Você está na página 1de 15

AULA 5

GESTÃO DE PESSOAS E
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL

Profª Carolina Feltrin


INTRODUÇÃO

Olá, alunos e alunos, seguimos nossos estudos com o tema sobre criação
e aplicação de vivência em grupos. Nesta aula, focaremos em temas específicos
sobre grupos, a dinâmica e funcionamento de grupos, para que servem as
atividades em grupos nas organizações, a aplicabilidade no mundo
organizacional, os cuidados na aplicação dessas vivências em grupos e os
resultados que geram efetivamente nas empresas e consequentemente nas
pessoas.
Nesta aula, será importante que revisitemos outros temas que já
estudamos para integração e desenvolvimento dos próximos temas.
Seja bem-vindo e tenha boa caminhada de estudos!

TEMA 1 – DINÂMICA DOS GRUPOS

Para iniciar nossos estudos sobre esse tema será essencial alguns
conceitos e reflexões: O que é Dinâmica de grupo?
É toda atividade que se desenvolve com um grupo e tem por objetivo:

1. Integrar
2. Desinibir
3. Divertir
4. Refletir
5. Aprender
6. Apresentar e promover o conhecimento entre as pessoas

Atuar em equipe tem sido umas das competências mais solicitadas pelas
organizações que desejam atingir seus resultados e obter sucesso. Por esse
motivo, as empresas geralmente têm estimulado e valorizado os profissionais que
desejam atuar num movimento positivo de equipe.
Ainda desenvolvem uma capacidade de agregar novos valores aos seus
negócios e de gerar confiança aos seus funcionários, proporcionando um
ambiente saudável e perene. Desta forma, as dinâmicas dos grupos podem
realizar por meio dos jogos diferentes maneiras e desenvolver as equipes de
forma lúdica, criativa e natural, estimulando mudanças comportamentais e de
clima organizacional.

2
Crédito: Party People Studio/Shutterstock.

• Jogos: são mecanismos utilizados em processos de aprendizagem,


bem como na transmissão e fixação de novos comportamentos.
Estimulam que o indivíduo se sinta espontâneo e libere sua criatividade
no momento em que vivencia ou experiencia alguma atividade proposta
pelo facilitador. Existem diversos tipos de jogos utilizados nas dinâmicas
de grupo, entre eles estão os chamados quebra-gelos, que são utilizados
para diminuir o campo de tensão, produzindo um ambiente mais leve, que
tende a favorecer a ampliação de respostas e comportamentos que
permitem que o indivíduo alcance outras formas de solucionar possíveis
conflitos. Ao estar presente no jogo e vivê-lo, poderá acontecer uma
reflexão ou percepção do modo de agir e interagir entre os participantes,
abrindo, assim, a possibilidade de mudá-los e aprender com essa
experiência.

Desta forma, existem várias razões para que as empresas busquem, a


partir das dinâmicas dos grupos, alguns objetivos a serem alcançados com
relação à gestão de pessoas. Uma delas são as pessoas – patrimônio de um
ambiente organizacional.

Crédito: Fizkes/Shutterstock.

3
Toda organização é formada de gente e, para que exista eficácia em suas
ações e realizações, é necessário haver uma congruência no trabalho em equipe.
E dinâmicas de trabalho em equipe é a engrenagem que faz um grupo de pessoas
agir com clareza e foco do que tem que ser feito. Porém, veremos, mais à frente,
alguns pontos de atenção sobre esse processo, pois quando a dinâmica é bem
pensada e aplicada, promove o desenvolvimento pessoal e profissional dos
envolvidos.

Crédito: Lightspring/Shutterstock.

Cada indivíduo possui seu desenvolvimento e suas necessidades a serem


atendidas. Porém, o processo de relacionamento interpessoal nas organizações
acontece de forma que necessita que todos em conjunto foquem em objetivos
comuns e que tenham resultados alinhados à estratégia da organização. Desta
maneira, nas dinâmicas há um olhar do que cada indivíduo pensa, sente e se
comporta a partir da sua autoconsciência e em conjunto como pode toras decisões
e fazer escolhas no grupo como um todo. Cada grupo de pessoas pode agir com
maior sincronia, pois os pontos fortes individuais se tornam a fortaleza de todos
os participantes. Por essas razões, as dinâmicas em grupos estão sendo
indicadas como instrumento de desenvolvimento humano e para gestão de
pessoas.

4
TEMA 2 – PARA QUE SERVEM AS ATIVIDADES EM GRUPO

Crédito: Robert Kneschke/Shutterstock.

Como estudados anteriormente, as dinâmicas auxiliam as organizações a


simular vivências em busca de novos resultados. Abaixo, deem uma olhada nas
suas possíveis aplicabilidades:

1. Estimular novas aprendizagens


2. Permitir que todos os integrantes de um grupo interajam
3. Levar o indivíduo à sua espontaneidade e criatividade
4. Criar nova rotina do corpo e da mente
5. Ampliar o campo de consciência e respostas do indivíduo
6. Experimentar novos comportamentos de forma protegida (simulação)
7. Definir os comportamentos e o que se quer (missão, visão, valores, regras,
regras de conduta)

Desta forma, há diversas maneiras de utilizar as dinâmicas no contexto


empresarial:

• Seleção de pessoal: interna ou externa. Nos processos seletivos, as


dinâmicas são utilizadas para avaliar as competências técnicas ou
comportamentais dos candidatos que não podem ser avaliadas por
exemplo apenas numa entrevista ou conversa. Por exemplo, se o candidato
possui perfil de liderança, e a vaga solicita essa competência para a vaga
em questão, pode-se ver esse comportamento aparecendo na dinâmica de
grupo.
5
• Integração de pessoal: a técnica da integração permite análise do
comportamento pessoal e coletivo do grupo no início das atividades como
novo colaborador ou equipes que necessitam revisitar alguns pontos do seu
relacionamento interpessoal. Sobretudo, tende a favorecer clima de
interação, comunicação e resolução de possíveis conflitos. Os exercícios
propostos pelas técnicas de integração fazem com que as pessoas possam
refletir acerca das suas atitudes, de como se comportam em relação aos
outros e com a empresa da qual fazem parte.
• Capacitação: Ampliar a capacidade de escutar e de observar. Tende a ser
um exercício que facilita o trabalho dos gestores, orientando o trabalho do
grupo com clareza e objetividade.
• Animação: objetiva minimizar as tensões do dia a dia de trabalho,
liberando o corpo, trazendo alívio tanto para o aspecto físico quanto para o
campo emocional e psicológico. Momentos de introspecção, refletindo
acerca da sua função dentro do ambiente corporativo e se situando diante
dos seus colegas e demais integrantes da equipe.
• Apresentação: ambiente com maior receptividade, pode ser positivo para
apresentar colegas novos que estão ingressando no ambiente de trabalho.
Outra característica é o autoconhecimento, pois o funcionário tem a
possibilidade de fazer uma reflexão a respeito até mesmo do seu próprio
comportamento.
• Quebra-gelo: grupos que ainda estão em fase de conhecimento. Pode
romper com os comportamentos mais tímidos de pessoas mais acanhadas.

TEMA 3 – APLICABILIDADE

Crédito: New Vectors/Shutterstock.

6
Como estudamos até aqui, as dinâmicas de grupo são atividades
desenvolvidas para diversos estilos de profissionais da área, possuindo vários
objetivos, podendo ser conduzidas, também, por diferentes facilitadores.
As dinâmicas de grupo podem ser aplicadas em diferentes cenários e
contextos, desde que os profissionais possuam formação e experiência nesse
assunto. O objetivo pode ser integrar os novos colaboradores, identificar perfis,
líderes, criar soluções e opções para problemas, estimular a colaboração,
aumentar a performance ou promover algum tipo de mudança.
Seja qual for a finalidade, é necessário comunicar de forma assertiva aos
envolvidos o que será feito e o que se pretende atingir, para aumentar os
resultados esperados.
E o facilitador, além de ser capacitado, também necessita entender a
importância da atividade para a organização, seus objetivos e resultados. Desta
forma, é essencial identificar as fases do processo de dinâmicas dos grupos e sua
aplicabilidade:

1. Identificando competências: por exemplo, num processo de seleção de


pessoal, os candidatos podem ser identificadas em seus potenciais por
meio das dinâmicas em grupos, que envolvem a capacidade de se
trabalhar bem em grupo, comunicação, relacionamento interpessoal ou
resolução de conflitos.

Crédito: Andrii Yalanskyi/Shutterstock.

2. Auxiliar nas tomadas de decisões e soluções de problemas: as


dinâmicas também auxiliam a levantar o perfil comportamental de cada

7
candidato. Também pode ser atrelada às dinâmicas de grupos com os
testes psicológicos, pois essa análise em conjunto torna-se mais efetiva e
completa.

Crédito: Rawpixel.Com/Shutterstock.

3. Levantar a eficácia das dinâmicas de grupo para cada situação: ter


antecipadamente os principais objetivos de uma dinâmica de grupo em
uma empresa.

Crédito: 3rdtimeluckystudio/Shutterstock.

a) Ter clareza do que se espera do processo.


b) Alinhar os objetivos das dinâmicas com os da empresa.
c) Desenvolver ações para que os candidatos se sintam mais confortáveis
durante o processo seletivo.
d) Trabalhar a motivação para que o perfil comportamental possa ser traçado.
e) Buscar dinâmicas inovadoras e diferentes. A novidade pode despertar
melhores resultados. Se o candidato já conhecer o jogo ou exercício
proposto, ele pode se acomodar durante sua execução.
8
f) Conhecer os candidatos por meio de uma apresentação.

TEMA 4 – CUIDADOS NA APLICAÇÃO DA VIVÊNCIA EM GRUPOS

4.1 Para o facilitador de dinâmicas de grupo

Crédito: Just dance/Shutterstock.

A facilitação de grupos pode ser considerada uma das formas que


estimulam pessoas a liderar outras pessoas e desenvolver equipes. Desta forma,
é o facilitador que possui o papel de estimular as respostas do grupo e formular
perguntas reflexivas e coerentes com as questões que são apresentadas no
contexto.
Facilitação significa: “ação ou efeito de facilitar (descomplicar)”. Na
metodologia da facilitação de grupos, a ideia principal é desenvolver habilidades
de descomplicar conteúdos, ideias e conflitos para a tomada de decisões.
O ponto de atenção aqui é de como ser um facilitador, desde a formação
até novas aprendizagens. Hoje, existem diversas formações para formação de
facilitadores de grupos e que cuidam de etapas fundamentais para condução,
técnicas, ferramentas, instrumentos e reais objetivos na jornada com pessoas.
Porém, existem alguns pontos que podemos citar para que um facilitador de
grupos tenha ao lidar com esse foco:

1. Realizar perguntas: o facilitador não se foca na teoria ou no conteúdo,


mas, sim, no processo de criação do conteúdo pelo próprio grupo e

9
estimula a participação dos envolvidos ao trazer questões que emergem
das pessoas envolvidas.
2. Dar atenção a todos envolvidos no grupo: assegura que todos os
envolvidos em algum tema estejam representados nos processos de
escolha e decisão. Sobretudo, perceber cada contexto e realidade de cada
participante.
3. Ficar atento a cada momento: o papel da facilitação é olhar o momento
do grupo e os momentos individuais das pessoas, para decidir quais ações
podem ajudar melhor o processo.
4. Perceber o seu estilo quanto facilitador: reconhecer seu jeito e suas
competências, como conduz um grupo, e adaptar seu estilo de acordo com
as necessidades de um grupo ou atividade. Dependendo do momento em
que o grupo está ou de quem está no seu grupo, o facilitador terá que
adaptar o seu estilo para não perder o engajamento e a energia. Existem
diferentes classificações e estudos sobre estilos de facilitação. Entre as
teorias, está a de Esther Cameron, que trata de diferentes aspectos de
facilitação em termos de espectros. Os três principais aspectos são:
Energia (oscilando entre ativa e reflexiva); Orientação (de teórica a
experiencial); e Controle (de agressivo a passivo).

Controle Energia

Orientação

• Energia: como utiliza o tom e volume da voz e movimentação corporal.


Existem líderes que seguem o estilo ativo e outros o reflexivo, este último
com volume e tom de voz baixos e voz pausada. Independente do estilo,
ambos podem chegar a bons resultados no trabalho em equipe.

10
• Orientação: existem muitas maneiras de conduzir uma reunião ou
atividade. Pode-se seguir um estilo de orientação teórico, trazendo
conceitos, abstrações e teorias ou pautar-se na vivência dos participantes
como conteúdo da dinâmica, levando um estilo conhecido como
experiencial.
• Controle: o líder como influenciador pode escolher entre dar maior ou
menor autonomia ao grupo no processo, seja em temas como controle do
tempo, questionamentos ou decisão de etapas.

4.2 Para o profissional ou candidato

Em geral, os processos seletivos podem causar ansiedade, ainda mais nos


candidatos que estão buscando emprego. Mesmo tendo consciência de que o
entrevistador deseja conhecer os candidatos, existem alguns “tabus” nesse
processo por parte dos facilitadores (como vimos acima) e dos candidatos ou
profissionais que fazem parte do processo. Desta forma, veremos aqui alguns
pontos para esse processo do lado do participante em dinâmicas, jogos e
processos seletivos, pois o nervosismo ou a ansiedade pode atrapalhar. Veremos,
a seguir, alguns cuidados:

1. Prepara-se para o processo seletivo: conhecer missão, visão e valores


da organização em que fará o processo seletivo. Estudar o que faz a
empresa, seu propósito e qual a possível vaga que está sendo elegível.
2. Cuidar com a comunicação e com a escrita: nas dinâmicas de grupos,
momento em que o recrutador avaliará sua habilidade de argumentar, tanto
na forma escrita quanto oral.
3. Etiqueta e vestuário: não apenas para o dia da dinâmica de grupo, mas
para todas as etapas do processo.
4. Participação efetiva: cuidado para não tentar se sobressair a qualquer
custo, ou ficar totalmente calado. Esses perfis são identificados mais
facilmente: os que querem falar o tempo todo ou os que não falam nada. A
ideia é buscar o equilíbrio.
5. Falar a verdade: a legitimidade é um dos requisitos básicos para que o
candidato seja selecionado para uma vaga de emprego. Por isso, cuide
para não confundir as informações. Exemplo: a dinâmica que participará é

11
em inglês e está no seu currículo que tem fluência, mas, na verdade, possui
nível intermediário e não se comunica com proficiência.
6. Pontualidade: os atrasos podem prejudicar essa etapa de seleção, pois os
facilitadores têm um indicador de como lida com o tempo.

TEMA 5 – RESULTADOS

Como estudamos, as dinâmicas de grupo e jogos são instrumentos


eficazes para diversos objetivos nas organizações. Podem transmitir de forma
prática e lúdica conteúdos e habilidades importantes à rotina de quem conduz uma
equipe, projeto ou empresa. Porém, não podemos deixar de lado os resultados
desses instrumentos, pois vemos em algumas realidades que a percepção das
pessoas ainda é distorcida quanto aos objetivos dessa metodologia, tendo como
percepção apenas brincadeiras e atividades sem objetivos ou resultados
concretos.
Para isso, estudaremos a seguir alguns pontos importantes listados como
resultados tangíveis sobre as dinâmicas de grupos:

1. Definir objetivos de aprendizagem: para escolher qual dinâmica aplicar,


é preciso estabelecer primeiro o objetivo de aprendizagem. Qual
competência ou habilidade você quer desenvolver? Não adianta ser uma
dinâmica legal se não conseguir chegar aos objetivos esperados.

Crédito: Patpitchaya/Shutterstock.

12
2. Analise o perfil do grupo: definido o objetivo da dinâmica, o próximo
passo é analisar o perfil do grupo para o qual será aplicada a dinâmica.
Existem atividades para cada estilo de grupo, necessidades e tamanho.

Crédito: Dedraw Studio/Shutterstock.

3. A escolha do facilitador: com vivência e experiência em questão – Atuar


de forma profissional, com empatia e saber do seu papel no grupo.

Crédito: Fizkes/Shutterstock

4. Buscar aprendizados da dinâmica na realidade: é essencial que o


facilitador conduza também o processo para falar sobre os aprendizados
da dinâmica no dia a dia. Ou seja, como ela se conecta com o trabalho e a
vida das pessoas que acabaram de experimentá-la.

13
Crédito: Party People Studio/Shutterstock

14
REFERÊNCIAS

PEREIRA, G. da S. Análise transacional. Rio de Janeiro: SESC, 1974.

WEIL, P. Dinâmica de grupo e desenvolvimento em relações humanas. Belo


Horizonte: Editora Itatitaia Ltda., 1967.

YOSO, R. Y. K. 100 jogos para grupos: uma abordagem psicodramática para


empresas, escolas e clínicas. São Paulo: Editora Ágora, 1996.

15

Você também pode gostar