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JOGOS E DINÂMICAS DE GRUPO

Prof. Nei Domiciano da Silva

JOGOS E DINÂMICAS DE GRUPO

1. ATIVIDADES GRUPAIS

1.1. Características das atividades Grupais

As atividades grupais têm um caráter experimental na maioria das vezes são realizadas em
diferentes situações e proporcionam resultados distintos. Dependem de uma série de fatores, e a
imprevisibilidade dos resultados exige do facilitador um bom planejamento e disposição. Por outro
lado, proporcionam grande flexibilidade ao facilitador, que pode adaptá-las segundo os diferentes
momentos do grupo, bem como orientar o grupo para a realização das metas. Reflita que neste
tipo de atividade há participação de todos os membros, gerando comprometimento e exigindo
maior responsabilidade do grupo. As dinâmicas proporcionam grande motivação, pelos desafios
que representam para o grupo, assegurando ganhos para todos.

1.2. Tipos de atividades grupais

Em seu livro Militão& Militão (2000) classifica os diferentes tipos de atividades grupais em:
vivência, dinâmica, técnica e jogo.

Vivência => conjunto de atividades que busca mudanças pessoais, a partir de experiências
grupais diretas.

Nas vivências os participantes devem ser estimulados a experimentar comportamentos diferentes


na sua interação com os demais integrantes do grupo. A realização da vivência em si, passa por
uma etapa de análise ou reflexão, por um esforço de conceituação e finalmente, estabelecimento
de correlação com a realidade, a fim de estabelecer o aprendizado obtido pelo participante.
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Dinâmica => desenvolve junto ao grupo que tem o objetivo de descontrair, integrar, refletir,
aprender, apresentar, promover o conhecimento, divertir, aquecer, “quebra o gelo”, competir,
gerar aprendizado. Descobre o efeito benéfico do FEEDBACK, através das discussões surgidas e
da exposição de sentimentos e geração de aprendizado.

Aplicar uma dinâmica de grupo é possibilitar o exercício de uma vivência. É um processo


vivencial, é um momento de laboratório, que pode ir além de um simples “quebra-gelo” a reflexões
e aprendizados mais profundos e elaborados.

Técnica => Termo muito utilizado como variação de dinâmica ou vivência. Nomenclatura que
denomina o exercício a ser vivenciado. Método ou procedimento.

Jogos => Exercício laboratorial que exige relação entre pessoas. Competição dinâmica,
saudável, com fins de recreação, aprendizagem, reflexão ou correlação com a prática do dia-a-
dia.

2.1. Para que servem os jogos?

As principais características ou objetivos de um jogo são:

a) Gerar ou propiciar aprendizado;

b) Definir, com clareza, os comportamentos e o que se quer (missão, visão, valores,


regras, regras de conduta);

c) Levar à competição, mesmo que não se precise fazer a contagem de pontos.

d) Fazer com que todos os participantes interajam, embora alguns não se envolvam –
prefiram ficar no anonimato.

2.2. Quais as vantagens dos jogos?


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É de caráter experimental é gerado através dos participantes e não através das instruções do
facilitador. São baseados na ação do grupo e proporciona à pessoas a chance de colocar em
prática suas habilidades sem o risco de conseqüências realmente danosas – afinal, tudo é
simulação.

3.3. Etapas para planejamento do trabalho com grupos

Para você realizar o planejamento de atividades grupais, devemos seguir algumas etapas:

1) Fazer o diagnóstico => que tem como objetivo conhecer o contexto e as pessoas que
compõem o grupo- faixa etária, condição social, cultural, anseios, motivações, necessidades,
conversas, levantamento de dados, pesquisas. É permanente e deve ser revisto periodicamente.
A partir dos dados coletados devem permitir conhecer melhor o problema e o contexto a ser
trabalhado. Após análise e reflexão, devemos escolher, dentre as necessidade levantadas,
aquelas a serem priorizadas.

2) Definir os objetivos => Aonde se quer chegar, o que se pretende com o trabalho e quais os
resultados desejados. Os objetivos devem ser claros e precisos, pois nortearão todo o trabalho.

3) Definir Metas => Quantificar os objetivos. Estabelece o número de pessoas a serem


atendidas, quantos facilitadores atuarão e qual o tempo para realização do trabalho.

4) Definição de Estratégias => Operacionalizar o trabalho. Nesta etapa planeja-se como fazer
alcançar os objetivos propostos. Define-se os métodos, as técnicas e responsabilidades.

5) Levantar Recursos => Levantar tudo o que será necessário para a realização das
atividades, desde que envolve recursos humanos (pessoais envolvidas nas atividades.; os
recursos físicos (espaço, luminosidade, ventilação). Para isso deve-se considerar disponibilidade
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de espaço físico, temperatura, atividades a serem desenvolvidas, etc; recursos materiais ( papel,
lápis, giz, gravador, cadeiras, mesas TV, vídeo, projetor,etc), até os recursos financeiros (valores
de que se pode dispor para custear local, pessoal e material a ser utilizado).

6) Fazer Cronograma => Nada mais é que a distribuição das atividades previstas dentro do
tempo disponível para a realização do trabalho. Deve conter neste cronograma, número de
encontros, carga horária e temática por encontro.

7) Avaliar o trabalho grupal => Usar como ferramenta uma avaliação, que deve ser
permanente e sistemática. Deve anteceder e suceder cada etapa, a fim de verificar necessidades
de adequação ou reformulação. Busca conhecer a efetividade do trabalho, atingir os objetivos
propostos, modificações necessárias, etc.

3.4. Fases das atividades grupais

Aqui vamos aprender um roteiro para execução de vivências, dinâmicas ou jogos


grupais:
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3.5. Quem é o facilitador de grupo


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Alguns autores falam que a pessoa que conduz as atividades de um grupo de animador,
moderador ou coordenador. Optamos pelo FACILITADOR. A própria palavra já o descreve, em
síntese: tornar fácil a comunicação, o conhecimento, a integração, enfim favorecer o
relacionamento entre os membros do grupo, ser mediador em todas as situações geradas no
grupo, seja pessoal ou pertinente ao trabalho que estiver sendo iniciado ou desenvolvido.

Para entender melhor a ação do facilitador como educador (e não como simples animador de
programas), vamos ver abaixo algumas características da educação do Adulto:

 O adulto, através do processo de aprendizagem, torna-se cada vez mais apto a se


autodirigir, e as vivências acumuladas lhe permitem condições para isso.
 Seu ritmo de aprendizagem requer uma metodologia participativa, uma linguagem direta e
experiências concretas.
 O adulto aprende estabelecendo conexões entre os conhecimentos adquiridos e suas
experiências profissionais.

O que vemos então é que na metodologia para o adulto, o objetivo do ensino-aprendizagem


é o de explorar a experiência. O foco não está no conteúdo que é ensinado, mas nos
esquemas referenciais de quem aprende.

3.6. Características necessárias ao facilitador de grupos

São requisitos básicos ao desempenho do facilitador:


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 Saber ouvir e interpretar, de forma esclarecedora, as situações que ocorrem no grupo;


 Ter habilidade para sintetizar, clara e objetivamente, os comentários pessoais e grupais;
 Estar sensível aos movimentos do grupo, percebendo-os e dando um rumo mais
adequado;
 Procurar trazer e manter os comentários dentro do contexto que estiver sendo vivenciado;
 Estabelecer uma comunicação clara e objetiva;
 Manter coerência entre a verbalização e a postura profissional (comportamento) diante do
grupo;
 Respeitar e manter sigilo absoluto sobre o que for abordado durante as atividades do
grupo;
 Promover relacionamento agradável com todos os membros do grupo;
 Estar aberto à opiniões contrárias;
 Compartilhar o comando das atividades do grupo, permitindo um ambiente espontâneo e
de livre expressão;
 Não subestimar o potencial do grupo ou criar rótulos;
 Procurar conhecer previamente as características ou o contexto do grupo;
 Evitar aplicar “a técnica pela técnica”;
 Compartilhar com outro facilitador suas expectativas, inseguranças ou objetivos;
 Ser paciente. Aguardar o momento certo para falar;
 Habituar-se a trabalhar proativamente

É importante que, como facilitador, você tenha consciência do seu papel frente ao grupo,
suas responsabilidades e compromissos. Tenha em mente que as pessoas podem e querem
participar, portanto, ofereça conduções de participação e valoriza as contribuições individuais e
coletivas. E, acima, de tudo, preste atenção nas diferentes manifestações grupais, a fim de
realizar diagnósticos mais claros e intervenções eficazes.

3.7. Sites Recomendados para busca de Dinâmicas

O formador – www.formador.com.br

Revista Mundo Jovem – www.revistamundojovem.pucrs.br

3.8. Sugestão de Bibliografias sobre Dinâmicas de Grupos e Jogos Vivenciais


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 100 Jogos para Grupos - Ronaldo Yudi Yozo - Ed. Agora


 150 Jogos de Treinamento - Andy Kirby - T&D Editora
 Dinâmica de Grupo e de Relações Humanas - Silvino José Fritzen
 Exercícios Práticos de Dinâmica de Grupo - Silvino José Fritzen - Ed. Vozes.
 Jogos Cooperativos - Fábio Dutzi Brotto - Ed. Cooperação
 Jogos de Empresa e Técnicas Vivenciais - Maria Rita Miranda Gramigna - Ed. Makron
Books.
 Jogos e Técnicas Vivencias nas Empresas - Marise Jalowitzki -Ed. Madras Business.
 Jogos para Treinamento em Recursos Humanos - Gary Kroehnert - Ed. Manole.
 Manual de Técnicas de Dinâmica de Grupo de Sensibilização de Ludopedagogia -
Celso Antunes - Ed. Vozes
 SOS - Dinâmica de Grupo - Albigenor & Rose Militão - Ed. Qualimark
 Vivendo e Aprendendo Com Grupos - Uma Metodologia Construtivista de Dinâmica de
Grupo - Maria Carmem Tatagiba e Virgínia Filártiga - Editora: DP&A

REFERÊNCIAS

MILITÃO, Albigenor & Rose. Jogos, Dinâmicas & Vivências Grupais. Como desenvolver sua
melhor “técnica” em atividades grupais. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2000.

OLIVEIRA, Maria Cleida Klein.Processos Grupais: Visão Interdisciplinar. Canoas, RS:


Ed.ULBRA, 2008.

SERRÃO, M. BALEEIRO, M.C. Aprendendo a ser e a conviver. 2 ed. São Paulo: FTD, 1999.

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