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HISTÓRIA DE CABINDA

Vamos abordar o trajecto histórico da presença de portugal na costa


centro-oeste de África onde, no séc. XIX, para desenhar a
configuração geográfica e política actual de Cabinda, criado pelos
portugueses.

A origem etimológica do termo


"Cabinda" que , nas fontes escritas europeias
dos sec. XVI-XVII, aparece como "Cabinde",
"Cabenda", "Kapinda" ou ainda
"Kabinda" para designar a cidade e o porto
que corresponde a presente cidade com o
mesmo nome e que os naturais apelidavam ,
então por Kioua (deve ler-se "Tshiowa") que
significava "praça, mercado".

O nome "Cabinda" teria derivado por um processo de


aglutinação das palavras Mafuka ( nome que identificava o cargo de
intendente do Rei de Ngoyo para o comércio e, como tal, o homem
das relações com os europeus) e Binda nome próprio de um
deles."KABINDA"

Tal como dizia o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de


portugal Durão Barroso que afirmou, na abertura do IV Congresso das
Academias de História Ibero-americanas, realizado na Torre do
Tombo, na cidade de Lisboa, em Novembro de 1994, que: "uma
decisão política que não respeite o passado não terá visão de futuro".

Esta constatação adquire o maior significado se levarmos em


linha de conta que ela foi produzida por um político (e os políticos
nem sempre se mostram muito empenhados na sustentação histórica
das suas propostas e decisões) que era, simultaneamente, o ministro
responsável pela condução da política externa portuguesa num
momento particularmente sensível para Cabinda, cuja população
também vive o drama de uma interminável guerra de que não pode ser
responsabilizada e que é obrigada a alimentar com as rendas do
petróleo extraído nas suas plataformas marítima".

É muito longa e "um caso ímpar" a história das relações de


portugal com os povos Bakongo do antigo Reino do Congo do qual o
actual Território de Cabinda fazia, já então, parte integrante do seu
domínio territorial. Só bastante mais tarde os portugueses entrariam
em contacto (oficial) com os Ambundos do "Reino" de Ndongo,
situado no território compreendido entre os rios Bengo e Dande.

Efectivamente, foi no longínquo


ano de 1482 que Diogo Cão, às ordens do Rei
de portugal D. João II, colocou solenemente na
margem esquerda do rio Nzadi ou Nzari (Zaire)
o seu primeiro padrão (o Padrão de S. Jorge) e
enviou os primeiros emissários encarregados de
levarem as homenagens e presentes do rei de portugal ao manicongo,
senhor de um vasto território, designado nas relações dos viajantes e
missionários europeus dos séc.s XVI e XVI por Reino do Congo,
estendendo-se pelas duas margens daquele rio para norte até ao rio
Ogoué (Gabão), para sul até ao rio Cuanza e muito para o interior até
ao rio Cuango, onde se localizava Mbanza Congo (São Salvador),
situada no angulo formado pelo rio Kwilu e o seu afluente, o rio Twa.

A privilegiada situação geográfica de Mbanza Congo terá


justificado a migração, nos finais do séc. XV, de um grupo ou grupos
de Yombe da região de Vungu ao norte do rio Zaire e a sua fixação
neste local que o mítico Nimi a Lukeni, investido no poder pelo
ancestro "Nzaku"("taata" ) a autoridade mítica do grupo que o
precedera (e ao seu grupo) neste território, escolheu para sua
residência. Lukeni ("mwana" de Nzaku)

investiria por sua vez outros Chefes ("mwanas") com quem tinha
ligações de linhagem, concedendo-lhes domínios ("nsi") e poderes.

Estabeleceu-se, assim, uma hierarquia entre a Chefatura original


de Mbanza-Kongo, residência do Ntotila (Rei) e importante pólo de
confluência dos povos da Costa Atlântica e do interior do Continente
e os restantes Chefes e os diferentes grupos de linhagem distribuídos
pelos novos territórios que os europeus apelidaram de "províncias",
muito mais uma divisão de linhagens que de regiões. Na verdade,
Mpemba, Mbata, Mbamba, Nsongo, Nsundi e Mpangu não
constituíam divisões administrativas reais, mas áreas sucessivas da
expansão do prestígio e da autoridade da Chefatura de Mbanza
Kongo.

A força do poder central dependia da


personalidade do Ntotila (Rei), mas o sistema da sua
eleição constituía o principal ponto de conflitualidade
do regime. A coexistência de duas coordenadas
dialécticas para a sucessão ao trono, a
matrilincaridade e a patrilateralidade, ainda que de
certa forma complementares e equilibrantes através
do jogo das alianças, criava facções opostas e
instabilidade político-social. A primeira, uma regra associada ao culto
dos antepassados maternos, constituía a origem da autoridade e
assegurava a continuidade histórica do grupo. Segundo "De Cleene",
que estudou de perto os Maiombe (Baixo Congo), este culto ancestral
desempenhava um papel fulcral no imaginário ritual e religioso deste
povo, tal como acontecia entre os Kongo, em geral. A segunda, a
patrilateralidade, servia de fundamento do poder.

As constantes redistribuicões do poder e autoridade de correntes


deste regime de sucessão matrilinear terão levado, mais tarde no séc.
XVI, o Ntotila Mvemba a Nzinga (D. AfonsoI) a adoptar o
formalismo do aparelho administrativo europeu e a religião Cristã
como forma de estruturar um poder centralizado, hereditário e
territorializado, capaz de integrar, subordinando, os poderes
autónomos dos diferentes grupos e Chefaturas.

Para além daquelas "províncias", a suserania do manicongo


estendia-se, nos finais do séc. XV, a vários Reinos tributários, com
destaque para os do Ngoyo e do Kakongo situados a norte do rio Zaire
e em cujos territórios se configuraria o moderno Estado de Cabinda.

Seria esta organização sociopolítica extremamente segmentada


e conflitual mas com unidade e homogencidade cultural suficientes
para preservar a sua identidade que os "estranhos" portugueses
tactearam pela primeira vez e muito provavelmente, na privilegiada
baía das Almadias de Ngoyo, na data já referida de 1482. Com efeito,
as óptimas condições de abrigo desta baía e a abundância de água
fresca nesta costa fazem supor que Diogo Cão tenha abordado estes
territórios logo aquando da sua primeira viagem.

Numa nova viagem ao Zaire e, desta vez, acompanhado por


religiosos da Ordem Terciária de São Francisco do convento de
Santarém, Diogo Cão subiu o rio até aos rápidos de lelala, a 160 km
da foz, em cujos rochedos deixou uma inscrição e as armas de
portugal, desembarcou e seguiu por terra até à residência do Ntotila
(Rei) de Mbanza Kongo, Nzinga a Nkuwu, onde foi recebido
festivamente. "E depois de, com muita graça e fervor, mostrar desejo
de ser Cristão, despediu Diogo Cão e navios".

No regresso, o navegador português fez-se acompanhar de uma


Embaixada do Manicongo a D. João Il chefiada por um dos seus
familiares, de nome Cacuta. Diogo
Cão conseguira ganhar a sua
confiança e amizade, leválo a
aceitar o Cristianismo e a
estabelecer com portugal relações
comerciais.

Em 29 de Mar. de 1491, e na
sequência de uma solicitação das autoridades locais, desembarcava no
Zaire, na enseada de Santo António (ou do Soyo) uma numerosa
expedição portuguesa sob o comando de Rui de Sousa, integrando
missionários, operários e colonos com o propósito de iniciar a
evangelização Cristã e afirmar definitivamente a soberania portuguesa
num ponto da Costa Ocidental Africana particularmente sensível tanto
para a penetração no interior do Continente - a via de acesso ao
mítico, mas real, Rei abexim ''Zara Jacob" (Preste João, para os
ocidentais) a quem D. João II enviara alguns anos antes, em 1487, os
experimentados Afonso de Paiva e Pero da Covilhã - como para o
progresso da navegação no Atlântico Sul, pois a índia era, já então, a
miragem.

O sucesso destes primeiros contactos substantivar-se-ia, alguns


anos depois, num acto singular que constituiria o alicerce da longa
história de comunicações entre portugueses e Congoleses: o
reconhecimento pelo Ntotila D. Afonso I Mvemba-a-Nzinga, Rei do
Congo de 1507 a 1543, do monarca português D. Manuel I como seu
"muito amado irmão".

Progressivamente, introduziria em São Salvador, e com os


objectivos já referidos, o estilo da chancelaria portuguesa em termos
de organização e protocolo e adoptaria para o seu Reino alguns
aspectos da organização política e social dos estados europeus.

Mas a adopção formal destes elementos exógenos e de todo


estranhos às concepções e práticas tradicionais da sociedade
Congolesa não deixaria de desencadear fortes resistências na cultura
autóctone e nas estruturas sóciopolíticas regionais. Com efeito,
durante muito tempo, o impacto deste esforço de aculturação ter-se-á
insularizado na Corte de Mbanza Kongo,e esteve na origem de
rebeliões como a protagonizada por Mpanzu-a-Kitina e a "revolta da
casa grande dos ídolos", liderada por D. Jorge
Muxueta.

Tratou-se de uma reacção natural de um dos


Chefes tradicionais em defesa da cultura original,
dos seus valores e representações face a uma
cultura diferente e mesmo oposta em múltiplos
aspectos. Os Bakongo, já o afirmámos, possuíam
uma organização política descentralizada onde as
relações transversais prevaleciam sobre as
piramidais mas, pesem embora, as tensões e
conflitualidade que gerava, tal facto jamais fora
impeditivo da preservação de um certo equilíbrio estruturante e
dinâmico.

Por isso, este acto de rebeldia só poderá surpreender uma certa


perspectiva etnocêntrica de "civilização" que alimentou o paradigma
do Desenvolvimento em oitocentos (com prolongamentos até pelo
menos aos anos 60 do séc. XX ) para quem a África pré-colonial era
um "no man's land' ou "um continente sem história". Não surpreendeu
seguramente os portugueses de quatrocentos e de quinhentos que
desde logo se aperceberam da forte coesão e identidade cultural destes
povos e do desenvolvimento da sua cultura material traduzida no
trabalho em ferro, cobre, madeira e marfim bem como na tecelagem,
onde os Bakongo tinham alcançado um nível superior à maior parte
dos povos bantos. J. Van. Wing partilha desta convicção ao afirmar,
referindo-se a um aspecto particular das reformas ensaiadas por
aquele Ntotila (Rei), que "a criação artificial de uma nobreza à
europeia e de um aparato heráldico em nada modificaram a
organização do povo Bakongo".

Esclareça-se, no entanto, que a assimilação do Cristianismo e a


integração de outros elementos da cultura europeia resultou - e este é
um dado que reputamos de importante para a economia deste trabalho
- da própria vontade do Rei Congolês D. Afonso I que para isso teve
de vencer importantes resistências internas e insistir junto do rei de
portugal D. João III para que este lhe enviasse cinquenta padres
porque "havia quarenta anos que Deus o havia tirado da escuridão,
mas acontece estarmos 5 a 6 meses sem missa nem sacramento,
porque os oficiais de V A. o querem assim".

O Cristianismo tomava-se também, desta


forma, matéria de Estado para o Manicongo e
Senhor dos Ambundo que, no ano de 1512, em
carta enviada ao Papa Júlio II, solicitaria a
protecção da Santa Sé. Empenhado na
centralização e personalizacão do poder, D. Afonso I encontrava na
nova religião uma oportunidade para reforçar o seu prestígio e
autoridade, adoptando a religião dos europeus e explorando a áurea
mítica que os navegadores portugueses transportavam. Pigafetta diz, a
este propósito, que estes "eram muito estimados e respeitados quase
como deuses descidos à terra, vindos do céu". Estavam
lançados os fundamentos para a penetração pacífica no Congo, um
Reino que, sem imposição e numa base de reciprocidade de
tratamento, se tomou tributário do rei de portugal e foi integrado por
vontade expressa do seu Rei D. Afonso I no "Padroado"
português. Por esta altura, a baía de Cabinda era habitada por
algumas aldeias integradas no Reino do Ngoyo (há algum tempo
separado do Reino do KaKongo) que se estendia desde esta baía até
ao rio Zaire.

Com as ligações marítimas para o sul dificultadas pela força da


corrente para nordeste na embocadura do Zaire cujo estuário estava
enxameado de crocodilos, polvilhado de ilhotas e bancos de areia, os
habitantes das pequenas aldeias que se dispersavam ao longo desta
linha costeira, faziam da exploração dos recursos marítimos (pesca e
salicultura), zelosamente guardados, e da construção de Almadias ou
canoas (matéria-prima não faltava na densa floresta equatorial do
Mayombe) as suas actividades económicas fundamentais.

Em 1612, um mercador holandês escreveu, a propósito da


actividade pesqueira na costa de Loango (contígua à baía de Cabinda):
"Os habitantes são bons pescadores e pescam grandes quantidades.
Pela manhã, fazem-se ao mar em canoas, que podem chegar a
trezentas, e regressam ao meio dia".

A partir de
meados do séc. XVII, o
tráfico escravagista
atraiu ainda mais os
navios europeus ao seu
porto, tornando-se
Cabinda num
importante ancoradouro
para a drenagem de
escravos oriundos do
interior centro-oeste
africano.

O comércio de
escravos generaliza-se
a partir de então e
intensificam-se os
conflitos entre os Chefes das aldeias e os Chefes clànicos ou tribais,
entre estes e o Rei do Congo. Com efeito, comércio de escravos não
era uma actividade exclusiva dos europeus. Entre outros testemunho,
veja-se a carta que D. Afonso, Rei do Congo, enviou ao rei de
portugal D. Manuel, em 26 de Maio de 1517, solicitando-lhe um
navio para fazer aquele comércio. Por outro lado, uma parte deste
comércio era feito à revelia das autoridades oficiais por aventureiros,
conhecidos na época por lançados ou ainda por tangomangos.

Também as lutas pelo poder nos séc.s XVI e XVII e o ataque


dos errantes e muito aguerridos Yagas, que Pierre Bertaux apelidou de
"um sistema em marcha" fizeram deste Reino um mosaico político
complexo, pese embora a sua vincada unidade cultural. Após a morte
de D. António I, em 1665, todas as seis províncias que o compunham
conquistam a sua independência aproveitando a disputa da realeza por
duas famílias rivais: a dos Quipanzos, a mais legítima, e a dos
Quimulaços, procedente daquela por bastardia. Como resultado,
acentuou-se a hostilidade das tribos, a insegurança dos caminhos, o
isolamento das aldeias.

A influência portuguesa no Reino do Congo entraria em franco


declínio, mas a presença regular dos portugueses na sua costa
marítima manteve-se apesar dos estrangeiros - nomeadamente
holandeses, ingleses e franceses passarem a comerciar com grande
liberdade na costa de Loango, em Cabinda, na foz do Zaire
(Congo) até Ambriz. Aliás, quando julgou oportuno, e apesar de não
ter procedido à sua ocupação efectiva, portugal jamais se eximiu a
praticar actos de soberania naqueles territórios. Dois exemplos
apenas, entre outros a que oportunamente voltaremos:

- em 1723, D. João V, invocando o direito histórico de portugal à


posse destes territórios, não hesitou no protesto junto do Mani do
Ngoyo e ordenou ao capitão José Semedo da Maia que destruísse o
fortim que corsários ingleses tinham construído em Cabinda, num
terreno que haviam comprado, no ano anterior, ao Soba local,

- em 1784, foi a vez dos franceses, através de


um seu oficial da Marinha, Bernard de
Marigny, atacarem e desalojarem os
portugueses da fortaleza de Santa Maria de
Cabinda cuja edificação se iniciara no ano
anterior e que tinha "por principal fim
manifestar a posse efectiva d'aquelle domínio
soberano". Os protestos e a acção da
diplomacia portuguesa levaram a frança, pela Convenção de 30 de
Jan. de 1786 e sob mediação da espanha, a reconhecer oficialmente a
soberania portuguesa sobre a costa de Cabinda.

Não obstante os factos referidos, o declínio da presença


portuguesa nas costas a norte do rio Zaire, a partir do último quartel
do séc. XVI, passara a ser uma realidade, 0 próprio Marquês de
Pombal, perante a impossibilidade da manutenção do monopólio
desse comércio, por alvará de 11 de Jan. de 1758, declarou "Livre e
franco o referido comércio de Congo, Loango, portos e sertões
adjacentes a todos e cada um dos meus vassalos destes reinos e seus
domínios, que até agora o fizeram e pelo tempo futuro o queiram
fazer".

O enfraquecimento da posição de portugal neste comércio na


costa do norte dominado pelo tráfico esclavagista e a deslocação mais
para sul do seu centro de gravidade resultariam em dificuldades
acrescidas para a defesa das teses portugueses aquando da execução
do direito colonial internacional definido pela Conferência de Berlim
(1884-85). Aliás, este mesmo facto não passaria despercebido ao
governo inglês que, em 1853, através do conde de Clarendon, e apesar
de reconhecer expressamente os direitos de portugal adquiridos pela
prioridade da descoberta, foi avisando que este direito estava
"prejudicado por abandono" ("suffered to lapse"). Que razões estarão
na origem deste menor interesse pelo Congo, tanto mais que se tratava
de uma região onde as potências europeias procuravam, ao invés,
reforçar as suas posições? Talvez por um conjunto razões pertinentes
de que se podem destacar:

- a constante instabilidade política no Reino do Congo;

- a procura de novos produtos, nomeadamente, prata ;

- a maior capacidade de resposta das regiões a sul do rio Zaire


(Ambriz, bacias dos rios Dande e Cuanza ... ) ao aumento de procura
de escravos em consequência da sua superior densidade populacional;

- as vantagens económicas proporcionadas pela redução das perdas


humanas decorrentes da aproximação dos locais de revenda aos de
embarque;

- maior possibilidade de fuga ao controle fiscal quer da coroa


portuguesa quer do Manicongo através do tráfico directo com os seus
vassalos;

No entanto, esta indefinição não afectaria a


actividade comercial-marítima nesta região e
serviria até para uma primeira demonstração da
fidelidade dos Cabindas a portugal quando, em
1723, o Rei de Ngoyo apoiou os portugueses na
expulsão dos corsários ingleses que aí pretendiam instalar-se e
construir um fortim. 0 comércio de escravos, ainda que cada vez mais
controlado por estrangeiros, continuou muito activo na baía de
Cabinda e na Costa do Loango, como o ilustra o regozijo do
governador Caetano de Albuquerque numa missiva enviada ao rei D.
João V, em 1728: "( ... ) aos portos do Loango, Cabinda não vão há
mais de oito meses navios estrangeiros, nem a este têm vindo depois
que cá estou; estimo muito".

Este lucrativo comércio prolongar-se-ia, ainda que numa


situação de clandestinidade, muito tempo para além da celebração dos
tratados abolicionistas na primeira metade do séc. XIX. O tráfico
negreiro seria erradicado nas colónias portuguesa em 1847 mas,
estimulado pela manutenção da escravatura no Novo Mundo,
continuou relativamente florescente na costa
norte, durante alguns anos mais, na costa de
Loango, Cabinda, Molembo e Ambriz.

Os Ntotila (Reis) do Congo na


enumeração dos seus títulos, intitulava-se, por
exemplo : " D. Afonso por graça de Deus, Rei
do Congo, e Ibungo (Vungu) e Ngoyo,
d'áquem e d'além do Zaire,(..)". A entrada do
último quartel do séc. XVII, ao norte do rio Zaire, a baía de
Cabinda integrada no pequeno e Independente Reino de N'Goyo -
dividiu o seu quotidiano, até à sua inclusão no "enclave" configurado
pelos convénios resultantes da Conferência de Berlim (1884-85), entre
demonstrações episódicas de fidelidade à soberania portuguesa e
opções que tinham que ver, fundamentalmente, com a defesa dos seus
próprios interesses.

Não sendo uma "res nullius" , a costa de Cabinda, e ao invés


das terras do Ndongo , estava todavia, longe de constituir um território
totalmente avassalado.

Cabinda é nossa terra, e não tenhamos medo de nada!

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