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CADERNO DE RESUMOS

XVII Semana de História Política


XIV Seminário Nacional de
História:
Política, Cultura e Sociedade

Povos Origiários e Ancestralidade:


florestanias e alianças afetivas
Volume 2

Programa de Pós-Graduação em História da


Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro
2023
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação em História

Reitor
Mario Sergio Alves Carneiro

Pró-reitor de Graduação
Lincoln Tavares Silva

Pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa


Luís Antônio Campinho Pereira da Mota

Pró-reitora de Extensão e Cultura


Cláudia Gonçalves de Lima

Pró-reitora de Políticas e Assistência Estudantis


Catia Antonia da Silva

Pró-reitor de Saúde
Rogerio Lopes Rufino Alves

Diretora do Centro de Ciências Sociais


Dirce Eleonora Nigro Solis

Diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas


Jaime Antunes
Programa de Pós-Graduação em História

Coordenador geral
Alexandre Belmonte

Coordenadora adjunta
Marina Monteiro Machado

Coordenador de Doutorado
André Nunes de Azevedo

Coordenador de Mestrado
Rafael Pinheiro de Araujo

Coordenador da linha de pesquisa Política e Cultura


Eduardo Ferraz Felippe

Coordenador da linha pesquisa Política e Sociedade


Carlos Eduardo Pinto de Pinto
XVII Semana de História Política
XIV Seminário Nacional de História: Política, Cultura e
Sociedade

COMISSÃO ORGANIZADORA

Ana Luzia Pereira Martins


Bryan Willians Faria Teles
Deyvisson Cardoso Machado
João Vitor Ribeiro Borde de Castro
Laura Junqueira
Lucas Cabral da Silva
Lucas Ventura da Silva
Maíra Marinho
Maria Clara Martins Cavalcante
Maria Inês Pereira Schettino
Natalia da Paz Lage
Caderno de Resumos da XVII Semana de História Política –
XIV SeminárioNacional de História: Política, Cultura e
Sociedade

Povos Originários e Ancestralidade: florestanias e alianças afetivas

Ana Luzia Pereira Martins


Bryan Willians Faria Teles
Deyvisson Cardoso Machado
João Vitor Ribeiro Borde de Castro
Laura Junqueira
Lucas Cabral da Silva
Lucas Ventura da Silva
Maíra Marinho
Maria Clara Martins Cavalcante
Maria Inês Pereira Schettino
Natalia da Paz Lage
(orgs.)

1ª Edição – Volume 2 – 2023. PPGH-UERJ

Semana de História Política / Seminário Nacional de História: Política, Cultura e


Sociedade (XVII: 2023: Rio de Janeiro)

Caderno de Resumos da XVII Semana de História Política: Povos Originários e


Ancestralidade: florestanias e alianças afetivas / XIV Seminário Nacional de
História: Política, Cultura e Sociedade. Organização: Ana Luzia Pereira Martins,
Bryan Willians Faria Teles, Deyvisson Cardoso Machado, João Vitor Ribeiro Borde
de Castro, Laura Junqueira, Lucas Cabral da Silva, Lucas Ventura da Silva, Maíra
Marinho, Maria Clara Martins Cavalcante, Maria Inês Pereira Schettino e Natalia da
Paz Lage. Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em História, Universidade
do Estado do Rio de Janeiro, v. 2, 2023.

65 p.
ISSN: 2175-6430

1. História Política – Congresso 2. Cultura – Sociedade 3. Relações Internacionais

Os(as) autores(as) são responsáveis pelas ideias apresentadas na presente obra.


Caderno de Resumos da XVII Semana de História Política – XIV
Seminário Nacional de História: Política, Cultura e Sociedade –
Povos Originários e Ancestralidade: florestanias e alianças ISSN: 2175-6430
afetivas

Sumário
ST – 01 - Partidos e organizações políticas do Brasil Republicano .................... 7
ST – 02 - História, sociedade e experiências de vida .............................................. 18
ST – 03 - Povos Originários .............................................................................................. 23
ST – 04 - Memória e conectividades culturais no Mediterrâneo Antigo ......... 29
ST – 06 - Dimensões do Regime Vargas e seus desdobramentos ..................... 33
ST – 07 - História Pública e divulgação científica, perspectivas e debates ..... 51
ST – 08 - Deslocamentos e trajetórias .......................................................................... 57

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Caderno de Resumos da XVII Semana de História Política – XIV
Seminário Nacional de História: Política, Cultura e Sociedade –
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impósios
Temáticos
(Online)

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ST – 01

Partidos e
organizações políticas
do Brasil Republicano:
Cultura Política,
História e Memória

Renato Soares Coutinho (UFF)


Jayme Lúcio Fernandes Ribeiro
(IFRJ/UNIVERSO)

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Axel Semm
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

O Prêmio Stálin da Paz e os brasileiros laureados (1951-1963)


O reconhecimento no passado e no presente de um dos líderes políticos mais
influentes do século XX leva naturalmente a ataques e defesas do que se convencionou
nomear “stalinismo”. Entretanto, deixando de lado, ainda que não completamente, as
abordagens política e geopolítica da Guerra Fria, e seus impactos diretos e indiretos sobre
quase todas as sociedades no pós-1945, a presente comunicação visa analisar a política
cultural do stalinismo sob o “véu” do pacifismo. Findada a Segunda Guerra Mundial,
como apresentar ao mundo uma alternativa verdadeiramente democrática e representativa
dos esforços de paz? Instituições ocidentais e seus esforços pacifistas seriam realmente
honestos ou apenas instrumentos político-ideológicos do imperialismo estadunidense?
Apresentar a União Soviética como líder dos esforços pela paz, reconhecendo homens e
mulheres, a partir de um prêmio internacional, foi uma importante estratégia do
comunismo internacional nos anos da Guerra Fria?

Palavras-Chave: PCB; Imprensa; Paz; Prêmio Stálin;

Camila Santos do Nascimento


Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ

Cruzando a fronteira: Política negra entre Movimento Social e Estado


À luz de uma bibliografia especializada e iniciais discussões, o presente ensaio
busca compreender as relações estabelecidas por entidades e militantes do Movimento
Negro com partidos políticos e agentes estatais a fim de tornar seu debate público e
responsabilizar o Estado pela superação das desigualdades raciais, insistindo que suas
demandas fossem elencadas no rol de compromissos dos programas de governo.
Analisaremos a realização da Marcha Zumbi dos Palmares, a criação do Grupo de
Trabalho Interministerial para Valorização da População Negra e seus desdobramentos
políticos na segunda metade da década de 1990.

Palavras-Chave: Movimento Negro, política racial, Marcha Zumbi dos Palmares, GTI.

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Ciro Alcantara de Araujo


Secretaria de Educação de Aracati

A ação do Partido Revolucionário Comunista cearense no decurso da Nova


República
O presente trabalho pretende analisar e discutir a existência do Partido
Revolucionário Comunista (PRC) cearense e sua ação nos primeiros anos da Nova
República. Esse partido era uma dissidência do PC do B surgida após divergências sobre
a experiência da guerrilha do Araguaia. Embora ele não tivesse a pretensão de legalizar-
se a curto prazo, suas lideranças participaram de pleitos eleitorais por meio do Partido
dos Trabalhadores (PT), no qual o PRC coexistia de forma "clandestina". Foi em
Fortaleza que o PT conquistou a primeira eleição de uma capital no Brasil. Maria Luiza
Fontenele, líder do PRC, foi eleita a primeira prefeita da capital cearense. Para tal análise
usamos documentos do PRC, assim como entrevistas e a literatura existente.

Palavras-Chave: Nova República; Partidos; Eleições.

Cyro Porto Martins


Universidade Federal de Santa Maria – UFSM

O Estado Novo em Santa Maria-RS


O golpe de 10 de novembro de 1937 instaurou no Brasil uma ditadura que buscou
nos criar um novo Estado na qual se tentou superar as reivindicações políticas trabalhistas
e controlar as classes. Nesse sentido, a ditadura comandada por Getúlio Vargas, mas com
amplo apoio das Forças Armadas, buscou no controle, na repressão das classes, dos meios
de comunicação e dos sindicatos formas de exercer um projeto político e econômico com
fortes aproximações com as ditaduras nazifascistas da Europa. Desta forma, nos
procuraremos perceber como esses processos histórico se deram em Santa Maria, no
interior do Rio Grande do Sul, percebendo quais aproximações e contradições ocorreram
na cidade durante a ditadura do Estado Novo.

Palavras-Chave: Estado Novo, Santa Maria, Ditadura

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Darlise Gonçalves de Gonçalves


Universidade Federal de Pelotas – UFPel

O inimigo interno tem um rosto: ele é trabalhista! A Operação Limpeza em


Jaguarão
Durante muito tempo em nosso País a historiografia sobre a ditadura voltou-se
para generalizações explicativas projetadas a partir do Sudeste (FICO, 2020). Entretanto,
nos últimos anos, sobretudo após a abertura de parte dos arquivos repressivos, essa
realidade tem se alterado. Em diálogo com essa mudança esse estudo aborda a Operação
Limpeza, ocorrida em todo Brasil ainda no mês de abril de 1964 após a decretação do AI-
1. Nosso foco é o desenrolar desse episódio na fronteiriça e interiorana cidade de Jaguarão
- RS onde os principais indivíduos atingidos possuíam alguma espécie de ligação com o
Trabalhismo. Assim, buscaremos observar o estabelecimento de uma cultura de suspeição
na cidade, nítido reflexo das práticas de terrorismo de estado (PADRÓS, 2005), e seus
desdobramentos que chegaram a levar alguns desses trabalhistas e exilarem-se no
Uruguai.

Palavras-Chave: Ditadura, Rio Grande do Sul, Fronteira, Trabalhismo, Operação


Limpeza

David Botinelly
Universidade Federal Fluminense – UFF

O Governo Parlamentarista de João Goulart (1961 - 1963) e a Aliança para o


progresso
Pretende-se analisar, a partir das fontes primárias do Arquivo Nacional, as
relações que os diferentes gabinetes parlamentaristas estabeleceram com o programa
Estadunidense para o "desenvolvimento" da América Latina. Seus limites, suas intenções
de propaganda e as fortes tensões oriundas da guerra fria, além dos antecedentes que
envolveram a conspiração golpista de 1964 estão presentes no exame historiográfico
proposto.

Palavras-Chave: João Goulart; Arquivo Nacional; América Latina.

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Elisangela Dias de Carvalho


Universo

De Associação Recreativa a Sindicato de Classe: A luta dos bancários no Rio de


Janeiro entre 1930 e 1945
A comunicação tem por objetivo analisar o despontar do Sindicato dos Bancários
do Rio de Janeiro e sua transformação de associação recreativa em órgão de representação
e reivindicação dos direitos da classe trabalhadora. Nossa análise abarca os anos de 1930
a 1945, onde tais profissionais, juntamente com trabalhadores de variados setores, como
o têxtil e o ferroviário, entre outros, empregaram forças para que as ações em torno de
melhorias sociais se convertessem em realizações, tendo em vista que para conseguir ter
os direitos reconhecidos e respeitados, muitas vezes, não bastava a Lei, sendo preciso que
a classe trabalhadora se empoderasse e tivesse consciência da sua força e do seu poder de
reivindicação. Os principais pontos a serem trabalhados neste trabalho, além dos já
citados, são a sua organização e a formação de pautas reivindicatórias para o período, tais
como: a luta pela jornada de seis horas; as promoções por anos de trabalho; e o fomento
de uma greve geral, deflagrada em abril de 1932, que teve três dias de duração. A análise
indicada ancora-se em um corpo documental composto por jornais ligados ao grupo,
como o Vida Bancária, a Ata da junta Governativa do Sindicato dos bancários do Rio de
Janeiro, a Ata do conselho fiscal do mesmo órgão, além de artigos, dissertações e
referências, que tem o tema como recorte.

Palavras-Chave: Sindicato dos Bancários; greves; reivindicações trabalhistas.

Gabriela Alves Miranda


PPGHCS/ COC/ Fiocruz

Medicina e propaganda comunista: a divulgação da medicina soviética nos anos 1950


no Brasil
Essa comunicação se apoia em pesquisa de tese de doutorado recentemente
concluída. Com foco na atuação de um grupo de intelectuais, médicos, militantes ou
simpatizantes do Partido Comunista do Brasil (PCB), observou-se uma gama de produtos

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da imprensa comunista voltados para divulgar a modernidade da União Soviética
especificamente em temas da medicina e saúde pública. Por meio de livros de viagem à
União Soviética escritos por médicos brasileiros e de uma revista médica especializada
na difusão de ideias, técnicas e práticas da medicina e ciências biológicas soviéticas
editada entre 1951 e 1960, a Atualidades Médicas e Biológicas, a comunicação vai
apresentar como a modernidade soviética na ciência, na saúde pública e na medicina
foram divulgadas em diferentes suportes de comunicação como jornais, revistas, livros
de viagem, cursos e conferências.

Palavras-Chave: Medicina, União Soviética, Guerra Fria

Guilherme Bento
UNESP

O PTB nas eleições de 1950 em Uberaba: uma análise a partir da candidatura de


Mário Palmério
As eleições de 1950 no Brasil teve um marco: o retorno de Getúlio Vargas ao
poder, e a confirmação da figura mítica de “pai dos trabalhadores”, reafirmando assim a
força e influência de Getúlio no processo político, especialmente dentro do PTB, partido
que ajudou a fundar. Um dos grandes fatores eleitorais nas eleições de 1950, era arrogar
a figura mítica de Getúlio Vargas, que se candidatava a presidente, para tê-la ao seu lado,
ou seja, a participação de Vargas era um grande atributo para os candidatos. Mário
Palmério sintoniza-se com a corrente petebista predominante nas eleições de 1950, os
‘getulistas pragmáticos’, valendo-se da imagem de Vargas e afirmando-se sempre como
um trabalhista para construir sua candidatura. Buscamos entender a partir de sua
candidatura, como se deu a dinâmica das eleições de 1950 na cidade, especialmente em
relação a construção das candidaturas do PTB local.

Palavras-Chave: Mário Palmério; PTB; Getulismo; Eleições.

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Jayme Lúcio Fernandes Ribeiro


IFRJ / UNIVERSO

A luta pela paz no período entreguerras (1919-1939).


O pacifismo dos anos 1920, de extração wilsoniana, diferenciava-se do pacifismo
clássico, de tipo humanitário e oitocentista, na medida em que ambicionava apresentar-
se como o programa de um movimento político que envolvia seja a ação dos governos,
seja a opinião pública organizada. Dessa maneira, partia-se do pressuposto de que a paz
podia ser preservada, desde que certas regras internacionais fossem respeitadas e, por
outro lado, a opinião pública exercesse uma pressão constante. Entretanto, nos anos 1930,
com a ascensão do nazifascismo, a guerra entre as potências ocidentais parecia inevitável.
Do outro lado, estava a União Soviética, oscilando entre o nacionalismo e o
internacionalismo e inserindo-se no debate socialista daquele período, a saber: o que fazer
se uma nova guerra estourar na Europa? Apoiar os governos de seus respectivos países
em seus projetos bélicos ou aproveitar a guerra imperialista e transformá-la em guerra
revolucionária?
Palavras-Chave: Movimento pela Paz, Entreguerras, União Soviética, Europa

Jerson de Oliveira Fernandes Filho


PPGH – UFF

De classe perigosa a "Trabalhadores do Brasil": Identidade de classe como sinônimo


de modernidade
O trabalho tem como objetivo abordar um dos pilares da modernização proposta
pelo Estado Novo, a identidade da classe trabalhadora. Assim, levo em consideração
elementos ideológicos, morais, raciais, físicos, tendo como foco observar os objetivos do
Estado na construção dessa “identidade moderna”. Todavia, se faz necessário
compreender que o Estado Novo não executa essa “missão” sozinho, a Igreja Católica
possui papel fundamental na construção do que é ser brasileiro, e principalmente, na
elaboração de identidade de classe que afastasse o trabalhador da ameaça comunista. Com
isso, tenho como objetivo observar essas relações entre Estado e Igreja, compreender as
camadas da “identidade modernizante” e abordar o processo de depuração que os
trabalhadores passam.

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Palavras-Chave: Estado Novo, Mundos do Trabalho, Getúlio Vargas, Igreja Católica

João Paulo de Souza Favoretti


Universidade Federal do Espírito Santo – UFES

Alberto Torres e sua trajetória: formação, experiências e ideias


A trajetória e atuação de Alberto Torres (1865-1917) têm sido objeto de vários
estudos que visam compreender o impacto de suas ideias no pensamento político
brasileiro e sua influência no meio intelectual. Por isso, investigar o percurso de formação
de suas ideias e o desenvolvimento de suas experiências acadêmicas, profissionais,
políticas e intelectuais, tendo em vista que se trata de um sujeito que ocupou diversos
postos políticos, é uma tarefa que permite compreender o contexto da transição Império-
República no Brasil a partir das experiências, trajetória e ideias que Torres foi capaz de
desenvolver. Deste modo, o presente trabalho se insere nos diálogos que consideram que
as vivências dos sujeitos possibilitam a compreensão dos fenômenos sociais, políticos e
culturais, revelando as singularidades que contribuem para problematizar as narrativas
abrangentes encarregadas de explicar a história.

Palavras-Chave: Alberto Torres; Biografia; Trajetória; Pensamento político brasileiro;


Brasil republicano.

Lucas Abrantes da Rocha


Universidade Federal Fluminense - UFF

“Basta falar num para pensar no outro”: José Lins do Rego e a continuidade do
processo de popularização do Clube de Regatas do Flamengo nas décadas de 1940 e
1950.
O objetivo deste trabalho é examinar a relação do importante escritor José Lins do
Rego com o processo de “reinvenção identitária" do Clube de Regatas do Flamengo,
iniciado na década de 1930. Para tanto, serão analisados periódicos de época -
principalmente dos anos 1940 -, sobretudo o "Jornal dos Sports", para o qual Zé Lins
escrevia sua famosa coluna “Esporte e Vida”. Deste modo, esta comunicação pretende
apresentar como tal intelectual - assim como Mário Filho, Florita Costa, Ary Barroso e

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outros personagens também relevantes do período - contribuiu para a divulgação da
identidade “nacional-popular” do Flamengo nos meios de comunicação, aspecto relevante
para o crescimento da popularidade do clube carioca.

Palavras-Chave: José Lins do Rego; Clube de Regatas do Flamengo; literatura e futebol;


crônica esportiva; identidade nacional.

Matheus da Conceição Soares


Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ

Estratégias de recrutamento e as elites locais do Partido Democrático Social de Goiás:


uma análise sobre a sua repercussão em 1980
Essa apresentação versa sobre a formação do Partido Democrático Social (PDS)
em Goiás. Refletindo sobre o processo de formação do sistema bipartidário, trabalhado
em autores como BAHIA (1981), FLEISCHER (1988) e GRINBERG (2009), percebeu-
se que a temática ainda precisa ser mais explorada. O caso do PDS ganha relevância por
conta da natureza de sua formação, já que o partido acabou recebendo um número
considerável de ingressantes da antiga sigla de oposição ao governo brasileiro: MDB
(Movimento Democrático Brasileiro). Foi possível identificar os fatores que contribuíram
para este recrutamento. Além disso, existem apontamentos sobre como a chegada de
novos políticos dentro do partido gerou desconforto por antigos políticos que eram da
Arena (Aliança Renovadora Nacional), por se sentirem desprestigiados.

Palavras-Chave: Partido Democrático Social; Partidos Políticos; Pluripartidarismo.

Michele Penha da Silva Araujo


Universo

A luta pela anistia política: ensaios sobre a posição da OAB – Ordem dos Advogados
do Brasil.
A anistia política foi um tema central nas discussões políticas no Brasil entre os
anos de 1987 a 1988, sendo um marco importante para a história política e democrática
brasileira. Diversos setores da sociedade civil participaram desse processo. A OAB –
Ordem dos Advogados do Brasil, entidade de classe que possui interesses que vão além

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da disciplina e defesa dos seus associados, teve grande participação nesse processo, uma
vez que essa organização apresentou demandas e mobilizou-se estrategicamente para
influenciar parlamentares nas discussões políticas em torno do tema. A ambiguidade da
Lei de Anistia de 1979, enquanto processo social, ainda gera distintas concepções, em
uma primeira concepção é vista como impunidade e esquecimento, de outra, como
liberdade e reparação. Nesse tema discute-se os conceitos de cultura política, movimentos
sociais e memória.

Palavras-Chave: Anistia política. OAB- Ordem dos Advogados do Brasil. Democracia


brasileira.

Mirian Kelly Fontineles do Nascimento


Universidade Federal Fluminense – UFF

Disputas e Memórias de um passado sensível: O DOI-CODI do Rio de Janeiro


Este trabalho propõe-se a analisar o órgão repressivo do Regime Civil-Militar
brasileiro -Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa
Interna do Rio de Janeiro (DOI-CODI/RJ) na perspectiva de lugar de memória/
patrimônio sensível. Os DOI-CODI haviam sido criados e distribuídos por todas as
Regiões Militares do país, tornando-se a principal instituição de repressão aos opositores
políticos que participaram da luta armada como forma de oposição à ditadura civil militar
brasileira. É feita uma breve apresentação do conceito de lugares sensíveis, a exposição
do projeto que resultou na criação do DOI-CODI e por fim, os atos de memória ligados
ao prédio onde funcionou o órgão repressivo. O objetivo é considerar o DOI-CODI um
lugar de memória e, dessa forma, trazer a discussão da importância dessa memória para
os tempos atuais onde, constantemente, escutamos, inclusive de autoridades, a tentativa
de esquecimento, ocultação e impunidade em meio à opinião pública dos fatos passados,
em que ocorreram graves violações aos direitos humanos.

Palavras-Chave: Memória, Lugares de Memória, Ditadura, Repressão, DOI-CODI do


Rio de Janeiro

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Monize Melo da Silva Chaves


Universidade Federal do Amazonas – UFAM

Democracia orgânica e Vargas: construções ideológicas de Leopoldo Péres no


Amazonas (1937)
Leopoldo Carpinteiro Péres foi um político, advogado e intelectual a atuar no
Estado do Amazonas. Durante sua passagem enquanto colunista do jornal A Tarde,
dedicou-se a escrever sobre os mais distintos assuntos, mas seus interesses políticos
sempre eram sobressalentes - não apenas nas colunas do mencionado jornal, como
também em outros espaços nos quais era chamado a se posicionar-. Diante dessa atuação
fervorosa em favor do governo de Getúlio, Péres deixou um legado na difusão da
ideologia varguista no estado do Amazonas. Assim, a presente comunicação buscará
avaliar algumas das dimensões dessa construção ideológica em torno da exaltação à figura
de Vargas e a sua ideia de democracia orgânica realizadas antes e após o golpe que deu
início ao "Estado Novo".

Palavras-Chave: Leopoldo Péres; democracia orgânica; Getúlio Vargas.

Renato Soares Coutinho


Universidade Federal Fluminense – UFF

Vasco da Gama, campeão sul-americano de 1948: o triunfo do otimismo e do


nacionalismo no futebol brasileiro
O Vasco da Gama foi o primeiro campeão continental de futebol na América do
Sul, em torneio realizado no Chile em 1948. Para além do feito pioneiro da agremiação
carioca, a vitória sem precedentes foi interpretada na imprensa brasileira como um
indicador da supremacia do futebol nacional dois anos antes da Copa do Mundo que seria
realizada no Brasil em 1950. O objetivo desta apresentação é investigar como a cobertura
da imprensa esportiva da época inseriu o triunfo vascaíno dentro de uma perspectiva
social mais ampla, destacando o sucesso da modernização social brasileiro através de um
otimismo com o Brasil expressado através de um vocabulário nacionalista desportivo.

Palavras-Chave: Futebol, nacionalismo, Vasco da Gama.

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ST – 02

História, sociedade e
experiências de vida:
potencialidade das
narrativas nas
pesquisas acadêmicas

Hosana do Nascimento Ramôa (UFF)

Carolina Luiza de Castro da Silva (Seduc/RJ)

Julia Dionísio Cavalcante da Silva (UFF)

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Caio Corrêa Derossi

Narrativas (auto) biográficas de professores de história da educação básica: o espaço


da supervisão do estágio obrigatório no centro do debate
A presente investigação teve como base o estudo dos docentes de história da
Educação Básica que atuam como supervisores do estágio curricular. Nesse sentido,
objetivou-se compreender e analisar os processos de aprendizagem e desenvolvimento da
docência de professores de história da Educação Básica que atuam como supervisores de
estágios. A pesquisa segue a abordagem qualitativa, de naturezas bibliográfica, descritiva
e (auto) biográfica. A produção dos dados foi feita a partir das pesquisas documental,
bibliográfica e da entrevista narrativa, dividida em seis eixos temáticos. Como resultados,
as narrativas encaminharam que a partir de trajetórias diversas, os movimentos de
desenvolvimento e de aprendizagem aparecem ressignificados nas histórias
compartilhadas, com o recorte no espaço supervisivo.

Palavras-Chave: Narrativas (auto) biográficas; Professores de história; Ensino de


História; Estágio Supervisionado; Formação de professores de história;

Francisco Ruy Gondim Pereira


Universidade Federal do Ceará – UFC

Combates por dignidade: narrativas e mobilizações por terra, trabalho e direitos


(Ceará, décadas de 1980 e 1990)
A proposta desta comunicação é analisar narrativas orais de militantes católicas a
respeito de mobilizações por terra, direitos e trabalho no interior do Ceará. Historiadas
sob a perspectiva da variação da escala de observação, elas nos possibilitam compreender
a circularidade de movimentos, ideias, pessoas e a originalidade das experiências em
relação ao processo macrohistórico. A formação desta militância tem conexão com a
difusão de comunidades de base, com a luta pelo reconhecimento do campesinato como
sujeito de direitos e a emergência do movimento de resistência contra a expulsão da terra
nas décadas de 1970 e 1980 pelo país. A seca de 1979-84 aproximou os novos atores da
tradição da multidão e dos saques. Nas secas de 1988, 1990, 1993 e 1998, esta militância

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participou das mobilizações por trabalho, incluindo a realização de saques a depósitos de
alimentos para acelerar a implantação de programas de assistência aos atingidos pela
estiagem.

Palavras-chave: Movimentos populares; Cristianismo da libertação; Campesinato;


História oral; Ceará.

Jaciara Azevedo Rodrigues


Universidade Estadual do Ceará – UECE

Nos trilhos das vivências e experiências: Histórias e memórias dos ferroviários no


Ceará (1957-1997)
Tendo em vista que o trabalho na ferrovia cearense foi constituído por diversos
departamentos, um dos espaços de trabalho foi na via permanente. Essa categoria de
ferroviários possuía a incumbência de realizar manutenção da linha, para que fosse viável
o percurso do trem com segurança. Sendo assim, o objetivo dessa pesquisa é analisar as
histórias e memórias dos ferroviários da via permanente, uma vez que executavam o seu
trabalho de forma braçal, e independente das intempéries da natureza, teriam que se fazer
presentes, carregando no corpo as marcas do seu trabalho, onde a produtividade aparecia
em primeiro plano. A principal metodologia da pesquisa é a História Oral juntamente à
análise das fichas funcionais de cada trabalhador analisando sua trajetória de serviço na
Rede Ferroviária Federal.

Palavras-Chave: Cotidiano. ferroviários. memórias.

Leonardo Noberto de Morais


Universidade Federal do Ceará – UFC

A partir do café, para além dele: Entendendo a tradição cafeeira da Serra de Baturité-
CE a partir dos relatos de vida de seus sujeitos (1967-1990)
A Serra de Baturité, localizada no Ceará, possui como uma de suas principais
marcas, uma cafeicultura formada a partir da assimilação de experiências históricas,
práticas e costumes de seus diversos sujeitos envolvidos. Por ter sido uma atividade
agrícola que foi desenvolvida de modo tradicional, acabaram sendo estabelecidas

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profundas ligações entre a terra, os trabalhadores e seus costumes, o que deu a essa cultura
agrícola especificidades. Por meio da oralidade e das narrativas dos diversos sujeitos
envolvidos na prática cafeicultora – apanhadeiras de café, feitores, trabalhadores de
roçados e administradores de sítios – pretende-se compreender como a cafeicultura
serrana interferia nas perspectivas de mundo de trabalho, mas também ia além, atingindo
a dinâmica dos costumes e do cotidiano dos diversos atores sociais envolvidos.

Palavras-Chave: Cafeicultura, trabalhadores, costumes, oralidades.

Marcelle Carvalho
Universidade Federal do Ceará – UFC

“Esta narrativa não é ficção”: Um estudo das fugas de negros/as escravizados/as nos
Estados Unidos oitocentistas através das autobiografias
A fuga foi o principal meio de saída da escravidão para uma grande quantidade de
negros(as) que conseguiram viver em liberdade em meados do século XIX, nos Estados
Unidos. O objetivo principal dessa pesquisa é compreender algumas experiências de
escravizados(as) sobre suas fugas, suas estratégias e redes de solidariedade traçadas para
chegar ao destino escolhido (estados do Norte ou Canadá). Baseamo-nos na pesquisa
qualitativa e no afrocentrismo, colocando foco nos interesses e mobilizações dos
africanos/afrodescendentes para compreender suas ações e interesses. Como resultado,
encontramos redes mapeáveis consolidadas por experiências de indivíduos, negros(as) e
brancos(as), que se organizaram de forma complexa, convergindo facilitadores, meios de
transporte e de comunicação para viabilizar fugas por terra, rios e mar. Esse trabalho é
fruto da pesquisa de doutoramento em História, no PPGHIS-UFC, financiada pela Capes.

Palavras-Chave: Fuga, escravidão, liberdade, Estados Unidos.

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Norma Sueli Semião Freitas


Universidade Federal do Ceará – UFC

LUÍZA TÁVORA, "MÃE DOS POBRES”: a construção e os usos políticos de uma


imagem
O presente trabalho objetiva analisar a atuação da
primeira-dama Luíza Távora, buscando entender, a partir de sua figura pública,
como ela mobilizava relações entre gênero, política e religião, durante as décadas de
1960 e 1990, no Ceará. Nesse contexto, Luíza Távora foi uma mulher de destaque
no campo das políticas públicas sociais; desenvolveu ações de cunho social que
lhe atribuíram notoriedade como mulher e como primeira-dama. Por que e como
Luíza representa uma mudança nas atuações de homens e mulheres no espaço
público? O que, nela, é permanência nos modos de fazer política? Com quais
recursos ela teatraliza sua figura pública? Como sua imagem privada (de esposa e
rainha do lar) é trabalhada no interior dos discursos que querem apresentá-la
como uma mulher moderna? Quais as outras personagens que se alinham ou se
contrapõem a essa imagem erigida de mulher (e mãe dos pobres)? A análise dessa
figura pública permite problematizar as relações entre passado e presente, público
e particular; assim como as maneiras como essa personalidade empreendeu ações
interventivas na área social, como parte das políticas públicas. Assim, buscamos
compreender as relações de poder que existem entre homens e mulheres, ligadas
à cultura machista, e contribuir para a historiografia por meio da abordagem de
questões de poder relacionadas ao gênero, família, Igreja Católica e Estado. A
partir disso, buscaremos entender como são criadas normas de gênero e
construídos discursos que mobilizam o gênero (mulher, mãe, caridosa) como
estratégia política. Daí a importância de estarmos atentos ao modo como Luíza
Távora aparece como “mãe dos pobres”, já que estamos diante de uma construção
histórica e social ligada a determinado padrão de gênero que circulava à época, ao
mesmo tempo que está ligado a valores católicos, ao assistencialismo, ao modo de
fazer política tradicional.

Palavras-Chave: Gênero. Política. Primeiro-damismo.

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ST – 03

Povos Originários: Entre


Lugar do “Corpo” E
Ancestralidade nas
Fronteiras Simbólicas da
“Florestania”

Georgia Pereira Lima (UFAC)


António Raúl Sitoe (UNIVERSO)

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António Raúl Sitoe


UNIVERSO

Política, Assistência Humanitária e Integração Social do Imigrante Venezuelano


A pesquisa objetiva pensar sobre as políticas para o imigrante como consequência
de um sistema complexo de atores que intervém localmente, assim como nacional para
responder às demandas dos migrantes no território. As ações do governo federal, estadual,
municipal, entidades governativas e não governativas estabelecem uma relação com as
políticas nacionais que podem prever uma integração limitada dos imigrantes na
sociedade. O Governo central, assim como local da imigração, é caraterizada por uma
multiplicidade de atores que abrangem diversas associações de terceiro setor, associações
de voluntariado, serviços de saúde, etc., representa um sistema complexo no qual as
oposições se confundem e as medições se tornam possíveis (Capono, 2006, p. 92). Ao
nível local, os atores da governança têm um peso considerável nas políticas para o
imigrante, uma resposta local às necessidades dos imigrantes que decorrem num sistema
mais complexo, no qual a política representa um fator condicionante entre o governo e
governança da imigração, enquanto os contextos locais representam um laboratório de
boas práticas. A pesquisa será embasada em teóricos que discutem sobre a dimensão
política entrelaçada com a política local, o terceiro setor e o cidadão que muitas vezes não
concorda em criação de oportunidades de emprego ao recém-chegado. Nessa discussão,
pretende-se analisar a política de imigração, assistência humanitária e integração social
do imigrante, tomando em consideração influência de ação das instituições
governamentais local e outros atores mais próximos dos problemas sociais. Para isso, foi
adotado o método qualitativo para a compreensão do papel dos atores do governo local,
terceiro setor para a concepção de políticas para o imigrante. Uma análise sobre esse
fenômeno, permite a percepção sobre a necessidade do desenvolvimento das políticas
para assistência humanitária e integração social do imigrante.

Palavras-Chave: Política, assistência humanitária, integração social, imigrante


venezuelano.

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Elizabeth Aléxa Oliveira Silva


Universidade Estadual da Bahia – UFBA

A interligação entre o direito à terra e os interesses de terceiros


O direito à terra aos povos originários, com o usufruto e posse permanente e
exclusiva, com os aspectos de serem inalienáveis, imprescritíveis e indisponíveis a
terceiros, enquanto isso, existem os interesses de terceiros, contendo o objetivo principal
de almejar a posse (in)direta, se justificando com base na visão econômica, social e
política, nas formas (in)voluntária e (i)legal. O objetivo principal é ressaltar o direito às
terras indígenas e as formas (in)diretas de interesse nas terras indígenas. Contendo como
fontes principais, o direito à terra e os dados do relatório de De olho nos ruralistas:
observatório do agronegócio no Brasil, com a temática, Os Invasores Parte II - Os
Políticos. Diante disso, ressalto a publicidade dos relatórios e dos procedimentos
demarcatórios dos povos originários, como também, a efetividade e aplicabilidade das
normas, dos direitos humanos e das garantias fundamentais inerentes aos povos
indígenas.

Palavras-Chave: Direito; Território; Povos; Originário; Interesses.

Geórgia Pereira Lima e Ian Costa Paiva


Universidade Federal do Acre – UFAC

“EDUC - AÇÃO”: a CPI/AC e o lugar do "corpo" numa experiência na “formação”


indígena
Partimos de uma questão muito particular, qual o lugar do “corpo” na formação
indígena? A ideia de "EDUC-AÇÃO" contextualizada para entender a formação de
professores indígenas do projeto “uma Experiência de Autoria” promovido pela
Comissão Pró-Indígenas do Acre em 1983. A partir do conceito de educ-ação para
compreender o fortalecimento da autoestima cultural, promover a aprendizagem
contextualizada e sensível às realidades locais, e capacitar os professores para enfrentar
os desafios contemporâneos sem comprometer a riqueza de sua herança ancestral.
Portanto, o processo de sistematização de saberes-fazeres Huni Kuin é uma proposta

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constituída na educação indígena que respeita a diversidade e contribui para a autonomia
e o desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas.

Palavras-Chave: Huni Kuin; “educ-ação”; corpo; CPI/Acre.

Geórgia Pereira Lima e Lucas Santos Nobre


Universidade Federal do Acre – UFAC

"UMBANDAIME": ENCONTRO DE MUNDOS?


A floresta amazônica expõe múltiplas intersecções de entre cruzos culturais dos
resultados de diversos processos migratórios em diversas temporalidades. Assim, o foco
deste trabalho é descrever manifestações religiosas advindas da interculturalidade
(CANDAU, 2016) sob a expressão “umbandaime” numa perspectiva de entrever crenças
amazônicas articuladas pelas comunicações e na interação entre os mundos materiais e
espirituais que permitem perceber elementos interseccionais: 1) Cantos provenientes da
“Umbanda” e “Daime” que expressão a cultura dos povos originários e, 2) entidades
espirituais provenientes da floresta. Portanto, esses elementos manifestam “Umbadaime”
como evidência de uma interculturalidade religiosa amazônica.

Palavras-Chave: Interculturalidade. Espiritualidade. Umbandaime.

Lucas Soares de Oliveira


Centro Universitário Celso Lisboa

Entre os tupis e tapuias do século XVI: alteridade, resistência e identidades indígenas


nos "Descobrimentos do Rio das Amazonas".
Este trabalho tem como objetivo apresentar a capacidade de resistência e
organização dos povos indígenas, encarnada nas identidades dos nativos do século XVI.
Para isto, serão apresentados os resultados produzidos na pesquisa do autor em relação à
complexidade das relações entre os povos das cartas enviadas durante as primeiras
expedições ao rio das Amazonas, traduzidas e organizadas por Cândido Firmino de Mello
Leitão.

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Palavras-Chave: Resistência indígena; Identidade; Descobrimentos; Amazonas;
Pesquisa.

Ramon Nere de Lima


Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS

Nenhum centímetro de terra indígena': violência patrimonial contra povos originários


nas Amazônias a partir de relatórios do CIMI (2018 - 2022)
A região amazônica, região habitada por diversos povos originários, enfrenta uma
crescente preocupação em relação à violência patrimonial que ameaça suas culturas
ancestrais e modos de vida. Esta pesquisa busca analisar a extensão e os padrões dessa
violência com base nos relatórios de violência compilados pelo Conselho Indigenista
Missionário (CIMI). O presente estudo tem como objetivo principal investigar a
incidência, formas e consequências da violência patrimonial contra os povos originários
nas Amazônias, utilizando os relatórios do CIMI como fonte primária (BARROS, 2020).
Busca-se compreender os fatores subjacentes a essa violência e seus impactos nas
comunidades indígenas (BRIGHENTI, 2015). A violência patrimonial é uma ameaça
significativa aos povos originários nas Amazônias, levando à destruição de territórios
sagrados (APURINÃ, 2022), perda de tradições culturais e impactos psicossociais
profundos. Compreender os padrões dessa violência é crucial para informar políticas de
proteção dos direitos humanos e a preservação da diversidade cultural. Este estudo adota
uma abordagem qualitativa e documental, utilizando relatórios de violência produzidos
pelo CIMI entre os anos 2018 e 2022 como fonte de dados. No aspecto teórico, será
utilizado em diálogo a Nova História Política lidos em Rémond (2003), Julliard (1988),
Cardoso (2011), Angeli e Simões (2012), Medeiros (2017) e a História Indígena Monteiro
(1995), Cunha (2018), Almeida (2010) para embasamento do olhar sobre os dados dos
relatórios. A análise de conteúdo (BARDIN, 1977) será empregada para identificar os
tipos de violência patrimonial, os contextos em que ocorrem e os grupos envolvidos.
Além disso, a pesquisa considerará a legislação nacional e internacional relacionada aos
direitos dos povos indígenas. Os resultados preliminares indicam uma variedade de
formas de violência patrimonial contra os povos originários nas Amazônias, incluindo
invasões de territórios, destruição de sítios culturais, exploração ilegal de recursos
naturais e disseminação de discursos discriminatórios. Essas formas de violência resultam
em danos irreparáveis às comunidades indígenas, exacerbando a marginalização social e

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a perda de identidade cultural. A pesquisa em andamento destaca a urgência de ações
coordenadas para combater a violência patrimonial contra os povos originários nas
Amazônias. A análise dos relatórios do CIMI revela a complexidade desse problema e
ressalta a necessidade de medidas legais e políticas eficazes para proteger os direitos
territoriais e o patrimônio cultural dessas comunidades. A preservação da riqueza cultural
e da diversidade étnica das Amazônias depende do compromisso contínuo com a justiça,
com o meio ambiente e os direitos originários.

Palavras-Chave: Violência patrimonial, povos originários, Amazônia, direitos


indígenas, terras indígenas.

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ST – 04

Memória e
conectividades
culturais no
Mediterrâneo Antigo

Maria Regina Candido (UERJ / UFRJ)

Alair Figueiredo Duarte (UFRJ / UERJ)

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Camila Alves Jourdan


Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

Controlar o luto feminino: as leis de Sólon e a Oração Fúnebre em Atenas (século VI


a.C.)
Na pólis dos atenienses as reformas atribuídas ao legislador Sólon (século VI a.C.)
fomentam mudanças sociais e políticas, inclusive no que se refere aos rituais mortuários
e o papel feminino. De acordo com Plutarco, essas leis implementadas restringiram
consideravelmente o papel feminino nas lamentações. No século seguinte, com o advento
dos conflitos contra os espartanos e seus aliados, a lamentação fúnebre dos mortos passa
ao poder do Estado, no qual seleciona um representante do corpo de cidadãos para
enunciar a lamentação fúnebre. Nossa apresentação enseja discutir o controle do luto
feminino a partir das leis de Sólon e a paulatina transferência da expressão do luto para o
controle do Estado ateniense através da instauração do ἐπιτάφιος λόγος (epitáphio logos)
como meio de exaltar os mortos na guerra.

Palavras-Chave: Morte; Mulheres; Luto; Grécia Antiga.

Jerrison Patu de Melo Alves


PPGHC/UFRJ

A disputa política em Os persas de Ésquilo em experimentação comparada com a


Guerra Peloponeso de Tucídides (séc. V a.C.).
A presente comunicação tem como objetivo apresentar algumas considerações
sobre as disputas econômicas e política da Atenas Clássica (séc.V a.C.). Para isso
analisaremos as obras “Os Persas” de Ésquilo e “A Guerra do Peloponeso” de Tucídides,
sendo a primeira uma peça teatral produzida no ano de 472 a.C. e a segunda um relato
historiográfico sobre as ações dos atenienses datada do ano (431-404 a.C.). Abordaremos
assim, os conflitos entre Péricles democrata e financiador da dramaturgia de Ésquilo, que
através da encenação buscava uma aproximação com os estrangeiros e uma inserção de
todos/as dentro do mercado, isto de acordo com a antropologia histórica de Karl Polanyi;

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e Címon que era um líder militar e aristocrata, enaltecia o conflito bélico pela tendência
do enriquecimento próprio e da restrição da riqueza através do espólio de guerra. Portanto,
torna-se crucial a análise do conflito bélico entre gregos e persas 476 a.C. como uma
forma de ascensão econômica e a investigação da teatralidade como um espaço de
entretenimento e debate político.

Palavras-Chave: Péricles; Címon; aproximação; embate.

Josè Roberto de Paiva Gomes


PPGH-UERJ

Alianças e conectividade entre Atenas e Trácia: o caso de Milciades e Clistenes


Milciades, após o retorno da Trácia, se torna um dos 10 estrategos de Clistenes.
Como comandante das tropas navais e da cavalaria. Transformando Atenas em uma
potência econômica emergente. Encontramos casas de cunhagem que corroboram para
emergência de uma estrutura que financiou a dominação da Trácia e, posteriormente para
os conflitos no Mar Egeu, buscando defesa e conquista territorial, após as guerras
médicas.

Palavras-Chave: Milciades, Atenas, Trácia, conectividade.

Junio Cesar Rodrigues Lima


NEA/UERJ

O plano citadino hipodamiano, a etnocidade e a política urbanística de Herodes em


Cesareia Marítima
Na obra “A Política”, Aristóteles descreveu os elementos que compõem a cidade-
estado: a população; o território; a autoridade política. Esse discurso aristotélico está
diretamente relacionado ao período judaico-helenístico. Isso nos levou a uma
problemática sobre como o discurso de Aristóteles sobre a cidade-estado poderia
influenciar o processo de urbanização da cidade de Cesareia Marítima, iniciado por
Herodes cerca de três séculos depois. Considerando que o rei dos judeanos, por pertencer
à classe dirigente judaica no século I a.C., tinha acesso aos clássicos e ainda era patrono
e amigo de Nicolau de Damasco, parece-nos que a premissa de Aristóteles sobre os

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elementos que compõem a cidade-estado contribuiu naturalmente para que o rei dos
judeanos viabilizasse a construção de espaços sociais nos quais gregos, sírios, romanos e
judeus pudessem estabelecer relações socioculturais recíprocas, ou seja, viver em
sociedade, e assim minimizar futuros enfrentamentos, como os que ocorreram após a sua
morte.

Palavras-Chave: Política Urbanística; Etnocidade; Plano Hipodamiano; Discurso


Aristotélico; Espaços Sociais.

Luana Grace Guerrieri Araujo


Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

O Exilio de Publio Ovidio Naso: uma reflexao sobre o crime e a queda do Poeta na
Epoca de Octavio Augusto
Públio Ovidio Naso, nascido em 43 a.C. na Itália, era conhecido por sua
independência política e dedicação à escrita. Ele viveu.na mesma época que Virgílio e
Horácio, durante o reinado de Augusto. Ovidio escreveu obras elogiadas que desafiaram
as normas morais da época. Esse comportamento pode ter levado ao seu exílio. Nossa
analise se concentra no exílio do poeta como um evento histórico com implicações
literárias e culturais, ocorrido durante o governo de Otávio Augusto.

Palavras-Chave: Ovídio. Roma. Exilio. Augusto.

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ST – 06

Dimensões do
Regime Vargas e seus
desdobramentos

Dr. Orlando de Barros (UERJ)

Dr. Thiago Mourelle (ANRJ)

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Alice de Andrade Pampani


Universidade Federal de Sergipe – UFS

Mulheres comunistas na luta contra o autoritarismo na Bahia: o caso de Jacinta


Velloso Passos (1937-1945)
Os anos de 1937 a 1945 transformaram as estruturas de todo o mundo com a
Segunda Guerra Mundial. No Brasil, a onda de autoritarismo chegou em consonância
com o governo de Getúlio Vargas e o golpe do Estado Novo, que acompanhou o
conservadorismo de países como a Alemanha e a Itália. Em revelia a esse sistema, muitos
grupos se manifestaram contra, principalmente os membros do Partido Comunista do
Brasil (PCB). Este trabalho visa analisar como as mulheres do PCB se movimentaram na
Bahia contra o autoritarismo vigente, além de investigar como elas driblaram o governo
Varguista publicando artigos na imprensa baiana. Um dos principais nomes dessa
resistência foi Jacinta Passos, poeta, comunista e escritora, que publicou em diversos
jornais no estado, como "O Imparcial" e "O Momento", principais fontes desta pesquisa,
denunciando o nazifascismo no Brasil e no mundo.

Palavras-Chave: Mulheres; PCB; Política, Autoritarismo.

Aline Sara Mendes dos Santos


Jucilene Costermani Ramos Gasoni

Reformas educacionais no Brasil: era Vargas e o novo ensino médio em perspectiva


O artigo discute a evolução da educação no Brasil, destacando dois momentos
cruciais: a Era Vargas e o Novo Ensino Médio. Na Era Vargas, o governo priorizou a
formação de mão de obra qualificada para impulsionar a industrialização do país,
enfatizando a educação técnica em detrimento da humanística. Já o Novo Ensino Médio
é uma reforma educacional que busca tornar o currículo mais flexível, mas levanta
preocupações, como a falta de consulta pública adequada e a possibilidade de ampliar
desigualdades educacionais. O presente artigo busca estabelecer um paralelo entre as
reformas, onde ambas as abordagens compartilham o objetivo de atender ao mercado de

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trabalho, mas a análise crítica é essencial para garantir uma educação abrangente e
equitativa.

Palavras-Chave: Educação, Era Vargas, Novo Ensino Médio.

André Barbosa Fraga


Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

A justificativa do golpe do Estado Novo nas produções editoriais do DNP e do DIP


O objetivo da presente pesquisa é analisar de que maneira o governo Vargas
apresentou como necessária, em suas publicações oficiais, a implementação da ditadura
de 10 de novembro de 1937. Ou seja, com base nos folhetos e livros editados pelo
Departamento Nacional de Propaganda (DNP) e pelo Departamento de Imprensa e
Propaganda (DIP) serão identificadas as justificativas elaboradas pelo Estado Novo
(1937-1945) para defender a permanência de Getúlio Vargas no poder, à frente de um
regime de exceção, e obter, consequentemente, a legitimidade da população.

Palavras-Chave: Governo Vargas; Estado Novo; DNP; DIP.

Carla Fernanda da Silva


Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS

Produção, distribuição e consumo da propaganda política do Estado Novo


O objetivo deste texto é apresentar uma análise da ação do Estado Novo brasileiro
na produção, divulgação e consumo das imagens construídas de si mesmo pela
propaganda política oficial. A pesquisa foi realizada no filme de atualidades Cine Jornal
Brasileiro e na revista Cultura Política, ambos produzidos pelo Departamento de
Imprensa e Propaganda. Nossa hipótese é de que a produção se deu a partir da intervenção
do Estado na imprensa e na propaganda, a distribuição concretizou-se através de um
complexo sistema centralizado e organizado burocraticamente nos moldes da
racionalização do Estado e do corporativismo e o consumo efetivou-se na transformação
da multidão, dispersa e desorganizada, em massa, destinatários e consumidores dos
produtos finais da propaganda política. Concluímos que o corporativismo estatal

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brasileiro foi o instrumento fundamental para a definição do formato e o alcance do
sucesso da propaganda política do Estado Novo.

Palavras-Chave: Propaganda política, Estado Novo, Departamento de Imprensa e


Propaganda

Carlos Nássaro Araújo da Paixão


IF Baiano - Campus Serrinha

Juracy Magalhães e o Processo de formação da "Coligação Sertaneja" e do PSD na


Bahia (1931-1933)
Esta comunicação oral se propõe a discutir as relações entre o interventor federal
na Bahia, Juracy Magalhães, durante o período de 1931 a 1937, e os membros dos
diferentes grupos oligárquicos baianos, destacando-se os conflitos e acomodações que
marcaram a centralização e o fortalecimento do poder executivo e o seu papel neste
processo, assim como a análise da maneira pela qual foi articulado o agrupamento
político, em volta da sua liderança, através da arregimentação partidária de chefes
políticos locais no interior e na capital. Destaque-se, nesse caso, o processo de formação
da "Coligação Sertaneja" e do PSD, ambas estruturas de exercício do poder do interventor
e do acesso de setores das oligarquias baianas às instâncias do aparelho de Estado.

Palavras-Chave: Juracy Magalhães, Bahia, Concentração Sertaneja, Oligarquias, PSD.

Carolina Machado dos Santos


Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

Estado Novo e a 'estetização da política': reflexões de pesquisa em cultura visual


Compreendendo que o Estado Novo (1937-1945) comandado por Getúlio Vargas
se utilizou de influências nazifascistas para organização do seu aparato propagandístico,
esta apresentação objetiva explorar as possibilidades de entendimento do regime a partir
do conceito de ‘estetização da política’ cunhado por Walter Benjamin. E além disso,
também propõe abrir uma reflexão no que tange o reconhecimento da fotografia pública
enquanto um instrumento da ‘estetização da política’.

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Palavras-Chave: Estado Novo; estetização da política; cultura visual; fotografia.

Cristina Dias Malveira


Escola Estadual Doutor Carlos Albuquerque

Por toda a América: o pan-americanismo e a identidade nacional brasileira no Estado


Novo
Esta pesquisa procurou analisar dois literatos e seus posicionamentos políticos
dentro da ditadura varguista no período em que o Brasil passou a fazer parte dos Aliados
na Segunda Guerra Mundial. Os literatos Cassiano Ricardo e Jorge Amado, possuíam
uma visão política bem diferente, o primeiro apoiou e fez parte do Estado Novo, o
segundo, foi comunista desde o início de sua carreira, fazendo oposição à ditadura
varguista. Jorge Amado havia voltado do exílio e escrevia para o jornal O Imparcial, da
Bahia. Cassiano Ricardo comandava o jornal A Manhã, governista. Discutimos, então, a
ideia de pan-americanismo, relatada por ambos em seus jornais procurando entender a
importância dada pelos autores à identidade nacional e à figura de Vargas neste contexto,
pensando conceitos de nação e identidade a partir dessas perspectivas.

Palavras-Chave: Nação; identidade; literatura; Estado Novo.

Fabian Filatow
Prefeitura Municipal de Esteio (RS)

Imprensa Católica e o combate ao comunismo nas páginas do jornal Estrella do Sul


O presente trabalho tem por objetivo buscar identificar a presença do discurso
anticomunista na imprensa católica no Brasil no decorrer da década de 1930. Para isso,
realizamos um estudo de caso onde analisamos alguns artigos publicados no jornal
católico Estrella do Sul, produzido sob a responsabilidade da Arquidiocese de Porto
Alegre (RS) entre os anos de 1930 e 1939. Buscamos perceber as relações políticas entre
os casos atribuídos a União Soviética e o Brasil daquele período. O estudo está orientado
pela concepção da identidade dos opostos, ou seja, buscamos compreender as
representações presentes nos artigos publicados no jornal referente ao comunismo e sua
relação com o contexto político brasileiro daquele período da história nacional.

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Palavras-Chave: História Política – Imprensa Católica – Jornal Estrella do Sul –


Anticomunismo.

Felipe da Silva Barbosa


Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

"O socialismo democrático de Getúlio Vargas": getulismo e o esforço programático dos


trabalhistas fluminenses
O Partido Trabalhista Brasileiro foi fundado em 1945, em meio ao processo de
abertura do Estado Novo, tendo como objetivo aglutinar elementos do Ministério do
Trabalho e dos sindicatos ligados a ele, no sentido de garantir a continuidade do projeto
trabalhista e preservar a relação entre Getúlio Vargas e os trabalhadores. Nesse sentido,
promoveu-se desde então uma aproximação direta entre a figura do ex-Presidente e a
agremiação. Contudo, isto não significou a restrição à emissão de um projeto político
reformista, ancorado na defesa dos direitos sociais e na crítica da democracia liberal.
Reinterpretando o passado estadonovistas, membros do partido no estado do Rio de
Janeiro, logo nos primeiros anos democráticos, formularam uma compreensão do
trabalhismo como um modelo de socialismo.

Palavras-Chave: Trabalhismo; Experiência democrática; Terceira República; Política


fluminense; Esquerdas.

Francisco Quartim de Moraes


FFLCH-USP

A Justiça do Trabalho na visão de Oliveira Vianna e Valdemar Ferreira.


Foi o deputado e professor paulista Valdemar Ferreira quem deu forte
impulso teórico à comparação entre a Justiça do Trabalho e o fascismo, abrindo larga
polêmica com Francisco Oliveira Vianna, autor do projeto, que escreveria o livro
Problemas do Direito Corporativo (1938) em resposta a estas acusações. Analisamos a
obra de Oliveira Vianna entre os anos de 1936 e 1943, constatando uma coerência
argumentativa sobre este tema. Esta produção - e o debate gerado por ela - serão o foco
deste trabalho.

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Caderno de Resumos da XVII Semana de História Política – XIV
Seminário Nacional de História: Política, Cultura e Sociedade –
Povos Originários e Ancestralidade: florestanias e alianças ISSN: 2175-6430
afetivas

Palavras-Chave: CLT; Fascismo; corporativismo; Era Vargas; Justiça do Trabalho

Giovane Silva Balbino


Faculdade de Educação – USP

A política no Jornal A Cidade em Pouso Alegre/MG (1933-1937)


A presente pesquisa tem como objetivo analisar os artigos que tratam de política
no jornal A Cidade, periódico de circulação na cidade de Pouso Alegre/MG. A
metodologia adotada é de análise cuidadosa dos artigos, anotando o nome do autor e
vinculações políticas presentes. A pergunta central deste trabalho é a seguinte: como o
periódico tratava dos assuntos políticos nacionais e municipais no contexto da Era
Vargas? Concluímos que o trabalho apresentado deriva-se da pesquisa em andamento no
Doutorado em Educação na FEUSP.

Palavras-Chave: Jornal, política, Pouso Alegre.

Guilherme Ribeiro
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ

Revista Brasileira de Geografia e Departamento de Imprensa e Propaganda:


aproximações iniciais
Fundada em 1939, a Revista Brasileira de Geografia tornou-se o principal
periódico de geografia do Brasil e vem sendo estudada sob diversos ângulos, mas sua
extensão e diversidade (publicada ininterruptamente de 1939 a 1996) guardam muitas
surpresas. Uma delas é o papel ideológico desempenhado como veículo oficial do Estado
Novo, regime autoritário e nacionalista liderado por Vargas de 1937 a 1945 cuja obsessão
pela censura levou à criação do Departamento de Imprensa e Propaganda em 1939, órgão
federal cujas atribuições incluem desde a prisão de escritores até a promoção de prêmios
literários. Submetida a este Departamento e gozando de enorme prestígio dentro da
administração federal representada pelo Conselho Nacional de Geografia, a RBG –
principalmente a seção denominada Noticiário – conseguiu avançar no conhecimento do
território brasileiro sem questionar as contradições do regime. Simultaneamente, outra de
suas funções era estabelecer regras científicas para a produção do conhecimento

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Caderno de Resumos da XVII Semana de História Política – XIV
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Povos Originários e Ancestralidade: florestanias e alianças ISSN: 2175-6430
afetivas
geográfico. Apoiado na literatura historiográfica sobre o Estado Novo e nas fontes
consultadas no Centro de Pesquisa e Documentação Contemporânea e no Arquivo
Nacional, em termos de método utilizo o conceito de ordem do discurso para compreender
as ligações entre poder, conhecimento e política em tempos de autoritarismo.

Palavras-Chave: Censura, Autoritarismo, Geografia.

Italo de Andrade Lopes


Universidade Federal do Piauí – UFPI

Military Historiography: Desdobramentos e Artimanhas Políticas para a Inserção do


Brasil na Segunda Guerra Mundial.
O presente trabalho pretende tratar a articulação política que ocasionou a
Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, suas relações políticas exteriores com
a Alemanha, seu processo de neutralidade e parceria com os Estados Unidos da América,
suas arbitrariedades, desdobramentos e particularidades. O objetivo desde artigo
contribuir com a construção da Historiografia Militar Brasileira através de analises do
Jornal Gazeta do Piauí no período de 1939-1945, buscando compreender como se deu o
crescimento político e econômico do brasil e sua construção da identidade nacional diante
do conflito mundial, suas atribuições, temores e preceitos durante o Estado Novo.

Palavras-Chave: Segunda Guerra Mundial; Política; Historiografia; Militar; Jornal


Gazeta;

Jéssica Lopes de Assis


Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

O lazer operário na cidade de Volta Redonda – alguns apontamentos (1940-1960)


O objetivo deste trabalho é analisar as dimensões de sociabilidade na cidade de
Volta Redonda através do Serviço de Recreação Operária, criado em 1943, como uma
política de Estado para ordenar o tempo do não-trabalho do operário. A cidade em
questão, cresceu no entorno da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, portanto, seguia
a hierarquização de dentro da empresa. Ou seja, a segregação socioespacial a partir da
diferenciação dos trabalhadores, iria influenciar diretamente no funcionamento dos

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afetivas
clubes. Com isso, a população negra passou a ser excluída de determinados espaços
recreativos à ponto de criar o próprio clube mediante a discriminação racial.

Palavras-Chave: Lazer, Segregação, Racismo.

Jéssica Thaís de Oliveira Bassoli


Universidade de São Paulo – USP

A Igreja Católica e o I governo de Getúlio Vargas: análise do jornal O Legionário


(1930-1945)
No presente trabalho, discorro sobre a trajetória da minha dissertação de mestrado,
por onde perpassei o I governo de Getúlio Vargas sob a ótica do periódico O Legionário.
O jornal, principalmente a partir do ano de 1933, com a direção de Plínio Corrêa, foi
expoente em diversos assuntos, políticos ou não, no estado de São Paulo. A análise do
periódico teve como base duas encíclicas papais: Rerum Novarum (1891) e da
Quadragesimo Anno (1931), que trataram do corporativismo como uma terceira via de
solução econômica e política da época. A ideia geral é apresentar a dissertação como um
caminho de estudos novo sobre o assunto.

Palavras-Chave: Igreja Católica; Vargas; Jornal.

José Antonio de Andrade


UNIVERSO

A ingerência estrangeira, a queda de Vargas e fim do Estado Novo


A proposta desse trabalho é discutir a partir de documentos oficiais e das
publicações da imprensa, o papel desempenhado pela ingerência estrangeira e suas
consequências para a queda de Getúlio Vargas e consequentemente, o fim do Estado
Novo. Embora a questão da democracia fosse o pano de fundo para a narrativa, com o
intento de ofuscar outros interesses nessa trama, o fato é que um conjunto de interesses,
políticos e econômicos, internos e externos estavam em jogo naquele momento.
Buscaremos mostrar como essa disputa levou a um desenrolar dos acontecimentos em
que, ao confluir para um interesse comum, uniu elites nacionais a interesses estrangeiros,
ambos trabalhando ativamente para promover o fim do regime.

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Palavras-Chave: Imprensa; Estado Novo; Vargas; Ingerência Estrangeira.

Laura Vianna Vasconcellos


Pós-doutoranda em História

Paulo Shilling e a questão militar


Paulo Schilling assessorou Leonel Brizola durante seu governo no Rio Grande do
Sul e participou dos principais atos do brizolismo. No exílio, escreveu mais de trinta livros
sobre a realidade brasileira e sobre a experiência da esquerda brizolista. Uma das suas
contribuições mais interessantes foi a análise que fez das Forças Armadas, assunto a que
se dedica esta apresentação.

Palavras-Chave: Paulo Shilling; brizolismo; nacionalismo.

Luana Camila da Silva Rosario


Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

Valorização e desenvolvimento na Amazônia: discursos e debates em torno da


Petrobras (1951-1954)
Este debate está inserido na pesquisa de mestrado sobre os trabalhadores
petroleiros na Amazônia, no período da chegada da Petrobras na região (1955) até o ano
de 1964. A presença da Petrobras na Amazônia acompanhou um conjunto de estratégias
que se inseriram como parte do pensamento econômico que privilegiava a adoção de
planos de valorização para uma área que, aos olhos dos governantes e adeptos de um
pensamento industrializante, deveria servir tanto como uma área intervenção estatal,
como uma alternativa para substituição de importações. Considerando as projeções do
governo Vargas, será analisada a comoção presente no governo e muito dissipada nos
jornais, em relação à política do petróleo na região amazônica entre 1951 e 1954, que
pode ser entendida dentro do modelo nacional-desenvolvimentista.

Palavras-Chave: Petróleo; Amazônia; Vargas; Nacional-Desenvolvimentismo;


Petrobras.

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Luiz Mário Dantas Burity


Fundação Casa de José Américo

O aprendizado da democracia: a atuação política e intelectual de José Américo de


Almeida durante o Estado Novo
Em 22 de fevereiro de 1945, o Correio da Manhã publicou a célebre entrevista em
que José Américo de Almeida denunciava as arbitrariedades da ditadura do Estado Novo,
episódio que entraria para a história como marco do fim da censura no país. Era uma
virada importante na história do país e na trajetória desse personagem. Como um sujeito
que entrou na vida política nacional como ministro do Governo Provisório (1930-1934),
como um dos defensores da permanência do regime discricionário naquele momento,
torna-se, na década seguinte, uma referência na defesa da democracia? O objetivo desse
texto é compreender como a emergência da democracia como um valor hegemônico no
pós-guerra foi vivido pelas gerações mais velhas de políticos republicanos, a partir da
trajetória singular de José Américo de Almeida.

Palavras-Chave: Democracia. Aprendizado. Estado Novo. José Américo.

Marco Antonio Baldin


SEDUC, SP – Aposentado

Origem Cristã do Autoritarismo: o Governo Vargas como sua Base


Discuto a origem do pensamento autoritário e o situo no interior da concepção
cristã de sociedade e de Estado, segundo a qual a ordem universal teria sido fundada por
Deus. Sua origem remonta da chamada doutrina do corpo místico de Cristo, cunhada por
São Paulo, isto é, a Igreja Católica seria o corpo, Cristo, a cabeça, e todos seríamos seus
membros. Historicamente, no século XVIII e XIX, os defensores da ordem católica
(Burke, Lammenais, De Maistrè, Cortés, De Bonald, Comte, Novalis, Schelling) se
apropriaram dessa doutrina e a reinterpretaram ao sabor de seus interesses, membros da
ordem nobiliárquica. Para esses, a Revolução Francesa, essencialmente diabólica, havia
destronado a ordem divina. Portanto, era urgente restabelecê-la. O juízo maléfico da
Revolução Francesa se propagou até o início do século XX, quando outros pensadores
reivindicaram o retorno da ordem universal dos cristãos, muitas vezes, subsidiada pelo

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direito, como defendia Carl Schmitt, na tentativa de justificar o Nazismo. No pontificado
de Pio IX e seguintes, a Igreja procurou restabelecer sua primazia no interior dos Estados
modernos, exigindo lugar de destaque e decisório neles. É nessa conjuntura que se dá a
aproximação, no Brasil, entre a escolha do novo cardeal, Sebastião Leme, e o governo
Vargas, recém empossado. Vargas comandou o país apoiado por um projeto político
amplo de educação, pelo segmento militar e pelo encantamento religioso.

Palavras-Chave: Igreja Católica, Governo Vargas, autoritarismo.

Marina Helena Meira Carvalho


Doutora pela UFMG

A Segunda Guerra Mundial como temática na publicidade no Brasil


Em 1942, os Estados Unidos lançaram um projeto oficial ligado à Política da Boa
Vizinhança, o qual demandava novo papel às publicidades: construir laços entre as
Américas, forjar o Eixo enquanto inimigo comum e conquistar mercados para o pós-
guerra. A publicidade deveria mobilizar a população e legitimar a guerra. O projeto
publicitário foi bem divulgado entre o círculo publicitário brasileiro, o qual, por sua vez,
discutiu a publicidade no Brasil diante da Segunda Guerra Mundial e da Política da Boa
Vizinhança. Foram criadas, então, publicidades que seguiam o modelo do projeto
publicitário norte-americano, mas que apresentavam justificativas outras para a guerra.
Ao explicitar justificativas para a guerra, desenha-se os motivos que seriam legítimos para
se lutar, o que se pretenderia defender e qual seria o resultado esperado, ou seja, qual o
projeto de Brasil era desenhado para o pós guerra.

Palavras-Chave: OCIAA, publicidade, Segunda Guerra Mundial, Política da Boa


Vizinhança.

Pedro Henrique Dutra de Souza


Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

A questão Racial no filme That Night in Rio


That Night in Rio é um filme de comédia musical, produzido pelo diretor Irving
Cummings em 1941. Nele, um barão com problemas financeiros, para tentar um

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empréstimo no banco em Buenos Aires, sem que seus concorrentes descubram a sua
situação, contrata um ator para substituí-lo durante sua viagem. Este longa metragem foi
produzido no período que ficou conhecido como política da Boa Vizinhança, no qual
teoricamente pretendia-se construir uma relação “mais amistosa” entre Estados Unidos e
seus vizinhos americanos no período de 1933-1945. Este processo foi responsável, além
de outras questões, por exportar uma visão de Brasil que se buscava consolidar nesse
momento, pautada na ideologia da Democracia Racial. Dessa maneira, este trabalho busca
compreender aspectos desse modelo de identidade nacional em formação, dando ênfase
a questão racial, e observando essas questões no longa-metragem selecionado.

Palavras-Chave: Democracia Racial, cinema, música, Política da Boa Vizinhança.

Pedro Jardel Fonseca Pereira


Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

Indígenas, Negros e Mestiços sob a ótica do governo de Getúlio Vargas: uma análise
dos discursos étnico-racial do Conselho de Imigração e Colonização
O objetivo desta comunicação é analisar como indígenas, negros e mestiços foram
representados sob a ótica do discurso étnico-racial do Conselho de Imigração e
Colonização (CIC) criado no governo de Getúlio Vargas. Estes foram publicados pela
Revista da Instituição, dentro da perspectiva do ideal de “uma nova raça”. A partir,
sobretudo, da Eugenia, os Conselheiros e demais intelectuais ligados ao CIC
argumentavam sobre como seria formado o “homem novo” o trabalhador ideal. Tanto os
indígenas como os negros eram considerados biologicamente e culturalmente inferiores.
Além disso, o brasileiro já sofria as más consequências da miscigenação, que resultou no
sujeito mestiço. Considerado degenerado biológica, moral e psicologicamente, além de
indolente, sob o ponto de vista do CIC.

Palavras-Chave: Getúlio Vargas; étnico-racial, Eugenia, trabalhador ideal.

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Rafael Navarro Costa


UFRJ/CEDERJ

Saudades da Guanabara ou do Estado do Rio de Janeiro? A fusão vista pela


perspectiva fluminense
A Fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara conformou o Estado do
Rio de Janeiro como vemos hoje. Historiadores e cientistas políticos debateram o tema
do ponto de vista político e social no início dos anos 2000. Contudo, as perspectivas de
análise se deram muito através da visão dos cariocas, deixando de lado a perspectiva
fluminense sobre a fusão e seus reflexos políticos, econômicos, sociais e culturais nas
cidades que compuseram o antigo Estado do Rio de Janeiro. Nossa proposta é refletir
sobre esses impactos a partir do ponto de vista fluminense.

Palavras-Chave: Rio de Janeiro; Fusão; Política Fluminense.

Raimundo Helio Lopes


Instituto Federal Fluminense
As tropas do Governo Provisório na Guerra Civil de 1932 pelas lentes do jornal
Correio da Manhã
O presente trabalho pretende analisar o acervo fotográfico do jornal carioca
Correio da Manhã, referente à Guerra Civil de 1932, mais conhecida como Revolução
Constitucionalista. Este jornal, um dos mais importantes do país, fez uma vasta cobertura
sobre esse conflito, mostrando-se favorável ao Governo Provisório. O acervo em análise
é composto por 85 fotos, a ampla maioria delas retratando as forças militares federais em
diversos momentos do conflito: a organização nos estados, as mobilizações sociais
ocorridas nos embarques, o desembarque na cidade do Rio de Janeiro e, até mesmo, cenas
do front de batalhas. A análise desse conjunto de fotos permite compreender relevantes
aspectos sobre as tropas do Governo Provisório no maior conflito militar brasileiro do
século XX.

Palavras-Chave: Guerra Civil de 1932 - fotos - jornal Correio da Manhã.

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Samylla de Sousa Pereira


Universidade Federal do Maranhão – UFMA

“-Sim. Temos um chefe”: os usos políticos do gênero biográfico para a legitimação de


Vargas como líder da nação
A construção da figura de Getúlio Vargas como o grande líder do país foi uma
tarefa empreendida visando ao objetivo de legitimá-lo no poder. Sobre isto, durante a
primeira metade do século XX, houve uma grande obsessão pela figura do líder nos
continentes europeu e americano não somente na esfera política, mas igualmente no
âmbito social (Cohen, 2013). No Brasil, órgãos como o DIP (Departamento de Imprensa
e Propaganda), difundiram a imagem do presidente como um chefe cuja sapiência o
permitiria interpretar a consciência coletiva nacional, estando, portanto, destinado a
conduzir os caminhos de seu povo (Gomes, 2005). Dessa maneira, a biografia escrita pelo
diretor da divisão do DIP Alfredo Pessôa, intitulada Um homem que governa (1942),
demonstra a utilização política desse gênero para narrar a trajetória do então presidente e
divulgar a doutrina do ideário varguista, de modo a afirmar sua posição de chefe máximo
brasileiro.

Palavras-Chave: Líder Político. Biografia. Getúlio Vargas.

Tácio Ferreira Garrido Barbosa


Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

Tombamento e Memória Nacional: A Construção da Identidade Brasileira durante o


Estado Novo (1937-1945)
Nesta comunicação, almeja-se empreender uma breve análise historiográfica,
valendo-se dos volumes de um a nove da revista do SPHAN datados entre 1937 e 1945
como fonte primária de observação de alguns estudos sobre uma memória edificada
colonial portuguesa com ênfase em monumentos católicos por meio da revista do SPHAN
durante o Estado Novo. A seleção específica dessas edições para este estudo é justificada
pelo fato de que elas correspondem à primeira e à última edição organizadas durante o
período do Estado Novo. A discussão historiográfica abordada nessa comunicação tem o
intuito de expor as razões que deram origem aos processos de tombamento no Brasil.

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Estes processos se embasavam em valores que visavam construir uma identidade e um
senso de pertencimento nacionais, promovendo uma supervalorização da memória
colonial e da religiosidade católica.

Palavras-Chave: SPHAN; Memória Coletiva; Identidade.

Thiago Cavaliere Mourelle


Arquivo Nacional

A democracia ameaçada - a Câmara dos Deputados confronta Getúlio Vargas (1934-


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O presente trabalho pretende apresentar o resultado de um estudo profundo e
amplo do período do governo constitucional de Getúlio Vargas, com o pano de fundo da
relação do presidente com a Câmara dos Deputados. Serão abordadas as alianças
políticas, os grupos de pressão/influência e os fatos da vida nacional que eram debatidos
em plenário e pelas páginas de jornais. O aumento do autoritarismo governamental revela
a ameaça à democracia que chegaria ao máximo no momento do golpe de 1937. O estudo
resultou em livro recentemente lançado e que terá novo lançamento durante esta Semana
de História da UERJ.

Palavras-Chave: Vargas; 1930; golpe; Legislativo

Thiago Costa Juliani Regina


Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS

Nem udenista, nem antivarguista: reavaliando a atuação política e o papel institucional


da grande imprensa durante o Segundo Governo Vargas (1951-1954)
A relação entre imprensa e política durante o Segundo Governo Vargas (1951-
1954) é um dos temas mais abordados pela historiografia correspondente ao período. É
inegável que o papel e a atuação dos grandes jornais possuem um lugar especial nas
interpretações dos processos políticos que marcaram a conjuntura que vai desde a
ascensão democrática de Getúlio Vargas em 1951, até o seu suicídio em 1954. Via de
regra, os jornais tradicionais da época são compreendidos tanto como inimigos
intransigentes de Vargas, que teriam o atacado de modo uníssono e incessante ao longo

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do mandato; quanto como porta-vozes da União Democrática Nacional (UDN),
subordinados às linhas de ação do principal partido de oposição. Nesse sentido, nosso
objetivo é reavaliar ambas concepções. Não se trata de passarmos de detratores à
apologistas da grande imprensa. Mas, distanciando-nos de quaisquer considerações
tomadas a priori, apresentar uma compreensão alternativa, baseada em análises empíricas,
sobre o papel e a atuação dos jornais durante o Segundo Governo Vargas.

Palavras-Chave: Imprensa e política. Segundo Governo Vargas. Jornalismo impresso.

Thiago Fidelis
Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG

O sistema parlamentarista, no governo João Goulart, pelas páginas do jornal Ultima


Hora (UH)
No dia 07 de setembro de 1961, 13 dias depois da renúncia de Jânio Quadros à
presidência do Brasil, tomava posse o vice, João Goulart após uma imensa crise
ocasionada por movimentações militares e civis que não desejavam a posse de Jango
(como o futuro mandatário era conhecido) por associá-lo à grupos comunistas, que em
tese não coadunavam com a democracia e com os valores morais que prevaleceriam na
sociedade brasileira, em um contexto em que a Guerra Fria era cada vez mais “quente”
no continente americano, sobretudo pela recém adesão de Cuba ao bloco soviético. Além
disso, Jango era ligado diretamente às práticas e hábitos políticos de Getúlio Vargas,
nome que causava grande incômodo nesses grupos opositores e que, de fato, era o
principal fator que mobilizava tal embate. Para resolver essa situação, a medida
encontrada foi a adoção do Parlamentarismo, medida proposta desde os trabalhos da
Constituinte de 1946 pelo deputado gaúcho Raul Pila, que tivera sua emenda recusada
algumas vezes durante todo esse tempo e que via agora sua então utopia tornar-se
realidade, como forma de evitar uma possível guerra civil. Na imprensa, a maioria dos
jornais de maior tiragem era alinhada com os entusiastas do golpe, mantendo uma postura
bastante crítica à João Goulart e, em alguns casos, um apoio explícito à todo esse
processo. Dentre as publicações de ampla tiragem, havia a Ultima Hora (UH), periódico
fundado em 1951 por Samuel Wainer como uma espécie de caixa de ressonância do
governo de Vargas na imprensa, uma vez que essa era majoritariamente opositora à sua
figura. Mesmo após a morte do então presidente, a UH manteve a linha de apoio aos

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políticos e práticas ligadas ao político gaúcho, embora estruturou, desde suas primeiras
páginas, um estilo e perspectivas próprios (e que, em determinados momentos, chocou-
se com ideias ou práticas dos detentores do legado varguista). No entanto, na crise de
1961 o jornal posicionou-se veementemente contra os golpistas e à favor de Jango,
criticando duramente a instalação do Parlamentarismo. Sendo assim, a perspectiva dessa
comunicação é analisar como a UH estruturou o Parlamentarismo em suas edições
durante sua vigência, que findara no início de 1963 com a realização de um plebiscito
(aspecto que será bastante discutido também, uma vez que tanto o governo quanto a
publicação mobilizaram-se para sua realização, que originalmente só ocorreria em 1965)
que reestabeleceu o sistema presidencialista no Brasil e que manteria em uma estrutura
democrática até o ano seguinte, quando o golpe de Estado foi consolidado no país.

Palavras-Chave: Parlamentarismo; João Goulart; Ultima Hora.

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ST – 07

História Pública e
Divulgação Científica,
Perspectivas e
Debates

Prof. Dr. Paulo Debom (Centro Universitário


Celso Lisboa)
Prof. Dr. Rafael Cupello Peixoto (Centro
Universitário Celso Lisboa)
Prof. Dr. Thiago de Almeida L. C. Pires (Centro
Universitário Celso Lisboa)

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Bárbara Pereira da Cunha


PPGH/UERJ

Outros mundos: difusão de História e Cinema Latino-Americano a partir do Instagram


O presente trabalho procura refletir, tensionar e compartilhar sobre as
experiências, estruturas e métodos utilizados para a difusão dos diálogos entre História
Latino-Americana e o Cinema Latino-Americano Recente, diálogos esses que ocorrem
pela conta de Instagram @nemtaocultassim. Criado por Bárbara Cunha, o Nem Tão Cult
Assim difunde pesquisas acadêmicas, entrevistas, cursos e demais conteúdos em distintos
formatos sobre temas afins à História, Cinema e Cultura em América Latina – sobretudo
recente. Para além disso, a proposta, também, abarca apontar como se deu sua criação,
objetivos, recepção e impactos do projeto. Também é posto como reflexão como o projeto
pode contribuir para o aprofundamento de processos de pesquisas acadêmicas, uma vez
se que cria e difunde conteúdos sem se perder o rigor de fontes e investigações. Assim
sendo, buscamos debater sobre ir por caminhos outros, outros mundos que não tratam a
Academia como um corpo estranho à sociedade. Caminhos e mundos que a produção
acadêmica possa ter novas estruturas, meios, comunicação e alcance.

Palavras-Chave: História Pública; Tempo Presente; América Latina; História Latino-


Americana; Cinema Latino-Americano.

Júlia de Castro Martins Ferreira Nogueira


Universidade Federal Fluminense – UFF

A história digital e a elaboração de arquivos de história oral


O objetivo desse trabalho é pensar como uma reflexão mais ampla que perpassa a
área da História Digital, da arquivologia e da chamada biblioteconomia de dados poderia
interferir positivamente em um cenário de baixa reutilização de fontes orais produzidas
por pesquisadores em novos trabalhos. Nesse sentido, argumenta-se que trabalhar a partir
de tais áreas possibilitaria a criação de arquivos orais digitais utilizáveis e acessíveis,
assim como poderia interferir positivamente na metodologia da história oral de forma que
pesquisas não voltadas para arquivos também produzam resultados arquiváveis. A criação

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de tais arquivos a partir da participação de historiadores, arquivistas e bibliotecários
auxiliaria no acesso e diálogo necessários à história pública.

Palavras-Chave: História oral; História Digital; Arquivo.

Julia Rachel Figueiredo Pereira


Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ

Mirelly Morisco Botelho de Oliveira


Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ

Cincinato Franca, a trajetória de um professor abolicionista na Bahia do século XIX


Tendo em vista os pressupostos da História Pública e a prioridade em divulgar o
conhecimento para além da academia, destacamos a figura de Cincinato Ricardo Pereira
Franca. Ao longo de sua vida, participou de associações de cunho abolicionista e
educativo. Foi referência em debates sobre a instrução primária para escravizados e
libertos e um dos principais nomes na luta pela abolição. Durante sua trajetória, criou
aulas noturnas para escravizados e recém libertos. Tais aulas eram ministradas no Clube
Abolicionista Carigé e chegaram a contar com duzentos escravizados. Após a abolição, a
questão que permeava as associações abolicionistas seria como os escravizados teriam
sua cidadania garantida. A vida de acesso pela educação através da instrução pública
primária mobilizou muitas defesas, especialmente do Professor Cincinato Franca.

Palavras-Chave: História Pública; Abolição; Educação.

Marcella Albaine Farias da Costa

Florestanias e alianças afetivas do extremo norte: a produção de reels e suas


contribuições para o Ensino de História e a História Pública Digital
Partimos das florestanias e alianças afetivas do extremo norte do Brasil para
compartilhar uma experiência de criação coletiva de conteúdos digitais no âmbito do
Laboratório de Ensino de História e Humanidades Digitais (LABEHD) da Universidade
Federal de Roraima (UFRR). Valorizando a aposta na experimentação, nosso intuito é
tecer diálogos entre o campo do Ensino de História e os estudos da História Pública

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Digital, com especial atenção às possibilidades de divulgação científica de qualidade,
considerando o uso crítico e criativo das tecnologias digitais na atualidade. Para fins da
presente comunicação, vamos focar em explicitar a produção de reels, a partir de uma
ação por nós intitulada de “Minuto Labehd UFRR”, defendendo que “ser criativo é um
diálogo político com a transformação social” (KARNAL, 2014, p. 51).

Palavras-Chave: Ensino de História - História Pública Digital - LABEHD UFRR.

Marcelle Lopes de Souza


CPDOC/FGV

Para além da TV: contribuições dos figurinos de novela de época para a pesquisa
histórica
O presente trabalho tem como proposta abordar as possíveis contribuições que os
figurinos de novelas de época podem oferecer à História Pública. Pensando-os enquanto
um patrimônio cultural que rememora aspectos da sociedade para o qual foram
produzidos, o traje de cena se refere tanto aos modismos do contexto histórico ao qual
está reproduzindo, como também à memória individual da personagem que o veste.
Mesmo depois de utilizados em cena, os figurinos continuam remetendo ao passado,
possuindo uma dimensão memorial que transcende a proposta cenográfica. Desta forma,
ao analisar as exposições de figurinos referentes às novelas globais “Novo Mundo” e
“Nos Tempos do Imperador”, buscamos demonstrar como as peças oferecem uma
sobreposição entre o presente e o passado, onde o figurino revela o olhar refinado e o
domínio das figurinistas sobre a pesquisa histórica dos trajes utilizados pelas Imperatrizes
Leopoldina e Teresa Cristina.

Palavras-Chave: Figurino histórico, novela de época, pesquisa histórica.

Paulo Debom
Centro Universitário Celso Lisboa

Quando a Moda encontra a História Pública nos museus do Rio de Janeiro


A História Pública é um campo que encontra um solo fértil de expansão. Todavia,
percebe-se que inexistem textos sobre a interface entre a História da Moda e a História

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Povos Originários e Ancestralidade: florestanias e alianças ISSN: 2175-6430
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Pública. Partindo das reflexões teóricas de Jill Liddington, Juniele Rabêlo de Almeida e
Graeme Davison, esse trabalho tem como ponto de partida as atividades de seu autor em
aulas desenvolvidas em dois museus na cidade do Rio de Janeiro entre 2017 e 2022 junto
a grupos formados por pessoas que em sua maioria não pertencem a área de História.
Ressalta-se que as atividades não foram baseadas nos acervos de indumentária das
instituições, mas nas pinturas expostas em suas galerias. Assim sendo, o objetivo desta
comunicação é refletir sobre o potencial dos museus cariocas como espaços profícuos
para a atuação dos historiadores que visam divulgar os conhecimentos acadêmicos sobre
Moda para todos os tipos de público.

Palavras-Chave: Moda, História Pública, divulgação científica, museus.

Rafael Cupello Peixoto


Centro Universitário Celso Lisboa

O Ensino de História como promoção para uma história pública.


O presente trabalho visa debater como propostas de intervenção didática, pensadas
inicialmente para o ensino básico, podem ser adaptadas para a promoção de uma história
pública. Assim, exporemos duas propostas de intervenção didática elaboradas em duas
disciplinas ministradas no espaço acadêmico; a primeira, na disciplina Estágio
Supervisionado II no Centro Universitário Celso Lisboa (UCL) e a segunda, na Optativa
Política, tráfico e escravidão no Brasil Imperial cursada na Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro (UFRRJ). Ambas se expandiram para espaços além-muros da escola,
ganhando aplicações para lugares não-escolares como no Museu de Arte do Rio (MAR)
e em postagens no Instagram, promovendo uma história pública, isto é, divulgando
conhecimentos históricos produzidos por pesquisas acadêmicas a um público leigo,
democratizando o conhecimento sobre o passado histórico do país.

Palavras-Chave: História Pública - Intervenção didática - Ensino de História.

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Povos Originários e Ancestralidade: florestanias e alianças ISSN: 2175-6430
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Thiago de Almeida Lourenço Cardoso Pires


Celso Lisboa / PPGH-UFF

Antiguidade e Ensino nas Redes Sociais: Explorando a História Pública Digital


As redes sociais podem servir como uma oportunidade para adquirir
conhecimento e estabelecer conexões com o mundo. Para os historiadores, as redes
representam um canal de comunicação para ensinar e divulgar suas pesquisas. Nesse
trabalho, pretendo compartilhar algumas reflexões sobre minha experiência docente,
como especialista em Antiguidade, ao utilizar o Instagram e o TikTok como ferramentas
pedagógicas para apresentar diversos temas.

Palavras-Chave: Antiguidade - Ensino - História pública.

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ST – 08

Deslocamentos e
Trajetórias: Memórias,
Subjetividades e
Histórias da Imigração

Dra. Giselle Pereira Nicolau (UNIVERSO)


Dr. Luís Reznik (UERJ-FFP)
Dr. Rui Fernandes (UERJ-FFP)

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Amanda Aparecida de Oliveira Silva


Universidade Federal de Uberlândia – UFU

Dom Benedito de Ulhôa Vieira e o combate da Ditadura Militar: uma compreensão a


partir de suas práticas e trajetória
A presente pesquisa tem como intuito compreender como Dom Benedito de Ulhôa
Vieira, Arcebispo de Uberaba entre os anos de 1978 e 1996, atuou em relação à Ditadura
Militar, na cidade de Uberaba. Para se chegar nesse entendimento serão utilizados, dentre
outros documentos e fontes, textos produzidos por ele no boletim arquidiocesano
chamado Com-passo, que foi distribuído pela Igreja nos seus mais diversos segmentos
durante os anos de 1978 e 1991. Entretanto, para o desenvolvimento desta pesquisa serão
analisadas as edições de 1978 a 1985 do referido boletim, aliadas das produções da
historiografia sobre a Ditadura Militar, principalmente as que debatem a ação da Igreja
neste período, bem como outros textos que expõem a realidade uberabense em seus
aspectos sociais, culturais e religiosos, durante o referido período.

Palavras-Chave: Palavras-chaves: Ditadura Militar, Igreja Católica, Micro-História,


Uberaba, Dom Benedito de Ulhôa Vieira.

Daniel Evangelho Gonçalves


Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

Memórias e subjetividade – os alicerces da Casa dos Açores do Rio de Janeiro


Um dos fatores que contribuiu para o constante crescimento da cidade do Rio de
Janeiro foi o recebimento de diversas comunidades de imigrantes de toda a parte do
mundo. Dentre este grupo, uma comunidade se destacou em número e influência, os
portugueses. Dentre eles, destacamos um grupo particular, os ilhéus açorianos, que
formaram uma significativa comunidade no Rio de Janeiro. O fenômeno migratório
também produz etnicidade, a dimensão cultural da imigração, fator de identidade mais
relevante para este povo, está em consonância com a etnicidade e são materializadas nas
práticas associativas. Este artigo se propõe a levantar hipóteses que expliquem o que
mantém viva uma instituição sem fins lucrativos como a Casa dos Açores do Rio de

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Janeiro por mais de 70 anos, mesmo diante do fim do ciclo migratório há quatro décadas,
por meio de entrevistas com a comunidade açoriana analisadas sob a égide da
metodologia da história oral. Este estudo é parte da pesquisa sobre a imigração açoriana
para o Rio de Janeiro e o associativismo étnico entre as décadas de 1950 a 1970. Mais do
que tijolos e cimento, acreditamos que são as pessoas e as memórias afetivas construídas
nos salões que ressignificam e preservam a instituição.

Palavras-Chave: Memória; História Oral; Imigração Açoriana; Associativismo étnico.

Diego Uchoa de Amorim


UNIVERSO

Um Filho da Diáspora Africana Nascido no Vale do Paraíba Fluminense:


Deslocamentos, Trajetória e Tancredo da Silva Pinto
Neste artigo vamos apresentar algumas conclusões e problematizações ligadas à
pesquisa sobre a trajetória de Tancredo da Silva Pinto, nascido na cidade de Cantagalo,
Região Serrana do Rio de Janeiro, conhecido como Tata Ti Inkice, Tata Tancredo ou Papa
Negro da Umbanda. Compositor de música popular, sacerdote religioso da Umbanda
Omolokô, sambista, articulador político e colunista de grandes periódicos como O Dia
(RJ) e a A Luta Democrática (RJ), consolidou-se como sujeito histórico atuante no Rio
de Janeiro e no Brasil entre as décadas de 1930 e 1970. Filho do Vale do Paraíba
Fluminense, as memórias do tempo do cativeiro e as experiências do Pós-Abolição foram
marcantes no seu crescimento e caminhada. Descendente de africanos de origem bantu
provavelmente provenientes da África Centro-Ocidental, tronco cultural diverso e
bastante influente nas Américas, Tancredo da Silva é um dos frutos célebres da diáspora
africana. Seus pais eram ligados às musicalidades populares da sua cidade natal, sua tia e
sua avó, também, eram figuras que fomentaram a cena cultural e religiosa da região. Sua
vida o levaria ao então Distrito Federal da República, o Rio de Janeiro, experiência
compartilhada com muitos libertos(as) e filhos(as) da última geração de escravizados da
economia cafeeira dos Oitocentos. Neste breve texto, finalmente, propomos uma
interpretação destes deslocamentos demográficos no Pós-Abolição buscando diálogos
com experiências históricas do mesmo período nos Estados Unidos da América (EUA) e
em Cuba (CUB) atentos às dinâmicas regionais da modernidade ocidental e do Atlântico
Negro.

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Povos Originários e Ancestralidade: florestanias e alianças ISSN: 2175-6430
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Palavras-Chave: Tancredo da Silva Pinto, Pós-Abolição, Migração, História Social do


Samba, História da Umbanda.

Gabriel Oliveira de Albuquerque


Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

A Revista Cadernos do Terceiro Mundo e o fim da Guerra Fria: a crise da “Nova


Ordem" e a questão migratória
A revista Cadernos do Terceiro Mundo, produzida em 1974, é referência para
estudos políticos, históricos e de relações internacionais devido ao protagonismo que
personalidades do então chamado Terceiro Mundo (América Latina, África e Ásia)
apresentavam ao colocar suas visões acerca dos diversos eventos internacionais da época.
Suas reportagens foram produzidas até 2005, tornando-se uma fonte muito importante
para pesquisas sobre história contemporânea. A partir disso, o presente trabalho tem como
objetivo analisar e apresentar a perspectiva da revista acerca do grupo denominado “Não-
Alinhados”, seus objetivos, pensamentos e formações no período da Guerra Fria, bem
como as reportagens sobre o final da Guerra Fria e a emergência da “nova ordem”. Toda
essa produção está introduzida no recorte temporal de 1987 a 1991, quando começam a
aparecer reportagens e análises sobre Gorbachev, as reformas na URSS e as respectivas
consequências no âmbito político, social e econômico no mundo. Apoiado pelo processo
de organização, selecionando e sistematizando as reportagens em pastas (arquivos) a
partir dos temas propostos na bolsa (Glasnot, Perestroika e assuntos sobre Gorbachev; os
Não-Alinhados; o fim da Guerra Fria e a emergência da “Nova Ordem Mundial”; o Leste
Europeu e os países que se desvincularam da URSS; crise financeira e neoliberalismo; e
outros países do bloco socialista, como China, Vietnã, Cuba e Coreia do Norte), foram
produzidos análises e resumos das pastas Glasnot, Perestroika e assuntos sobre
Gorbachev; os Não-Alinhados; e o fim da Guerra Fria e a emergência da “Nova Ordem
Mundial”, para apresentação de trabalho na XVII Semana de História Política da UERJ.

Palavras-Chave: Cadernos do Tercerio Mundo; Nova Ordem; Imigração.

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Julianna Carolina Oliveira Costa


Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Entre idas e vindas: práticas de recepção de imigrantes e concepções médico-


científicas na Corte Imperial.
O presente trabalho tem como objetivo compreender como as condições sanitárias
da cidade do Rio de Janeiro, associadas às concepções médico-científicas influenciaram
as práticas de recepção e acolhimento dos imigrantes que chegavam ao Brasil, a partir da
segunda metade do século XIX. Nesse período, o porto do Rio de Janeiro era a principal
porta de entrada de imigrantes no país, o que exigia a necessidade de ações eficazes de
recepção, controle e encaminhamento dos estrangeiros recém-chegados. Paralelamente,
as condições sanitárias da capital do império demandavam a adoção de medidas de
proteção à saúde dos imigrantes, pois as constantes epidemias de febre amarela os
atingiam com intensidade, agravando ainda mais os surtos epidêmicos que se
desenvolviam na cidade. Assim, com a função de controlar o fluxo imigratório e as
questões sanitárias advindas da imigração, surgiram as hospedarias da Ilha do Bom Jesus
(1857) e, posteriormente, da Ilha das Flores (1883). O Rio de Janeiro recebeu ainda outras
hospedarias como a da Praia Formosa (1865), da Rua da Imperatriz (1866) e do Morro da
Saúde (1867), instituídas durante um breve período de ausência da febre amarela, elas
seguiram uma lógica distinta das hospedarias insulares, ocupando áreas centrais da
cidade. Ao analisar os relatórios do Ministério do Império, mais especificamente a seção
relativa à saúde pública, é possível perceber como os saberes médico-científicos foram
fundamentais na definição dos locais de recepção, assim como na estrutura e organização
das hospedarias. Na década de 1850, as autoridades públicas alertavam que era necessário
que houvesse hospedarias situadas em localidades " respeitadas pela febre
amarela”, pois os imigrantes eram " preferencialmente acometidos pela
doença" Na maior parte dos anos de 1860, a capital do império manteve-se livre
dos surtos de febre amarela. Por acreditar que o mal havia sido controlado pelas ações da
Junta Central de Higiene Pública, os agentes da imigração passaram a privilegiar a
logística ao definir os locais em que deveriam ser estabelecidas as hospedarias de
imigrantes. Entretanto, na década de 1870, a doença voltou a se manifestar de forma
epidêmica, o que exigiu novamente a reformulação das práticas de recepção de
imigrantes.

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Palavras-Chave: Corte Imperial; Hospedaria; Imigrantes; Rio de Janeiro; Higiene


Sanitária.

Marcelo Augusto Pires


Universidade Salgado de Oliveira

A incorporação social de imigrantes italianos em Monte Alto - interior do Estado de


São Paulo - 1880 a 1930
A literatura mais recente sobre a imigração para São Paulo aponta que os italianos
estiveram presentes no processo de formação de uma elite estrangeira no Estado. Este
projeto, ainda em curso, aborda as formas de incorporação social dos italianos que se
dirigiram para o interior paulista, entre as décadas de 1880 e de 1930, fixando-se na cidade
de Monte Alto. Usa-se a micro-história, investigando as múltiplas fontes que permitem
um olhar mais aproximado das dinâmicas socioeconômicas, como inventários,
testamentos, processos-crime, jornais, registros cartoriais e religiosos, com o objetivo de
compreender as estratégias de sociabilidade e de sobrevivência dos imigrantes, a partir de
uma rede de relações estabelecidas entre os estrangeiros e os nacionais. Uma breve
pesquisa exploratória permitiu reconhecer o êxito das atividades desse grupo, observando
que alguns estiveram associados a lideranças políticas do município.

Palavras-Chave: Imigração italiana. São Paulo. Incorporação social. Elite imigrante.

Maria Inês Pereira Schettino


PPGH- UERJ

Imigração libanesa em Angra dos Reis: As emoções femininas ao tecer recordações e


rememorar histórias.
A presente comunicação apresenta encaminhamentos de uma pesquisa sobre a
Imigração libanesa em Angra dos Reis (1920-2018) a partir do recorte de gênero, História
da Mulheres e o uso da metodologia da História Oral, onde é possível ampliar as
perspectivas de investigação sobre a História da Imigração rememorada por elas. O
recorte temporal é justificado a contar da chegada das primeiras famílias em 1920 até
2018, no qual é estabelecido por meio da Resolução 03/2018 a medalha Maryan Salomão,

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símbolo do reconhecimento aos relevantes serviços prestados pelos descendentes no
município. Pouco pesquisada, a presença de libaneses na cidade de Angra dos Reis não
foi até o momento objeto de estudos sistemáticos. Assim, torna-se fundamental tratar dos
processos de preservação da identidade das primeiras gerações, a difusão da cultura entre
os descendentes, ampliando os estudos sobre as redes de família e amizade e apontando
os desdobramentos da presença dos libaneses na sociedade que os receberam. Diante da
invisibilidade da mulher no que diz respeito à documentação, bibliografia, suas
experiências, vidas e expectativas precisam ser recuperadas a partir de relevantes
pesquisas, contribuindo para reverter os olhares impostos pela historiografia. Propõe-se
ainda, abrir novos horizontes para os estudos de mulheres nas migrações.

Palavras-Chave: História Oral - Imigração - História das Mulheres.

Natalia da Paz Lage


Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ

Uma comunidade lusitana nos ares petropolitanos: estudo sobre a formação da


comunidade de Santa Isabel entre 1930 e 1960
O presente trabalho aborda o processo imigratório português para o Brasil no seu
segundo momento, que compreende de 1930 a 1960, especificamente nos voltamos para
a análise da comunidade de Santa Isabel, localizada na cidade de Petrópolis-RJ, onde
entenderemos mais a fundo esse processo imigratório e suas reverberações. Nosso
objetivo parte, portanto, de compreender a formação da comunidade de Santa Isabel e
analisaremos as similitudes de construção e vivência de Santa Isabel com as freguesias
de Vila Real, em Portugal. Para tanto, utilizaremos a metodologia de História Oral, com
os relatos de nove imigrantes portugueses que tiveram por destino Santa Isabel e
permaneceram morando na comunidade; utilizaremos da história demográfica, com a
análise dos registros matrimoniais da comunidade; e relativo a Vila Real, utilizaremos de
pesquisas realizadas sobre as freguesias, como das autoras Karin Wall e Celeste Castro,
para realizar as comparações propostas.

Palavras-Chave: Imigração portuguesa; comunidade de Santa Isabel; Vila Real; redes


de sociabilidade; formação comunitária.

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Thiago Roberto Leal Basílio


Universo - Universidade Salgado de Oliveira

A trajetória de Rodolfo Pinto do Couto: artes e sociabilidade no Rio de Janeiro (1911-


1920)
A trajetória de Rodolfo Pinto do Couto: artes e sociabilidade no Rio de Janeiro
(1911-1920) Rodolpho Pinto do Couto foi um escultor português, que se radicou no Brasil
em 1911. Nascido em Vila Nova da Gaia em 1888, na cidade do Porto, pertenceu a uma
família humilde: seu pai era barbeiro e sua mãe costureira. Tendo concluído a sua
formação na Academia Portuguesa de Bellas Artes, em 1906, deixa seu país para obter
formação complementar na França, onde permanece até o ano de 1911, quando casa-se
com Nicolina Vaz, escultora brasileira. O casal parte para o Brasil, se estabelecendo no
Rio de Janeiro, onde inauguram uma na sala de exposição do edifício A Noite, e um ateliê
para a criação de suas obras no bairro de Cascadura. Rodolfo Pinto circulou pela
sociedade oligárquica, produzindo bustos de importantes personalidades do cenário
político da época, assim como buscou estreitar relações com a comunidade portuguesa na
cidade, participando de importantes associações. A partir da análise do acervo do artista,
que está preservado pelo Museu Nacional de Belas Artes, foi possível tomar contato com
um conjunto documental que permite compreender aspectos biográficos de Couto, suas
escolhas e redes sociais que lhe conferiram certa notoriedade no campo artístico nacional.
Dessa maneira, o presente trabalho pretende compreender a história de vida de Couto,
enfatizando as relações travadas no interior da sociedade carioca.

Palavras-Chave: Política, artes, Brasil, Rio de Janeiro.

Vanessa Mendonça Leite


UERJ/FFP

"Natal de Sombras": um discurso visual sobre refúgio, maternidade e infância


O objetivo desse estudo de caso é analisar a representação visual dos refugiados,
em especial mulheres e crianças, retratados nas páginas da revista carioca “A Noite
Ilustrada”. As imagens estão reunidas na matéria intitulada “Natal de Sombras”, assinada
por Eva Bann, com fotografias de Max Ottoni e publicada em 21 de dezembro de 1948.

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Povos Originários e Ancestralidade: florestanias e alianças ISSN: 2175-6430
afetivas
A intenção é, através do exame da fonte, compreender como eram representados esses
imigrantes, a construção de sentido atribuída a visibilidade pública e midiática desses
sujeitos e os discursos presentes nessas fotografias. Além de suscitar reflexões sobre a
presença, por vezes ignorada, da temática da maternidade e infância nos processos e
experiências migratórias.

Palavras-Chave: Refugiados, fotojornalismo, Hospedaria de Imigrantes da Ilha das


Flores.

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