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FFLCH-USP – Departamento de Filosofia – 2022/2

Filosofia Geral I – Professor Marcus Sacrini


Felipe Polonio do Nascimento (vespertino) - Número USP: 13643968

• Introdução
O presente trabalho tem como objetivo explorar a argumentação realizada pelo filósofo
australiano Peter Singer em sua obra Ética Prática, especialmente na discussão localizada no
capítulo primeiro - Sobre a Ética - esclarecendo o diálogo do autor com as demais posições da
tradição, em especial a inglesa, e sua defesa a uma concepção utilitarista. De forma geral, a
obra como um todo tem como objetivo tratar do assunto ético de forma prática, isto é. tratar de
sua aplicabilidade em questões concretas, presentes na vida pública da contemporaneidade;
diferentemente, seu capítulo inicial se ocupa com as discussões meta-éticas e da caracterização
do pensamento do autor em contraste com as demais. Esse momento quase "propedêutico" da
obra de Singer apresenta, nas palavras do próprio autor, “os pressupostos sobre os quais se
fundamenta o restante do livro''1
Se distanciando das posições deontológicas e subjetivistas, o autor discorre sobre os
“pontos cegos” das teorias metaéticas desenvolvidas até então, tendo como fio condutor de
sua argumentação o questionamento acerca da possibilidade do raciocínio ético e da questão
da discordância de juízos morais, partindo - de certa forma - das lacunas observadas em outras
teorias para apresentar a sua própria. Argumentamos que, nesse processo de distanciamento
das demais posições, Singer centraliza seus contrapontos e sua própria concepção nas ideias de
Intersubjetividade e Universalizabilidade para que,concatenadas com as considerações
consequencialistas, se produza uma ética normativa que se preocupe com o status central da
razão, opondo-se a um debate moral que fosse tratado apenas passionalmente.
Iremos, em um primeiro momento, situar o autor dentro da tradição ética inglesa,
expondo suas relações com as teorias subjetivistas e - como propõe Stephen Buckle em seu
artigo Peter Singer’s argument for utilitarianism - uma especial proximidade com o trabalho
de R.M. Hare. Em um segundo momento propomos uma leitura atenta do processo
argumentativo realizado pelo próprio Peter Singer na segunda parte de seu capítulo inicial (O
que a ética é: uma concepção) a fim de visualizarmos a maneira pela qual insere a
Intersubjetividade e a Universalizabilidade como pontos fundamentais de seu argumento.

• Referências

1
SINGER,2002, p.19
SINGER, P. Ética prática; tradução de Jefferson Luiz Camargo. – São Paulo: Martins Fontes,
2002.
BUCKLE, S. Peter Singer’s argument for utilitarianism - Theoretical Medicine and
Bioethics (2005) 26: 175–194

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