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São Paulo, 29 de maio de 2013 | Edição nº 6

Utilização de Emulsões Asfálticas Catiônicas


nos Serviços de Imprimação

Luiz Henrique Teixeira e Wander P.S. Omena

O serviço de imprimação, segundo DNIT 144/2010-ES, consiste na aplicação de material


betuminoso sobre a superfície da base granular concluída, antes da execução de um
revestimento betuminoso qualquer, objetivando conferir coesão superficial, impermeabilizar e
permitir condições de aderência entre esta base e o revestimento a ser executado.

Outros órgãos rodoviários normativos contemplam a imprimação como um serviço específico


e imprescindível e deverá ser executado nas etapas que antecedem a construção de um
pavimento asfáltico, ou seja, nas camadas de base, para gerar coesão das partículas
superficiais dessas camadas, impermeabilizando e promovendo a sua ligação com o
revestimento asfáltico de superposição.

É prática usual de a engenharia rodoviária brasileira utilizar os Asfaltos Diluídos de Petróleo-


ADP tipo Cura Média CM 30 e CM 70 para serviços de imprimação.

Quando as bases são estabilizadas quimicamente com aditivos como, por exemplo, adição
de cimento ou cal, a utilização de ADP deve ter sua aplicação melhor avaliada.

Asfaltos Diluídos de Petróleo - ADP tipo Cura Média

Para a obtenção do ADP tipo CM-30 e CM-70, as refinarias fazem a adição de um solvente,
na faixa de destilação do querosene, na proporção volumétrica de aproximadamente 1:1 em
relação Cimento Asfáltico de Petróleo - CAP.

Nos serviços de imprimação, o solvente contido no ADP serve como veículo condutor do
CAP, permitindo que o mesmo penetre na base; o solvente residual, por sua vez, se
depositará na superfície da base imprimada e será emanado à atmosfera através do
processo de evaporação.

Devido a esse fenômeno, as especificações de serviço recomendam um tempo de cura, em


geral, até 72 horas dependendo da taxa aplicada, para a evaporação total do solvente da
base imprimada.

Caso não seja observado o período mínimo de cura, que varia em função da porosidade da

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base, taxa de aplicações e das condições climáticas locais, o solvente ainda presente na
superfície da base imprimada poderá migrar para a camada asfáltica sobrejacente
dissolvendo parte de seu ligante e acarretando o surgimento prematuro de panelas
localizadas.

Novas Tendências e Tecnologias nos Serviços da Imprimação

Estudos realizados pelos mais renomados Institutos de Pesquisas, comprometidos com a


qualidade e manutenção da biodiversidade, demonstram que solventes lançados na
atmosfera podem gerar impactos ambientais irreversíveis.

Seguindo essa tendência mundial de redução de emissões de poluentes na atmosfera para


redução do efeito estufa e visando a uma melhora na qualidade dos itens de saúde, meio
ambiente e segurança dos colaboradores envolvidos nos Serviços de Imprimação, as
associadas da ABEDA desenvolveram uma Emulsão Asfáltica Catiônica capaz de substituir,
com ganhos de desempenho, o ADP-CM 30 ou CM 70 para esse tipo de serviço.

Essa nova emulsão recebeu a denominação de Emulsão Asfáltica para Imprimação - EAI.

Emulsão Asfáltica para Imprimação - EAI

A EAI consiste na emulsificação de cimentos asfálticos de petróleo - Caps sem adição de


solventes ou com baixos teores de frações voláteis, utilizando agentes tensoativos especiais
que promovem a penetração do ligante por baixa viscosidade e a deposição de um resíduo
asfáltico com característica coesiva, impermeabilizante e aglutinante para a adesão
adequada da base à camada asfáltica sobrejacente.

Vantagens do Uso e aplicação da EAI

Dentre as vantagens do uso da EAI destacam-se:

Fácil e rápida aplicação;


Utilização do mesmo equipamento para a aplicação do CM-30;
Excelente penetração nas mais diversas bases;
Não necessita de diluição;
Taxa de aplicação conforme projeto podendo variar entre 1, 0-1, 5L/m2;
Aplicação à temperatura ambiente podendo ser aquecida até 50°C sem riscos de
explosão;
Liberação da base para tráfego ou execução do revestimento em no máximo 36
horas.

Procedimentos de Aplicação

Para a aplicação da EAI a base deve estar previamente preparada para execução do serviço
de imprimação, seguindo as mesmas condições exigidas para a aplicação do CM 30 ou CM
70. O serviço não deve ser executado caso a temperatura ambiente seja inferior a 10°C e em
dias chuvosos.

A aplicação da EAI deve ser feita utilizando um caminhão espargidor, previamente limpo e
sem resíduo de outros produtos. Os bicos da barra espargidora do ligante asfáltico devem
estar regulados, desobstruídos e ajustados para promover a adequada abertura dos leques
(recobrimento triplo).

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A superfície da base a ser imprimada deverá ser previamente varrida com vassouras
mecânicas rotativas e/ou manuais para a remoção de sujeira e materiais pulverulentos, a fim
de facilitar o processo de penetração e não gerar apenas uma coesão superficial.

O veículo distribuidor deverá percorrer a extensão a ser imprimada em velocidade uniforme,


segundo trajetória e equidistante do eixo da pista.

O tacômetro, os manômetros e os termômetros deverão estar em perfeitas condições de


funcionamento. Os operadores do veículo e da barra de distribuição deverão estar
devidamente treinados.

O serviço deverá ser realizado sobre a pista inteira em um único turno de trabalho, deixando
a base fechada ao tráfego por 24 a 36 horas.

Após esse período, o desempenho da EAI deverá ser avaliado quanto à sua distribuição,
alinhamento da aplicação e cura.

A construção do pavimento asfáltico estará liberada tão logo o ligante residual que estiver
disposto na superfície da base gerando a impermeabilização não apresentar resistência aos
movimentos dos equipamentos rodoviários. O tempo de exposição da base imprimada ao
tráfego não deverá ultrapassar 30 dias.

Especificação

A emulsão EAI faz parte da especificação de Emulsões Asfálticas Catiônicas para


Pavimentação proposta pela Comissão do Asfalto do IBP e em fase de aprovação pela
Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustível – ANP.

Atualmente existe uma tendência de substituir os asfaltos diluídos de petróleo – ADP na


função de imprimação das bases por emulsões asfálticas catiônicas especificadas para esse
serviço.

A Emulsão Asfáltica para Imprimação - EAI é uma emulsão asfáltica formulada à base de
agentes tensoativos especiais e desenvolvida para substituir os asfaltos diluídos de petróleo
CM-30 e CM-70, tradicionalmente utilizados no Brasil para serviços de imprimação.

O desenvolvimento desse produto alternativo, através das empresas associadas da ABEDA,


teve como principal objetivo reduzir e/ou eliminar os impactos ambientais de compostos
orgânicos voláteis (VOCs) dos solventes de petróleo, quando emanados à atmosfera, bem
como melhorar as condições de segurança ao manuseio do produto durante a execução dos
serviços de imprimação asfáltica.

Luiz Henrique Teixeira


Engenheiro da empresa CBB Asfaltos e membro do Comitê Técnico ABEDA

Wander P.S.Omena
Engenheiro da Greca Asfaltos e membro do Comitê técnico ABEDA

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