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IFPE – campus Ipojuca

Curso: Técnico em Automação Industrial III


Disciplina: Relações Humanas no Trabalho
Profª Maria Soraia Silva Cruz

GRUPO – EQUIPE – AGLOMERADO DE PESSOAS

AGLOMERADO DE PESSOAS: Conjunto de pessoas que têm objetivos individuais, mas não estão desenvolvendo
ações em conjunto. Ex.: Pessoas numa parada de ônibus, vizinhos de uma rua, estudantes e uma sala de aula, pessoas em
uma fila etc.

GRUPO SOCIAL: É toda reunião de indivíduos em torno de um objetivo comum. Ele pode formar-se espontaneamente
(informal) ou de modo organizado (formal). Como exemplos de grupos espontâneos têm-se: crianças que se conhecem em
um parque e brincam juntas de esconde-esconde, de amarelinha, pessoas que se unem para apagar o fogo da casa do
vizinho. E de grupos organizados tem-se: clubes, times esportivos, comissões técnicas, batalhões militares. Nas ações
desenvolvidas pelos integrantes do grupo não há necessidade de esforço coordenado entre os membros. Ex.: Integrantes
de comissão de formatura.

EQUIPE: É toda reunião de indivíduos em torno de um objetivo comum em que as ações desenvolvidas pelos integrantes
exigem um esforço conjunto. Há interdependência entre os membros. Ex.: Equipes esportivas, equipe médica, banda de
músicos, orquestra, crianças cavando buracos, brincado de cabo de guerra.

O trabalho em grupo acontece quando várias pessoas trabalham em conjunto, buscando um único objetivo. Em
geral, nos trabalhos escolares cada integrante possui uma tarefa para desempenhar. Apesar de distintas, todas elas visam
um objetivo em comum. Em uma empresa, também há exemplos de trabalhos em grupo. É o caso com “equipes”
multiprofissionais. Veja esse exemplo: Para elaborar uma campanha de marketing para o Natal, uma loja varejista contou
com a colaboração de uma equipe, formada por:

 Um publicitário, que planejou a temática, estratégia e identidade da campanha;


 Um designer, que criou a comunicação gráfica da promoção;
 Um programador, que preparou o sistema de compras online para o evento;
 Um especialista em marketing digital, que planejou a divulgação nas mídias sociais;
 Um gestor de vendas, que preparou a equipe de vendedores de acordo.

Como você pode ver, existem muitas pessoas envolvidas em cada processo dentro de uma empresa. Nem
sempre, elas trabalham com a mesma tarefa ou a mesma etapa, mas o objetivo é sempre o mesmo. Já no trabalho em
equipe, todos os indivíduos estão trabalhando de maneira colaborativa na mesma tarefa ou etapa. No exemplo do tópico
anterior, cada uma das etapas pode contar com uma equipe, ao oposto de um único profissional:

 Uma equipe de publicidade colaborando para criar a estratégia e identidade da campanha;


 Uma equipe de design que produz todas as comunicações visuais;
 Uma equipe de programação para preparar o sistema;
 E assim por diante.

Ou seja, o trabalho em grupo pode englobar o trabalho de diferentes equipes, em diferentes etapas de um
procedimento.
Em síntese, grupo e equipe não são a mesma coisa. Enquanto o grupo de trabalho é aquele que interage
basicamente para compartilhar informações e tomar decisões que ajudem cada membro a desempenhar as funções em sua
área de responsabilidade, sem a necessidade de um trabalho coletivo que exija esforço conjunto; a equipe de trabalho
gera sinergia1 por meio do esforço coordenado, onde os esforços individuais resultam em um nível de desempenho maior
do que a soma das entradas individuais.

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Esforço simultâneo grande entre as partes para atingir o êxito. Exemplo: Quando há entre duas pessoas apenas duas alternativas e em
vez de discutirem sobre qual a melhor, elas procuram a terceira opção, ou seja, a opção mais sinergética. Há cooperação, união
(coesão), entendimento, consonância.
Atenção: Nem todo funcionário trabalha bem em equipe. Se for dada a opção, muitos deles vão preferir ficar “de fora”.
Há pessoas que preferem trabalhar sozinhas e, quando requisitadas para realizar um trabalho em conjunto, ameaçam
diretamente a moral e a satisfação do grupo. Portanto, ao se compor uma equipe, as preferências individuais devem ser
consideradas da mesma maneira que as habilidades, a personalidade e as capacidades. De maneira geral, as equipes que
apresentam excelente desempenho compõem-se de pessoas que apreciam trabalhar em grupo.

IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM GRUPO

O trabalho em grupo é importante justamente porque cada indivíduo pode contribuir de maneira distinta para um
objetivo. Com a diversidade que esse método proporciona, é possível aproveitar diferentes talentos e habilidades
para tornar um projeto verdadeiramente incrível. A colaboração de diferentes áreas de conhecimento possibilita inúmeros
avanços para a humanidade. Para um Técnico em Automação Industrial, por exemplo, quais as diferentes áreas de
conhecimento com as quais precisa contar? ______________________________________________________________.

PARTICIPAÇÃO/COLABORAÇÃO DOS MEMBROS DO GRUPO E ÉTICA

Em um grupo funcional, cada um tem a sua tarefa. Um dos principais requisitos para que o trabalho em grupo
apresente um bom desempenho é que seus membros operem em harmonia, sem ultrapassar seu lugar no grupo. Imagine
que para fazer um trabalho escolar um texto foi dividido em cinco temáticas. Cada um dos membros do grupo precisa
falar sobre uma delas. No entanto, um dos membros decide abordar sua parte e uma parte a mais, para que seu discurso se
torne mais completo. Embora a intenção desse integrante seja boa – melhorar o conteúdo apresentado – muito
provavelmente essa ação prejudicará a apresentação final, pois dois membros falarão sobre o mesmo tema, tornando-a
repetitiva.
O mesmo acontece no ambiente de trabalho, quando um colaborador tenta realizar trabalhos além do seu
escopo. Nesse caso, os resultados podem ser ainda mais graves, já que cada profissional é especialista em sua área.

PAPEL DO LÍDER

É papel do líder delegar, harmonizar e planejar a execução do trabalho como um todo. Sem alguém para
planejar as etapas, determinar como cada indivíduo pode contribuir e como melhor unir as partes do trabalho, seria
extremamente difícil coordenar esse tipo de tarefa. No exemplo do trabalho escolar, sem que um dos integrantes dividisse
as temáticas no texto e as delegasse para cada um, a ocorrência de informações repetidas ou faltantes na apresentação
final seria muito maior. Da mesma forma, uma empresa precisa de líderes para cuidar do planejamento estratégico de seus
processos. É de responsabilidade de um líder no trabalho em grupo:

 Deixar claras as metas e os objetivos: Os membros da equipe possuem uma visão compartilhada que se reflete
em objetivos específicos e se voltam para estes objetivos. São concentradas em resultados, e a visão e os
objetivos formam um ambiente favorável à priorização e à tomada de decisões.

 Distribuir responsabilidades: A responsabilidade para o cumprimento das metas é distribuída entre os membros
da equipe. Todos devem se comprometer para seguir o cronograma e respeitar os prazos.

 Favorecer a comunicação aberta - A expressão dos pensamentos e sentimentos das pessoas indicará as decisões
a serem tomadas; quando estes não são expressos, as decisões são baseadas em informações incompletas. Ocorre
também problemas que não são traduzidos e ficam escondidos, fazendo com que as equipes não possam chegar a
um consenso, dando espaço a falta de empenho. O feedback cuidadoso e honesto leva a equipe a se aperfeiçoar.
Os membros das equipes altamente eficazes participam de toda e qualquer discussão da equipe de maneira aberta
e sincera. Nelas, eles dizem o que pensam e respeitam as opiniões diferentes, são bons ouvintes, não interrompem,
falam com polidez e estão dispostos a se desafiarem e se confrontarem, não para uma disputa pessoal, mas para
crescerem com o consenso. E nada é feito às escondidas. Se apoiam mutuamente em todas as tarefas e desafios.

 Realizar avaliação constante (feedback): São realizadas diversas avaliações de seu progresso com relação às
metas a serem atingidas. Dê feedback, tanto positivo quanto negativo. Faça isso de maneira empática e sensível,
de preferência de maneira particular|*.

 Respeitar e valorizar a diversidade de habilidades e de funções: A equipe por possuir integrantes com
habilidades e experiências diferentes pode responder e vencer diversos desafios com maior velocidade e eficácia.
Equipes eficazes percebem que diversas percepções enriquecem e conseguem elevar ao máximo a interação das
diferentes habilidades, conhecimentos e pontos individuais fortes. Os membros buscam pontos de vista diferentes
e aprendem uns com os outros e valorizam tanto as diferenças que buscam selecionar pessoas novas para fazerem
parte da equipe. Com isso, enriquecem a equipe com novos estilos, habilidades, informações e óticas diversas das
existentes.

 Garantir os recursos necessários para a realização da tarefa.

 Definir o tamanho do grupo: geralmente com menos de 10 pessoas funciona melhor (diminui a “folga” social).

 Trabalhar a adaptabilidade e flexibilidade: capacidade de reagir com rapidez às constantes mudanças do


ambiente. Isto só é possível quando os membros da equipe enxergam mudanças com bons olhos, como uma
oportunidade de reavaliar suas posições. Equipes eficazes desafiam o processo e aperfeiçoam continuamente o
método de ação da equipe, desempenhando diferentes funções, quando necessário. As equipes formadas por
indivíduos flexíveis podem completar as tarefas uns dos outros.

 Reconhecer os sucessos individuais e de equipe: através de premiação ou elogios.

 Permitir o compartilhamento de liderança: A liderança em equipes eficazes nunca é imposta por posição
ou status. Qualquer membro da equipe pode assumir a liderança dependendo do trabalho a ser realizado e das
necessidades da equipe. O líder atua como facilitador para a equipe e todos são amplamente responsáveis pela
eficácia dela.

 Administrar conflitos: Enfrentar os conflitos de maneira construtiva e aberta.

CONCEITOS BÁSICOS SOBRE O FUNCIONAMENTO DE GRUPO

O comportamento das pessoas dentro dos grupos é algo mais do que a simples soma dos comportamentos de cada
uma delas. Quando reunidas agem de maneira diferente daquela de quando estão sozinhas. Compreender os conceitos
básicos sobre o funcionamento de grupos pode ajudar a explicar vários fenômenos do comportamento organizacional.

Coesão: É a força que une as pessoas do grupo. Pode ser reforçada por motivos psicológicos (laços de amizade, de
simpatia/antipatia) ou por motivos sociais (atividades em comum). A produtividade de um grupo depende muito da
composição do grupo da afinidade entre os componentes. Em geral, quando dois indivíduos se antipatizam a
produtividade é menor do que quando a escolha é recíproca, em que os dois se simpatizam e colabora um com o outro.
É importante que nas organizações, antes da formação de um grupo, sejam estudadas as forças que fazem com
que os indivíduos gostem um do outro, para que possa ser compreendida a dinâmica psicossocial do grupo que queira se
estruturar. Porém nem sempre isso é possível. Por isso, o grupo deve ter sempre o desejo de melhorar a si mesmo e de
encontrar a solução para cada uma de suas crises.

Papéis: Dependendo do papel desempenhado na organização é esperado que este indivíduo adote um conjunto de padrões
comportamentais, atribuídos a alguém que ocupa uma determinada posição em uma unidade social. Exemplo: funcionário,
membro da diretoria de compras, membro do comitê de ética etc. Às vezes os papéis desempenhados por uma mesma
pessoa são compatíveis entre si e às vezes não são, geram conflitos. Se um indivíduo faz parte de grupos diferentes,
provavelmente haverá a necessidade de desempenhar papéis diferentes. Podemos compreender melhor o comportamento
de uma pessoa em uma situação específica se soubermos qual papel ela está desempenhando naquele momento.

Normas: São padrões aceitáveis de comportamento compartilhados por todos os membros do grupo. Ex. Jogadores de
golfe não falam enquanto um deles está armando sua jogada. Funcionários não criticam seus chefes em público.

Status: É a posição social definida ou atribuída pelas pessoas a um grupo ou membros de um grupo. O status tende a se
derivar de três fontes: o poder que uma pessoa exerce sobre as outras; a capacidade de uma pessoa de contribuir para as
metas do grupo; e as características pessoais do indivíduo. Os indivíduos que controlam os resultados de um grupo por
meio do seu poder são percebidos como portadores de alto status. Assim como os indivíduos cuja contribuição seja
julgada crucial para o sucesso grupal também recebem avaliação positiva no que se refere a status. Nas equipes esportivas
o “craque” costuma gozar de mais prestígio do que os demais jogadores.

“Folga” social: O tamanho do grupo afeta o seu desempenho. Grupos menores são mais rápidos no cumprimento das
tarefas. Contudo, se a questão for a resolução de um problema, aqueles com mais membros conseguirão melhores
resultados. “Folga” social é como é chamada a tendência que as pessoas têm de se esforçarem menos quando trabalham
em grupo. Isso desafia a lógica de que a produtividade de um grupo deveria ser igual a soma da produtividade de cada
elemento que o compõe. Em geral, o aumento no tamanho do grupo é inversamente proporcional ao desempenho
individual. Um grupo de quatro pessoas obtém uma produtividade maior do que outro de duas pessoas ou um indivíduo
sozinho, mas a produtividade individual é reduzida. Outra observação é que há uma dispersão da responsabilidade. Como
os resultados do grupo não podem ser atribuídos a uma única pessoa, a relação entre a entrada de cada um e o resultado
do grupo é um tanto obscura.

O bode expiatório: assim é chamado o fenômeno que se caracteriza pela concentração e liberação da agressividade ou
culpa em um indivíduo ou em um determinado grupo. Pichón-Riviére define o “bode expiatório” como o membro de um
determinado grupo que assume o papel de depositário dos aspectos negativos de seu grupo de referência. Ele é percebido
como o depositário de todas as dificuldades do grupo e culpado por tudo o que não dá certo ou que enseja fracasso.
Geralmente leva a mecanismos de segregação e de exclusão.

Reação ao estrangeiro: qualquer novo elemento deverá contar seguramente com uma reação típica que vai depender em
parte da maturidade do grupo e em parte com o seu próprio estado emocional. Reações como ciúme, competição, disputa
de atenção são bastante comuns.

O grupo pode apresentar:


-Atitude de expectativa, ansiedade, tensão, questionamento;
-Entusiasmo, desilusão, advertência, hostilidade;
-Sentimento de superioridade por se acharem mais treinados e experientes.

O estrangeiro pode apresentar:


-Expectativa, ansiedade, angústia;
-Fala muito sobre coisas superficiais, tentando chamar a atenção para si;
-Procura sentar-se próximo de alguém conhecido ou que o atraiu;
-Observa o ambiente, faz perguntas, fala com o vizinho ao lado, mas dificilmente se dirige ao grupo como um todo.

Toda e qualquer pessoa que trabalhe com grupos deve ter esse conhecimento para minimizar a dificuldade em
lidar com os grupos. Conhecer alguns fenômenos de grupo é crucial para que se possa fazer uma leitura mais próxima do
real sobre determinadas reações. Estejam atentos.

REFERÊNCIAS

Castilho, A. A dinâmica do trabalho de grupo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998.


Robbins, S. Fundamentos de comportamento organizacional. São Paulo: Perason, 2009.
Weil, P. Relações humanas na família e no trabalho. Petrópolis: Vozes, 1971.
Trabalho em Grupo: O que é, Importância e Estratégias. Disponível em:
https://www.sbcoaching.com.br/blog/carreira/trabalho-grupo/

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