Informativo Técnico 
Novembro de 2008 N0 19
Página 1
Teste de Movimentação de
Juntas de Expansão de Grande Porte
Trabalho Técnico premiado no X ENCAT*
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo apresentar os resulta-
dos obtidos nos ensaios de movimentação realizados em juntas
de expansão metálicas corrugadas de grande porte utilizadas
em dutos de sistemas de Turboexpansor. Um mecanismo de
teste foi desenvolvido para realizar os ensaios. Para aquisição
dos dados foi utilizado um dinamômetro e os ensaios foram
realizados em juntas tipo cardânica. As juntas foram pressuri-
zadas com água para a realização do teste. Foram compilados
dados sob pressão de projeto, operação e com pressão atmos-
férica. As juntas foram movimentadas do ângulo para o qual
foram projetadas, 3° e 6°. As reações correspondentes a cada
passo de movimentação foram registradas durante o processo
de carregamento e posteriormente durante o descarregamen-
to. Os testes permitiram confirmar que as juntas testadas não
apresentaram interferência oriunda do processo de fabricação,
constituindo um procedimento adequado de aceitação. Foi
possível constatar a relevância da influência da pressão inter-
na no cálculo das reações durante a movimentação das juntas,
fato não considerado nos cálculos teóricos apresentados na
EJMA. A influência do atrito nas rótulas das juntas mostrou-se
significativo indicando que esse efeito deve ser considerado
no projeto de tubulações e deve ser mitigado utilizando dispo-
sitivos de redução de atrito.
1. Introdução
Juntas de expansão (JE) são elementos de tubulação respon-
sáveis por absorver dilatações térmicas diferenciais no sistema de
tubulação, reduzindo os esforços no sistema e nos bocais de equi-
pamentos a ele conectados. São especialmente utilizadas em:
• Sistemas cujo espaço disponível for insuficiente para se ter
um traçado da tubulação com flexibilidade adequada;
• Serviços de baixa responsabilidade (condensado, vapor de
baixa pressão, água quente, entre outros), quando a junta
representar uma alternativa mais econômica em relação ao
traçado não retilíneo da tubulação;
• Tubulações de diâmetro grande (acima de 20”) ou de material
caro, onde haja interesse econômico de um traçado mais curto;
• Tubulações que por exigência do serviço precisam ter traça-
dos retilíneos;
• Tubulações sujeitas a vibrações de grande amplitude, ou
ligadas a equipamentos cujos esforços admissíveis sejam
muito pequenos.
Na indústria do petróleo juntas de expansão são
comumente utilizadas. Em plantas industriais há diversos
equipamentos sensíveis que requerem da utilização de juntas
de expansão. Um destes equipamentos é o Turboexpansor
(“Turboexpander”) responsável pela geração de energia
* ENCAT - Encontro de Caldeira e Tubulação do Abastecimento da Petrobras. O teste apresentado tornou-se procedimento obrigatório
para inspeção de todas as juntas de expansão fornecidas para as Unidades de Craqueamento Catalítico Fluido (FCC) da Petrobras.
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do Ab de Caldeir
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mento e Tubulaçã
d a Pe
trobra o
s
elétrica a partir dos gases quentes efluentes do regenerador
da unidade de craqueamento catalítico fluido (FCC). Esses
gases têm temperaturas de operação que variam de 650° C
a 760° C e pressões internas em torno de 3,0 kgf/cm2. Com o
intuito de otimizar o consumo energético nas refinarias existem
vários empreendimentos de implantação de Turboexpansores
em andamento.
Devido à severidade de serviço, o sistema de tubulações do
Turboexpansor é, normalmente, de aço inoxidável austenítico
304H, material que apresenta um alto custo em seu uso, e re-
quer espessuras de parede de pelo menos 25 mm. Além disso,
seu traçado deve atender a uma série de pré-requisitos para
garantir máxima eficiência e confiabilidade do Turboexpansor.
Para minimizar o traçado e atender a esses pré-requisitos, são
utilizadas juntas de expansão.
Durante a fase de projeto do sistema do Turboexpansor
é determinado o traçado idealmente esperado das linhas
conectadas ao turbo. Verifica-se a flexibilidade do sistema e
os esforços transmitidos ao turbo, que não podem ultrapassar
valores estabelecidos pela norma de projeto da máquina (NEMA
SM 23). Dados os baixos limites de esforços nos bocais do
turbo são introduzidas no traçado da linha juntas de expansão
metálicas preferencialmente do tipo dobradiça e/ou cardânica.
Na fase de projeto são definidas as características requeridas
para as juntas de expansão, tais como comprimento, material
do fole, tipo de junta e coeficientes de rigidez. O cálculo destes
coeficientes é realizado com base nos critérios do “Standards
of the Expansion Joints Manufacturers Association” (EJMA),
estimando-se para o projeto do fole a quantidade e espessura
das lâminas bem como o número, altura e passo das suas
corrugações. Essa estimativa será a referência inicial para a
seleção e projeto de fabricação das juntas de expansão.
Devido aos limites muito apertados de esforços nos bocais
do Turboexpansor há um compromisso muito forte entre o
bom funcionamento das juntas de expansão e a confiabilida-
de do sistema, fez-se necessário desenvolver um teste de mo-
vimentação das juntas depois de completada sua fabricação.
Dessa forma, seria possível antecipar possíveis problemas de
fabricação das juntas de expansão, em tempo, para uma ação
mitigadora. Esse tipo de teste não é, normalmente, realizado
nesses componentes, tendo sido realizado, na forma atual,
a partir do empreendimento para a Refinaria Henrique Laje
– Petrobras (REVAP), em parceria com a Teadit®. O objeto de
estudo foi verificar a existência de algum tipo de interferência
interna, oriunda do processo de fabricação, a influência dos
componentes do “hardware” e a consistência entre o compor-
tamento real das juntas de expansão, sob deslocamento, e os
valores teóricos calculados utilizando a norma EJMA.
 Informativo Técnico
Página 2

2. Juntas de Expansão Fax = Ae Pd = 11 260 kgf

Onde :
Uma junta de expansão é um dispositivo flexível capaz de Pd = pressão de projeto = 5 kgf/cm2
absorvermínimasliberaçõesdeesforços,osmovimentosimpostos Ae = área efetiva do fole = πDm2/4 = 2 252 cm2
a um sistema de tubulação submetido à pressão. Comumente,
expansão térmica, movimentação de equipamentos, vibração Dm = diâmetro médio das corrugações
e pulsação de pressão podem causar movimentos em uma do fole = Db + w + n x t = 535,54 mm
tubulação. A restrição a estes movimentos gera tensões e Db = diâmetro interno das corrugações = 508 mm
reações no sistema de tubulações e suas conexões. w = altura das corrugações = 50 mm
As juntas de expansão são geralmente classificadas pelo
n = número de lâminas do fole = 2
material do fole que pode ser metálico, não-metálico (compósito),
elastomérico ou em PTFE. As juntas metálicas são utilizadas para t = espessura de cada lâmina = 1,27 mm
trabalho em alta temperatura e pressão, as não-metálicas para Ou seja, um valor elevado de cargas que será transmitido aos
baixas pressões e altas temperaturas e as elastoméricas ou PTFE bocais de equipamentos conectados ao sistema de tubulação. Por
para sistemas de água e alguns tipos de produtos químicos a esse motivo, juntas axiais simples não são utilizadas em sistemas
alta pressão e temperaturas limitadas pelo material do fole. de tubulação conectadas a equipamentos críticos. Quando dois
O enfoque neste trabalho serão as juntas metálicas. foles são utilizados temos uma junta universal, esta configuração
O principal componente de uma junta de expansão permite absorver movimentos axiais, laterais e angulares maiores
metálica é o fole, fabricado a partir de uma ou mais lâminas que na junta axial. Da mesma forma que na junta axial, o esforço
por conformação mecânica ou hidráulica e composta de de empuxo deve ser considerado. Para minimizar esse esforço
corrugações (convoluções) de parede muito delgada que se são introduzidos tirantes rígidos que, no entanto, restringem
deforma, sob baixos esforços, comportando-se como uma mola. os movimentos axiais. A junta rotulada simples, ou dobradiça,
Por isso mesmo, é fabricado em material muito nobre, para permite a movimento angulares em apenas um plano e, devido
não ser deteriorado pelo fluído. Além disso, para o adequado aos braços conectados aos pinos (de rotação) não transmitem
funcionamento do fole, a junta de expansão é composta empuxo ao sistema. Normalmente são utilizadas em conjuntos
de componentes estruturais (o “hardware”), cujas principais de duas ou três de forma a absorver melhor a movimentação
funções são suportar o peso próprio dos componentes, do sistema. Por fim, a junta bi-rotulada ou cardânica é capaz de
resistir aos esforços axiais devidos à pressão interna (empuxo absorver movimento angulares em qualquer plano e, como no
axial), limitar movimentos indesejáveis e proteger o fole de caso da junta rotulada, não transmitem empuxo nem torção ao
sobrecargas. sistema de tubulações. Por esse motivo, juntas rotuladas simples
Existem quatro tipos de movimentos básicos que podem ser ou cardânicas são preferidas para uso em sistemas ligados aos
Rio Oil & Gas Expo and C
aplicados ao fole. São eles (Figura 1): axial, lateral, angular e torção Turboexpansores.
, este último deve ser evitado, pois o fole tem comportamento
instável sob torção. Os foles se comportam de modo similar à,
Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008
molas, quando são comprimidos resistem ao movimento da
mesma forma
Existem quatro que
tipos de uma mola.
movimentos A constante
básicos que de mola
podem ser aplicados ao fole. de um(Figura
São eles fole 1): axial,
lateral, angular e torção, este último deve ser evitado, pois o fole tem comportamento instável sob torção. Os foles se
comportam depende
como molas,da suasão
quando geometria e dasaopropriedades
comprimidos resistem movimento da mesmade material.
forma que uma mola. A constante
de mola de um fole depende da sua geometria e das propriedades de material.

(a) (b)

(a) (b)

(c) (d)
(c) (d)
Figura 2. Tipos de Junta de Expansão. (a) Junta Atirantada Simples, (b) Junta Universal Atirantada, (c)
Figura 1. Ilustração de Tipos de Movimentos da Junta de Expansão. (a) Movimento Axial, (b) Movimento Angular, (c)Figura 2. Tipos de Juntaoudedobradiça,
Simples Expansão. (a)(d)
Junta Atirantada
Junta Simples,ou
Bi-Rotulada (b) Cardânica
Junta Universal
Figura 1. Ilustração de Movimento
Tipos de Movimentos da Junta de Expansão. (a) Movimento Atirantada, (c) Junta Rotulada Simples ou dobradiça, (d) Junta Bi-Rotulada ou Cardânica
3. Mecanismo
Lateral e (d) Movimento de Torção
Axial, (b) Movimento Angular, (c) Movimento Lateral e (d) Movimento de Torção de Teste
A junta de expansão mais simples é a do tipo axial, que consiste somente de um fole, utilizada para absorver
movimentos de tração ou compressão. Por absorverem os movimentos axiais, acabam por transmitir Um os mecanismo
esforços de de teste foi desenvolvido para realizar os ensaios nas juntas de expansão do ti
empuxo devidoA junta
a pressãode expansão
interna, que podemmais simples
ser muito elevados. é a do
Numa tipo
junta axial,
de 20” que
com fole
teste
de con- 3. Mecanismo de Teste
diâmetro interno
consiste na colocação da JE sobre um sistema de sustentação e posicionamento na vertical. As extr
igual a 508 mm, construído com duas lâminas de 1.27 mm cada e 25 mm de altura de corrugação, submetida a uma
siste desomente
pressão interna deforça
5 kgf/cm2, essa um fole, utilizada
corresponde a: para absorver movimentos
são fechadas com um tampo soldado. O dispositivo consiste numa viga I soldada no tampo superior co
Um mecanismo de teste foi desenvolvido para realizar os
de tração ou compressão. Por absorverem os movimentos alavanca de 2 m (Figura 3), correntes, talha e dinamômetro digital para aquisição da carga. A influênc
de acarregamento no nas
ensaios valorjuntas de expansão
da JE foi do tipo cardânica. O teste
Fax = Ae Pd = 11 260 kgf
axiais, acabam por transmitir os esforços de empuxo do braço
devido das reações calculado porém não teve influência s
Onde resultados. consiste na colocação da JE sobre um sistema de sustentação
pressão interna, que podem
Pd = pressão de projeto = 5 kgf/cm 2 ser muito elevados. Numa junta
= ʌDm2/4 = 2 interno
252 cm2
e posicionamento na vertical. As extremidades da JE são
de 20”ADecom fole de
= área efetiva diâmetro
do fole igual a 508 mm, constru-
m = diâmetro médio das corrugações do fole = Db + w + n x t = 535,54 mm fechadas com um tampo soldado. O dispositivo consiste numa
ído com Db = duas
diâmetrolâminas de 1.27= mm
interno das corrugações 508 mmcada e 25 mm de altura de
w = altura das corrugações = 50 mm viga I soldada no tampo superior com um braço de alavanca
corrugação,
n = númerosubmetida
de lâminas do fole a= 2uma pressão interna de 5 kgf/cm
2
de 2 m (Figura 3), correntes, talha e dinamômetro digital para
(Pd), at =equação
espessura de 1 mostra
cada a correspondência
lâmina = 1,27 mm desta força.
aquisição da carga. A influência da angulação do braço de
Ou seja, um valor elevado de cargas que será transmitido aos bocais de equipamentos conectados ao sistema
de tubulação. Por esse motivo, juntas axiais simples não são utilizadas em sistemas de tubulação conectadas a
equipamentos críticos. Quando dois foles são utilizados temos uma junta universal, esta configuração permite absorver
movimentos axiais, laterais e angulares maiores que na junta axial. Da mesma forma que na junta axial, o esforço de
 (c) (d)

Figura 2. Tipos de Junta de Expansão. (a) Junta Atirantada Simples, (b) Junta Universal Atirantada, (c) Junta Rotulada

. Mecanismo de Teste
Simples ou dobradiça, (d) Junta Bi-Rotulada ou Cardânica
Informativo Técnico
Um mecanismo de teste foi desenvolvido para realizar os ensaios nas juntas de expansão do tipo cardânica.
Página 3 O
ste consiste na colocação da JE sobre um sistema de sustentação e posicionamento na vertical. As extremidades da JE
ão fechadas com um tampo soldado. O dispositivo consiste numa viga I soldada no tampo superior com um braço de
avanca de 2 m (Figura 3), correntes, talha e dinamômetro digital para aquisição da carga. A influência da angulação
carregamento no valor das reações da JE foi calculado porém
o braço de carregamento no valor das reações da JE foi calculado porém não teve influência significativa nos
Os ensaios foram realizados em juntas de expansão do tipo
sultados. não teve influência significativa nos resultados. cardânica com diâmetros apresentados na Tabela 1. As JE se-
rão instaladas na linha de entrada do Turboexpansor de uma
unidade da Petrobras. O ensaio foi realizado movimentando
as JE do ângulo para o qual foram projetadas, uma JE com
movimentação de 3° (n° 20) e duas JE com movimentação de
6° (n° 16 e 17). As reações correspondentes a cada passo de
movimentação foram registradas durante o processo de car-
regamento (angulação crescente) e posteriormente durante o
descarregamento (angulação decrescente).
Cada teste de carregamento e descarregamento foi realiza-
do nas condições de pressão de projeto, de operação e na con-
dição sem pressão interna (pressão atmosférica). Todos os tes-
tes foram realizados a temperatura ambiente. As juntas foram
pressurizadas com água para a realização do teste. Os testes
foram realizados para a JE de n° 20 uma única vez e para as JE
(a) (a) (b) (b) n° 16 e 17 foram repetidos duas vezes, tanto no carregamento
como no descarregamento.
Figura
Figura 3. Junta
3. Junta de Expansão
de Expansão em Posição
em Posição de (a)
de Teste. Teste. (a) Dispositivo
Dispositivo real, (b) Esquema
real, (b) Esquema do Dispositivo
do Dispositivo
Tabela 1. Juntas de Expansão e suas Características
O dinamômetro,
Pressão de Pressão de
Figura 4O(a),
dinamômetro
tem capacidade paraFigura 4 (a),Atem
até 10 toneladas. capacidade
angulação para
dada foi verificada comaté 10
um dispositivo Número
fixado Ângulo de Ângulo de
junta mostrado na Figura 4 (b). A aplicação da carga foi dada por um operador (Figura 4 (c)).
Diâmetro Projeto Operação
(mm)
toneladas. A angulação dada foi verificada com um dispositivo (kgf/cm ) (kgf/cm ) Projeto (°) Teste (°)
2 2

fixado a junta mostrado na Figura 4 (b). A aplicação da carga foi 16 6,2 6,0
dada por um operador Figura 4 (c). 417 1 670 3,6 2,3 6,2 6,0
20 3,3 3,0

A Figura 6 mostra a JE n° 20 durante o ensaio de carrega-

mento. Pode-se observar a existência de certo ângulo de mo-
vimentação no topo da mesma.
Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008

(a)

(a)

(b) (c)
Figura 4. Mecanismo de Teste. (a) Dinamômetro Utilizado Durante o Teste,
(b) Dispositivo de Medição de Grau, (c) Aplicação de Carga

Na condição de carregamento a talha foi acionada, grada- Figura 6. Imagens da JE durante ensaio de movimento angular
(b) (c)
tivamente, para que a junta movimentasse angularmente a
partir
Figura 4. dadeposição
Mecanismo neutra.Aplicação
Teste. (a) Dinamômetro Na condição
Utilizado de (b)
Durante o Teste, descarregamento
Dispositivo de Medição de a Grau, (c) 4. Análise e Discussão dos Resultados
de Carga
talha foi aliviada, gradativamente, para que a junta movimen-
Na condição de carregamento a talha foi acionada gradativamente para que a junta movimentasse
tasse
angularmente angularmente
a partir da posição neutra. Naretornando à posição
condição de descarregamento a talhaneutra
foi aliviadapela reaçãopara que a As Figura 7 a 9 apresentam os momentos aplicados de meio
gradativamente
de mola da junta (Figura 5).
junta movimentasse angularmente retornando à posição neutra pela reação de mola da junta (Figura 5). em meio grau para as juntas 20, 16 e 17 respectivamente. Nota-
se que para os testes sob pressão a junta só inicia o movimento
depois de aplicado um valor inicial de carga (ver Tabela 2). A in-
clinação das curvas representa o coeficiente de rigidez à flexão
da junta, cujo valor médio característico para cada condição de
teste é apresentado na Tabela 3. Observa-se que o coeficiente
aumenta com o aumento da pressão do teste.
O comportamento citado anteriormente é compatível com
as expectativas. A carga inicial é explicada pelo efeito de atri-
to nos componentes estruturais da junta de expansão, em es-
pecial nas suas rótulas. O aumento do coeficiente de rigidez à
flexão pode ser justificado pelo aumento da rigidez do fole sob
(a)
Figura 5. Esquema de Carregamento e Descarregamento do Ensaio (b) efeito da pressão interna atuante, fenômeno este comprovado
Figura 5. Esquema de Carregamento e Descarregamento do Ensaio em outros componentes de tubulação (curvas por exemplo).
Os ensaios foram realizados em juntas de expansão do tipo cardânica com diâmetros apresentados na Tabela 1.
As JE serão instaladas na linha de entrada do turboexpansor de uma unidade da Petrobras. O ensaio foi realizado
movimentando as JE do ângulo para o qual foram projetadas, uma JE com movimentação de 3° (n° 20) e duas JE com
movimentação de 6° (n° 16 e 17). As reações correspondentes a cada passo de movimentação foram registradas durante
o processo de carregamento (angulação crescente) e posteriormente durante o descarregamento (angulação
 Sem Pressão 2 - 16
1000
Linear (Projeto 2 -16)
Linear (Operação 2 - 16)
Linear (Sem Pressão 2 - 16)
0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0

Informativo Técnico
Ângulo (°)

Figura 8 - Momentos aplicados na junta 16 a cada meio grau de movimento - Carregamento

Página 4 Momento JE-17

7000

Tabela 2 – Momento inicial para vencer a inércia (junta 20) y = 1036x + 36

6000
y = 1005x

Pressão de Momento
teste (kgf/cm2) inicial (kgf.m) 5000

y = 793x - 90

Momento (Kgf x m)
3,6 840 4000

2,3 496 3000

Projeto 1 - 17

0,0 ~0
Operação 1 - 17
2000 Sem Pressão 1 - 17
Linear (Sem Pressão 1 - 17)
Linear (Operação 1 - 17)

Tabela 3 - Coeficiente de rigidez à flexão das juntas nas

1000 Linear (Projeto 1 - 17)

diversas condições de teste. 0

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0

Coeficiente de rigidez à flexão (kgf.m/deg)

Graus (°)

Pressão Figura 9 - Momentos aplicados na junta 17 a cada meio grau de movimento -

de teste Médio Teórico Figura 9 - Momentos aplicados na junta 17 a cada meio grau de movimento - Carregamento
Carregamento
(kgf/cm2) 16 17 20 (kgf.m/deg) 5. Conclusões
5. Conclusões
Os testes permitiram confirmar que as juntas testadas não apresentam interferência oriunda do processo de
3,6 1096 1036 1106 fabricação, constituindo num procedimento adequado de aceitação de fabricação das juntas de expansão.

2,3 1022 1005 1027 1116 Os testes permitiram confirmar que as juntas testadas não
Foi possível constatar a relevância da influência da pressão interna no cálculo das reações durante a
movimentação das juntas, fato não considerado nos cálculos teóricos apresentados na EJMA.
apresentam
Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008 interferência oriunda do processo de fabricação,
0,0 802 793 813 constituindo-se em um procedimento adequado de aceitação 8
Momento - Junta 20
de fabricação das juntas de expansão.
y = 1106,1x + 814,49 y = 812,7x - 0,6535 Foi possível constatar a relevância da influência da pressão
4000 Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008
y = 1027,5x + 501,57 interna no cálculo das reações durante a movimentação das
3500
Momento - Junta 20
juntas, fato não considerado nos cálculos teóricos apresenta-
3000 dos na EJMA. Comparando-se os esforços medidos nas condi-
y = 1106,1x + 814,49 y = 812,7x - 0,6535
ções de pressão de projeto, operação e sem pressão, verifica-se
Momento (Kgf x m)

Projeto 1 - 20
2500
Operação 1 - 20
y = 1027,5x + 501,57

2000
Sem Pressão 1 - 20
que a pressão interna está diretamente ligada ao aumento do
Linear (Operação 1 - 20)

momento de movimentação angular da junta.

Linear (Sem Pressão 1 - 20)
Linear (Projeto 1 - 20)

A força de atrito nas articulações é bastante considerável

1500

Projeto 1 - 20
1000 Operação 1 - 20
Sem Pressão 1 - 20
e está diretamente ligada à força normal no pino, provocada
500
Linear (Operação 1 - 20)
Linear (Sem Pressão 1 - 20)
pela pressão interna. A influência do atrito nas rótulas das jun-
0
Linear (Projeto 1 - 20)
tas mostrou-se muito significativo indicando que esse efeito
0,0 1,0 2,0
Graus (°)
3,0 4,0 5,0
deve ser considerado no projeto de tubulações (normalmente
Figura 7. Momento aplicado na junta 20 a cada meio grau de movimento – desprezado) e que deve ser mitigado utilizando dispositivos de
CarregamentoFigura 7. Momento aplicado na junta 20 a cada meio grau de movimento – Carregamento redução de atrito, normalmente não utilizados nesses compo-
1,0 2,0 Tabela 2 – Momento
3,0 4,0 inicial para5,0vencer a inércia (junta 20). nentes. Como as equações do EJMA não levam em consideração
Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008
Pressão de teste Momento inicial
Graus (°)
o atrito nas articulações, pode-se afirmar que o valor do esforço
7000 (kgf/cm2)
Figura 7. Momento aplicado na junta 20 a cada meio grau3,6
(kgf.m)
de movimento – Carregamento
calculado é satisfatório e tende para a segurança do sistema, pois
840
é ligeiramente maior que o valor real. Na realidade, os esforços
y = 1096x + 192,45

2,3 496 y = 1022,8x - 9,1421

Tabela 2 – Momento inicial para vencer a inércia (junta 20).
provocados pelas deflexões angulares na junta de expansão são
6000
0,0 ~0
Pressão de teste Momento inicial
Tabela 3 - Coeficiente de rigidez à flexão das juntas nas diversas condições
5000
de -teste. maiores do que os esforços calculados com as equações indica-
(kgf/cm2) (kgf.m) y = 801,81x 3,4585

3,6 840 das no EJMA, devido ao atrito provocado pelas articulações.

Momento (Kgf x m)

4000 Coeficiente de rigidez à flexão (kgf.m/deg)

Pressão2,3
de teste
0,0 )
(kgf/cm 2
496
~0
Médio Teórico Com os resultados deste teste executado é possível efetuar
16 17 20 (kgf.m/deg)
3000
3,6 1096 1036 1106
os cálculos de flexibilidade com maior veracidade nas informa-
Tabela 3 - Coeficiente de rigidez à flexão das juntas nas diversas condições de teste.
2000
2,3 1022 1005 1027 1116 ções características de cada junta de expansão.
0,0 802 793 813
Coeficiente de rigidez à flexão (kgf.m/deg) Projeto 2 -16
são de teste Operação 2 - 16
Médio Teórico
kgf/cm2)
6. Referências
Sem Pressão 2 - 16
1000
16 17 20 (kgf.m/deg)
Linear (Projeto 2 -16)
Linear (Operação 2 - 16)
3,6 1096 1036 1106 Linear (Sem Pressão 2 - 16)
0
2,3 1022 1,0 1005 1027 4,0 1116
NEMA SM 23. Steam turbines for mechanical
0,0 2,0 3,0 5,0 6,0

0,0 802 793 Ângulo (°) 813

drive service. 1991.
Figura 8 -Figura
Momentos aplicados
8 - Momentos aplicadosna junta
na junta 16 a16 a cada
cada meio
meio grau grau de-movimento
de movimento Carregamento -
EJMA. Standards of the expansion joint manufacturers
Carregamento Momento JE-17
association. Eighth edition, 2003
7000

y = 1036x + 36

6000
y = 1005x

5000
Nov/08

y = 793x - 90
7
Momento (Kgf x m)

4000

3000

Soluções com Qualidade

Projeto 1 - 17
Operação 1 - 17
2000 Sem Pressão 1 - 17
Linear (Sem Pressão 1 - 17)
Linear (Operação 1 - 17) 7
Informativo
1000 Técnico Teadit é uma publicação interna da Engenharia Linear (Projeto 1 - 17)
de Aplicação e do Departamento de Marketing, produzida e editada pela Teadit Ind. e Com. Ltda. Sua cópia,
distribuição ou utilização em parte ou integralmente estão sujeitos à penalidades previstas em Lei. Dúvidas ou esclarecimentos complementares podem e devem ser obtidos, quando
necessário,0 0,0junto0,5à Engenharia
1,0 1,5
de
2,0
Aplicação
2,5 3,0
de3,5Materiais,
4,0
através
4,5 5,0
do5,5engenhariadeprodutos@teadit.com.br
6,0
ou (21) 2132-2650.
Graus (°)

Figura 9 - Momentos aplicados na junta 17 a cada meio grau de movimento - Carregamento