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PROGRAMA

DE
INTRODUÇÃO
À ECONOMIA
12ª Classe
2º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO GERAL

Área de Ciências Económico-Jurídicas


Ficha Técnica

Título
Programa de Introdução à Economia - 12ª Classe
(Área de Ciências Económico-Jurídicas)
Editora
Editora Moderna, S.A.
Pré-impressão, Impressão e Acabamento
GestGráfica, S.A.
Ano / Edição / Tiragem / N.º de Exemplares
2013 / 2.ª Edição / 1.ª Tiragem / 2.000 Ex.

E-mail: geral@editoramoderna.com

© 2013 EDITORA MODERNA


Reservados todos os direitos. É proibida a reprodução desta obra por
qualquer meio (fotocópia, offset, fotografia, etc.) sem o consentimento
escrito da editora, abrangendo esta proibição o texto, as ilustrações e o
arranjo gráfico. A violação destas regras será passível de procedimento
judicial, de acordo com o estipulado no código dos direitos de autor.
ÍNDICE

Introdução Geral à Disciplina no 2º Ciclo do Ensino Secundário Geral ---- 4


Objectivos Gerais da Disciplina no 2° Ciclo do Ensino Secundário Geral -- 6
Objectivos Gerais da Disciplina na 12ª Classe --------------------------------- 8
Distribuição dos Temas por Trimestres e Horas ------------------------------ 9
Temas/Conteúdos ------------------------------------------------------------- 10
Avaliação ----------------------------------------------------------------------- 31
Bibliografia --------------------------------------------------------------------- 32

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12ª CLASSE

INTRODUÇÃO GERAL À DISCIPLINA


NO 2º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO GERAL
A Economia desempenha um papel de relevo em toda a vida social. Uma
grande parte da vida social, das relações entre as pessoas, entre os grupos, está
relacionada com actividades destinadas a garantir a sobrevivência, a participação
cultural e social das pessoas e grupos.

Uma grande parte da actividade social desenvolve-se em tomo da utilização,


transformação, partilha e movimentação dos recursos. Estas actividades implicam
o dispêndio do esforço individual e colectivo. Assim, a melhor utilização
do esforço e dos recursos é um comportamento que está na base da natureza
económica da actividade humana.

A Economia pode ser entendida como actividade social ou actividades ligadas


à obtenção, transformação, partilha e utilização dos recursos. Mas pode também
ser entendida como ciência social. Neste caso, a Economia é a ciência que estuda
a aplicação de recursos de forma a obter a máxima satisfação social. É a ciência
que procura descobrir e conhecer os caminhos para que se atinja o máximo de
bem-estar ou a melhor utilização dos recursos humanos e materiais.

A aldeia global a que hoje se faz frequentemente referência, no sentido de


salientar o fenómeno da crescente densificação das relações entre os países e suas
populações, é um exemplo largamente utilizado do resultado da aproximação
das culturas. Como consequência, vivemos num mundo onde a comunicação
assume uma dimensão abrangente, atingindo tudo e todos.

A todo momento somos confrontados com um manancial de informações


que nem sempre somos capazes de descodificar, dado o seu teor técnico, a sua
linguagem específica, enfim, o seu código de leitura próprio. E assim se perde a
nossa capacidade de ler, analisar e reflectir o real. Inflação, custo de vida, produto,
desenvolvimento, interdependência, etc., são alguns termos de uso corrente em
qualquer revista, jornal ou boletim informativo, mas de significado económico
preciso cujo entendimento nos permite passar das reflexões baseadas no senso
comum e entrar na análise fundamentada cientificamente das relações entre
os povos, da situação social e económica dos países, das possibilidades de
desenvolvimento das comunidades, etc.

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PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

Não conhecer termos indispensáveis ao entendimento do mundo torna-nos,


de imediato, analfabetos funcionais.

Aprender o significado de conceitos, entender a informação e reflectir sobre o


mundo que nos cerca é, sem dúvida, o mais importante dos objectivos da Educação
e , consequentemente, desta disciplina no 2º Ciclo do Ensino Secundário Geral,
na Área de Ciências Económico-Jurídicas.

O programa que se apresenta obedece à reformulação curricular realizada


aos pré-universitários, com novas abordagens à luz das transformações sociais
e económicas que se operam no mundo, em geral, e em Angola em particular.

É pretensão da disciplina, contribuir para a formação de indivíduos


sensibilizados para o entendimento do mundo, reflectindo criticamente sobre as
diversas situações em que participa.

Optou-se por incluir a disciplina de Introdução à Economia nas três classes que
compreendem o 2º Ciclo do Ensino Secundário Geral, particularmente na área
de Ciências Económico-Jurídicas, possibilitando o ingresso no Ensino Superior,
no curso de Economia, dos alunos que pretendam essa formação.

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12ª CLASSE

OBJECTIVOS GERAIS DA DISCIPLINA


NO 2° CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO GERAL
›› Perspectivar a Economia no conjunto das Ciências Sociais para um mais
completo conhecimento da realidade social.
›› Contribuir:
• para a compreensão dos acontecimentos de natureza económica;
• para a formação integral do aluno ;
• para o desenvolvimento do raciocínio, do rigor científico, do espírito
crítico e da capacidade de resolução de problemas.
›› Favorecer:
• a interiorização dos valores de justiça;
• a tolerância;
• a solidariedade e cooperação;
• a capacidade de intervenção como cidadão consciente;
• a integração do aluno no País e no Mundo.
›› Incutir no aluno a vontade de participar de forma esclarecida e consciente
na actividade social e cívica.
›› Desenvolver no aluno:
• capacidades de compreensão e expressão oral e escrita;
• capacidade de observação dos fenómenos ;
• capacidade de análise e de síntese;
• espírito crítico;
• o sentido de inovação;
• hábitos de estudo e métodos de trabalho fundados na análise das
problemáticas;
• o gosto pela pesquisa;

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PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

• o espírito de tolerância e cooperação e respeito pela diferença;


• capacidades de avaliação e de decisão perante opções diferenciadas ;
• discutir ideias e fundamentá-las logicamente.

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12ª CLASSE

OBJECTIVOS GERAIS DA DISCIPLINA


NA 12ª CLASSE
›› Despertar o interesse dos alunos pela análise dos problemas locais, regionais
e mundiais e pela análise da incidência destes sobre o quotidiano da
sociedade em que vivem.
›› Promover uma reflexão crítica sobre o conceito de Desenvolvimento.
›› Consciencializar os alunos para o facto das relações económicas, sociais,
culturais, ecológicas, etc., que se estabelecem entre os países da comunidade
internacional serem caracterizadas por importantes contrastes e dramáticas
desigualdades.
›› Mostrar aos alunos que o destino dos países do Norte está intimamente
ligado ao dos países do Sul.
›› Desenvolver o sentido de solidariedade e de cooperação.
›› Vincar o respeito pelas diferenças, quer individuais, quer colectivas,
combatendo visões etnocêntricas.
›› Evidenciar a necessidade de combater atitudes fatalistas.
›› Demonstrar que só uma tomada de consciência colectiva no sentido de
corrigir injustiças permitirá a construção de uma comunidade mundial
mais equitativa e mais pacífica.
›› Incentivar os alunos a tornarem-se membros activos e responsáveis da
sociedade (local, nacional e mundial).
›› Mobilizar os alunos para a acção no sentido de uma maior justiça económica
e social, a nível local, nacional ou internacional.
›› Promover o respeito pelos “Direitos Humanos”.

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PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

DISTRIBUIÇÃO DOS TEMAS


POR TRIMESTRES E HORAS
1º TRIMESTRE

Tema 4 - A Problemática do Desenvolvimento .................... 79 aulas


4.1. Organização económica das sociedades ...................... 12 aulas
4.2. Diferentes níveis de desenvolvimento das sociedades .... 15 aulas
(até 4.2.4.)

Subtotal ......................................................................................... 27 aulas

2º TRIMESTRE

4.2. Diferentes níveis de desenvolvimento das sociedades .................... 12 aulas


(de 4.2.5. até 4.2.6.)
4.3 O processo de Desenvolvimento .................................................. 15 aulas
(até 4.3.3.)

Subtotal ......................................................................................... 27 aulas

3º TRIMESTRE

4.3. O processo de Desenvolvimento ................................................. 15 aulas


(4.3.4.)
4.4. O desenvolvimento no limiar do terceiro milénio ......................... 10 aulas

Subtotal ......................................................................................... 25 aulas

Total Anual Previsto ...................................................................... 79 aulas

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12ª CLASSE

TEMAS/CONTEÚDOS
Tema 4 - A Problemática do Desenvolvimento

4.1. Organização económica das sociedades.


4.1.1. Problemas básicos da organização económica da Sociedade.
4.1.2. Economia de mercado. Funcionamento.
4.1.3. Economia de Direcção Central. Funcionamento.
4.1.4. A insuficiência dos modelos puros.
4.1.4.1. Economias mistas.
4.1.4.2. Bloqueios e respostas.

Objectivos específicos:
No domínio cognitivo, o aluno deve:

›› Compreender os problemas que levanta o funcionamento de uma economia:


• Identificando alguns dos problemas económicos que se levantam ao
funcionamento de uma economia;
• Justificando a necessidade da organização económica da sociedade;
• Apresentando formas alternativas para a resolução desses problemas;
• Analisando as possibilidades de resposta aos problemas económicos;
• Relacionando as soluções adoptadas com o modo como as economias se
organizam;
• Referindo formas de organização económica da sociedade.

›› Compreender as características de uma economia de mercado:


• Indicando as características de uma economia de mercado;
• Explicando a importância do mecanismo de mercado nestas economias;
• Explicando o papel do estado nas economias de direcção central;
• Descrevendo o modo de funcionamento das economias de direcção
central.

›› Compreender o funcionamento das economias “reais”:


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PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

• Relacionando a intervenção do estado nas economias predominantemente


de mercado com situação de crise económica e/ou social;
• Explicitando algumas das formas de intervenção do estado nessas
economias;
• Reconhecendo a importância da teoria económica keynesiana;
• Identificando as insuficiências do modelo de economia de direcção
central;
• Relacionando o processo de descentralização das decisões nas economias
de direcção central com situações de crise económica e/ou social;
• Enquandrando o bloqueamento das economias mistas de direcção central
no momento presente;
• Explicando o actual processo de introdução de regras de mercado nestas
economias;
• Justificando a inexistência de economias puras;
• Analisando o funcionamento das economias mistas de mercado;
• Identificando os problemas que se colocam ao funcionamento das
economias mistas de mercado na actualidade.

›› Conhecer diferentes situações de desenvolvimento económico e social no


mundo contemporâneo:
• Compreendendo o novo contexto das relações internacionais;
• Dando exemplos de países com diferentes níveis de desenvolvimento
económico e social;
• Referindo alguns indicadores comprovativos dessas diferenças;
• Verificando que essas diferenças não dependem do facto de nelas
predominarem os princípios de mercado ou de direcção central.

No domínio das atitudes e valores, é desejável que o aluno:


›› Aprenda a enquadrar as questões económicas em áreas mais abrangentes
como a política, a social ou a histórica.
›› Seja sensível às questões sociais, culturais e ecológicas que os problemas
económicos levantam.

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12ª CLASSE

›› Respeite valores culturais diferentes dos seus ao reflectir/avaliar sobre as


necessidades fundamentais de outros grupos sociais;
›› Desenvolva o respeito pelas diferenças.
›› Ultrapasse a linearidade das soluções imediatas sobre questões que envolvem
o bem-estar do homem.
›› Aprenda a considerar concepções de soluções alternativas para os problemas
em análise.
›› Interiorize que as soluções para os problemas económicos não são receitas
universais e que a verdade não é exclusiva de quem quer que seja.

Sugestões metodológicas:
A partir da discussão sobre as questões essenciais que se põem a qualquer
economia e às formas de as resolver, apresentar e desenvolver modelos teóricos
de economias de mercado e de direcção central.

O professor poderá, através de exemplos concretos, ou de textos, ou ainda de


noticiários da rádio e TV, levar os alunos a debater quais seriam, nos modelos
puros, as respostas a questões como: para resolver os problemas da colectividade,
as respostas do Estado serão as únicas possíveis? Como satisfazer necessidades
e gostos da população? Como compatibilizar “lucro” e “satisfação de direitos
sociais” (saúde, educação, habitação, etc.)?

Sugere-se que o professor, a partir de exemplos como a “Crise de 1929”, refira


a importância que a intervenção do Estado teve num contexto de crise em
que o mecanismo de mercado não se revelou capaz de resolver os problemas
económicos.

Através de pequenos textos, os alunos poderão concluir que o Estado pode


também intervir na economia de mercado com uma função reguladora,
enquadradora e dinamizadora da actividade económica.

Por outro lado, o aluno deverá ser sensibilizado para a complexidade da


realidade. Com a evolução tecnológica e social, os mecanismos de informação
e de tomada de decisão deixaram de ser exclusivos do Estado centralizador e
constituem uma arma poderosa utilizada, de forma cada vez mais ampla, pelas
empresas, tal como tem sido utilizado o mecanismo dos preços como indicador
de gestão, na acção do Estado. Sugere-se que seja feita a distinção entre planos

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PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

imperativos e planos indicativos e respectivos enquadramentos. Podem utilizar-


se textos com referências a esses planos.

Sugere-se a recolha de notícias sobre acontecimentos económicos nacionais


e mundiais e, a partir delas, a elaboração de uma lista de bloqueamentos ao
funcionamento das economias e das respostas encontradas pelos diferentes países
para a solução desses bloqueios, tentando enquadrar as soluções encontradas nos
princípios de cada um dos sistemas económicos.

Poderão ser referidos exemplos de autogestão, bem como de transformações


na Europa de Leste.

Sugere-se ainda que sejam evidenciados os limites do Estado no Estado-


Providência. Este aspecto pode ser trabalhado a partir da Constituição da
República de Angola ou de outros textos relevantes.

4.2. Diferentes níveis de desenvolvimento das sociedades.


4.2.1. Raízes históricas do Subdesenvolvimento.
4.2.2. Crescimento e Desenvolvimento.
4.2.2.1. O crescimento económico como fenómeno moderno.
4.2.2.2. Como medir o crescimento e o desenvolvimento.
4.2.2.2.1. Indicadores:
• Económicos;
• Demográficos;
• Sociais.
4.2.2.2.2. Limites à sua utilização.
4.2.2.2.3. Índice de Desenvolvimento Humano.
4.2.3. Características dos países subdesenvolvidos
4.2.3.1. Crescimento populacional.
4.2.3.2. Compartimentação da economia.
4.2.3.3. Estrutura deficiente da actividade económica.
4.2.3.4. Desigual repartição dos rendimentos.

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12ª CLASSE

4.2.3.5. Baixo nível de investimento.


4.2.3.6. Dependência externa.
4.2.3.7. Insuficiência de formação da mão-de-obra.
4.2.3.8. Estruturas mentais tradicionais.
4.2.4. Factores de Subdesenvolvimento.
4.2.4.1. Factores externos.
4.2.4.1.1. A expansão do comércio internacional.
4.2.4.1.2. O processo de acumulação do capital.
4.2.4.1.3. Dependência estrutural relativamente ao centro:
• Dependência comercial;
• Dependência tecnológica;
• Dependência financeira;
• Dependência política;
• Dependência cultural.
4.2.4.2. Factores internos.
4.2.4.2.1. Estrutura económica e social deformada.
• Monoprodução;
• Monoexportação;
• Monomercado.
4.2.4.2.2. Dualismo económico.
4.2.4.2.3. Interpretação da mão-de-obra.
4.2.4.2.4. Explosão demográfica.
4.2.4.2.5. Estrutura agrária desequilibrada.
4.2.4.2.6. Estrutura social heterogénea.
4.2.5. Tendências explicativas do subdesenvolvimento.
4.2.5.1. Teorias Economicistas.
4.2.5.1.1. Teoria do crescimento económico de Rostow.
4.2.5.1.2. Teoria do ciclo vicioso da pobreza.

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PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

4.2.5.2. Teorias Marxistas.


4.2.5.2.1. Teoria do imperialismo.
4.2.5.2.2. Teoria do dualismo económico.
4.2.6. Disparidade de situações.
4.2.6.1. Países de produção pré-industrial – Países Menos Avançados
(PMA).
4.2.6.2. Países produtores de petróleo.
4.2.6.3. Países com indústrias viradas para o mercado interno.
4.2.6.4. Novos Países Industrializados (NPI) virados para o mercado
externo.
4.2.6.5. Países com regime misto.

Objectivos específicos:
No domínio cognitivo, o aluno deve:

›› Compreender a actualidade do termo “Subdesenvolvimento”:


• Sumariando a expansão do capitalismo a nível mundial;
• Mostrando as características especiais que a expansão do capitalismo
assumiu nos continentes africano, asiático e latino-americano;
• Relacionando a expansão mundial do capitalismo:
-- Com a divisão internacional do trabalho;
-- Com o desenvolvimento bipolar;
-- Com o subdesenvolvimento.
• Explicitando a desarticulação da estrutura sócio-económica, política e
cultural de algumas sociedades à luz da expansão mundial do capitalismo;
• Verificando a existência de níveis diferentes de desenvolvimento;
• Distinguindo desenvolvimento de crescimento económico;
• Reconhecendo a bipolarização económica do mundo actual;
• Relacionando desenvolvimento com direitos humanos.

›› Compreender o Subdesenvolvimento:

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12ª CLASSE

• Justificando a dificuldade que existe em definir Subdesenvolvimento;


• Mostrando a existência de inúmeros indicadores de desenvolvimento;
• Justificando a utilização de indicadores demográficos, sociais e culturais
para aferir do estado de desenvolvimento de um país ou país ou região;
• Sumariando os indicadores de desenvolvimento mais utilizados;
• Interpretando o indicadores de desenvolvimento;
• Compreendendo os limites à utilização dos indicadores;
• Relacionando a evolução dos valores registados pelos principais
indicadores com o nível de desenvolvimento de um país ou região;
• Indicando as principais características socioeconómicas dos países
subdesenvolvidos.

›› Compreender algumas teorias explicativas do Subdesenvolvimento:


• Constatando a existência de dois modos fundamentais de abordar a
problemática do subdesenvolvimento;
• Distinguindo as diversas teorias explicativas do subdesenvolvimento;
• Contextualizando o aparecimento das teorias explicativas do
Subdesenvolvimento;
• Identificando os pressupostos teóricos destas teorias;
• Analisando, em cada uma das teorias, a perspectiva da concepção de
desenvolvimento. Compreender as dificuldades de aplicação destas
teorias no actual quadro estrutural dos PVD;
• Reconhecendo a insuficiência das respostas em fase da complexidade do
problema;
• Identificando as “correntes alternativas” como resposta à insuficiência
explicativa das teorias clássicas liberais e marxistas;
• Explicando as estratégias de industrialização;
• Relacionando as diferentes estratégias de industrialização seguidas pelos
PVD com a diversidade de situações em que estes se encontram.

No domínio das atitudes e valores, é desejável que o aluno:


›› Reconheça a complexidade que caracteriza o domínio social, rejeitando a
linearidade da sua análise.

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PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

›› Conclua da natureza cultural desse conceito;


›› Reconheça na satisfação das necessidades um acto de opção;
›› Se sensibilize para o problema da escassez;
›› Desperte para a intervenção e para a mudança de comportamentos;
›› Se reconheça como interveniente na actividade económica.

Sugestões metodológicas:
Sugere-se, para sensibilização dos alunos sobre esta problemática, a projecção
de slides ou de filmes, com aspectos variados de países industrializados e em vias
de desenvolvimento, que os alunos comentarão.

Deverá ser apresentado aos alunos material estatístico de natureza


demográfica, económica e social de países com grau de desenvolvimento
diferente e suficientemente amplo, para tornar possível a caracterização do
subdesenvolvimento, nos pontos referidos no programa. Poderão os alunos
elaborar uma lista de outros indicadores económico-sociais que lhes pareçam
importantes para medir o desenvolvimento de um país. Deverão ser feitas
comparações.

Recomenda-se a inclusão de indicadores sobre Angola, consultando “Relatórios


(actualizados) de Desenvolvimento Humano”, publicados pelo PNUD, de outros
organismos angolanos.

Os professores devem esclarecer os alunos sobre os cuidados a ter neste tipo de


análises, dado o facto de as avaliações estatísticas do desenvolvimento excluírem
elementos fundamentais, como o bem-estar social e os direitos individuais,
valores não mensuráveis em termos de dinheiro. Salientar ainda os limites de
alguns indicadores.

Deverão ser feitas comparações que permitam relacionar indicadores


quantitativos (PNB, PIB per capita, PIB) com indicadores de nível de vida e que
permitam o questionamento da relação entre o crescimento e o desenvolvimento.

Por exemplo: desigualdade na distribuição dos rendimentos, benefícios para


apenas uma parte minoritária da população, organização em função de interesses
externos, ausência de estratégias de progresso, falta de mão-de-obra qualificada,
etc.

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12ª CLASSE

A partir das análises feitas, os alunos inferirão as características dos países


subdesenvolvidos, evidenciando as taxas de natalidade e de mortalidade,
crescimento populacional, a escassez de capital, expansão do comércio
internacional ligada à manutenção de uma certa divisão internacional do trabalho,
processo de acumulação do capital, dependência estrutural relativamente ao
centro (comercial, tecnológica, financeira, política, cultural), estrutura económica
deformada (monoprodução, monoexportação, monomercado, dualismo
económico), falta de qualificação de mão-de-obra e a dependência estrutural face
aos países desenvolvidos.

Pretende-se, com este ponto do programa, que os alunos conheçam a lógica de


algumas explicações teóricas do subdesenvolvimento até a actualidade (Teoria do
crescimento económico, Teoria do ciclo vicioso, Teoria do imperialismo, Teoria
do dualismo económico).

Através da análise de textos e artigos da imprensa, os alunos sistematizarão as


diferentes situações em que se encontram os países em desenvolvimento (lugar
destas economias na Divisão Internacional do Trabalho – DIT - , intervenção do
Estado na economia, tecnologia, investimento, produção,etc.).

Por exemplo:

PMA – Evidenciar a desarticulação do aparelho produtivo pela forte


dependência do exterior e pela fraca industrialização; produção praticamente
limitada a um reduzido número de produtos agrícolas e matérias-primas não
estratégicas destinadas à exportação, cujas cotações, no mercado internacional,
estão sujeitas a grandes flutuações conjunturais e ausência de coerência sectorial.

Países Produtores de Petróleo: Países em que a indústria petrolífera se


sobrepõe a todas as outras estruturas de produção, em que o crescimento elevado
da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) permite investimentos em grandes
projectos de infra-estruturas e em algumas indústrias, sobretudo petroquímicas.

Sugere-se que se faça a distinção, nesta categoria de países, de dois casos


distintos: aqueles cuja actividade produtiva é inteiramente dominada pela
extracção petrolífera, sendo pouco industrializados e cuja parte do petróleo cobre
mais da metade do PIB (exemplo: países como os do Golfo Pérsico), e aqueles
países cujo grau de industrialização é já razoável, em que há pouca ligação da
exploração do petróleo com o resto do sistema produtivo nacional, sendo menor
o peso das receitas do petróleo no PIB (exemplo: Argélia, Venezuela e Síria).

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PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

Países que orientam o seu processo de industrialização sobretudo para o


mercado interno, através da substituição de importações. Países como Colômbia,
Peru, Paraguai, Egipto, Marrocos, etc. Evidenciar o papel importante no mercado
interno no processo de industrialização, fraco investimento, importação de
grandes quantidades de matérias-primas.

Países que apostaram numa industrialização virada para a exportação, assente


numa estrutura que articula um pequeno número de grandes empresas (estatais e
multinacionais) e um grande número de pequenas empresas, o que permite uma
grande capacidade de adaptação às condições de procura internacional e às suas
mudanças (territórios como Coreia do Sul, Hong-Kong, Taiwan, Singapura, etc.).

Países que têm em comum o facto de o Estado assumir um papel importante,


quer na definição de políticas de incentivo ao desenvolvimento tecnológico,
quer através de grandes empresas públicas e, ainda, a grande abertura ao capital
estrangeiro (Brasil, México e Índia, por exemplo).

4.3. O Processo de Desenvolvimento


4.3.1 A evolução histórica da Economia do Desenvolvimento.
4.3.1.1. Anos 50 /60.
4.3.1.1.1. A industrialização:
• Industrialização para substituir importações;
• Industrialização para promover exportações.
4.3.1.1.2. O comportamento anti-económico das populações.
4.1.1.1.3. O meio internacional.
4.1.1.1.4. O “novo desenvolvimento”.
4.3.1.2. Anos 70.
4.3.1.2.1. A Nova Ordem Económica Internacional (NOEI).
4.3.1.2.2. Correntes alternativas do desenvolvimento:
• Desenvolvimento integrado;
• Desenvolvimento unificado;
• Ecodesenvolvimento;
• Desenvolvimento autónomo ou autocentrado.

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12ª CLASSE

4.3.1.3. Anos 80.


4.3.1.3.1. A “década perdida”
4.3.1.3.2. O desenvolvimento sustentável.
4.3.1.4. Anos 90.
4.3.1.4.1. O Desenvolvimento Humano (centrado no
Homem).
4.3.2. A ajuda dos Países Desenvolvidos: Doações, empréstimos,
investimentos.
4.3.2.1. Causas da ajuda.
4.3.2.2. Ajuda pública ao Desenvolvimento (alimentar, de
Emergência, às ONG e aos refugiados):
• O Banco Mundial;
• O Fundo Monetário Internacional.
4.3.2.3. Ajuda privada.
4.3.2.4. Ajuda multilateral.
4.3.2.5. Ajuda bilateral.
4.3.3. A dívida do Terceiro Mundo.
4.3.3.1. Uma visão geral do problema.
4.3.3.2. O crescimento através do endividamento dos anos 60-70.
4.3.3.3 A falência da ajuda.
4.3.3.3.1. Causas:
• Responsabilidade dos países do Terceiro Mundo;
• Responsabilidade dos países desenvolvidos
(credores).
4.3.3.4. O reescalonamento da dívida.
4.3.3.5. A dívida contrariando o desenvolvimento.
4.3.3.6. Programa de Ajustamento Estrutural.
4.3.3.6.1. Medidas e objectivos.
4.3.3.6.2. Impacto sobre os países endividados.

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PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

4.3.4. Necessidade da mudança na política das ajudas.


4.3.4.1. A desordem alimentar mundial.
4.3.4.2. A ajuda da União Europeia.
4.3.4.2.1. A Integração Económica.
4.3.4.2.1.1. Conceitos e formas de integração.
4.3.4.2.1.2. Zona de comércio livre.
4.3.4.2.1.3. União Aduaneira.
4.3.4.2.1.4. Mercado Comum.
4.3.4.2.1.5. União Económica.
4.3.4.2.1.6. União política.
4.3.4.2.1.7. Integração económica (união
económica e monetária).
4.3.4.2.2. A Integração Económica no Mundo.
4.3.4.2.2.1. Experiências de integração na África e
na América.
4.3.4.2.3. A União Europeia.
4.3.4.2.3.1. Origens e estrutura da União Europeia
4.3.4.2.3.2. Evolução da União Europeia
4.3.4.2.3.3. Funcionamento da União Europeia.
Órgãos e suas funções
4.3.4.2.3.4. Os meios que a União Europeia dispõe:
ordem jurídica comunitária.
4.3.4.2.4. A União Europeia e as relações Norte / Sul.
4.3.4.2.4.1. As relações comerciais.
4.3.4.2.4.2. A ajuda aos países em vias de
desenvolvimento.
4.3.4.2.4.3. Os instrumentos de concretização da
ajuda:
• O Fundo Europeu de
Desenvolvimento;
• Acordos de Cooperação;

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12ª CLASSE

• Outros instrumentos (segurança


alimentar, auxílios de emergência,
desenvolvimento rural e integração
regional, cooperação industrial,
promoção das trocas) ;
• Co-financiamento com as ONG.
4.3.4.2.5. O relacionamento da União Europeia com os
países ACP.
4.3.4.2.5.1. Os antecedentes das Convenções de Lomé.
4.3.4.2.5.2. As Convenções de Lomé.
4.3.5. A Evolução das relações Norte /Sul.
4.3.5.1. Do domínio à cooperação.
4.3.5.1.1. A mundialização da Economia:
• O crescimento do comércio mundial;
• A penetração de empresas multinacionais ou
transnacionais em número cada vez maior de
países;
• A constituição de zonas de livre circulação
de bens e a subscrição de acordos comerciais
regionais.
4.3.5.1.2. O Acordo Geral sobre Pauta Aduaneiras e Comércio
(GATT).
4.3.5.1.3. O papel das Organizações Não Governamentais
(ONG).
4.3.5.1.4. A Organização Europeia de Cooperação Económica
(OECE) e a sua transformação na Organização de
Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
4.3.5.2. A Nova Ordem Económica Internacional (NOEI). Dos
Acordos do GATT à NOEI.
4.3.5.2.1 Principais etapas na procura de uma NOEI.
4.3.5.2.2 Passos para a NOEI.
4.3.5.2.3. Criar uma NOEI.

22
PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

4.3.5.3. As Convenções de Lomé.


4.3.5.3.1. A Cooperação União Europeia /Países de África,
das Caraíbas e do Pacífico (Países ACP).

Objectivos específicos:
No domínio cognitivo, o aluno deve:

›› Analisar o processo de desenvolvimento adoptado pela generalidade dos


países:
• Reconhecendo na industrialização a estratégia de desenvolvimento
adoptado pela generalidade dos países;
• Distinguindo os pontos de partida para o processo de industrialização
relativos aos países em desenvolvimento (PVD) e aos actuais países
industrializados;
• Relacionando teorias explicativas do subdesenvolvimento com o modelo
adoptado pelos PVD para o seu desenvolvimento;
• Explicando o processo de endividamento externo do PVD;
• Explicando algumas consequências de endividamento externo dos PVD;
• Explicando razões por que os programas de ajustamento estrutural não
têm produzido os resultados esperados;
• Justificando o comércio externo como dinamizador do crescimento
económico;
• Apresentando razões que justifiquem o insucesso do comércio externo
como factor de crescimento económico;
• Referindo a NOEI como uma das soluções apontadas pelos PVD para o
seu desenvolvimento;
• Justificando a designação de “década perdida” dada aos anos 80.

›› Conhecer o processo de ajuda aos PVD:


• Justificando a ajuda como necessária ao prosseguimento do processo de
desenvolvimento;
• Distinguindo os diferentes tipos de ajuda;
• Analisando criticamente os resultados da ajuda;

23
12ª CLASSE

• Diferenciando as responsabilidades dos PD e dos PVD na falência da


ajuda;
• Justificando a falência da ajuda;
• Identificando erros cometidos pelos países doadores e recebedores;
• Reconhecendo na imposição dos programas de ajustamento estrutural
situações de violação de Direitos Humanos;
• Distinguindo o tipo de ajuda dado pelas ONG do de outras organizações;
• Conhecendo as consequências da dívida externa para os PVD;
• Distinguindo as diversas soluções para o problema da dívida dos PVD;
• Relacionando a especialização produtiva dos PVD com a sua inserção no
comércio internacional;
• Compreendendo as razões da insuficiência da produção alimentar nalgum
PVD.

›› Compreender o processo de integração económica europeia:


• Justificando a necessidade de integração económica;
• Sumariando as formas que a integração económica pode assumir;
• Historiando o processo de integração económica europeia;
• Indicando os órgãos da União Europeia;
• Identificando os órgãos da União Europeia.

›› Analisar o relacionamento da União Europeia com outros países:


• Caracterizando o relacionamento da União Europeia no contexto Norte
/Sul;
• Descrevendo sumariamente a política global de orientação da União
Europeia no relacionamento Norte /Sul;
• Sumariando os antecedentes das Convenções de Lomé;
• Tipificando o relacionamento União Europeia / Países ACP;
• Indicando alguns instrumentos de cooperação com os países ACP;

›› Conhecer a evolução do relacionamento Norte / Sul:


• Sumariando o processo evolutivo compreendido entre a dominação
colonial e a cooperação actual;

24
PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

• Reconhecendo a NOEI como condição básica para um novo


relacionamento Norte /Sul;
• Distinguindo as ajudas prevista em Lomé das restantes ajudas mundiais;
• Reconhecendo, na interdependência, a base para um novo diálogo entre
o Norte e o Sul;
• Conhecendo a evolução das relações Norte / Sul;
• Identificando as formas de cooperação entre os países do Norte e do Sul;
• Compreendendo o papel da educação /formação no processo de
desenvolvimento;
• Caracterizando os princípios orientadores do GATT;
• Interpretando o significado do Sistema Generalizado de Preferências em
favor dos PVD;
• Evidenciando as dificuldades dos PVD no seio do GATT;
• Compreendendo os objectivos das Convenções de Lomé.

›› Compreender os novos conceitos de Desenvolvimento:


• Justificando o aparecimento de novos conceitos de desenvolvimento;
• Distinguindo, no essencial, os novos conceitos de desenvolvimento.

No domínio das atitudes e valores, é desejável que o aluno:


›› Problematize a questão da integração.
›› Reconheça os valores da cooperação e da solidariedade inerentes ao
movimento de integração.
›› Seja sensibilizado para o fenómeno da mudança.
›› Ultrapasse noções do senso – comum, perspectivando a problemática do
Subdesenvolvimento como um fenómeno complexo, identificando as
múltiplas interdependências entre os diferentes domínios da vida dos povos.
›› Reconheça no combate ao Subdesenvolvimento uma necessidade
humanitária em relação aos países do Sul, mas também de sobrevivência
dos países do Norte.
›› Reconheça na solidariedade entre os povos um valor que pode orientar a
política de cooperação no combate ao Subdesenvolvimento.

25
12ª CLASSE

›› Desenvolva as suas capacidades de análise objectiva de realidades sociais e


culturais diferentes da sua.
›› Analise a problemática do subdesenvolvimento numa perspectiva não
etnocêntrica.
›› Reconheça a relatividade dos fenómenos económicos, sociais e culturais.
›› Combata preconceitos e rejeite dogmatismos.
›› Desenvolva um espírito de solidariedade e cooperação.
›› Seja sensibilizado para a gravidade das questões ecológicas e sociais que a
problemática do (Sub) desenvolvimento levanta.
›› Seja motivado para a defesa dos Direitos Humanos.

Sugestões metodológicas:
A partir das características do subdesenvolvimento, os alunos debaterão a
necessidade de superação da realidade do Terceiro Mundo ™. Poderão analisar
textos sobre a ajuda dos países desenvolvidos, expectativas levantadas com essa
ajuda que evidenciem a responsabilidade dos países desenvolvidos na falência
da ajuda (exemplos: ausência de orientação / fiscalização da aplicação do
capital, de necessidade de mão-de-obra barata, necessidade de determinadas
matérias-primas, necessidade de mercados, etc.), que refiram a quota parte da
responsabilidade dos países do Terceiro Mundo no fracasso da ajuda (exemplos:
abandono da agricultura, desertificação, desperdícios e gastos improdutivos, má
aplicação do capital, etc.)

Debate sobre a importância do peso da dívida e do serviço da dívida como


grande obstáculo ao desenvolvimento; esforços para melhorar a situação desde p
reescalonamento da dívida e juros, perdão parcial e até total da dívida e dos juros.
Este debate deverá ser feito com base em textos, artigos de jornais e revistas,
noticiários, etc.

Procurar explicar, com base nestes recursos, como é que os aspectos da


conjuntura mundial se traduzem em obstáculos à solução do problema da dívida
do Terceiro Mundo.

A partir da análise de dados estatísticos, avaliar o contributo do Terceiro


Mundo para comércio internacional, a produção para o mercado interno,
nomeadamente no sector alimentar.

26
PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

Reflectir sobre a importância da auto-suficiência alimentar como necessidade


para o desenvolvimento.

Através da análise de documentação de organizações internacionais – ONU,


EU, OCDE -, os alunos poderão conhecer a evolução das relações Norte/ Sul,
evidenciando as Convenções de Lomé, assim como novas perspectivas tanto nos
países industrializados como nos Países em Vias de Desenvolvimento (PVD).

Os alunos devem conhecer alguns princípios estabelecidos nos acordos do


GATT (princípio de tratamento nacional, cláusula de nação mais favorecida,
princípio de reciprocidade, proibição de restrições quantitativas à importação,
proibição do dumping e de subsídios à exportação), pelo que se sugere a
orientação para a obtenção desta informação ou distribuição de documentação
sobre o assunto.

Questionar em que medida o Norte tem tido em conta as reivindicações do


Sul (formuladas no seio da CNUCEC), para uma NOEI, apesar do princípio da
não reciprocidade para as relações económicas entre países muito desenvolvidos
(evidenciar o sistema generalizado entre os vários tipos de integração.

Recomenda-se a consulta de documentação sobre a União Europeia.

A análise desta documentação permitirá aos alunos conhecer a origem, os


objectivos, órgãos da União, bem como a sua evolução.

Sugere-se também a análise de artigos de imprensa, comentários de especialistas,


pequenos textos, dados estatísticos, etc.

Da análise da documentação referida e, ainda, de textos seleccionados, os


alunos poderão elaborar trabalhos /fichas de forma a identificarem-se com a
problemática do diálogo Norte/Sul e do importante papel da União Europeia
neste domínio.

Análise de dados referentes aos PALOP.

A título exemplificativo, o aluno poderá conhecer acordos de comércio e de


ajuda agrícola, com países de África e América Latina.

Os alunos poderão consultar documentação relevante que, de forma sintética,


aborde aspectos da actualidade económica angolana.

27
12ª CLASSE

Analisar comentários, expectativas e receios dos agentes económicos


divulgados nos meios de comunicação social.

Discutir, face ao panorama actual, a necessidade de liberalização da economia


angolana, assim como os obstáculos que se levantam.

4.4. O desenvolvimento no limiar do terceiro milénio.


4.4.1. Os novos conceitos de desenvolvimento.
4.4.1.1. Relação da Economia com outras ciências sociais.
4.4.1.2. Relação entre desenvolvimento e as características de cada
sociedade.
4.4.2. O desenvolvimento, o Subdesenvolvimento e a questão demográfica.
4.4.2.1. O contributo dos trabalhadores imigrados.
4.4.2.2. A pressão demográfica.
4.4.3. Sem paz não há desenvolvimento.
4.4.3.1. A economia de guerra.
4.4.3.2. A indústria do armamento.
4.4.3.3. A guerra e o ambiente.
4.4.3.4. As “deseconomias” da guerra.
4.4.4. Algumas consequências do desenvolvimento.
4.4.4.1. As megalópoles do Terceiro Mundo.
4.4.4.2. O fim da floresta tropical.
4.4.4.3. O progresso tecnológico e a transferência de tecnologia.
4.4.4.4. O papel da transferência de tecnologia no processo de
desenvolvimento.
4.4.4.5. Desenvolvimento sustentado.
4.4.5. Que desenvolvimento para o século XXI.
4.4.5.1. Os erros cometidos pelo Norte.
4.4.5.2. Necessidade de mudança de atitudes.
4.4.5.3. Importância de reflectir e agir localmente.

28
PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

Objectivos específicos:
No domínio cognitivo, o aluno deve:

›› Compreender alguns dos problemas e expectativas para o século XXI:


• Questionando-se sobre o significado actual de “Desenvolvimento”:
• Relacionando o Desenvolvimento, o Subdesenvolvimento e a questão
demográfica;
• Relacionando a paz com o desenvolvimento;
• Conhecendo algumas das consequências do desenvolvimento;
• Questionando-se sobre que modelo de desenvolvimento para o século
XXI;
• Distinguindo os novos conceitos de desenvolvimento das anteriores
expectativas teóricas;
• Caracterizando os novos conceitos de desenvolvimento;
• Reconhecendo a importância do desenvolvimento humano;
• Identificando os problemas comuns dos PVD no momento actual;
• Compreendendo a inadequação das estratégias de desenvolvimento
utilizadas por alguns PVD;
• Conhecendo algumas políticas de desenvolvimento dos países do Terceiro
Mundo para o início do terceiro milénio.

No domínio das atitudes e valores, é desejável que o aluno:


›› Seja sensibilizado para a gravidade das questões ecológicas, sociais e
económicas que a problemática do (Sub)desenvolvimento levanta.
›› Seja motivado para a defesa dos Direitos Humanos.
›› Seja sensibilizado para que o estudo da problemática do desenvolvimento
mundial nunca pode ser dado como concluído.
›› Conclua que o desenvolvimento não é um problema exclusivo dos países
pobres. Há pobres nos países ricos.
›› Interiorize que os países pobres não estão condenados ao círculo vicioso da
pobreza.

29
12ª CLASSE

Sugestões metodológicas:
Sugere-se que, depois de estudados os aspectos fundamentais do (Sub)
desenvolvimento, se organize, em dossier, um conjunto de informações
diversificadas, cujo objectivo é permitir formar opinião mais sólida sobre a
complexa questão do desenvolvimento.

Este dossier, em constante actualização, poderá ser utilizado como base para
dinamizar debates na aula sobre os problemas que o desenvolvimento enfrenta
no início do terceiro milénio (inflação, desemprego, participação nas trocas
internacionais, degradação do ambiente, aumento populacional, etc.) bem
como sobre expectativas para o futuro (financiamentos, protecção do ambiente,
desenvolvimento da agricultura, adopção de tecnologias adequadas, crescimento.,
nível de vida, etc.).

30
PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

Avaliação
As normas específicas para a avaliação das aprendizagens estão contidas no
Sistema de Avaliação das Aprendizagens para o 2° Ciclo do Ensino Secundário.
No entanto, são especificadas algumas técnicas específicas para a avaliação da
disciplina Introdução à Economia.

Técnicas de avaliação

›› Observação: elaboração de fichas de observação que permitam o registo, em


diferentes momentos e situações, das capacidades e atitudes evidenciadas
pelos alunos.

›› Participação / intervenção nas aulas.

›› Elaboração de um levantamento (individualmente ou em grupo), junto das


famílias, das necessidades sentidas, dos bens utilizados na sua satisfação,
das opções tomadas quanto às necessidades a satisfazer, das limitações à
satisfação dessas necessidades. Com base nesse levantamento, poderá fazer-
se a classificação das necessidades e dos bens e organizar-se um debate sobre
as diferentes opções das famílias face à escassez dos recursos que possuem.

›› Análise de textos que evidenciem a evolução histórica da actividade


económica. A partir dessa análise, os alunos (individualmente ou em grupo)
deverão identificar as etapas dessa evolução e caracterizar as principais
inovações de cada uma dessas etapas.

›› Teste de avaliação individual que inclua questões dirigidas à compreensão,


questões que se prendam com a aplicação dos conhecimentos adquiridos e
questões que possam revelar capacidades desenvolvidas.

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12ª CLASSE

BIBLIOGRAFIA
›› “Análise Económica” de Alfredo de Sousa - UNL

›› “Dicionário de Economia” - Dom Quixote

›› “Dicionário de Economia” - Verbo

›› “Dicionário Económico e Social” - Horizonte

›› “Dicionário das Teorias e Mecanismos Económicos” - Horizonte

›› “Economia” de Samuelson - McGraw Hill

›› “Economia do Bem Público” de J. Galbraith

›› “Economia - Teoria e Política” de Mochón e outros - McGraw Hill

›› “Economia Política” de Soares Martinez - Almedina, 1991

›› “Elementos de Economia” de Mochón e outros - McGraw Hill

›› “História do Pensamento Económico” de Henri Denis

›› “Introdução à Economia” de Eduardo Reizinho

›› “Introdução à Economia” de Rossetti - Atlas

›› “Para compreender a Economia” de A. Dunnett - Gulbenkian

›› “Sistemas Económicos” de Avelãs Nunes

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