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COLÉGIO DE SANTA DOROTEIA

BIOLOGIA E GEOLOGIA
ANO I

ATIVIDADE PRÁTICA
COMO SE PROCESSA A SEDIMENTAÇÃO?
Os materiais transportados pela água e pelo vento podem sofrer em determinadas circunstâncias
deposição.
De que dependerá a velocidade de deposição do material?

Para poder responder à questão inicial o grupo de trabalho vai planear e realizar um ensaio
laboratorial.
Para isso, vai:
- problematizar, formular hipóteses e identificar variáveis (Tabela I);
- elaborar uma metodologia (Tabela II);
- registar as observações / dados (Tabela III);
- analisar e interpretar as observações / dados (Tabela IV);
- extrair conclusões (Tabela V).

Tabela I – Introdução

Questão-problema A salinidade da água influencia a velocidade de deposição?

Se a concentração de sal na água for maior, então a deposição do


Hipótese
material decorrerá mais lentamente.

Variável Salinidade da água.


independente

Variável dependente O Nível de limpidez da água e o volume de sedimentos depositados.

O volume de água, a temperatura, o tipo de sedimentos e a


Variáveis de controlo quantidade de sedimentos.

Variável
monitorizada O pH da água.

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Tabela II – Metodologia
Material

1 – Argila (4 vezes 100 ml)

2 – Água destilada (350 ml)

3 – Solução aquosa de NaCl saturado (350 ml)

4 – Solução de água do mar (350 ml)

5 – Solução de água da torneira (350 ml)

6 – 4 provetas graduadas de 500 ml

7 – Papel indicador de pH

8 – Cronômetro

Procedimento

1 – Identificar cada proveta de A a D, sendo:


A- Água destilada
B- Água da torneira
C- Água do mar
D- Solução aquosa de NaCl saturada

2 – Colocar nas respetivas provetas (A a D), 350ml dos tipos de água correspondentes.

3 – Medir o pH de cada tipo de água.

4 – Adicionar a cada proveta 100ml de argila.

5 – Começar a cronometrar o tempo e simultaneamente repetir o passo 3

6 – Classificar a limpidez de cada tipo de água de acordo com a escala criada


1- Muito turvo
2- Turvo
3- Pouco turvo
4- Limpo

7 – Medir o volume de sedimentos depositados no fundo de cada proveta.

8 – Repetir os passos 6 e 7 ao minuto 1; 5; 15; 30.

9 – Terminar de cronometrar e repetir o passo 3.

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10 – Comparar os níveis de Ph medidos na proveta A e verificar se houve alterações do
mesmo.

11 – Repetir o passo 10 para as provetas B; C; D.

Tabela III – Observação / Dados

Escala de Limpidez
1 Muito turvo
2 Turvo
3 Pouco turvo
4 Límpido
Tabela1- escala de limpidez

Limpidez da água
Tempo (minutos) A B C D
0 1 1 1 1
1 1 1 1 1
5 1 1 1 1
15 2 2,5 2,5 2,5
30 2,5 2,5 3 3
24 3 3 3,5 3
48 4 4 4 3,5
Tabela2- Dados da limpidez das águas segundo a escala criada

Volume dos sedimentos depositados


Tempo (minutos) A B C D
0 90 90 90 115
1 90 90 90 115
5 100 95 90 150
15 140 145 135 135
30 135 140 135 135
Tabela3- Dados dos volumes de sedimentos depositados

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Gráfico com base nos dados da Tabela3

Fig.1- proveta A minuto 1 Fig.2- proveta A minuto 15 Fig.3- proveta A minuto 30

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Fig.4- proveta B minuto 1 Fig.5- proveta B minuto 15 Fig.6- proveta B minuto 30

Fig. 7- proveta C minuto 1 Fig. 8- proveta C minuto 15 Fig.9- proveta D minuto 30

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Fig. 10- proveta D minuto 1 Fig. 11- proveta D minuto 15 Fig. 12- proveta D minuto 30

Com os dados fornecidos na Tabela2 é possível observar que:


-Entre os níveis de limpidez das diferentes provetas, até ao minuto 5 todas se mantiveram
muito turvas
-Na proveta C o nível de limpidez progrediu mais rapidamente
-A proveta A progrediu a nível de limpidez de forma mais lenta, apesar da proveta D ser a
que terminou a experiência com água menos límpida.

Com os dados fornecidos no gráfico e na Tabela3 é possível observar que:

- O volume de sedimentos na proveta D permaneceu superior ao das outras provetas até


ao minuto 15,
- A partir dos 5 minutos o volume de sedimentos da proveta D começou a diminuir,
- A partir do minuto 15, o volume de sedimentos da proveta D tornou-se constante
- A proveta D terminou com um volume de 135 ml, o valor mais elevado de volume desta
proveta foi 150 ml

-A proveta C manteve o volume de sedimentos até aos 5 minutos, só começou a


aumentar o volume de sedimentos a partir desse tempo
- A proveta C não sofreu diminuição de volume de sedimentos em qualquer altura,
-A proveta C terminou com um volume de 135 ml, o valor mais elevado de volume desta
proveta foi 135 ml

-A proveta B manteve o seu volume de sedimentos até ao minuto 1, começou a aumentar


de volume de sedimentos a partir desse tempo
-A proveta B tornou-se a proveta com maior volume de sedimentos a partir do minuto 15,
começou a diminuir de volume de sedimentos nessa altura
-A proveta B acabou a experiência com volume de sedimentos superior às outras provetas

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-A proveta B terminou com um volume de 140 ml, o valor mais elevado de volume desta
proveta foi 145 ml

-A proveta A manteve o seu volume de sedimentos até ao minuto 1, começou a aumentar


de volume de sedimentos a partir desse tempo
-A proveta A começou a diminuir de volume de sedimentos a partir do minuto 15
-A proveta A terminou com um valor de volume de sedimentos igual ao da proveta D
-A proveta A terminou com um volume de 135 ml, o valor mais elevado de volume desta
proveta foi 140 ml

pH
Antes da Começo da
Final da experiência
experiência experiência
A 6-7 7 7
B 7 7 7
C 7 7 7
D 7-8 6-7 6-7
Tabela4- Variação do pH

Através dos dados observados na Tabela4, verificamos que não ocorreu variação
significativa de pH em nenhuma das provetas, ao longo da experiência.

Tabela IV – Discussão dos resultados

Podemos observar que quanto ao nível de limpidez todas as provetas se mantiveram


muito turvas, até ao minuto 5. Nos minutos seguintes, as águas começaram a ficar menos
turvas e consequentemente as provetas atingiram o valor máximo de volume de
sedimentos depositados ao minuto 15. Algo que seria de esperar uma vez que as
partículas de argila quando começam a depositar deixam de estar suspensas na água, o
que faz diminuir a turvação da água e aumentar o volume de sedimentos depositados.
Em exceção a esta regra temos a proveta D, onde o seu período de aumento de limpidez
da água não corresponde ao seu valor máximo de volume de sedimentos depositados.
Este fenómeno pode ser explicado tendo em conta o facto da proveta D, de água
saturada, ser originalmente mais turva que as outras devido à elevadíssima concentração
de sal. Assim a sua limpidez não depende apenas do volume de sedimentos depositados
ao contrário das outras provetas, por isso o facto da proveta D apresentar um menor
nível de limpidez não significa que o volume de sedimentos depositados seja menor. Algo
que confirmámos ao fim de 24 horas, quando todas as provetas já tinham terminado o
processo de sedimentação e a proveta D não se encontrava tão límpida como as outras.
Em relação à proveta D observamos que esta se destaca das restantes provetas uma vez
que apresenta um maior volume de sedimentos depositados em relação às outras, até ao
minuto 5. Ao minuto 15, dá-se uma diminuição do volume desta proveta, o que nos
indica que esta deu início ao processo da diagénese, enquanto as restantes provetas
atingem o valor máximo de volume de sedimentos neste minuto. Então, podemos
concluir que a proveta D foi a proveta com maior velocidade deposição. Para além disso o
facto desta proveta ter a maior concentração de sal entre as 4 provetas, permite-nos
afirmar que a salinidade (variável em estudo) tem influência na deposição dos
sedimentos, uma vez que a torna mais rápida.
Por esta ordem de ideias a proveta C (água do mar) deveria ser a segunda proveta com
maior número de volume de sedimentos depositados, algo que não podemos observar.
No entanto quanto ao nível de limpidez a proveta C mostra o comportamento esperado,

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então temos de admitir que os resultados da proveta de água do mar em, se encontram
incorretos devido a algum erro de experiência.
Com exceção da proveta C, a qual não iremos considerar, a proveta A é a que evoluiu de
forma mais lenta quanto ao volume de sedimentos depositados apresentando sempre o
menor volume. Esta proveta contém a água destilada, não tendo por isso qualquer tipo
de sais minerais e sal, então é possível verificar novamente que a variável em estudo
compromete a deposição de sedimentos.
Tal como na proveta D, embora de forma menos acentuada, podemos observar o mesmo
comportamento de diminuição do volume de sedimentos depositados após atingir o
valor máximo de volume, nas provetas A e B e por isso concluir que o processo de
diagénese também havia começado nestas provetas. Não podendo incluir a proveta C
nesta conclusão, uma vez que com o erro de experiência nesta proveta, este fenómeno
não se verificou.
Observámos também, que as provetas apresentavam bolhas de ar entre os sedimentos e
que estas foram diminuindo e em alguns casos chegaram a desaparecer com o passar do
tempo. Fenómeno que podemos explicar com o facto de o processo de diagénese ter
começado e por isso o processo de compactação ter permitiu a diminuição da porosidade
entre sedimentos, fazendo com que as bolhas de ar diminuíssem.
O tamanho das bolhas entre provetas também era diferente, apresentando a seguinte
relação A< B< C< D. Assim, o tamanho das bolhas de ar é tanto maior quando maior for a
existência de sais minerais e sal.
Sabendo então, que de A a D, com exceção à proveta C, a velocidade de deposição foi
aumentando, podemos concluir que a salinidade influência a velocidade de deposição
dos sedimentos, sendo tanto mais rápida quanto maior for a concentração de sal e
refutando assim a hipótese inicial de que uma maior salinidade diminui a velocidade de
deposição.
De forma geral a experiência demostrou conclusões possíveis e fiáveis, no entanto a
proveta C teve de ser refutada das conclusões uma vez que apresentou um erro de
experiência. Assim, a experiência deveria ser repetida tendo em atenção a proveta C, de
forma que esta viesse confirmar e fazer parte das conclusões retiradas.

Tabela V – Conclusão

A experiência revelou que a salinidade afeta a deposição de sedimentos tornando este


processo mais rápido. A deposição acabou de forma geral 48 horas depois do início da
experiência, tendo o processo de diagénese começado em algumas das provetas. A
variável monitorizada (pH) manteve-se relativamente estável, não influenciando os
resultados, no entanto ocorreu um erro de experiência na proveta C, não podendo incluir
esta nas conclusões retiradas.
Se a concentração de sal afeta a deposição, será que afeta também a cimentação? E se
afetar, tornará também este processo mais rápido?
Como a salinidade afeta a formação das rochas sedimentares será que influencia depois
alguma das características das rochas?

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Autores:
Carlota Rebelo - nº3
Maria Clara Pimentel - nº17
Renato Araújo - nº22

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