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SISTEMÁTICA
Leia a circular técnica da Embrapa sobre esse tipo de coleta utilizando armadilhas de solo, disponível no
ambiente virtual de aprendizagem.
Já o livro Técnicas de coleta e preparação de vertebrados (SALOMÃO; AURICCHIO, 2002), aborda várias téc-
nicas, procedimentos e cuidados relativos à coleta de vertebrados para fins de estudo.
Flora
Estudos em ecossistemas terrestres geralmente envolvem plantas, devido à rela-
tiva facilidade de amostragem. A abordagem dos estudos pode ser muito variada
incluindo desde análises bioquímicas até análises da composição, riqueza e diver-
sidade de espécies.
É importante destacar que o rigor metodológico nas etapas de coleta das amostras
e mensurações realizadas in loco é o que dará sustentação às demais avaliações do
trabalho, determinando, consequentemente, a qualidade do resultado final.
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PARA SABER MAIS
A Tradescantia sp. é uma planta da família Commelinaceae utilizada como bioindicador de poluição. A
padronização dos protocolos de avaliação das respostas da Tradescantia frente a diferentes classes de
poluentes faz que ela seja utilizada em estudos conduzidos em vários países e propicia também a com-
paração dos resultados. No Brasil, os estudos são conduzidos principalmente com a Tradescantia pallida
var. purpurea e com a Tradescantia clone 4430.
Para conhecer um pouco mais sobre essa planta bioindicadora, leia o artigo de Carvalho (2005), A Trades-
cantia como bioindicador vegetal na monitoração dos efeitos clastogênicos das radiações ionizantes, publi-
cado na revista Radiologia Brasileira, disponível no ambiente virtual de aprendizagem.
Trataremos aqui da coleta de plantas com ênfase nas técnicas gerais para coleta
de angiospermas, por serem os vegetais mais numerosos e diversificados, sendo,
portanto, os mais coletados.
Primeiramente, cabe lembrar que existem alguns materiais básicos que são utili-
zados para coleta de plantas. São eles: uma prensa, jornal e papelão, tesoura de
poda e corta-galhos.
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Arbusto: tamanho variando de 1 a 5 m de altura, resistente e lenhoso, sem tronco
predominante, pois se ramifica desde a base.
NO SITE
O artigo Inventário Subarbusto: em geral inferior a 1 m de altura, normalmente herbácea e lenhosa
florístico florestal de na base do caule.
Santa Catarina (IFFSC):
Erva: a planta de pequeno porte, cujo caule não possui ou apresenta pouco tecido
aspectos metodológicos
lenhoso.
e operacionais (VIBRANS
et al., 2010), disponível Os espécimes ou partes destes poderão ser ainda fotografados, utilizando uma
no ambiente virtual de régua como escala para auxiliar na identificação posterior.
aprendizagem, traz uma
descrição criteriosa das
Mais de 5 m
etapas a considerar na
execução dos levantamentos
de vegetação. A leitura
desse texto subsidiará a 5-7 m Figura 4.1 Aspecto
interpretação dos métodos geral de alguns hábitos
discutidos a seguir. das plantas: (a) árvore
1-5 m Vários (b) arvoreta (c) arbusto
Até 1 m centímetros
(d) subarbusto (e) erva.
Fonte: Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística
(a) (b) (c) (d) (e) (1992).
Para que a coleta das amostras seja realizada de acordo com sua finalidade, é ne-
cessário que os coletores estejam tecnicamente preparados para desenvolver essa
atividade (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 1992).
• Estar fértil, ou seja, conter as partes reprodutivas da planta. No caso das angios-
permas com flores, ou, pelo menos com frutos.
• Medir entre 20 e 30 cm. Caso os exemplares a coletar sejam maiores, devem ser
dobrados em V ou N.
82
Ficha de campo
Dados de identificação
IMPORTANTE
Família:
Gênero/espécie:
E L O
Nome vulgar: (nome pelo qual a espécie é popularmente conhecida
No momento da coleta,
os dados referentes ao
material coletado devem ser
D
ou referida pela comunidade local). anotados em uma ficha de
O
Procedência: (indicar, com detalhamento, o local onde se deu a coleta). campo (Figura 4.2) anexada
Nome do coletor: Data da coleta: ao material durante todo o
M
Observações: seu processamento.
(aqui ficam registrados os dados relacionados à planta ou ao ambiente,
tais como, porte, altura, cor das flores/frutos, odores característicos, Figura 4.2 Ficha
cha de
texturas, estágio fenológico, exposição ao sol, epifitismo, substrato e campo para registro
istro das
demais informações que o coletor julgar importantes).
observações.
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qual são nivelados e desidratados em uma estufa de secagem, com temperatura
de ⬵ 60 ºC, buscando preservar as estruturas vegetais.
O material botânico será considerado seco quando se apresentar rígido, sem fle-
xionar ao ser suspenso e sem umidade ao toque. Nessa ocasião será retirado da
estufa e montado sobre uma cartolina.
No lado inferior direito da cartolina deve ser colada etiqueta de identificação con-
tendo todos os dados anotados em campo. Caso não se conheça a identificação da
espécie, esse campo fica em aberto na etiqueta, até que o exemplar seja correta-
mente determinado por especialista.
HERBÁRIO
Família: SAPINDACEAE
Gênero/Espécie: Allophylus guaraniticus (A. St. -Hill) Radlk
Nome vulgar: vacum, chal-chal
Procedência: Parque Recreativo Estrela. Derrubadas/RS
Fragmento florestal
Observações: Arvoreta, aprox. 5 m de altura. Flores brancas,
em botão, interior de mata.
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Técnicas específicas de coleta
Os diferentes grupos de plantas podem apresentar características que requerem
técnicas específicas de coleta e preservação para sua adequada conservação.
Por exemplo, no caso de ramos com folhas muito abundantes, estes podem ser
desbastados, mantendo-se as bases nas folhas como indicativo da inserção.
Algumas partes das plantas, como frutos de grandes dimensões, não podem ser
prensadas e desidratadas devendo ser destacadas da amostra e colocadas para se-
car separadamente em saco de papel devidamente identificado, ou ainda podem
ser preservadas em meio líquido, utilizando-se para isso uma solução fixadora.
Anotar o substrato sobre o qual se desenvolvia a briófita: tronco caído, árvore viva,
pedra, solo (húmus, areia, argila, etc.), exposição ao sol e outros dados importan-
tes. Devem ser secas em temperatura ambiente, sem prensar e acondicionadas em
envelopes, bem como acompanhadas da ficha de identificação.
Muitos outros estudos requerem a coleta de plantas ou partes destas para outras
finalidades, tais como análises histológica, nutricional, fisiológica, entre outras. Nes-
ses casos, faz-se necessário o emprego de uma série de recursos técnicos específicos
capítulo 4
85
Além disso, para a coleta de fungos e algas macroscópicas, dois grupos taxonômi-
cos não pertencentes ao reino Plantae que são tradicionalmente estudados pela
Botânica, deverá ser consultada uma bibliografia específica devido às característi-
cas próprias de cada grupo (FIDALGO; BONONI, 1989).
Estudos de ecossistemas
aquáticos
DICA
Não deixe de ler os artigos O uso de parâmetros biológicos para avaliar a qualidade da água se baseia nas
de Buss, Baptista e respostas dos organismos em relação ao meio onde vivem (BUSS; BAPTISTA; NES-
Nessimian (2003) e Buss, SIMIAN, 2003). Por meio da análise dos requisitos ambientais das espécies e da es-
Oliveira e Baptista (2008) trutura das comunidades, tais como a riqueza de táxons, diversidade e equitativi-
para aprofundamento dos dade, pode-se obter informações a cerca do local analisado. O acompanhamento
conceitos de bioindicadores desses parâmetros de forma sistemática e periódica, no mesmo local, caracteriza
de ecossistemas aquáticos. o biomonitoramento.
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Taxonomia e o Código
Internacional de
Nomenclatura Botânica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Os sistemas botânicos utilizam nomes científicos latinizados. Cada táxon
(por exemplo, espécie, gênero, família) tem um nome que é utilizado em
todo o mundo. A utilização de nomes científicos é fundamental para uma
comunicação eficiente e acurada sobre plantas em um contexto global.
Contudo, os nomes científicos devem seguir princípios e regras, os
quais estão contidos no Código Internacional de Nomenclatura Botâ-
nica (ICBN). Esse código reconhece sete categorias principais: reino, filo,
classe, ordem, família, gênero e espécie. Neste capítulo, vamos estudar
a importância do ICBN e aprender quais são as regras, os cuidados e os
critérios na nomenclatura botânica.
A taxonomia pode ser comparada a uma biblioteca. Bravo e Calor (2016) descrevem
que, se os livros fossem colocados um ao lado do outro, sem critério de organização
ou ordenamento, as pessoas teriam muita dificuldade em encontrar determinado
exemplar. Quanto maior o acervo de livros, maior seria a dificuldade. Por isso, as bi-
bliotecas ordenam os exemplares com base em algum tipo de critério, portanto, uma
classificação. Assim, as bibliotecas, geralmente, ordenam seus livros por área, como
física, matemática, biologia, medicina, agronomia, história, filosofia, etc.
A taxonomia visa fazer praticamente o mesmo, porém, com as plantas, classificando-as
por categorias, que são: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécies (Figura 1).
Assim, é importante seguir algumas regras para que essa classificação possa ocorrer.
Figura 2. Interação entre a ecologia e outras ciências. Ciências que fornecem ferramentas
para o estudo ecológico e ciências nas quais o conhecimento ecológico pode ser aplicado.
Fonte: Pinto-Coelho (2007, p. 13).
O naturalista, médico e professor Karl von Linée (1707–1778), cujo nome em português
é Lineu, foi um naturalista sueco que lançou as bases do sistema atual de classifica-
ção biológica. Lineu inaugurou um novo campo de estudo nas ciências naturais, a
taxonomia.
Reino
Filo
Classe
Ordem
Família
Gênero
Espécie
Figura 3. Esquema da ordem de classificação taxonômica.
Fonte: alinabel/Shutterstock.com.
Taxonomia e o Código Internacional de Nomenclatura Botânica 7
Reino bionta
Filo (ou Divisão) phyta
Subfilo (ou Subdivisão) phtinha
Classe opsida
Subclasse idae
Superordem anae
Ordem ales
Subordem ineae
Superfamília ariae
Família aceae
Subfamília oideae
Tribo eae
Subtribo ineae
Gênero Nenhum; escrito em itálico,
letra inicial maiúscula
Espécie Nenhum; nome genérico
e específico em itálico
Os princípios e regras para construir e utilizar nomes científicos estão contidos no ICBN.
Os nomes das espécies são compostos por duas palavras (ou seja, são binomiais). Os
nomes de gêneros, famílias e outros taxa superiores são uninomiais (compostos por
uma única palavra) e são palavras no plural (JUDD et al., 2009).
Uma das principais regras da nomenclatura binomial é destacar o nome científico dos
seres vivos no texto, escrevendo-o em itálico (inclinado) ou grifando-o. Além disso, a
primeira letra do nome do gênero deve ser sempre maiúscula, e o nome da espécie,
em letra minúscula.
First published in the United States by Sinauer Associates, Inc., Sunderland, MA.
Originalmente publicado nos Estados Unidos por Sinauer Associates, Inc., Sunderland, MA.
Copyright © 2008 by Sinauer Associates, Inc. All Rights Reserved. Todos os direitos reservados.
V648 Vida : a ciência da biologia / David Sadava ... [et al.] ; tradução
Carla Denise Bonan ... [et al.]. – 8. ed. – Porto Alegre :
Artmed, 2009.
3 v. : il. : color. ; 28 cm.
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Vida ■ 473
Spriggina floundersi
Mawsonites
tes moles de muitos animais foram preservadas (Figura 21.10B). ORDOVICIANO (488-444 MILHÕES DE ANOS ATRÁS) Duran-
Artrópodes (caranguejos, camarões e grupos próximos) são o gru- te o período Ordoviciano, os continentes, localizados basicamen-
po mais diverso na fauna chinesa, alguns dos quais eram gran- te no hemisfério sul, ainda não possuíam plantas multicelulares.
des carnívoros. Os trilobitas, membros de um grupo de artrópo- A radiação evolutiva dos organismos marinhos foi espetacular
des muito abundante e diverso durante o Cambriano (ver Figura durante o início do Ordoviciano, especialmente entre os animais,
32.21), sofreram uma grande redução no final do Cambriano, mas como braquiópodes e moluscos que viviam no fundo do mar e
recuperaram-se e mantiveram-se abundantes até o final do Per- filtravam suas presas da água. No final do Ordoviciano, quando
miano, quando se extinguiram. grandes geleiras se formaram sobre o Gondwana, o nível do mar
baixou cerca de 50 metros, e a temperatura da água despencou.
Cerca de 75% das espécies animais se extinguiram, provavelmen-
Vários grupos de organismos se diversificaram te devido a essas grandes mudanças climáticas.
Os geólogos dividem o restante da era Paleozóica nos períodos
Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e Permiano (ver SILURIANO (444-416 MILHÕES DE ANOS ATRÁS) Durante o
Tabela 21.1). Cada período caracteriza-se pela diversificação de período Siluriano, os continentes mais ao norte uniram-se, mas
grupos específicos de organismos. Extinções em massa marcaram sua posição geral não se alterou muito. A vida marinha se recu-
o final do Ordoviciano, Devoniano e Permiano. perou da extinção em massa do final do Ordoviciano, e animais
capazes de nadar e alimentar-se sobre o fundo oceânico
surgiram pela primeira vez, mas nenhum grande grupo de
organismos marinhos evoluiu. O mar tropical estava inin-
(A)
terrupto por barreiras terrestres, e a maioria dos animais
Pré-Cambriano Cambriano Ordoviciano Siluriano Devoniano Carbonífero Permiano Triássico Jurássico Cretáceo Terciário Quaternário tinha distribuição ampla. Em terra, as primeiras plantas
Paleozóico Mesozóico Cenozóico
vasculares surgiram no final do Siluriano (há cerca de 420
542 488 444 416 359 297 251 200 145 65 1,8
Milhões de anos atrás (ma)
milhões de anos). Essas plantas tinham menos de 50 cm
Presente
Pólo Norte
(B)
(B)
Laurásia
Gondwana
Pré-Cambriano Cambriano Ordoviciano Siluriano Devoniano Carbonífero Permiano Triássico Jurássico Cretáceo Terciário Quaternário
Paleozóico Mesozóico Cenozóico
542 488 444 416 359 297 251 200 145 65 1,8
Milhões de anos atrás (ma) Presente
Pré-Cambriano Cambriano Ordoviciano Siluriano Devoniano Carbonífero Permiano Triássico Jurássico Cretáceo Terciário Quaternário
zóico continua a influenciar a geografia da vida atualmente. No
Paleozóico Mesozóico Cenozóico final da era, os continentes estavam próximos às suas posições
542 488 444 416 359 297 251 200 145 65 1.8 atuais e muitos organismos se pareciam com aqueles que vivem
Milhões de anos atrás (ma) Presente hoje em dia.
A era Mesozóica divide-se em três períodos: o Triássico, o
Jurássico e o Cretáceo. O Triássico e o Cetáceo terminaram com
Durante o Permiano, extinções em massa, provavelmente causadas pelo impacto de
a Laurásia e a meteoritos.
Gondwana se
uniram para formar a
Pangéia. TRIÁSSICO (251-200 MILHÕES DE ANOS ATRÁS) A Pangéia
começou a se fragmentar durante o período Triássico. Muitos
Pa
Figura 21.15 A Pangéia se formou durante o período Permia- JURÁSSICO (200-145 MILHÕES DE ANOS ATRÁS) Durante
no No final do período Permiano, grandes fluxos de lava se espa- o período Jurássico, a Terra estava novamente dividida em dois
lharam sobre a Terra e as maiores geleiras da história do planeta se
grandes continentes – Laurásia ao norte e Gondwana ao sul. Os
formaram.
peixes de nadadeiras raiadas iniciaram uma grande radiação de
era Mesozóica
Os poucos organismos que sobreviveram à extinção em massa do
Permiano se viram em um mundo relativamente vazio no início
da era Mesozóica (251 milhões de anos atrás). À medida que a
Pangéia se fragmentou em continentes individuais, os oceanos
subiram e inundaram novamente as plataformas continentais,
formando grandes e rasos mares continentais. A concentração de
oxigênio atmosférico subiu gradualmente até seu nível anterior.
Novamente, a vida proliferava e se diversificava, mas grupos dife-
rentes de organismos vieram a dominar a Terra. Os três grupos de
fitoplâncton (organismos flutuantes fotossintéticos) que dominam
os oceanos atualmente – dinoflagelados, cocolitóforos e diatomá-
ceas – tornaram-se os mais importantes ecologicamente. Novas
plantas com sementes substituíram as árvores que dominavam as
florestas no Permiano.
Durante o Mesozóico, a biota da Terra, até então relativamen-
te homogênea, tornou-se cada vez mais provincializada; isto é,
biotas terrestres distintas evoluíram em cada continente. As bio-
tas das águas rasas na costa dos continentes também divergiram
umas das outras. A provincialização que iniciou durante o Meso-
Vida ■ 477
Pré-Cambriano Cambriano Ordoviciano Siluriano Devoniano Carbonífero Permiano Triássico Jurássico Cretáceo Terciário Quaternário Figura 21.17 Posições dos con-
Paleozóico Mesozóico Cenozóico tinentes durante o período cre-
542 488 444 416 359 297 251 200 145 65 1,8 táceo No Cretáceo, a Pangéia se
Milhões de anos atrás (ma) Presente dividiu e os continentes novamente
formaram duas grandes massas de
Pode-se começar a reconhecer terra, a Laurásia (em verde) e a
as formas do que se tornará a Gondwana (em marrom).
América do Norte, a África e a
América do Sul.
As duas grandes massas
de terra estavam separadas
por um mar tropical
contínuo.
TABELA 21.3 Subdivisões da era Cenozóica na metade do Terciário o clima da Terra ficou consideravelmente
mais seco e frio. Em várias linhagens de angiospermas surgiram
PERÍODO ÉPOCA INÍCIO (MA) formas herbáceas (não-lenhosas), e as pradarias se espalharam
sobre a Terra.
Quaternário Holocenoa 0,01 (~10.000 anos atrás)
No início da era Cenozóica, a fauna de invertebrados se pa-
Pleistoceno 1,8 recia com a atual. É entre os vertebrados que as mudanças evo-
lutivas ocorridas durante o período Terciário foram mais rápidas.
Terciário Plioceno 5,3 As cobras e lagartos sofreram grandes radiações durante esse
Mioceno 23 período, assim como aves e mamíferos. Três ondas de mamíferos
dispersaram a partir da Ásia para a América do Norte através da
Oligoceno 34 ponte de terra que conectou os continentes de forma intermi-
Eoceno 55,8 tente durante os últimos 55 milhões de anos. Roedores, marsu-
piais, primatas e ungulados surgiram na América do Norte pela
Paleoceno 65 primeira vez.
a
O Holoceno é também chamado de Recente.
QUATERNÁRIO (1,8 MILHÕES DE ANOS ATRÁS AO PRESEN-
TE) O período geológico atual, o Quaternário, divide-se em
duas épocas, Pleistoceno e Holoceno (também conhecido como Re-
cenozóicas e essas bactérias especializadas consistiu na primeira cente). O Pleistoceno consistiu em uma época de intenso esfria-
“revolução verde” e aumentou enormemente a quantidade de ni- mento e oscilações climáticas. Ao longo de quatro ciclos glaciais
trogênio disponível para o crescimento das plantas terrestres. principais e cerca de vinte ciclos secundários, grandes geleiras se
A era Cenozóica divide-se em dois períodos: o Terciário e o espalharam pelos continentes, e a área de vida para as populações
Quaternário. Como em períodos mais próximos ao presente tanto de animais e plantas mudou em direção ao equador. As últimas
o registro fóssil quanto o nosso conhecimento acerca da história dessas geleiras recuaram das latitudes temperadas há menos de
evolutiva dessas épocas é maior, os paleontólogos subdividiram 15 mil anos. Os organismos ainda estão se ajustando a essas mu-
esses períodos em épocas (Tabela 21.3). danças. Muitas comunidades ecológicas de altas latitudes ocupam
as suas localizações atuais por não mais que poucos milhares de
anos. De modo curioso, relativamente poucas espécies se extin-
TERCIÁRIO (65-1,8 MILHÕES DE ANOS ATRÁS) Durante o guiram durante essas flutuações.
período Terciário, a Austrália começou a derivar para o norte, e,
há cerca de 20 milhões de anos, havia praticamente atingido sua
posição atual. O início do Terciário foi um período quente e úmido,
durante o qual a área ocupada por muitas plantas oscilou latitu-
dinalmente. Os trópicos eram provavelmente muito quentes para Figura 21.19 Faunas evolutivas Representantes das três gran-
as florestas pluviais e cobertos por vegetação rasteira. Entretanto, des faunas evolutivas encontram-se representados, junto com um
gráfico que ilustra o número de grandes grupos em cada fauna ao
longo do tempo.
Equinodermos Aves
Artrópodes Anelídeos
Insetos
Gastrópodes
Cefalópodes
Eocrinóides Crinóides
Trilobitas Peixes cartilaginosos
Antozoários
Número de grandes grupos
600
400
200
Pré-Cambriano Cambriano Ordoviciano Siluriano Devoniano Carbonífero Permiano Triássico Jurássico Cretáceo Terciário
Paleozóico Mesozóico Cenozóico
542 488 444 416 359 297 251 200 145 65 1,8
Quaternário
Milhões de anos atrás (ma) Presente
Vida ■ 479
O Pleistoceno foi a época em que ocorreu a evolução e ra- de mudança evolutiva diferiu enormemente em tempos diferen-
diação dos hominídios que resultou no aparecimento da espécie tes e entre diferentes linhagens. Vamos olhar alguns exemplos de
Homo sapiens – os humanos modernos (ver Seção 33.5). Muitas padrões evolutivos para determinar por que as taxas de mudança
espécies grandes de aves e mamíferos se extinguiram na Austrália evolutiva apresentam tanta variabilidade.
e nas Américas quando o H. sapiens chegou nesses continentes
há cerca de 40 e 15 mil anos, respectivamente. Essas extinções fo-
Por que a taxa evolutiva difere
ram provavelmente resultantes da caça pelos humanos, embora
as evidências atuais não pareçam convincentes para todos os pa-
leontólogos.
21.4 entre diferentes grupos de
organismos?
Os mamutes peludos sobreviveram na ilha Wrangel, na Os fósseis podem revelar informações sobre a taxa de modificação
Sibéria, até 4 mil anos atrás, muito tempo após os caça- dentro de uma linhagem de organismos. A mudança evolutiva em
dores os terem exterminado do continente. Os mamutes uma linhagem pode parecer erroneamente rápida se o seu registro
puderam manter o ambiente de estepe seca na Ilha ao fóssil for muito incompleto, mas algumas mudanças rápidas en-
pisotear os musgos da tundra e reciclar nitrogênio, en- contram-se bem documentadas por séries de excelentes fósseis.
quanto no continente o ambiente se transformou em tun- Mudanças no ambiente físico e biológico podem estimular
dra úmida. mudanças evolutivas. Organismos que vivem em ambientes em
transformação provavelmente evoluirão de forma mais rápida do
que aqueles que vivem em ambientes relativamente constantes.
Quando o clima muda, a área de alguns organismos pode se mo-
Três faunas principais dominaram a vida na Terra dificar e outros organismos podem se ver às voltas com preda-
dores ou competidores diferentes. De maneira parecida, os pre-
O registro fóssil revela três grandes radiações evolutivas, cada
dadores podem mudar em resposta às mudanças de suas presas.
uma resultando na evolução de uma nova fauna principal (Figura
Em contraste, a morfologia de organismos que vivem em ambien-
21.19). A primeira, a explosão do Cambriano, começou de fato an-
tes relativamente estáveis normalmente muda de maneira lenta,
tes do período Cambriano. A segunda, há cerca de 60 milhões de
quando muda.
anos, resultou na fauna Paleozóica. A grande extinção do Permia-
no 300 milhões de anos mais tarde foi seguida da terceira grande
radiação, chamada de explosão do Triássico, que levou ao surgi- “Fósseis vivos” podem ser encontrados atualmente
mento da fauna moderna.
Durante a explosão do Cambriano, os organismos ancestrais Espécies cuja morfologia mudou pouco ao longo de milhões de
da maioria dos grupos de animais modernos apareceram, junta- anos chamam-se “fósseis vivos”. Por exemplo, os límulos (ca-
mente com vários outros grupos que se extinguiram. As explosões ranguejos-ferradura) que vivem hoje em dia são quase idênticos
do Paleozóico e de Triássico resultaram numa considerável diver- àqueles que viveram há 300 milhões de anos (ver Figura 32.30B).
sificação dos grupos de animais existentes, mas todos eles eram As costas arenosas onde os límulos desovam possuem tempera-
modificações de planos corporais já presentes quando essas gran- tura e concentração de sal letais a muitos organismos. Esses am-
des diversificações biológicas iniciaram-se (ver Capítulos 31-33). bientes extremos mudaram relativamente pouco ao longo dos mi-
lênios, e da mesma forma, os límulos permanecem relativamente
inalterados na medida em que possuem as adaptações específicas
21.3 RECAPITULAÇÃO que os permite sobreviver.
Da mesma forma, os náutilos do final do Cretáceo são pra-
A vida surgiu nos oceanos durante o Pré-Cambriano e se
ticamente indistinguíveis das formas atuais (ver Figura 32.15F).
diversificou quando o nível de oxigênio atmosférico se
Os náutilos passam os dias em águas oceânicas profundas e frias.
aproximou do atual e os continentes se uniram para formar
Subindo para se alimentar nas águas da superfície ricas em ali-
grandes massas de terra. Várias mudanças climáticas e re-
mento apenas sob a proteção da calada da noite. As suas conchas
arranjo na posição dos continentes, bem como impactos
contra meteoritos, contribuíram para a ocorrência de cinco
complexas fornecem pouca proteção contra os peixes predado-
extinções em massa.
res dotados de boa visão. No entanto, eles sobrevivem porque se
adaptaram a um ambiente específico e relativamente estável onde
■ Por que, dentre os inúmeros organismos que existiram ao potenciais predadores não podem sobreviver.
longo de milênios, apenas alguns se tornam fósseis? Ver A forma das folhas de muitas plantas pouco mudou ao longo
p. 472. do tempo. Folhas fósseis de Ginkgo do Triássico, por exemplo, são
muito semelhantes daquelas de árvores atuais (Figura 21.20). Isso
■ O que queremos dizer quando nos referimos à “explosão do pode ter ocorrido porque a natureza física da luz do sol é constan-
Cambriano”? Ver p. 472-473. te, e os intricados mecanismos fotossintéticos que usam a luz do
■ Você consegue identificar as cinco extinções em massa e sol, depois de evoluírem, mantiveram-se relativamente constantes
suas causas possíveis? Ver p. 473-477 e Tabela 21.2. por milhões de anos.
Os descendentes evolutivos atuais das primeiras plantas vas- (incluindo cavalinhas e samambaias). A sua proliferação tornou o
culares pertencem a seis grupos principais (ver Figura 28.7). Dois ambiente terrestre mais favorável aos animais. Anfíbios e insetos
tipos de ciclos de vida são observados em plantas vasculares: um surgiram na terra quando as plantas estabeleceram-se de forma
que envolve sementes e outro independente destas. Os ciclos de definitiva.
vida dos clados que incluem os licopódeos, as samambaias e seus As árvores de diversos tipos apareceram no período Devo-
parentes, as cavalinhas e as samambaias-vassouras não envolvem niano e dominaram a paisagem do período Carbonífero. Flores-
sementes. Descreveremos esses grupos de plantas vasculares sem tas vigorosas de licófitas de até 40 metros de altura, juntamente
sementes em detalhe depois de estudarmos melhor a evolução com cavalinhas e samambaias arbóreas, floresceram nos pântanos
das plantas vasculares. Os principais grupos de plantas com se- tropicais do que hoje se tornaria a América do Norte e a Europa
mentes serão descritos no Capítulo 29. (Figura 28.8). Partes das plantas dessas florestas depositaram-se
nos pântanos e foram gradualmente cobertas por sedimentos.
Por milhões de anos, conforme o material vegetal enterrado era
As plantas vasculares têm evoluído por quase sujeito a intensas pressões e a elevadas temperaturas, o carvão
meio bilhão de anos formou-se. Hoje, esse carvão fornece metade de nossa eletricida-
de – e contribui para a poluição do ar e para o aquecimento global.
A evolução de uma cutícula eficiente e camadas protetoras para os
Os depósitos, ainda que enormes, não são infinitos e não estão
gametângios (arquegônios e anterídeos) ajudaram a criar as pri-
sendo renovados.
meiras plantas vasculares bem sucedidas, assim como a ausência
inicial de herbívoros (animais que se alimentam de plantas) na
terra. No final do período Siluriano, as plantas vasculares estavam
O carvão vem de restos de plantas do Carbonífero, mas e
sendo preservadas como fósseis que hoje podemos estudar. Du-
os dois outros grandes “combustíveis fósseis” – petróleo
rante o Siluriano, as maiores plantas vasculares possuíam apenas
e gás natural? Derivam de restos do plâncton que viveu
alguns poucos centímetros de altura. Fósseis descobertos no País
nos oceanos antigos.
de Gales em 2004 forneceram claras evidências do mais antigo in-
cêndio que se tem conhecimento, o qual queimou vigorosamente
mesmo na atmosfera Siluriana que possuía 14 por cento menos
oxigênio que a de hoje. As pequenas plantas devem ter sido abun-
dantes para sustentar o fogo em uma atmosfera como essa.
Dois grupos de plantas vasculares que ainda existem hoje fi- Figura 28.8 A reconstrução de uma floresta antiga Esta
zeram sua primeira aparição durante o período Devoniano (409- floresta do Carbonífero prosperou no atual Michigan. As “árvores”
354 milhões de anos): as licófitas (licopódeos) e as pteridófitas à esquerda e no fundo são licopódeos do gênero Lepidodendron;
samambaias abundantes são visíveis à direita. A planta no primeiro
plano é parente das cavalinhas.
Vida ■ 619
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A microbiologia é a ciência que estuda os microrganismos e a sua relação com
o meio em que habitam. As bactérias são o grupo mais extenso e complexo da
microbiologia, pois compreendem células muito pequenas que estão relacionadas
a inúmeros processos infecciosos. A microbiologia também estuda a ecologia e
identifica como os microrganismos vivem na Terra.
Os microrganismos são responsáveis pelo equilíbrio da vida e estão pre-
sentes em diversos meios, como em lagos, rios e oceanos, no solo e no ar. Os
microrganismos também possuem muitas aplicações comerciais: são utilizados
na síntese de produtos químicos, como vitaminas, e na indústria alimentícia, como
na fermentação do pão.
Neste capítulo, você vai estudar a relação entre os microrganismos, seres
muito pequenos, que geralmente requerem o auxílio de um microscópio para
serem visualizados, e o hospedeiro. Essa relação pode envolver efeitos benéficos
ou processos infecciosos no corpo humano. Você também vai verificar os prin-
2 Breve histórico da microbiologia
A evolução da microbiologia
Os microrganismos são o foco da microbiologia e consistem em organismos
que só podem ser vistos ao microscópio. Nessa classificação estão incluídos
as bactérias, os vírus, os fungos, os protozoários, as algas unicelulares e
os ácaros.
As bactérias são organismos com uma única célula, conhecidos
como unicelulares, além de serem procariontes — ou seja, não têm
um núcleo celular definido. As células bacterianas apresentam várias
formas; bacilos (semelhantes a bastões), cocos (esféricos ou ovoides) e
espirais (espiralados ou curvados) estão entre as formas mais comuns.
As bactérias individuais podem formar pares, cadeias, grupos ou outros
agrupamentos; essas formações geralmente são características de um gê-
nero particular ou de uma espécie de bactéria. As bactérias são envoltas
por uma parede celular que é praticamente composta por um complexo
de carboidrato e proteína, chamado de peptidoglicano (TORTORA; F
UNKE; CASE, 2017).
Por sua vez, os vírus são partículas compostas por um cerne interno
que contém ácido desoxirribonucleico (DNA) ou ácido ribonucleico (RNA).
Alguns vírus apresentam uma membrana lipoproteica externa, denominada
envelope, que circunda a camada proteica. Os vírus não possuem núcleo,
citoplasma, mitocôndrias nem ribossomos, diferentemente dos fungos e
protozoários, que possuem núcleo, citoplasma, mitocôndrias e ribossomos
(LEVINSON, 2016).
Já os fungos são organismos eucariontes — suas células possuem material
genético (DNA e RNA) — e abrangem as leveduras unicelulares, os bolores
multicelulares e espécies macroscópicas, como os cogumelos. Possuem uma
ampla variedade — são mais de 100 mil espécies conhecidas de fungos, e
apenas cerca de 200 são patogênicas aos seres humanos e aos animais. Os
fungos também possuem ação benéfica no ecossistema, pois absorvem a
matéria orgânica dissolvida através de sua membrana plasmática, para obter
matéria-prima para as funções vitais. No entanto, ultimamente, o número de
infecções fúngicas em unidades hospitalares tem aumentado, principalmente
em indivíduos imunocomprometidos.
Por fim, os protozoários são um grupo grande e diversificado de mi-
crorganismos eucariontes. A classificação de suas espécies se dá em filos,
que são baseados em dados de DNA e na morfologia. Os protozoários são
encontrados no solo e na água e como parte da microbiota normal de ani-
mais. Existe um grupo de microrganismos patogênicos ao homem, sendo de
extrema importância o diagnóstico adequado para a escolha do tratamento
(TORTORA; FUNKE; CASE, 2017).
Evolução da microbiologia
Para promover a organização e a classificação dos microrganismos, em 1735,
foi criado por Carolus Linnaeus o sistema de nomenclatura com origem no
latim. A nomenclatura de cada microrganismo é composta por dois nomes, em
que o primeiro nome representa o gênero, sendo sempre iniciado com letra
maiúscula, e o segundo nome representa a espécie, sendo escrito sempre
em letra minúscula. O organismo é identificado pelos dois nomes, o gênero
e a espécie, e ambos são escritos em itálico ou sublinhado, de acordo com o
seguinte exemplo: Escherichia coli. Por convenção, após um nome científico
ter sido mencionado uma vez em um texto, ele pode ser abreviado com a
inicial do gênero seguida pela espécie — por exemplo: E. coli.
No ano de 1876, Robert Koch (1843-1910), um médico alemão, trouxe a
primeira evidência de que as bactérias causavam doenças. Koch foi res-
Breve histórico da microbiologia 5
Antibioticoterapia na resistência
microbiana
Após a relação entre microrganismos e doenças ter sido estabelecida, os
cientistas direcionaram as pesquisas para a busca de substâncias que pu-
dessem destruir o microrganismo patogênico sem causar nenhum mal ao
indivíduo. Nesse contexto, surgiram os antibióticos, substâncias químicas
produzidas naturalmente por bactérias e fungos para atuar contra outros
microrganismos (TORTORA; FUNKE; CASE, 2017).
O primeiro antibiótico foi descoberto por Alexander Fleming, médico e
bacteriologista escocês, no ano de 1928. Fleming estava prestes a descartar
algumas placas de cultura que haviam sido contaminadas por fungos quando
percebeu que o crescimento bacteriano havia sido inibido pela presença do
fungo. O fungo ficou conhecido como Penicillium chrysogenum, e o inibidor
ativo desse fungo foi chamado de penicilina.
Os antimicrobianos constituem um grande grupo de medicamentos
com estrutura diversa e múltiplos mecanismos de ação contra bactérias.
O tratamento apropriado das infecções está relacionado com a identifica-
ção correta do microrganismo e a liberação do teste de sensibilidade aos
antimicrobianos. No primeiro momento, até a liberação do laudo, o médico
responsável pode administrar antibióticos de amplo espectro, conhecidos
como ativos contra vários tipos de microrganismos. Com a liberação do
teste, é realizada a avaliação da terapia antimicrobiana mais adequada
para o patógeno isolado.
Os testes de suscetibilidade aos antimicrobianos utilizam a técnica de
difusão. Em geral, apenas um membro de cada classe principal de antimicro-
biano é testada (TORTORA; FUNKE; CASE, 2017). A escolha de um antimicrobiano
bactericida ou de uma combinação de antimicrobianos para cada paciente
pode ser orientada por testes laboratoriais especializados, que medem a
taxa de destruição ou a proporção da população microbiana destruída em
determinado período.
O tratamento com antibióticos deve ser reservado somente para situa-
ções que comprovem a infecção bacteriana, evitando o emprego em casos
de benefício duvidoso. O uso inapropriado desses fármacos pode levar a
complicações como resistência bacteriana e toxicidade. Os antimicrobianos
pressionam o desenvolvimento de resistência com elevados custos para o
indivíduo, elevado tempo de internação hospitalar e altos índices de morta-
lidade (BARROS; MACHADO; SPRINZ, 2013).
Breve histórico da microbiologia 7
Fármacos comumente
Mecanismo Exemplo importante afetados
6) Mutação na Isoniazida
catalase-peroxidase
Referências
BARROS, E.; MACHADO, A.; SPRINZ, E. (org.). Antimicrobianos: consulta rápida. 5. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2013.
LEVINSON, W. Microbiologia e imunologia médicas. 13. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
(Lange).
MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
XAVIER, R. M.; DORA, J. M.; BARROS, E. (org.). Laboratório na prática clínica: consulta
rápida. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
Leitura recomendada
BROOKS, G. F. et al. Microbiologia médica de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2014.