Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2023
CERTIFICAÇÕES IFB
EDITORIAL
António Neto da Silva Entre os temas mais desafiantes e com mais po- Yasser Omar proporciona-nos um olhar anatómi-
tencialidade para alterar profundamente o nosso dia co sobre as tecnologias quânticas e os seus princípios
a dia estão a Inteligência Artificial (IA) e as Tecnologias contra-intuitivos, facilitando-nos a compreensão das
Quânticas. potencialidades que encerra e da disrupção que pro-
Serão seguramente tanto ou mais disruptivas que vocará. Proporciona-nos, ainda, uma visão optimista
a internet ou a utilização universal dos telemóveis. sobre a correspondente perspectiva de evolução e o
Embora seja muito difícil antever os impactos ou papel assumido por Portugal.
compreender ex-ante a extensão das suas implicações, João Filipe Torneiro trata a relação com o cliente
é imperativo manter no nosso radar a monitorização, e a forma como a IA pode reforçar a centralidade no
a antecipação e a nossa preparação (indivíduos, insti- cliente e contribuir para a prestação de um melhor
tuições ou empresas) para as mudanças que estão a serviço, mais personalizado e promotor de relações
acontecer. Por este motivo, dedicamos este número da duradouras, sempre que utilizada com requisitos éticos
revista a estes temas, com um conjunto muito rico de e de transparência.
artigos que conciliam diferentes perspetivas. Sendo o conhecimento do sector bancário e da
evolução dos seus principais indicadores da maior re-
Luís Laginha de Sousa aborda as potencialidades levância, a Área de Estudos e Publicações da APB atuali-
que a Inteligência Artificial pode trazer ao sector finan- za-os na rubrica O sector Bancário num minuto.
ceiro, frisando a necessidade de o seu desenvolvimen-
to e incorporação se fazer de forma responsável e ética Tenho a expectativa de que o conjunto destes ar-
para sustentar eficazmente a missão do sector. tigos contribua para que o leitor fique mais elucidado
Helder Rosalino fala-nos dos benefícios da in- e preparado para reflectir sobre este mundo novo que
FICHA TÉCNICA
teligência artificial, sublinhando a sua relevância no começa a desenhar-se.
InforBanca nº 129 | SETEMBRO.2023
apoio à atividade das entidades do sector financeiro e Há uma conhecida frase no mundo náutico que
Propriedade: das entidades de supervisão. Adereça ainda o tema da muito bem aqui se aplica: “não podemos mudar o ven-
necessidade de colaboração entre supervisor e super- to, mas podemos ajustar as velas”. Esse ajustamento
visionados para reforçar a confiança, responsabilidade será determinante.
e cibersegurança na utilização da Inteligência Artificial e
de outras tecnologias inovadoras.
Sede: Av. da República, nº35 - 8º, 1050-186 Lisboa
Tel.: 217 916 200 | Fax: 217 972 917
e-mail: info@ifb.pt | www.ifb.pt
1
A Inteligência Artificial e
o Mercado de Capitais
MERCADO DE CAPITAIS
3
A inteligência artificial (IA), enquanto conjunto de cionamento do mercado de capitais, tendo publicado
sistemas capazes de executar tarefas que tradicional- em 2022 um documento de reflexão e consulta pública
mente exigiam a inteligência humana, já está a mudar sobre o tema, com o objetivo de aprofundar o conheci-
as nossas vidas. Novas aplicações, como o ChatGPT, mento da realidade do mercado, fomentar a utilização
estão a atrair muita atenção, dada a sua impressionante responsável de IA no mercado de capitais português,
capacidade de gerar texto e imagens e de propor re- bem como refletir sobre os principais desenvolvimen-
sultados e respostas aos utilizadores com um elevado tos nesta matéria ao nível nacional e internacional com
grau de plausibilidade. Na saúde, através do auxílio no potencial impacto nos investidores e nas entidades
diagnóstico de doenças e possibilidade de acelerar a sob a supervisão da CMVM. Com base na reflexão da
descoberta de novos medicamentos, nos transportes CMVM e nos contributos recebidos na consulta, foram
através da condução autónoma, na agricultura através identificadas várias oportunidades proporcionadas pela
da monitorização das condições do solo ou do clima, ou IA. Do ponto de vista do investidor, realça-se a potencial
mesmo no sector do retalho, por exemplo na gestão melhoria da qualidade dos produtos e serviços ofere-
de inventários, as potenciais aplicações de IA na nos- cidos, mais customizados às necessidades e preferên-
sa vida quotidiana e profissional são diversas. O sector cias individuais dos investidores, incluindo potenciais
financeiro, naturalmente, está também envolvido na reduções de custos e uma melhoria na experiência de
transformação gerada pela IA. Desde o cálculo de risco consumo, de que são exemplos os assistentes virtuais.
e classificação de crédito, à otimização de estratégias No que diz respeito às empresas, a IA permite o
de investimento, à deteção de fraudes financeiras, ou desenvolvimento de novas oportunidades de negócio,
mesmo no atendimento ao cliente através dos assis- potenciando também ganhos de eficiência através da
tentes virtuais, a crescente utilização de IA pode poten- automatização e uma potencial redução de custos das
ciar uma melhoria na qualidade dos produtos e serviços suas operações. Neste âmbito merece destaque uma
oferecidos pelas empresas aos investidores. A CMVM maior capacidade para auditar processos, para simpli-
também reconhece o potencial disruptivo da IA no fun- ficar procedimentos administrativos, bem como para
5
investimentos, fortalecendo a sua adota uma atitude positiva face
posição competitiva e capacidade à inovação financeira, valori-
de crescimento a longo prazo. A zando abordagens inovadoras
necessidade de desenvolvimento que possibilitem a redução de
e utilização de IA e de encontrar custos operacionais ou a oferta
soluções para o fazer, nomeada- de novos serviços e produtos
mente ao nível do financiamento, poderá contribuir de aos consumidores, assegurando a estabilidade dos
forma relevante para o desenvolvimento do mercado mercados e a manutenção de elevados padrões de
de capitais e a competitividade do sector financeiro. No proteção dos investidores. A CMVM incentiva assim o
entanto, a existência de um quadro jurídico e regula- desenvolvimento de modelos de negócio, produtos e
tório apropriado e claro afigura-se essencial. Para que serviços que garantam melhores alternativas entre ris-
os benefícios da IA sejam devidamente aproveitados co e retorno para os investidores, considerando poten-
por toda a sociedade, são necessárias políticas públi- ciais riscos que a utilização de novas tecnologias possa
cas adequadas. Em particular, o desenvolvimento das suscitar. Em maio de 2022 a CMVM lançou o “CMVM
ferramentas IA deve ser sempre conduzido com uma inov – Polo de Inovação no Mercado de Capitais”. Esta
análise constante e próxima que permita perceber as iniciativa traduz-se basicamente num facilitador de ino-
suas implicações. vação com o objetivo de ajudar os empreendedores a
No âmbito das políticas públicas, salienta-se a pro- progredir de forma segura perante os diversos quadros
posta de Regulamento Europeu sobre IA, publicado a regulatórios do mercado de capitais. Na mesma linha
21 de abril de 2021 pela Comissão Europeia, em que se de atuação, destaca-se também o Portugal FinLab,
pretende criar o primeiro instrumento normativo a nível uma iniciativa conjunta da CMVM com a ASF e o Banco
internacional que visa especificamente a utilização de de Portugal, encetada em 2018, onde os participantes
IA. A proposta visa instituir um modelo de co-regulação recebem informação sobre as questões regulatórias
(entre autoridades competentes, fornecedores e utili- que poderão surgir durante a implementação dos seus
zadores), estandardização e certificação de sistemas de projetos, muitas delas transversais aos vários sectores
IA, de forma a mitigar as múltiplas preocupações éticas do sistema financeiro.
e jurídicas subjacentes. A proposta adota, igualmente, Concluindo, a inovação tecnológica é um elemento
uma abordagem horizontal (por se aplicar a todos os caracterizador do sector financeiro. Tal como ao longo
sectores económicos) e proporcional, segmentando os da história, o desenvolvimento tecnológico pode ser
sistemas de IA em quatro categorias baseadas no risco: extremamente benéfico para a sociedade, desde que
inaceitável, elevado, limitado e mínimo. Esta aborda- conduzido de forma ética e responsável. Nesse cami-
gem baseada no risco, tal como proposto pela Comis- nho, é importante reconhecer que há riscos natural-
são Europeia, parece ser o caminho certo a percorrer. mente presentes, que podem e devem ser mitigados,
De facto, as potencialidades da IA são inúmeras, mas mas nem sempre totalmente eliminados, para não
comportam necessariamente os riscos associados à reprimir a inovação e o retorno positivo da mesma. É
mudança para uma sociedade tecnologicamente mais também importante destacar o papel que o mercado
evoluída e produtiva. Desde que adequadamente re- de capitais pode assumir neste processo. É através dele
conhecidos e mitigados, deveremos estar dispostos a que podemos canalizar os recursos necessários para
assumir esses riscos com uma expetativa de retorno que as empresas possam desenvolver sistemas de IA
positivo e sustentável. A CMVM, tal como destacado de forma responsável e, ao mesmo tempo, permitir que
no seu plano estratégico para o triénio de 2022-2024, os cidadãos beneficiem do seu potencial de retorno. �
EXECUTIVE EDUCATION
CLIMATE RISK
& REGULATION
Speaker:
Fabrizio Palmucci – Moody’s Analytics
28 novembro 2023
ONLINE
PROGRAMA
DE FORMAÇÃO
PARA ALTA DIREÇÃO
Inscrição em módulos isolados
SISTEMA BANCÁRIO
9
C
inco dias depois do lançamento, em novem- Este caminho, que apresenta também riscos e de-
bro de 2022, o ChatGPT tinha 1 milhão de safios, deve ser percorrido em parceria entre os super-
utilizadores, tornando-se na aplicação de visores e os supervisionados.
crescimento mais rápido da história e de- Os dados são a matéria-prima para a IA para o trei-
monstrando que a adoção em massa da inteligência no e calibração de modelos, e para a validação da sua
artificial (IA) é inevitável. aplicação. Mais importante que muitos dados (embora
A IA tem permitido às instituições financeiras a ca- o volume seja relevante), interessa ter dados úteis para
pacidade de processar cada vez mais dados de forma “ensinar” os modelos e garantir variedade suficiente
rápida, identificar padrões, detetar anomalias e refinar para a automação, evitando enviesamento.
previsões, com o objetivo de melhorar o processo de É essencial investir na recolha, limpeza, armazena-
decisão, a gestão do risco e a relação com os clientes. mento, integração, validação e pré-análise. Por outro
Do mesmo modo, os bancos centrais e outras auto- lado, se no passado dominavam os dados estruturados,
ridades de supervisão têm reforçado a sua capacidade sobretudo valores numéricos categorizados, atualmen-
de analisar mais informação, reportada pelos bancos te é retirado valor de texto em documentos e multimé-
e capturada de outras fontes externas, de incluir no- dia. A análise de dados não estruturados tem vindo a
vas variáveis na identificação de riscos sistémicos e de crescer significativamente, pois a sua produção, em re-
atuar de forma mais ágil, tempestiva e direcionada. latórios públicos ou internos, notícias ou redes sociais
cresce a um ritmo superior ao dos dados estruturados e
sem custos de reporte.
A Inteligência Artificial ao
serviço do sector financeiro
A IA traz um enorme potencial para a transforma- Com base nestes domínios da IA, emergiram os
ção do sector financeiro, nas suas funções e capacidade conceitos de SupTech (Supervisory Technology) e
de inovação, com destaque para duas áreas: processa- RegTech (Regulatory Technology), para descrever a
mento de linguagem natural e a IA generativa. aplicação de novas tecnologias à supervisão e regula-
O processamento de linguagem natural, NLP no ção das instituições financeiras, em resposta às exigên-
acrónimo em inglês, é uma subárea da IA para a análise, cias que lhe tem vindo a ser impostas pelos regulado-
compreensão e geração de língua natural. A sua aplica- res e supervisores em matéria de tratamento e reporte
ção tem permitido a automatização de atividades para: de informação.
i) acelerar a análise de informação, com geração de su- A SupTech consiste na aplicação de tecnologias
mários, extração de tópicos ou de entidades; ii) reduzir o inovadoras para agilizar a função dos supervisores, so-
tempo de resposta a pedidos de informação; iii) validar bretudo nos processos internos. Na aplicação de IA em
o cumprimento de normas e instruções; e, iv) facilitar a SupTech pelo Banco de Portugal destacam-se alguns
comunicação, com interação online. exemplos, em funcionamento ou desenvolvimento:
A aplicação de IA para a geração de conteúdo (ge- • Classificação automática de pedidos de informação/
nerative AI) é suportada por redes neuronais e tem reclamações e proposta de resposta;
alimentado expectativas no aumento da eficiência e • Validação automática de requisitos prudenciais, de
capacidade de resposta através da geração de texto, publicidade de produtos e serviços bancários, e de
imagens, áudios e vídeos a partir de instruções e infor- minutas de contratos de crédito;
mação disponível. Esta área pode ser útil para: i) ace- • Mapa de relações entre instituições financeiras e gru-
lerar a produção de documentação produzindo versões pos económicos.
“rascunho” com indicação dos utilizadores dos dados,
contexto e estilo a ser seguido; ii) acelerar a análise de
informação com principais mensagens, alertas e pro-
posta de recomendação; iii) melhorar o desenvolvimen-
to e teste de soluções de software; iv) contribuir para a
aprendizagem automática pela geração de dados para
treino de algoritmos com vários cenários; e, v) produzir
conteúdos multimédia para comunicação e formação,
interna ou institucional.
11
A colaboração
entre supervisores e
supervisionados na adoção
da IA
Por RegTech entende-se a utilização pelos super- Os benefícios da adoção da IA para a supervisão
visionados de novas tecnologias para facilitar o cumpri- financeira serão amplificados por uma colaboração
mento de obrigações regulamentares. As instituições permanente entre supervisores e supervisionados, em
financeiras têm também percorrido este caminho para especial na partilha de conhecimento. Os supervisores,
reduzir custos e esforço no reporte de informação, ges- com acesso aos dados sobre os supervisionados, po-
tão de risco e proteção de dados. A IA tem desempe- dem fornecer informação relevante para as entidades
nhado um papel relevante em processos como: que supervisionam sobre melhores práticas, riscos e
• Automação de processos de compliance, nomeada- tendências do sector. Por sua vez, os supervisionados
mente na recolha de dados, validação, análise e re- podem partilhar informações sobre as suas experiên-
porte de acordo com os requisitos regulatórios e com cias, desafios e medidas adotadas para melhorar as
maior qualidade; operações, fortalecer o modelo de governo e gerir ris-
• Monitorização de risco de liquidez, crédito, mercado, cos.
operacional, pela análise de maiores volumes de in- Sendo esta uma área em que os recursos especiali-
formação e mais variáveis e acrescida capacidade de zados escasseiam, a colaboração na adoção da IA pode
detetar padrões, identificar anomalias e recomendar envolver também a partilha de recursos e competên-
ações; cias, através, por exemplo, da criação de uma rede de
• Deteção e prevenção de transações que indiciem articulação permanente, idealmente alargada a univer-
fraude ou ciberataques; sidades e empresas tecnológicas. Os supervisores po-
• Simulação de cenários para stress tests; dem fornecer orientação e suporte na implementação
• Análise das alterações de regulamentação e avalia- de soluções de IA, bem como na formação e desenvol-
ção do impacto nas funções de negócio. vimento para tirar o maior partido destas tecnologias.
Por outro lado, as entidades supervisionadas podem
contribuir com a sua experiência prática no uso da IA
nas suas funções, expondo os desafios encontrados
e ganhos identificados. As universidades e empresas
tecnológicas estando na fronteira do conhecimento,
podem contribuir através da investigação e inovação
aplicada ao sector financeiro.
É importante mencionar também a colaboração que É essencial que os princípios e valores sociais se-
existe a nível internacional, nomeadamente no Sistema jam assegurados e os desenvolvimentos em IA não os
Europeu de Bancos Centrais e no Mecanismo Único de poderão comprometer. Os direitos fundamentais não
Supervisão, com a partilha dos casos de uso que vão podem ser postos em causa pela aplicação de sistemas
sendo implementados após experimentação nos labo- inteligentes que, devido a dados históricos, pouca re-
ratórios de inovação destas entidades. presentatividade ou determinados contextos, poderão
prejudicar franjas da população.
Com a massificação da utilização de capacidades de
A supervisão da IA IA, reforça-se a necessidade de proteger os dados pes-
Uma questão que tem vindo a ser crescentemente soais usados (ou gerados) por estes sistemas de modo
debatida é a supervisão da própria IA. Algo tão revolu- a salvaguardar os direitos e decisões das pessoas e das
cionário aporta riscos tão elevados como os potenciais organizações. Alinhando com as leis nacionais, cabe
benefícios. Nesse sentido, deve avaliar-se o papel da aos supervisores transpor regras de privacidade que os
regulação da IA, assegurando equilíbrio e exequibi- sistemas de IA também devem seguir e monitorizar o
lidade sem comprometer a sua utilização e contínua seu cumprimento pelos supervisionados, que devem
evolução. A definição de normas e de mecanismos de ativamente implementar medidas como a encriptação,
monitorização contribuirão para uma IA explicável, eti- anonimização, consentimento, portabilidade e esqueci-
camente responsável e que respeite a privacidade. mento.
É necessário considerar no desenvolvimento de No futuro, a supervisão financeira deverá passar a
algoritmos a capacidade de compreender e comunicar incluir a adoção da IA pelos supervisionados, em todas
como um sistema de IA toma decisões. A explicabilida- as suas dimensões. Poderemos caminhar para a ex-
de garantirá transparência, responsabilização e a pos- pansão da monitorização do risco, por parte dos super-
sibilidade de contestar uma decisão tomada por uma visores, na avaliação do nível de risco dos sistemas de
máquina. Esta questão é crítica em temas como avalia- IA utilizados pelos supervisionados e definição de re-
ção de risco de crédito e deteção de fraude. quisitos específicos que estes sistemas devem cumprir.
A articulação entre ambos permitirá identificar e abor-
dar questões relacionadas com a privacidade, seguran-
ça, explicabilidade e responsabilidade na aplicação da
IA na indústria financeira.
13
Perspetivas futuras da IA na
supervisão financeira
A IA tem o potencial de revolucionar a forma como Em conclusão, a IA está a revolucionar a supervisão
bancos centrais e supervisores financeiros operam, do- financeira e a oferta de serviços financeiros e, como no
tando-os de maior eficiência, precisão e capacidade de passado, também esta revolução aporta benefícios e
deteção de risco e assim transformar a relação super- desafios. Não obstante a rapidez da adoção da IA des-
visor-supervisionado, tornando-a mais orientada para de as últimas décadas, ainda estaremos muito longe do
resultados. seu potencial para a melhoria da supervisão financeira.
Com o aumento do nível da sofisticação e cada vez É essencial que a esta transformação se associe uma
maior quantidade e qualidade dos algoritmos, nomea- regulação adequada e com capacidade de adaptação
damente na aprendizagem automática, deep learning, ao longo do tempo, focando na explicabilidade, na ética
redes neuronais e algoritmos genéticos, será expectá- e na privacidade, promotora da confiança na IA e sem
vel novos “saltos” na capacidade de deteção de ano- ser um entrave para a evolução de um sistema financei-
malias e sinalização de comportamentos suspeitos nas ro eficiente cada vez mais ao serviço do cliente.
operações financeiras o que reforçará a capacidade de Mas, como tem dito Daniela Braga (fundadora e
resposta dos supervisores e supervisionados às amea- CEO da Defined.ai), não é suficiente “regular sem de-
ças ao sistema financeiro. senvolver”. E neste capítulo a Europa ainda tem um lon-
O AI Act da União Europeia propõe classificar os go caminho pela frente, em comparação com os EUA e
sistemas de IA em 4 categorias de risco: (i) risco ina- a China na adoção e desenvolvimento da IA. Portugal
ceitável, estes sistemas serão proibidos, (ii) alto risco, terá, também, que colocar este tópico no centro da sua
os sistemas poderão ser autorizados embora sujeitos a estratégia nacional, designadamente em matéria de
obrigações específicas para poderem operar no merca- promoção do investimento e da formação nos domínios
do europeu, (iii) risco limitado, com baixos requisitos de nucleares da IA, sob pena de perder este “comboio de
transparência, (iv) risco mínimo, sem obrigações espe- alta velocidade”.�
cíficas. Esta lei, com vista ao aumento da confiança nos
sistemas de IA, resultará num conjunto de regras que
impactarão o desenvolvimento e a própria aplicação (ou
não aplicação) de capacidades de IA nos supervisores e
supervisionados, atuais ou futuras, como por exemplo,
risco de crédito, deteção de fraude, aconselhamento
robotizado (robot-advice) ou transações de títulos com
base em algoritmos (algo trading).
PRESENCIAL
MASTERING
DERIVATIVES
13 a 15 novembro 2023
PRESENCIAL
INFORMAÇÕES: Ana Margarida Soromenho | a.m.soromenho@ifb.pt | +351 217 916 274 | www.ifb.pt
17
A Sociedade da Informação em que vivemos deve-
-se não só a revoluções tecnológicas ocorridas no séc.
XX, como por exemplo o advento da micro-electrónica,
mas também a uma revolução conceptual, pouco di-
vulgada, e que hoje em dia parece algo óbvio: a infor- No essencial, conhecemos a Física Clássica, ou de
mação não depende do suporte físico que a codifica. Newton, que nos permite descrever toda a dinâmica
Por exemplo, Os Lusíadas de Camões é exactamente dos objectos macroscópicos, como galáxias, planetas,
o mesmo poema num livro em papel ou num tablet. O satélites, mísseis, bolas de futebol, laranjas, grãos de
poema, i.e. a informação, não muda, apesar do suporte areia, até uma grande molécula química. Ou seja, as
físico ser completamente diferente. O saldo bancário de leis da Física Clássica aplicam-se a um vastíssimo con-
um cliente é o mesmo, quer esteja registado em papel, junto de escalas… mas não à escala dos átomos e das
em microfilme, na memória de um computador, ou no partículas que os constituem. Aí entra em jogo a Física
ecrã de um telemóvel. Quântica, radicalmente diferente da Física de Newton!
Durante milénios, a forma de codificar informação Então, se a informação depende das leis da Física,
dependia do suporte físico disponível: texto gravado em teremos um tipo de informação diferente se for codifi-
pedras, sequências de nós nos quipus incas, sinais de cada em objectos quânticos, como os átomos, os elec-
fumos dos índios norte-americanos, etc. Só em mea- trões, as partículas de luz chamadas fotões, etc.? Sim, e
dos do séc. XX se percebeu que toda a informação se é essa a revolução em curso, a revolução da Informação
podia codificar num alfabeto universal, por exemplo o Quântica, e das respectivas tecnologias associadas.
binário, com sequências de bits (i.e., zeros e uns). E hoje A unidade fundamental da Informação Quântica
não nos choca que informação tão diversa como livros, é o bit quântico. As surpreendentes propriedades da
músicas, filmes, sequências genéticas, etc., esteja toda Física Quântica são tais que um bit quântico pode ser
em formato digital. descrito como valendo simultaneamente 0 e 1! Isto é
No entanto há aqui uma subtileza, ainda pouco extremamente surpreendente e contraintuitivo! É como
apreciada. A informação não depende do suporte físico dizermos que temos uma lâmpada acesa e apagada ao
escolhido para a codificar: papel, tablet, etc. Mas precisa mesmo tempo! E, mesmo sem compreendermos bem
sempre de existir sobre um suporte físico… um objecto. esta propriedade da Natureza à escala dos átomos, po-
Que, naturalmente, depende das leis da Física. Assim, demos utilizá-la.
conclui-se que a informação depende das leis da Física! Hoje em dia, muita da nossa qualidade de vida, as-
Será? Que leis da Física conhecemos? sim como do funcionamento das empresas dos sec-
tores financeiro, logístico, farmacêutico, aeroespacial,
fabricação automóvel, etc., depende da capacidade de
analisar muitos dados, e de fazer contas muito comple-
xas, de forma muito rápida. Por exemplo, para o siste-
ma de navegação do carro encontrar o caminho mais
19
Estes sistemas têm ainda algumas limitações. A
principal é que funcionam apenas com ligação direc-
ta entre o emissor e o receptor. Está neste momento
a desenvolver-se na Europa a primeira Internet Quân-
tica, um projecto de investigação e desenvolvimento
em que Portugal está envolvido, através do PQI – Por-
tuguese Quantum Institute, e que permitirá comunica- Portugal tem tido um papel activo no desenvolvi-
ções seguras em rede. Quando teremos uma Internet mento das Tecnologias Quânticas. Em particular, o Ins-
Quântica? Isso irá ainda demorar alguns anos, exacta- tituto Superior Técnico desenvolve investigação e for-
mente quanto é difícil prever. Mas a prazo irá surgir uma mação avançada nesta área há mais de 20 anos, tendo
rede quântica, a complementar a Internet Clássica, per- estado envolvido numa dúzia de projectos europeus
mitindo ligar diferentes computadores quânticos, mas de ponta. E, recentemente, criou o PQI – Portuguese
sobretudo permitindo comunicações quânticas à escala Quantum Institute, a primeira organização em Portugal
global, actualmente apenas disponíveis através de sa- dedicada à investigação, desenvolvimento, formação,
télite, e ainda num estado incipiente. e divulgação no domínio das Tecnologias Quânticas,
É uma revolução em marcha, que terá desenvol- contando com dois laureados Nobel no seu conselho
vimentos muito significativos nos próximos anos. Mas consultivo. O PQI está envolvido nos mais recentes pro-
neste momento já é possível instalar sistemas de co- jectos europeus no domínio da Internet Quântica e da
municações quânticas, completamente seguras, entre Computação Quântica, e ainda no primeiro mestrado
dois pontos, num raio de cerca de 80 km., ou seja, em europeu neste domínio. O PQI tem ainda por objectivo
cidades e nas suas regiões metropolitanas, por exem- divulgar as Tecnologias Quânticas junto das empresas
plo ligando agências bancárias à sede do banco, ou ao portuguesas, e apoiá-las no seu envolvimento neste
seu data centre, etc. domínio, tendo criado para o efeito o PQI Quantum In-
Como devem então as empresas e os estados novation Centre.
posicionar-se face às Tecnologias Quânticas? Devem Portugal não tem os investimentos bilionários que
acompanhar esta revolução em marcha, para não se- outros países estão a fazer nas Tecnologias Quânti-
rem apanhados desprevenidos. Perceber se e quando cas. Mas tem algo ainda mais precioso e escasso: um
poderão ter impacto nas suas actividades, as implica- profundo conhecimento científico e técnico nesta área
ções estratégicas, e como se posicionar face à concor- emergente e transformadora. E isso é uma oportu-
rência que poderá estar a investir neste domínio. Por nidade para ter um papel nesta revolução científica e
exemplos, vários bancos nos EUA e na Europa, incluin- tecnológica que irá mudar a Sociedade da Informação
do na vizinha Espanha, etc., estão a criar equipas no do- clássica em que vivemos. �
mínio da Computação Quântica.
EXECUTIVE EDUCATION
FORMAÇÃO
AVANÇADA EM
COMPLIANCE
Início: 16 Outubro 2023
NOVAS COMPETÊNCIAS DE
MARKETING E A CENTRALIDADE
NO CLIENTE
17 de outubro 2023
23
CC Loop
A centralidade no cliente vem sendo cada vez mais Como ilustrado na imagem, o CC loop incorpora
valorizada também no sector financeiro, impulsionando dois ciclos distintos. O ciclo da esquerda, de natureza
o desenvolvimento de soluções que atendem às ne- estratégica, envolve a avaliação da maturidade, a defi-
cessidades e expectativas líquidas dos clientes. Os no- nição da ambição e o compromisso para as fases sub-
vos modelos e as inovações introduzidas pela PayPal, sequentes. O ciclo da direita, mais operacional, abrange
a Revolut, ou o MBWAY redefiniram radicalmente diversos pilares: a voz do cliente; o mapeamento das
a experiência do consumidor, desencadeando uma jornadas do cliente e das personas predominantes; a
transformação significativa face aos serviços bancários proposta de valor abrangente, que inclui a experiência
tradicionais. Por meio de interfaces intuitivas e aborda- do cliente; o compromisso das equipas, considerando
gens digitais centradas no cliente, os novos modelos a experiência dos colaboradores; a análise de dados e
revolucionaram as transações financeiras, eliminando o conhecimento do cliente; assim como métricas e in-
barreiras geográficas e temporais, oferecendo paga- dicadores-chave de desempenho. A tecnologia, e em
mentos instantâneos e atendimento personalizado. particular as poderosas ferramentas de inteligência
Experiências que contrastam bastante com as tradicio- artificial, desempenham um papel fundamental como
nais opções disponibilizadas pelas marcas bancárias alavancas para uma implementação mais eficaz e a
incumbentes. criação de valor através de estratégias de centralidade
O modelo que adotamos na abordagem estratégica no cliente.
para alcançar uma maturidade profunda na centralida- No meio de outras promessas de IA, o ChatGPT foi
de no cliente é o CC loop. Este referencial holístico, de- lançado no final de novembro passado. Entre a euforia,
senvolvido ao longo dos últimos três anos por meio de com a agilidade da ferramenta, e a cautela, para con-
pesquisas, trabalhos de consultoria e programas exe- firmar se esta não seria apenas mais uma tendência
cutivos, é aplicável a empresas de todos os sectores e que desapareceria pouco depois. O que nasceu como
indústrias. onda transformou-se num verdadeiro tsunami com a
ferramenta a atingir os 100 milhões de utilizadores em
apenas dois meses. E isto fez soar as sirenes na gigante
tecnológica Google que, entretanto, também apresen-
tou a sua ferramenta de IA, o Google Bard. Facto é que
2023 se transformou no ano da INTELIGÊNCIA ARTIFI-
CIAL.
25
A confiança é crucial nestes novos tempos. À medi-
da que a fronteira entre o real e os conteúdos gerados
por IA se confundem, diminui a confiança nos conteú-
dos digitais. E podemos apontar para um cenário onde
o ceticismo possa passar a ser a norma. A proveniência
torna-se vital para determinar a validade da informa-
ção, dando origem a intermediários digitais especia-
lizados em verificar a autenticidade. Soluções tecno-
lógicas como a blockchain podem manter a confiança,
marcando cada conteúdo genuíno com uma marca de
água digital verificada, o que não só facilita a distinção
entre conteúdo real e gerado por IA como garante um
ambiente digital mais confiável e informado.
A ascensão da IA nos mercados financeiros eviden-
cia ainda exigências de mudança na abordagem regu-
latória e no papel desempenhado pelos reguladores.
Nesta indústria, a experiência do utilizador (UX) foi ala-
vancada pelos neobancos e pelas fintechs (e.g. Revolut,
N26, Monzo, Wise, Curve, Bunq e Knab), em parte de-
vido à flexibilidade proporcionada pela ausência inicial
de regulação. Os bancos tradicionais (e.g. Santander, humanizadas e respostas instantâneas, ampliando a
CaixaBank e J.P. Morgan) estão agora a recuperar ter- satisfação dos clientes. As instituições financeiras têm
reno, com investimentos significativos em IA e aquisi- também vindo a adotar chatbots com IA, elevando a
ções bem-sucedidas. E são também estes bancos que eficiência e a disponibilidade do atendimento ao clien-
destacam a urgência duma regulamentação específica, te. Esses assistentes fornecem suporte imediato, con-
em contraste com uma regulamentação genérica foca- correm para uma maior uniformização da linguagem,
da apenas na proteção de dados, na ética e na priva- resolvem questões comuns e melhoram a UX, eviden-
cidade. Argumentam que a complexidade da IA exige ciando assim a capacidade de a inteligência artificial re-
diretrizes adaptadas que abordem as suas implicações definir o serviço e a experiência do cliente.
únicas no sector. Isto, enquanto a imposição gradual da Ao automatizar tarefas repetitivas a inteligên-
regulamentação se tem traduzido em desafios para os cia artificial vem libertar as equipas para se passarem
neobancos e as fintechs, com alguns a enfrentarem a dedicar mais a atividades humanas de maior valor
significativos obstáculos decorrentes do ambiente re- acrescentado, como sejam o atendimento ao cliente e a
gulatório. Neste contexto em evolução, considera-se solução de questões mais complexas. Essa automação
que a adaptação dos reguladores à nova realidade da IA impulsiona a eficácia operacional, mediante respostas
é crucial para garantir um equilíbrio entre a inovação e a ágeis aos clientes. A IA pode assim intensificar o envol-
segurança no sector financeiro. vimento com os clientes, através de experiências mais
Como facilmente se constata, a revolução da IA personalizadas e um atendimento proativo. Essa liga-
transcende sectores e permite remodelar a experiên- ção fortalece a confiança, a fidelização à marca e cultiva
cia do cliente, desde as operações de retalho até ao relações de longo prazo, transformando a forma como
atendimento. Chatbots e assistentes virtuais, agora alguns bancos incumbentes interagem com os seus
mais sofisticados, podem proporcionar interações mais clientes e poderão passar a prosperar no futuro.
A centralidade no cliente vai além da tecnologia turo financeiro mais inteligente e centrado no cliente.
e requer uma abordagem holística. Desde sempre, a Todavia, o tempo de adoção e a capacidade de imple-
construção de relações de confiança com os clientes mentação são cruciais. Partindo das citações de Yuval
é basilar para o sucesso a longo prazo. A IA pode apri- Harari (conferência Fundação Francisco Manuel dos
morar a experiência, de clientes, utilizadores e colabo- Santos, Lisboa, 19 maio 2023), poder-se-á afirmar que
radores, mas é a empatia e a compreensão genuína que à medida que a IA continua a evoluir, a banca tradicional
fortalecem os laços com os clientes. enfrenta um dilema: adaptar-se e reinventar os seus
A transformação com a IA é liderada por gestores processos ou correr o risco de se tornar obsoleta. A au-
comprometidos. São eles que ancoram a empresa na tomação e a análise de dados fornecem oportunidades
centralidade do cliente, alinhando todos os sectores e sem precedentes, mas a falta de adaptação pode resul-
investindo em talento, competências e tecnologia que tar num abismo entre os modelos bancários do passa-
respalde essa ambição estratégica. A liderança é es- do e as possibilidades do futuro.
sencial para que a IA seja adotada de maneira eficaz. As fronteiras da experiência estão a redefinir-se
A mudança cultural, impulsionada por líderes, pode ser numa sinfonia onde as tecnologias de IA são parte in-
claramente alicerçada e mais bem-sucedida com a im- tegrante da cultura de centralidade no cliente. As em-
plementação de IA. presas que abraçarem essa simbiose emergirão como
As instituições financeiras podem assim promover líderes no mercado, entregando experiências excecio-
culturas que priorizem o cliente em cada dimensão nais, gerando mais valor e criando laços mais fortes
operacional, impulsionando a mudança rumo a um fu- com os seus clientes.
27
O Sector Bancário
num minuto
PRINCIPAIS INDICADORES
MARÇO DE 20231
FAX
140 37.074 3.364 13.516 450.000
INSTITUIÇÕES COLABORADORES BALCÕES CAIXAS TERMINAIS DE
DE CRÉDITO Associados APB 2
Associados APB 2
AUTOMÁTICOS PAGAMENTO
Associados APB2 2022
FINANCIAMENTO À ECONOMIA
O SECTOR BANCÁRIO PORTUGUÊS CONTINUOU A DEMONSTRAR RESILIÊNCIA E
CAPACIDADE PARA FINANCIAR A ECONOMIA, UM DESEMPENHO QUE SE DEVERÁ
MANTER MESMO EM CENÁRIOS MAIS ADVERSOS.
ATIVOS
TOTAIS 434,2 CRÉDITO
TOTAL
LÍQUIDO
251,6 CRÉDITO A
EMPRESAS2 74,6 CRÉDITO A
PARTICULARES3 128,4
MIL MILHÕES MIL MILHÕES MIL MILHÕES MIL MILHÕES
DOS QUAIS
80,2% HABITAÇÃO CONSUMO
16,1%
A PME 77,7%
OUTROS
FINS
6,2%
A REORIENTAÇÃO DA POLITICA OS EMPRÉSTIMOS A PARTICULARES CONTINUARAM A
MONETÁRIA CONDUZIU A UM DESACELERAR, TENDO OS EMPRÉSTIMOS À HABITAÇÃO
AUMENTO DA RESTRITIVIDADE DAS REGISTADO UMA REDUÇÃO. OS EMPRÉSTIMOS ÀS
CONDIÇÕES DE FINANCIAMENTO. EMPRESAS MANTIVERAM A EVOLUÇÃO NEGATIVA.
5.5%
, 12%
TAXAS DE JURO - STOCK
– STOCK
– STOCK
EMPRESAS - PT PARTICULARES
5.0%
, 10%
EMPRESAS - AE EMPRESAS
8%
ANUAL
4.5%
, PARTICULARES - PT
ANUAL
PARTICULARES - AE 6%
DE VARIAÇÃO
4.0%
,
4%
DE VARIAÇÃO
3.5%
, 2%
3.0%
, 0%
TAXATAXA
-2%
2.5%
,
-4%
2.0%
,
-6%
1.5%
, -8%
1.0%
, -10%
jul-13 jul-14 jul-15 jul-16 jul-17 jul-18 jul-19 jul-20 jul-21 jul-22 jul-23 jul-13 jul-14 jul-15 jul-16 jul-17 jul-18 jul-19 jul-20 jul-21 jul-22 jul-23
POUPANÇA
OS DEPÓSITOS DE CLIENTES DIMINUÍRAM, EM TERMOS HOMÓLOGOS,
EM JULHO DE 2023. CONTUDO, EM TERMOS MENSAIS, JÁ SE VERIFICOU
UMA RECUPERAÇÃO A PARTIR DE JUNHO.
= 100)
(JUL-13= 100)
240
ÍNDICE(jun-13 220
315,0
200
DEPÓSITOS
ÍNDICE
180
DE CLIENTES 160
LIQUIDEZ
EM RESULTADO DA ATUAL POLÍTICA MONETÁRIA, TENDO A LIQUIDEZ
O FINANCIAMENTO JUNTO DO EUROSISTEMA PERMANECIDO ROBUSTA.
CONTINUOU A DIMINUIR
12%
FINANCIAMENTO DE BANCOS CENTRAIS
EM % DO ATIVO
260%
11%
260,0%
246%
245,9%
10%
229%
229,2%
219%
218%
218,5%
218,3%
9%
196%
196,4%
8%
174%
173,5%
7%
151%
150,8%
6% 100%
5%
Requisito mínimo
4% regulamentar
3%
2%
dez-13 dez-14 dez-15 dez-16 dez-17 dez-18 dez-19 dez-20 dez-21 dez-22 mar-23 dez-16 dez-17 dez-18 dez-19 dez-20 dez-21 dez-22 mar-23
60%
,
8.2% ,
8.5%
,
6.7% 55%
,
4.6% 50%
,
2.5%
45%
40%
mar-18 mar-19 mar-20 mar-21 mar-22 mar-23 39.4%
,
35%
mar-13 mar-14 mar-15 mar-16 mar-17 mar-18 mar-19 mar-20 mar-21 mar-22 mar-23
RÁCIO RÁCIO DE
COMMON EQUITY TIER 1 SOLVABILIDADE TOTAL
15.6%
15.5%
15,6%
18.4%
15.4%
15,5%
15.3%
18.2%
15,3%
18,4%
15,3%
18.0%
18.0%
18,2%
18,0%
18,0%
14.3%
14,3%
16.9%
16,9%
13.9%
13,9%
13.2%
13,2%
15.1%
15.1%
15,1%
15,1%
11.4%
11,4%
12.3%
12,3%
dez-16 dez-17 dez-18 dez-19 dez-20 dez-21 dez-22 mar-23 dez-16 dez-17 dez-18 dez-19 dez-20 dez-21 dez-22 mar-23
APESAR DA DESCIDA DOS EMPRÉSTIMOS NÃO PRODUTIVOS,
O RÁCIO DE NPL REGISTOU UMA LIGEIRA SUBIDA DEVIDO À
56,3%
REDUÇÃO DOS EMPRÉSTIMOS PRODUTIVOS.
17.2%
17,2%
13.3%
13,3%
O RÁCIO DE COBERTURA DE
NPL PERMANECEU ACIMA DA
9.4%
9,4%
4.9%
4,9%
3,7%
3.7%
3,1%
3,0%
3.1%
3.0%
PAGAMENTOS E DIGITAL
A UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA CONTACTLESS TEM AUMENTADO DE FORMA
MUITO SIGNIFICATIVA.
VALOR DAS OPERAÇÕES EFETUADAS VALOR DAS COMPRAS POR LOCAL DE EMISSÃO
(TVH FACE A 2019) DO CARTÃO (TVH FACE A 2019)
VALOR DAS OPERAÇÕES EFETUADAS (TVH FACE A 2019) VALOR DAS COMPRAS POR LOCAL DE EMISSÃO DO CARTÃO (TVH FACE A 2019)
80% 100%
80%
60% 60%
40% 40%
20%
20% 0%
-20%
0% -40%
-20% -60%
Pagamento eletrónico Numerário -80%
Portugal Estrangeiro
-40% -100%
dez-19 jun-20 dez-20 jun-21 dez-21 jun-22 dez-22 jun-23 dez-19 jun-20 dez-20 jun-21 dez-21 jun-22 dez-22 jun-23
SIBS Analytics
DESKTOP wifi
CONTAS À ORDEM
COM ACESSO POR
68,8%
UTILIZADORES DE
INTERNET QUE 2022 68,0%
2010 38,1%
INTERNET UTILIZAM INTERNET
BANKING
2022
INE
FORMAÇÃO INTERMÉDIA
INFORMAÇÕES: Ana Maria Novo | a.novo@ifb.pt | +351 217 916 275 | www.ifb.pt
IFRS 9
23 a 26 outubro 2023
INFORMAÇÕES: Ana Margarida Soromenho | a.m.soromenho@ifb.pt | +351 217 916 274 | www.ifb.pt
GESTÃO E RECUPERAÇÃO
DE CRÉDITO
8 a 15 novembro 2023
BASILEIA IV – CRR/CRD V
8 a 15 novembro 2023