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1
MATTOSO, José (dir.), História de Portuga Segundo Volume: A Monarquia Feudal, p. 32.
2
MATTOSO, José, “O Condado Portucalense” in História de Portugal, Lisboa, 1983, pp. 19-21.
3
AMARAL, Luís Carlos; BARROCA, Mário Jorge, A condessa-rainha, p. 95.
4
MATTOSO, José, “O Condado Portucalense” in História de Portugal, Lisboa, 1983, pp. 19.
5
AMARAL, Luís Carlos; BARROCA, Mário Jorge, op. cit., pp. 96-98.
6
Ibidem.
2
Que a nomeação de D. Henrique se encontrava relacionada com a situação militar é
amplamente confirmado pela Crónica de Sahagún na qual se refere que o conde
borgonhês “nobremente domou os mouros, guerreando-os, pelo que o referido rei
[Afonso VI] lhe deu, com sua filha em casamento, Coimbra e a província de Portugal,
que são fronteiras de mouros, nas quais, com o exercício das armas, engrandeceu
nobremente a sua categoria de cavaleiro.” 7/8 Assim, o casamento com D. Teresa e a
concessão do Condado Portucalense seriam uma espécie de “recompensa” de Afonso VI
a D. Henrique pela ajuda que este lhe prestava nas conquistas aos mouros. Em
contrapartida, com esta concessão de carácter feudal e hereditário, 9/10 D. Afonso VI
pensava obter um vassalo e aliado nas guerras de reconquista cristã que tinham então
lugar na Península Ibérica garantindo não apenas a continuidade da empresa da
reconquista, mas também no sentido de estabelecer uma nova unidade territorial
claramente vocacionada para a defesa da fronteira.11
De igual modo, conclui-se que a concessão do Condado se insere nas tentativas para que
Braga reconquiste o seu prestígio frente a Santiago de Compostela e a Toledo no
contexto das reformas eclesiásticas levadas a cabo por Afonso VI no sentido de adoptar
o rito romano promovendo o reforço do poder régio. 12/13 D. Henrique promoverá a
reforma gregoriana, o rito romano e o monaquismo beneditino no Condado
Portucalense. Encorajado talvez pelos desejos de autonomia da nobreza portucalense,
que tão decisivos se revelariam no posterior conflito entre Teresa e Afonso Henriques, o
conde portucalense prossegue uma política quase independente dos suseranos leoneses,
sobretudo depois da morte de Afonso VI, alternando a vassalagem e a oposição ao sabor
das circunstâncias. Este percurso atinge um ponto alto no chamado "Pacto Sucessório",
tratado secreto que assina com Raimundo em 1105, garantindo-lhe apoio na luta pelo
trono de Leão e Castela em troca de Toledo e da Galiza. Patrocinado por Cluny, em cujo
arquivo foi descoberto, o documento mostra a extensão dos interesses franceses na
7
MATTOSO, José (dir.), História de Portuga Segundo Volume: A Monarquia Feudal, p. 32.
8
MATTOSO, José, “O Condado Portucalense” in História de Portugal, Lisboa, 1983, pp. 20.
9
MATTOSO, José (dir.), História de Portuga Segundo Volume: A Monarquia Feudal, p. 33.
10
MATTOSO, José, “O Condado Portucalense” in História de Portugal, Lisboa, 1983, pp. 20-21.
11
AMARAL, Luís Carlos; BARROCA, Mário Jorge, op. cit., p. 97.
12
Ibidem, pp. 85, 98.
13
MATTOSO, José, “O Condado Portucalense” in História de Portugal, Lisboa, 1983, pp. 9-10.
3
Península. É possível que Portugal fosse hoje outro se o acordo tivesse saído do
pergaminho, mas Raimundo morre dois anos depois da sua assinatura, inviabilizando o
projecto.
Vestígio Material
Quanto às fontes documentais e estudos sobre o códice, foi relevante perceber não só a
estrutura e sistemática do Tumbo A, como a discussão em torno da sua génese, da sua
produção e dos objectivos a que se propôs, que tornaram essa obra, nas palavras de
Alvarez, “la joya más preciada de su documentación y el códice más importante no sólo
por el número, antigüedad y calidad de sus documentos, reales en su casi totalidad,
sino también por la serie de miniaturas y letras ornamentadas que enriquecen el
contenido” (p. 9).
Bibliografia:
18
apud ALVAREZ, Manuel Lucas (ed.), op. cit., p. 33
19
AMARAL, Luís Carlos; BARROCA, Mário Jorge, op. cit., p. 228.
6
MATTOSO, José (dir.), História de Portugal, Segundo Volume: A Monarquia
Feudal, Lisboa: Círculo de Leitores, 1993.