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nos lábios negros, carnudos, no trabalho de movimento das mãos. É uma dança. Se
você observa uma obra do Aleijadinho e fica com olhar fixo é como se ela estivesse
movimentando. Como se ela estivesse dançando.”
Francisco Lisboa deixou obras de relevância reconhecida para a humanidade que hoje
ficam expostas sem o cuidado de uma Monalisa ou Capela Sistina. Mesmo assim, aguçam
os sentidos de homens e mulheres que fitam as figuras dos Passos da Paixão, dos Profetas
de Bom Jesus do Matosinho, ou da Igreja de São Francisco de Assis. Construiu sua
carreira em Vila Rica e nas outras cidades que se beneficiaram do turbilhão cultural
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Universidade Salgado de Oliveira, UNIVERSO, Niterói/RJ.
Doutorando em História Política, Movimentos Sociais e Memória
Rua Marechal Deodoro, 217, bloco B, Térreo, Centro, 24030-060, Niterói, RJ, Brasil.
uchoa.amorim@gmail.com.
advindo com o ouro e diamante saído das minas repletas de escravizados. Músicos e
artistas em geral, maioria negros entre os de excelência, procuravam os ares
da urbe mineradora. A beleza do barroco à mineira tinha sangue africano.
Da vida boêmia e agitação noturna dizem ter pego a doença que foi lhe consumindo a
virilidade e a saúde. Viveu se achando um monstro. Tinha vergonha da sua estética e
maneira de andar. Posteriormente, também, do seu falar devido à paralisia facial. Nada o
parou. Carregava as almas do povo das minas em suas mãos julgadas pela sociedade.
Aleijadinho libertava as figuras sacras das pedras e madeiras. Não as esculpia. Chamava-
as para dançar.
REFERÊNCIAS:
[I] “Com a arte escultural/ Foi o marco inicial da escultura nacional/ Projetando o
Brasil/ No conceito mundial” Vida e Obra de Aleijadinho, composição de Juca, Duduca
e Bala, samba-enredo da G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro no desfile em 1961.
Segundo lugar, atrás da campeã G.R.E.S Estação Primeira de Mangueira.
[II] CABRAL, Sérgio. As Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora
Lazuli, 2012.
[III] DONATO, Hernâni. Aleijadinho: o rio do tempo. São Paulo: Círculo do Livro, 1976.
[IV] O Aleijadinho, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade e com narração de Ferreira
Gullar, lançado pela EMBRAFLME em 1978, disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=dSjfCjK64ew (Último acesso em
28/07/2017)
[V] Aleijadinho: Paixão, Glória e Suplício, dirigido por Geraldo Santos Pereira, lançado
pela G. Minas Produção em 2003. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=L1F3771qtGE (Último acesso em
27/07/2017)