam melhorar a produtividade e a qualidade de sua fábrica de circuitos integrados em
Kuala Lumpur. A cultura não era favorável ao trabalho em equipe: criados em uma tradição de
controle hierárquico e deferência para com figuras de autoridade, 90% dos funcionários eram
mulheres muçulmanas. Duas equipes gerenciais piloto foram criadas: uma destinada a melhorar
as atividades de manutenção e a outra para melhorar a operação da fábrica. Foram tão bem
sucedidas que a fábrica inteira foi convertida ao trabalho de equipe.
Um grupo é formado por dois ou mais indivíduos interdependentes que interagem para alcançar
determinados objetivos. Um grupo de trabalho é um grupo que interage basicamente para
compartilhar informações e tomar decisões para se ajudarem mutuamente no desempenho em
suas áreas distintas de atuação. Uma equipe de trabalho gera sinergia positiva mediante o
esforço coordenado. O Quadro 10.1 do livro destaca as diferenças entre grupos e equipes de
trabalho.
Os grupos não são desorganizados mas, sim, possuem uma estrutura que molda o
comportamento de seus membros.
Notas:
Notas:
Coesão. Os grupos diferem por sua coesão: o grau de motivação entre seus membros para
continuarem no grupo. Estudos têm demonstrado que a relação entre a coesão e a
produtividade depende das normas relativas ao desempenho estabelecidas pelo grupo. Quanto
mais coeso o grupo, mais os seus membros perseguem suas metas. O Quadro 10.3 do livro
resume a relação entre as seguintes técnicas no incentivo à coesão do grupo:
Notas:
Tamanho. Grupos grandes — com 12 ou mais membros — são bons para se obter
contribuições diversificadas. Grupos de aproximadamente sete membros tendem a ser mais
eficazes para empreender ação. Vadiagem social é a tendência de os indivíduos dedicarem
menos esforço quando trabalham coletivamente do que quando trabalham individualmente. Isso
contraria alguns estereótipos: o de que o espírito de equipe desperta o esforço individual e
aumenta a produtividade, e o de que a produtividade do grupo deve ser pelos menos igual à
soma dos esforços de seus membros. Entretanto, pesquisa realizada por Ringelmann e outros
sugere que os aumentos no tamanho do grupo são inversamente relacionados ao desempenho
individual. Embora a produtividade total de um grupo de quatro membros, por exemplo, seja
maior do que a de um grupo de dois membros, a produtividade individual declina. Portanto, os
gerentes que utilizam situações de trabalho coletivo para elevar o moral e promover o trabalho
de equipe também precisam identificar os esforços individuais.
Notas:
Notas:
Notas:
Status. Sendo uma posição ou categoria socialmente definida e atribuída pelos demais a grupos
ou membros do grupo, o status permeia toda sociedade. Pode produzir grandes conseqüências
comportamentais quando os indivíduos percebem uma disparidade entre o status que acreditam
ser o seu e o que os outros acham que é.
Status Formal e Informal. O status pode ser formalmente imposto por um grupo por meio de
títulos, como “o diretor executivo”, ou comodidades, como os adereços do status organizacional
elevado. Também pode ser adquirido informalmente por características como idade, educação,
sexo, habilidades e experiência.
Notas:
A Decisão em Grupo Revisitada. Esta seção discute processos internos aos grupos que
podem impedi-los de realizar seu potencial pleno na tomada de decisões. Em seguida, analisa
quatro técnicas para a tomada de decisões em grupo e a eficácia de cada uma na minimização
desses processos internos negativos.
Pensamento Grupal. Como fruto das pressões do grupo, o pensamento grupal é uma
deterioração da eficiência mental, verificação empírica e apreciação moral de um indivíduo. O
fenômeno ocorre quando os membros do grupo se tornam tão envolvidos na busca da
conformidade que a norma em prol do consenso sobrepuja a avaliação realista dos cursos
alternativos de ação e a expressão plena de opiniões divergentes e minoritárias ou impopulares.
O pensamento grupal pode ser caracterizado de quatro maneiras: (1) os membros do grupo
racionalizam qualquer resistência às premissas que assumiram; (2) os membros pressionam os
questionadores para que apóiem a alternativa preferida pela maioria; (3) os questionadores
mantêm silêncio sobre suas dúvidas e até minimizam para si mesmos a importância de suas
dúvidas; e (4) o grupo interpreta o silêncio de seus membros como um voto majoritário pelo sim.
O pensamento grupal pode resultar em diversas deficiências na tomada de decisões: avaliação
incompleta do problema, busca insuficiente de informações, viés seletivo no processamento das
informações, desenvolvimento e avaliação incompleta das alternativas, falta de análise dos
riscos da opção preferida e fracasso em reavaliar alternativas inicialmente rejeitadas. Cinco
variáveis podem condicionar a manifestação do pensamento grupal: a coesão do grupo, o
comportamento de seu líder, o fechamento do grupo aos de fora, pressões de prazos e o
fracasso em adotar procedimentos sistemáticos na tomada de decisões.
Notas:
Notas:
Tipos de Equipes
As equipes normalmente assumem uma dentre três formas: equipes de solução de problemas,
equipes de trabalho autogeridas e equipes interfuncionais (veja Quadro 10.6 do livro).
Notas:
Aptidões dos Membros. Os membros de equipes eficazes possuem três tipos diferentes de
habilidades: conhecimento técnico, aptidões para resolução de problemas, tomada de decisões
e habilidades interpessoais. Embora nenhuma equipe consiga maximizar o desempenho sem
esses três elementos, é crucial a existência de uma composição certa.
Notas:
Como um exemplo, a cultura japonesa é mais propensa às equipes do que a cultura americana.
Contudo, é um desafio introduzir equipes em uma população ativa constituída por indivíduos
nascidos e criados em uma sociedade extremamente individualista.
Notas:
Participando Efetivamente de uma Equipe. Embora alguns trabalhadores não possam ser
treinados, os seguintes métodos podem ser utilizados para converter indivíduos em participantes
efetivos de uma equipe.
Notas:
Notas:
2Resumo
1. Todas as equipes são grupos. A sinergia criada pelas equipes resulta em níveis de
desempenho que ultrapassam a soma das contribuições individuais. Existem três tipos de
equipes: as de solução de problemas, as autogeridas e as interfuncionais.
2. Os papéis moldam o comportamento mediante a criação de padrões de comportamentos
específicos para as diferentes situações. As normas moldam o comportamento ao imporem
padrões aos membros do grupo.
3. A relação coesão-produtividade é intermediada pelas normas de desempenho do grupo.
4. Ao medir as contribuições individuais em relação aos esforços da equipe, os gerentes
podem minimizar a vadiagem social.
5. Os boatos (1) não são controlados pela administração, (2) são percebidos como mais
confiáveis do que os canais formais de comunicação e (3) atendem aos interesses pessoais
daqueles que os praticam.
6. O pensamento grupal abafa as posições divergentes, minoritárias ou impopulares. A
mudança grupal é um movimento do grupo rumo a uma posição mais extrema do que aquela
sustentada pelos indivíduos.
7. Equipes de alto desempenho caracterizam-se por: pequeno porte, habilidades diversas,
congruência entre pessoas e papéis, um propósito significativo para o grupo, metas específicas,
responsabilização individual e em equipe, um sistema de avaliação e recompensa para
contemplar o desempenho de equipe e elevada confiança mútua.
8. A administração pode transformar os indivíduos em participantes de equipe mediante a
seleção de membros com uma orientação coletivista, o treinamento em equipe e a reformulação
do sistema de premiação para incentivar a cooperação.
1. Você preferiria um cargo projetado em torno de você como indivíduo ou um cargo que o
coloca em uma equipe autogerida? Por quê?
Antes que seus alunos respondam a esta pergunta, faça-os responderem ao exercício de
Autoconhecimento: Você Tem uma Mentalidade de Equipe?, apresentado no Capítulo 10 do
livro.
As pessoas desejam pertencer ao grupo para evitar serem visivelmente diferentes e, por isso, se
sentirão pressionadas a conformar-se. Mesmo quando a opinião de uma pessoa sobre dados
objetivos diverge significativamente da opinião de outras do grupo, ela se sentirá pressionada a
conformar-se à opinião do grupo. Embora cada grupo tenha seu próprio conjunto de normas, as
normas com que os gerentes devem se preocupar mais dizem respeito aos processos
relacionados com o desempenho. Os grupos de trabalho normalmente fornecem a seus
membros sugestões sobre o quanto devem empenhar-se no trabalho, como proceder para o
trabalho ser concluído, seu nível de produção e os canais corretos de comunicação. Essas
normas exercem um poderoso efeito sobre o desempenho do funcionário.
3. Os gerentes devem procurar formar grupos coesos? Se desejarem grupos coesos, o que
deverão fazer para encorajá-los?
As pesquisas mostram que a relação entre coesão e produtividade depende das normas de
desempenho do grupo. Quanto mais coeso o grupo, mais os membros buscarão as metas do
grupo. Os gerentes podem utilizar as seguintes técnicas para incentivar a coesão do grupo:
4. Que previsões você faria com relação ao efeito da diversidade racial ou nacional no
desempenho de um grupo?
No curto prazo, a diversidade pode interferir nos processos grupais porque os membros sentem
dificuldade em aprender a trabalhar uns com os outros, superar desacordos e resolver
problemas. Dessa forma, grupos heterogêneos não desempenham tão bem quanto grupos
homogêneos – ambos recém-formados -, mas as diferenças desaparecem em cerca de três
meses.
O conflito pode ser negativo quando desvia os esforços do grupo da realização das metas,
alimenta o descontentamento, dissolve laços comuns e resulta no colapso do grupo. Entretanto,
um nível baixo ou moderado de conflito pode ser benéfico: quando reduz a apatia, a estagnação
ou a resistência à mudança; quando melhora a qualidade das decisões, estimula a criatividade e
a inovação e proporciona uma oportunidade para ventilar os problemas.
As quatro técnicas de decisão apresentadas no livro são: interação face a face entre os
membros do grupo, brainstorming, técnica de grupo nominal e reuniões eletrônicas. Cada uma
dessas técnicas possui seu próprio conjunto de vantagens e desvantagens. A preferência por
uma técnica em relação a outra dependerá de quais critérios se pretende enfatizar e da relação
custo-benefício. A interação face a face, por exemplo, é boa para formar coesão de grupo, o
brainstorming minimiza a pressão social, a técnica de grupo nominal é um meio barato para
gerar muitas idéias e as reuniões em rede processam rapidamente as idéias.
1. Se você fosse um dos três jovens gerentes da K Shoes, o que você faria a seguir? Por
quê?
Uma vez que a administração não era indiferente à necessidade de mudança, esses jovens
gerentes deveriam solicitar permissão para formar uma equipe. Embora os jovens gerentes
saibam que a K Shoes “esgotara os ganhos de produtividade simplesmente fazendo as pessoas
trabalharem mais e aumentando a mecanização e a especialização”, sua solução para a
lucratividade de longo prazo é fazer “algo diferente”. Neste momento, esse algo é reorganizar a
K Shoes em torno de equipes autogeridas. Contudo, sua equipe deveria pesquisar a história do
trabalho de equipe de outras organizações similares. Se sua pesquisa demonstrar que as
equipes autogeridas podem aumentar a produtividade, a flexibilidade e a lucratividade na K
Shoes, a alta administração deveria ser comunicada sobre as descobertas, em uma
apresentação formal. Se a administração concordar, os jovens gerentes deveriam, em seguida,
projetar, implementar e monitorar sistematicamente o processo de conversão para equipes
autogeridas.
3. “Se está quebrado, não conserte”. Você é capaz de defender a não introdução de equipes
na K Shoes? Quão válido você pensa que é esse caso?
Neste ponto, Ritchie, Perkins e Kelly acreditam que as equipes autogeridas beneficiarão a K
Shoes, mas até que realizem mais pesquisas, aderir ao “trem da alegria” das equipes
autogeridas pode ser um grande equívoco. Contudo, o caso em si revela que o mercado mudou
e continuará a mudar. A competição estrangeira baseada na qualidade, vinda dos fabricantes
italianos, roubou uma fatia de mercado da K Shoes; depois, concorrentes chineses e do sudeste
asiático entraram no mercado com sapatos de qualidade e preços baixos. Respondendo a esses
desafios, a K Shoes reduziu sua força de trabalho de 3.600, em 1972, para 1.100, em 1992,
aumentando a mecanização e solicitando mais empenho dos funcionários. Os custos reduzidos
e o aumento da produtividade tornaram a companhia altamente lucrativa na produção em grande
escala de um número limitado de modelos de calçados. Mas as preferências do consumidor se
tornaram progressivamente mais fragmentadas. Esse nicho de mercado em rápida
transformação exige flexibilidade que os métodos de produção em massa da K Shoes não pode
proporcionar. Para citar Ritchie, portanto, “precisamos fazer algo diferente”. Os jovens gerentes
desejam ser previdentes. Mudanças abrangentes e dolorosas podem ser necessárias para que a
K Shoes possa competir no mercado globalizado do futuro. É melhor realizar essas mudanças a
partir de uma posição de força do que esperar uma crise para realizá-las. Uma vez que o
consumidor está ganhando mais poder e a competição está se intensificando, manter a situação
como está pode significar o desastre.
1. Por que você acha que o uso de equipes era novidade para a concepção de um projeto
complexo como o de uma aeronave?
2. Até que ponto você acha válida a preocupação da administração de que as equipes
poderiam fornecer aos concorrentes informações cruciais sobre sua nova aeronave,
principalmente com clientes ativamente envolvidos no projeto?
A espionagem empresarial existia muito tempo antes do trabalho de equipe ser implementado na
Boeing. Simplesmente porque um representante de marketing se comunica com um engenheiro
durante um projeto, não significa que (1) o engenheiro entenderá o bastante da estratégia de
marketing para “vazar” informação para os concorrentes ou que (2) a comunicação entre os
funcionários tornará cada um deles mais ou menos leais à companhia. Além disso, pesquisar a
opinião dos clientes sobre o produto antes de a companhia projetá-lo e montar um protótipo ou
testá-lo antes de seu lançamento no mercado são práticas empresariais comuns. Embora a
inclusão dos clientes na fase do projeto envolva certo risco, isto não será menos arriscado do
que comercializar um produto que os clientes não comprarão?
Desenhar aviões seqüencialmente pode gerar problemas. Tome-se, por exemplo, o caso em que
duas equipes de trabalho da Boeing descobriram um conflito no projeto. Uma delas projetou o
sistema de oxigênio dos passageiros para o mesmo ponto em que a outra havia colocado o
sistema de ventilação, o pequeno dispositivo que sopra ar fresco na direção do passageiro.
Reunindo-se com uma equipe de integração, as duas equipes de trabalho apresentaram uma
solução em três horas: uma braçadeira especial para sustentar ambos os sistemas. Na
fabricação seqüencial, esse problema não teria sido detectado até que o avião estivesse sendo
fabricado. Uma vez que dois departamentos auto-suficientes sem canais de comunicação bem-
desenvolvidos haviam criado dois desenhos distintos, a solução do problema teria levado muito
mais tempo e atrasado a conclusão do projeto. A estrutura de equipes da Boeing possibilitou que
múltiplos grupos trabalhassem simultaneamente no projeto, solucionando assim os problemas
com muito mais rapidez, dentro do orçamento e dentro do prazo.
O questionário incluído nesta tarefa possibilitará aos seus alunos realizarem o exercício de
habilidade. Você pode usá-lo em conjunto com quaisquer formulários de avaliação de equipe ou
de colegas que você tiver adotado. Além disso, você pode usar este questionário para detectar
problemas que ocorrem quando os alunos trabalham em equipes. Você pode discutir esses
problemas em classe para gerar idéias e pedir aos alunos que escrevam trabalhos curtos que
apresentem os problemas, ofereçam possíveis soluções aos mesmos e desenvolvam planos de
ação para implementá-las.