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artificial e
tecnologias
do futuro
PATROCINADORES REALIZAÇÃO
1
editorial
2
evolução
O desaparecimento
da TECNOLOGIA
na transformação
PÓS-DIGITAL
5G, IoT, tokenização, biometria, metaverso,
nuvens distribuídas, dados devidamente
compartilhados, robôs de automação e
outras grandes inovações vão sustentar
o atendimento a um consumidor alheio a
aplicações e produtos bancários, com uma
inteligência artificial inserindo os serviços
financeiros em cada contexto da vida das
pessoas e das empresas Por Vanderlei Campos
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Mesmo para a geração de bancarizados que jamais conheceu uma qualquer ponto de entrada, que pode ser um iniciador de pagamen-
ENQUANTO
fila de agência ou um talão de cheques, a ideia de operar uma inter- tos, um market place ou outro agente, uma inteligência artificial vai
face, cumprir os procedimentos de autenticação e realizar as tran- conferir quem você é, capturar o conjunto de informações autoriza- AS REDES DE IoT E
sações em breve fará parte de um passado nada nostálgico. “Come- das (inclusive pelo open finance) e configurar e entregar o produto
çamos a explorar as novas oportunidades tecnológicas e até agora financeiro certo. Isso não está longe. O iniciador de pagamentos veio A CONECTIVIDADE
apareceu só a ponta do iceberg. As peças estão no jogo. A novidade para viabilizar essas camadas”, menciona.
neste momento é que tudo ocorre ao mesmo tempo. À medida que Enquanto as redes de IoT e a conectividade 5G multiplicam a ca- 5G MULTIPLICAM
tudo começa a se conectar, essa convergência vai trazer uma trans- pacidade de captura de dados, as estruturas de blockchain têm for-
formação da experiência dos clientes”, diz Raul Moreira, diretor do tes desdobramentos em investimentos, transferências, identidades A CAPACIDADE
Comitê de Inovação do Banco Original. Entre os vetores da transfor- e outras aplicações. “A tokenização permite fragmentar os ativos já
mação, ele destaca a conectividade 5G, a tokenização de ativos e a regulados e simplificar a entrega. Para o consumidor, a fragmenta- DE CAPTURA
infraestrutura de open finance. “Vamos ver os efeitos da sobreposi- ção de garantias pode representar acesso mais fácil a produtos de
ção das inovações, com IA permeando”, descreve. crédito”, exemplifica.
DE DADOS,
Com essa visão, Raul acredita que estamos agora rumando “para
AS ESTRUTURAS
o fim da era dos aplicativos bancários. Quando as peças se unirem, Segmentação
não mais farão sentido as ofertas e a entrega de serviços financei- Com essas transformações em vista, o diretor do Original apon- DE BLOCKCHAIN
ros como vimos até hoje”. Segundo ele, quando essa etapa ta para a tendência de segmentação de perfis de instituições fi-
estiver concluída, o produto financeiro estará inserido nanceiras: os provedores de produtos e funcionalidades, em TÊM FORTES
na vida do consumidor, sem menus estáticos um modelo de BaaS; e os agregadores, um
e funcionalidades fora de papel que começa a se moldar. “Alguns DESDOBRAMENTOS
contexto. “Não há mais a bancos podem não conseguir fa-
necessidade de navegar zer as transformações e perma- EM INVESTIMENTOS,
em app com hierarquia e necerão no provisionamento de
achar transação. A oferta serviços. As grandes instituições TRANSFERÊNCIAS,
de serviços financeiros se tendem a ficar nas duas pontas.
fragmenta e é intuitiva. O que dificilmente veremos são
IDENTIDADES
Aí a transformação do os modelos monolíticos, com os
E OUTRAS
sistema financeiro dá ou- canais de entrega e os apps que
tro salto”, diz. “A partir de temos hoje”, antecipa. APLICAÇÕES.
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Outras inovações A ARQUITETURA DE “HÁ DIFERENÇA ENTRE
Junto às novidades de maior visibilidade,
como os drones da IoT, as criptomoedas e as MICROSSERVIÇOS E A INOVAÇÃO E DISRUPÇÃO”
interfaces de IA, há inovações na arquitetura “O carro teve inovações perifé- sai do táxi sem pagar estranha ter de
dos produtos e das organizações que libertam FORMA DE COMPOR ricas desde sua invenção. O car- esperar a conta no restaurante”, diz.
os criadores de serviços e os clientes de travas ro elétrico é inovação. Disrupção Uma tendência semelhante se apli-
nos sistemas e proces- OS PRODUTOS E é não ter a propriedade do carro. caria às formas de entrega e uso, com
sos tradicionais. Embora Banco digital é inovação”, define
uma diluição dos canais tradicionais.
pareça um tema técnico, SERVIÇOS TÊM UM Eco Moliterno, chief creative officer
“O metaverso vai gameficar as in-
Marcelo Queiroz, head de para América Latina da Accenture
terações. Não quer dizer que tudo
Estratégia de Mercado da DESDOBRAMENTO Interactive, com o intuito de explicar
vai ser um joguinho. O Uber faz isso
ClearSale, destaca que a na prática a diferença entre inovação
arquitetura de microsser-
IMPORTANTE NO QUE SE e disrupção. “Sempre que há saltos
com a experiência de chamar um táxi,
com ícones e animações, e essa
viços e a forma de compor tecnológicos, há barreiras. É como
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fação dos clientes, menores as obri-
DIANTE DOS PROBLEMAS
gações de disponibilizar funcionários para o atendimento.
Nos casos em que os apps mobile são praticamente o
RECORRENTES
meio exclusivo de relacionamento, a ineficácia dos demais
canais acaba agravando os problemas de segurança. “É difícil COM OS CANAIS DE
achar o contato para comunicar o furto de um celular. Esse
alerta tinha de ter um botão destacado em qualquer canal AUTOSSERVIÇO, A NOVA
(call center, ATM etc.)”, afirma.
Andrea Pompemayer, head de Vendas da Mintech, lembra LEI DO SAC PROPÕE UM
que, ao mesmo tempo que o dispositivo móvel é naturalmen-
te mais exposto a riscos, o aparelho também contém informa- NOVO MECANISMO DE
ções preciosas, tanto para prevenção a fraudes quanto para
sistêmico. Mas somos nós outras análises. A empresa provê o monitoramento de vários EQUILÍBRIO – QUANTO
que operamos”, pondera. parâmetros, sobre os quais os bancos fazem suas análises.
“Com o novo marco de garan- “Com psicometria do comportamento, já pegamos quadrilha MELHORES AS MÉTRICAS
tias, as instituições e as fintechs que simulando 50 celulares”, conta. “As organizações consideram
trabalham com crédito entram em uma zona de conforto que itens como aplicativos instalados, como cadastros em pro-
DE QUALIDADE E
pode estimular a banalização dos empréstimos”, adverte a gramas de benefícios ou indicadores de renda extra (apps de
transporte, por exemplo)”, esclarece. Evidentemente, a captu-
SATISFAÇÃO DOS
economista. “O crédito pré-aprovado requer melhoria nos
processos internos, inclusive por questões de prevenção a ra dos dados depende de autorização do usuário.
CLIENTES, MENORES
fraudes. O fraudador sabe dos limites, ou, a partir do rou- Rafaela Helbing, CEO da Data Roodder, destaca que os da-
bo de credenciais, até consegue aumentar, transferir para a dos do smartphone, além do controle de autenticação e frau-
AS OBRIGAÇÕES DE
conta corrente e concluir o golpe. As instituições não que- des, fornecem outros indicadores. “Se o usuário desinstalou os
rem inibir a oferta e o criminoso sabe lidar com esse jogo”, apps associados ao cartão, ou tem chamadas recorrentes ao DISPONIBILIZAR
acrescenta. SAC, são sinalizações para ofertas direcionadas”, exemplifica.
Diante dos problemas recorrentes com os canais de au- A cientista de dados recomenda atenção à governança FUNCIONÁRIOS PARA
tosserviço, a nova lei do SAC propõe um novo mecanismo de dos processos de analytics, que ganha importância conforme
equilíbrio – quanto melhores as métricas de qualidade e satis- se acumulam sobreposições de data sets e modelos analí- O ATENDIMENTO.
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ticos. “Os sistemas de crédito usam reversão
DIFERENTEMENTE DO QUE
logística; é mais simples rastrear os proces-
sos. Mas em aplicações de deep learning em
OCORREU COM O BIG DATA,
alta performance, o número de variáveis que
vão sendo processadas torna a regressão mais
complexa”, explica.
AS NOVAS TECNOLOGIAS
Regulações
PEGAM AS ORGANIZAÇÕES,
Diferentemente do que ocorreu com o big
data, que – por distração e esperteza – falhou
AS AUTORIDADES E
em antecipar os conceitos de privacy by de-
sign, as novas tecnologias pegam as organi-
A SOCIEDADE MAIS
zações, as autoridades e a sociedade mais
escaldadas em relação a riscos e governança.
ESCALDADAS EM RELAÇÃO
Embora os legisladores de todo o mundo es-
tejam criando regulações, como o PL 21/20, A RISCOS E GOVERNANÇA.
Patrícia Peck, especialista em direito digital,
acredita que o caminho para o amadureci- ESPECIALISTA ACREDITA mento por aprendizagem de máquina pertence ao desenvolvedor”,
mento é começar por regulações e autorre- resume. O conceito seria semelhante à contratação de um espe-
gulações setoriais. “Conforme se trabalha em QUE O CAMINHO PARA cialista humano – os dados pertencem à empresa, assim como os
temáticas setorizadas, as particularidades re- resultados nas análises e decisões, mas o empregado agrega a sua
solvidas nos ecossistemas podem até servir O AMADURECIMENTO É experiência profissional o que aprendeu no processo.
de base para a legislação”, menciona. A transparência em um mundo orquestrado por IA é outro ponto
Além das questões relacionadas a privaci- COMEÇAR POR REGULAÇÕES crítico. “O artigo 20 da LGPD já dá o direito à revisão de decisões au-
dade, ética e segurança, a advogada destaca tomatizadas. Em paralelo, com os avanços na proteção de segredo
que a propriedade intelectual, tema de seu E AUTORREGULAÇÕES de negócio, a instituição pode não querer expor seu score de crédi-
doutorado, é outro item jurídico central. “Nos to”, exemplifica Patrícia. “Ainda vamos ter outras caixas de Pandora”,
atuais contratos, se estabelece que o conheci- SETORIAIS. reconhece a advogada.
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tecnologias do futuro
3 TENDÊNCIAS
QUE IMPACTARÃO
OS NEGÓCIOS A
CURTO PRAZO
Por Vanderlei Campos
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1 “A FRAUDE COM
A SUA CARA”
O modelo de machine learning desenhado há oito anos por um grupo liderado
pelo engenheiro Ian Goodfellow, protagonista em projetos de IA no Google e na
Apple, ganha capacidade de geração de imagens, áudio e vídeo extremamente re-
alistas. Ao lado de várias aplicações interessantes, como a produção de ilustrações
TECNOLOGIAS: REDES a partir de uma descrição, apresenta uma ferramenta perfeita para deep fake. “A
precisão é enorme e os humanos já têm dificuldade de perceber nuances da ima-
ADVERSÁRIAS GENERATIVAS gem ou do som”, diz Del Rey. “Os clientes começam a ser vítimas de golpes mais
(GAN) E DENOISING DIFFUSION sofisticados, com um áudio ou um vídeo pedindo uma transferência”, exemplifica.
Diferentemente das fake news, o deep fake é um crime executado com tecnolo-
PROBABILISTIC MODELS (DPPM) gia e mitigado com tecnologia. “Já houve bancos que tiveram fraudes em prova de
vida por vídeo e implementaram um algoritmo de análise”, conta.
As plataformas que disponibilizam essa modalidade de IA para o público
já embutem algumas funcionalidades para coibir abusos. Com as ferra-
mentas se tornando acessíveis, recursos para análise da veracidade
dos conteúdos tendem a se tornar tão básicos quanto um antivírus,
segundo o especialista. “O primeiro risco a ser mitigado é que a
população subestima o que a tecnologia já pode realizar. Temos
de fazer o público desconfiar do que vê e ouve”, resume.
Outro método, surgido no final da década passada, é o
DDPM, ou difusão probabilística. A técnica é introduzir ruído
até tornar a informação específica cada vez mais genérica.
Por exemplo: o rosto de uma mulher morena de 50 anos é
distorcido a ponto de se poder ver apenas que é uma mu-
lher morena; depois que é uma pessoa; e assim por diante.
Ao percorrer o caminho inverso, pode-se alterar caracterís-
ticas específicas da informação, mantendo a autenticidade e a
verossimilhança do resto. “As redes de difusão já são capazes
de gerar uma imagem realista do que, ou de quem, você in-
ventar”, avisa Del Rey.
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2 “APRENDENDO A CONVERSAR
E MUDAR DE ASSUNTO”
A partir de inovações na arquitetura de apren-
dizagem de máquina explorada nos últimos cinco
anos, as interfaces conversacionais e a habilida-
de com linguagem natural atingem um novo pa-
TECNOLOGIA: LARGE LANGUAGE MODELS (LLM)
tamar. “As máquinas estão devorando conteúdo
na web, com capacidade de ver correlações, en-
tender o contexto e chegar a uma compreensão
incrível da linguagem humana”, diz Alexandre.
Em um estágio bem mais rico do que aque-
le dos assistentes pessoais ou dos melhores
chatbots setoriais, os novos modelos de apren-
dizagem permitem, por exemplo, a redação au-
tomática de um contrato customizado ou de uma
petição, com base em uma descrição genérica
ou com coleta de dados.
A disponibilidade da capacidade de NLP (pro-
cessamento de linguagem natural) no modelo
“as a service” também acelera a curva de adoção.
Todavia, Del Rey avalia que essas facilidades ain-
da começam a ser testadas nas aplicações co-
merciais. Ou seja, pode demorar um pouco para
que a tecnologia e as funcionalidades bancárias
(aplicativos, transações, produtos etc.) desapare-
çam por trás de uma grande interface humani-
zada. “As APIs, ferramentas e integrações ainda
precisam ser construídas para termos um uso
mais transversal”, pondera.
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3 “MITIGANDO
OS RISCOS
As preocupações com transparência em rela-
ção ao impacto das análises e decisões com base
em IA já aparecem na LGPD (artigo 20); elas consti-
tuem um princípio comum das primeiras iniciativas
E VIESES DA regulatórias, como o Projeto de Lei 21/20; e estão
$ €
“Quando se começa a combinar e transformar
$ €
dados, não se pode deixar de prestar atenção à
capacidade de regressão”, adverte Alexandre.“Os
modelos de explicabilidade funcionam com tes-
tes por exclusão. Excluem-se dados do dataset,
verificam-se as variações e entende-se quais
$
dados de entrada têm impacto nas respostas”,
resume.
$
Além das questões éticas e regulatórias, a XIA
tende a ganhar importância como ferramenta de
qualidade para estatísticos e cientistas de dados.
“A explicabilidade é o caminho para aprender, fil-
trar as correlações eventuais, discutir valores e
antever erros”, finaliza o especialista.
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entrevista
CONTEXTUAL BANK
e 5G ganham destaque
entre TECNOLOGIAS
DISRUPTIVAS
Em entrevista, Bruno Diniz, cofundador da Spiralem,
Head América do Sul na FDATA (Financial Data &
Technology Association), autor, professor e palestrante
de referência no mercado de fintechs, destaca a evolução
da estratégia de contextual bank – pela qual, em vez de
ofertar produtos pelos canais de venda, os provedores
de serviços financeiros ganham capacidade de inserir
suas soluções no contexto de vida do cliente, com
entregas mais úteis e menor custo – e conta como
instituições e novos players exploram as oportunidades
tecnológicas em transformações pragmáticas dos
negócios. Acompanhe! Por Vanderlei Campos
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ATM
NO MODELO DE BANK AS A SERVICE, ALÉM DE DISPONIBILIZAR UM VAREJISTA QUE há pouco tempo tivemos um caso emblemático de um provedor
AS FUNCIONALIDADES, QUE OUTROS VALORES O PROVEDOR que interrompeu suas atividades e deixou vários clientes na mão.
DE SERVIÇOS FINANCEIROS DEVE VALORIZAR? VOCÊ DIRIA QUE ESTEJA USANDO Então, esses componentes de segurança e confiança devem ser
QUESTÕES RELACIONADAS A CONFIANÇA E REGULAÇÃO DEFI- bem analisados. O cliente quer constância e responsabilidade.
NEM OS PAPÉIS NOS ECOSSISTEMAS?
BANK AS A SERVICE
O valor do provedor de Bank as a Service é ser a camada que
(BAAS) PRECISA QUE A VISIBILIDADE DAS FINTECHS ATÉ O MOMENTO ESTÁ CONCEN-
simplifica a entrega de serviços financeiros. Ele é o agente que TRADA EM MEIOS DE PAGAMENTO. QUE OUTRAS FUNCIONALIDA-
tem a expertise tecnológica e regulatória para plugar e fazer SEU PROVEDOR DES TENDEM A TER MAIS OPORTUNIDADES E INVESTIMENTOS?
com que a prestação de serviços financeiros seja algo fácil por A parte de pagamentos no segmento de fintechs sempre foi
parte de empresas de diferentes setores. Ele cuida dessa parte SE ATUALIZE bastante expressiva. Só que começamos a ver uma diferença.
de confiança e regulação, que é muito importante. Por isso, faz
uma grande diferença o provedor de BaaS dominar isso em pro-
CONSTANTEMENTE As iniciativas voltadas para crédito já avançaram muito e repre-
sentam hoje quase o mesmo montante. E existem oportunidades
fundidade. Um varejista que esteja usando BaaS precisa que seu
DO PONTO DE VISTA em outros segmentos. Uma frente muito grande a ser trabalhada
provedor se atualize constantemente do ponto de vista regula- são os seguros. Isso também abre espaço para soluções finan-
tório e tecnológico, até para prevenir interrupção no serviço ou REGULATÓRIO E ceiras cada vez mais contextuais, para que aconteça uma oferta
qualquer tipo de gargalo. Quem contrata depende de que esse
com entendimento do momento em que o cliente se encontra.
player esteja bem, para que sua oferta não seja interrompida. Da- TECNOLÓGICO, ATÉ
Essas fronteiras vão ser mais exploradas, mas ainda vamos ver
qui por diante, isso também será olhado com atenção, visto que
PARA PREVENIR transformações no mercado de pagamentos, sobretudo com
os avanços do Pix, levando a uma redução da quantidade de in-
INTERRUPÇÃO termediários e a soluções bastante eficientes. E aí acredito que
muitas iniciativas empreendedoras vão se concentrar em abrir
NO SERVIÇO OU possibilidades em outros setores do mercado.
QUALQUER TIPO DE
EM CONVERSAS COM AS ENTIDADES E GRUPOS DE DEFESA DO
GARGALO. O CLIENTE CONSUMIDOR, HÁ DOIS PONTOS DE INSATISFAÇÃO TANTO NOS
INCUMBENTES QUANTO NOS BANCOS DIGITAIS: PROCESSOS
QUER CONSTÂNCIA E DE CONCESSÃO DE CRÉDITO E ATENDIMENTO “OMINICHAN-
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Devemos ver melhoras nessa parte de crédito – que muitas O CONTEXTUAL chegar a uma resposta cada vez mais assertiva é algo
vezes não leva em conta o consumidor, seus hábitos e seus da- com graus diferentes de desenvolvimento, e essa é
dos de forma ampla – conforme se avança na implementação BANK REFERE-SE uma fronteira decisiva, uma vez que os serviços
de open finance. À medida que as empresas passarem a usar de financeiros estão ficando cada vez
modo mais assertivo o potencial dessa infraestrutura de compar- A SERVIÇOS mais comoditizados. Se você
tilhamento, isso poderá ser resolvido. tem todo mundo fazendo cré-
Nos canais, ainda há dificuldade quando se tenta reduzir
QUE JÁ NASCEM dito, qual é o molho secreto
custos tirando as interfaces humanas para passar a fazer aten-
CONTEXTUAIS, que cada instituição
dimento por bots. E os bancos digitais lideram em reclamações vai desenvolver, seja
no Bacen. Ainda vemos fricções na entrega de soluções satis- EM QUE SE TEM no ponto de atendi-
fatórias que de fato resolvam as dores do consumidor. É uma mento, seja para sair
jornada natural. Descobrir as formas de entregar o atendimento UMA OFERTA dos vícios do crédito
omnichannel no custo mais baixo e com a tecnologia mais efi- que comentamos na
ciente é uma curva de aprendizado em curso.
QUE ACONTECE questão anterior? Isso vai
fazer toda a diferença para poder
NO MOMENTO CERTO “arrumar a casa” e permitir que tenhamos uma percepção de me-
QUAL É O PAPEL DE AUTOMAÇÃO, IA, AUTOMAÇÃO DE PRO-
CESSOS ETC. NAS TRANSFORMAÇÕES INTERNAS NOS BANCOS E MUITAS VEZES lhora por parte do cliente, assim como a grande eficiência da insti-
TRADICIONAIS E MESMO NAS FINTECHS? tuição internamente.
Os bancos passam por uma transformação digital cada vez mais PODE ANTECIPAR
intensa. Parece um assunto batido, que discutimos há mais de cinco É POSSÍVEL DESTACAR OS CASOS DE USO MAIS DISRUPTIVOS
anos, mas há uma aceleração. Temos casos como o do Itaú, por UM PROBLEMA COM A APLICAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS?
exemplo, com todo o processo de migração para a nuvem que está Temos uma nova fronteira, o contextual bank. São serviços
sendo feito. Tudo isso é importante para tornar as instituições tradi-
FINANCEIRO, PORQUE que já nascem contextuais, em que se tem uma oferta que acon-
tece no momento certo e muitas vezes pode antecipar um pro-
cionais mais preparadas para enfrentar alguns desses novos players,
SE TEM UMA
que já nascem com estrutura muito leve, e equalizar a questão das blema financeiro, porque se tem uma análise de dados substan-
estruturas legadas. A transformação dos processos internos e das ANÁLISE DE DADOS cial. O momento em que isso ocorre é exatamente agora, em
metodologias ágeis também faz parte do pacote, com inteligência que evoluímos dos chatbots estáticos para algo mais profundo.
artificial sendo cada vez mais aplicada. Mas o refino disso para se SUBSTANCIAL. As ferramentas de ERP vão por esse caminho. Vemos a Totvs
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fazendo parceria com o Itaú, a Lins com a Stone. Uma vez que o ALGUNS
software de gestão financeira das PJs estiver integrado aos servi-
ços bancários, teremos condição de saber, por exemplo, em que ESPECIALISTAS
momento a empresa enfrentará um problema de caixa, quem
são os principais fornecedores e tudo o mais, para entrar com
CHAMAM A
uma camada de serviços financeiros que permite automatizar a CONVERGÊNCIA
operação da empresa de forma mais intensa e chegar com so-
luções num momento em que, às vezes, nem o empreendedor DO MUNDO CRIPTO
consegue enxergar estrategicamente. Vemos essa abordagem
para pessoas jurídicas e físicas e vamos ver a evolução do servi-
COM O MUNDO
ço bancário integrado ao gerenciamento financeiro. DAS FINANÇAS
O 5G também é uma fronteira importante, sobretudo para des-
bloquear aplicações de alto tráfego de dados. As próprias aplica- TRADICIONAIS DE
ções de internet das coisas precisam de 5G e, na área de realidade
aumentada, provavelmente com dispositivos como óculos, se po-
“DEFI MULLET”, QUE
derá ter uma sobreposição de possibilidades entre o mundo físico SERIA UM CORTE de empréstimo tradicional e não sabe que a tecnologia de block-
e o mundo digital para ofertar serviços financeiros. chain e finanças descentralizadas está fazendo aquilo acontecer, re-
A oportunidade de ganhos de eficiência e novos serviços DE CABELO MAIS duzindo custos de operação e permitindo a captação de recursos de
com a tokenização de ativos já é uma realidade. Grandes bancos vários players de forma muito eficiente.
como JP Morgan, Goldman Sachs e, aqui no Brasil, o Itaú, já estão
TRADICIONAL,
Vemos oportunidades que já são exploradas de conexão do
explorando essa fronteira.
DOS ANOS 80, NA mundo cripto com as finanças tradicionais. A tokenização para fra-
Existe também uma fronteira das finanças descentralizadas, cionamento de imóveis e outros ativos vai ter impacto no mercado
que alguns players já começam também a explorar. Temos uma FRENTE, E POR de garantias, nas operações colaterizadas, fora a eficiência que se
convergência do mundo cripto com o mundo das finanças tradi- ganha saindo de estruturas tradicionais centralizadas. Por exemplo,
cionais. Alguns especialistas chamam esse movimento de “defi
TRÁS O DINAMISMO se substitui uma estrutura de FDIC para operações de crédito e se
mullet”, que seria um corte de cabelo mais tradicional, dos anos
DAS FINANÇAS começa a entrar em uma operação em uma estrutura tokenizada de
80, na frente, e por trás o dinamismo das finanças descentraliza- blockchain que reduz custos e cortes intermediários em processos já
das. Isso significa, por exemplo, que o consumidor vê um produto DESCENTRALIZADAS. feitos de maneira tradicional.
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processos
Os aceleradores e o
motor de IA que ninguém
verá no futuro
Se por um lado os consumidores
se acostumaram às tecnologias
como ferramentas para otimizar tudo
que no passado se fazia de forma mais
difícil e ineficiente, por outro as mudanças culturais
acentuadas decorrentes da pandemia deram origem
a uma grande quantidade de novos produtos, marcas e
propostas de valor conectadas com a transformação digital.
O capital, por sua vez, se molda a essa fluidez e desfaz as
fronteiras tradicionais entre as categorias de negócio. No
Brasil, o Banco Central e os players do sistema financeiro
colaboram em uma agenda que habilita modelos inéditos de
serviços e cadeias de valor.
por Vanderlei Campos
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OPORTUNIDADES
O contexto de transformações sociais e macro- COMPARTILHAMENTO MULTICANALIDADE E
19
artigo
DADOS,
SUA PRÓXIMA MOEDA
Com a carteira digital de dados,
qualquer pessoa pode capturar,
gerenciar e monetizar suas
informações, formando uma
poupança de dados que pode
ser usada e remunerada a
qualquer momento Por André Vellozo*
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Todo mundo gera dados o tempo todo, Pessoais (LGPD), qualquer pessoa tem o direito de pedir seus
EMBORA CADA
até dormindo. Longe de ser dados para as empresas com as quais se relaciona. Mas onde
um exagero, a premissa
INDIVÍDUO GERE DADOS guardá-los e o que fazer com eles?
é mais que verdadeira. Trabalhando numa forma justa de conferir o controle
Nossos dispositivos di- O TEMPO TODO, NÃO É dos dados a quem o gerou e monetizar essas informações,
gitais registram os perí- a DrumWave criou a dWallet, uma carteira digital de dados.
odos de inatividade, PROPRIETÁRIO DAS SUAS Com ela, qualquer pessoa pode capturar, gerenciar e moneti-
o horário definido zar suas informações, formando uma poupança de dados que
para o disparo do INFORMAÇÕES. PELA LEI pode ser usada e remunerada a qualquer momento.
despertador, os sons
com que escolhemos GERAL DE PROTEÇÃO DE Como ser dono dos próprios dados
Imagine um bebê. Antes mesmo de nascer, ele gerou dados
acordar, a previsão do tempo, a agenda do dia, as in-
formações que buscamos no dia anterior, o táxi que DADOS PESSOAIS (LGPD), de ultrassom, anotações do obstetra. Ao respirar, teve nome,
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Bancos e Varejo
ponto de vista CARLOS EDUARDO LEITE
CIO DA NUVETO
Personalização e privacidade
são coexistentes ou excludentes?
Os algoritmos usados atualmente para a perso- dessas empresas, hoje em dia existe espaço para
nalização dos conteúdos baseiam-se em um tripé criar um perfil para cada usuário, colocando por
composto de monitoramento constante, realida- terra a privacidade.
des personalizadas e reforço positivo intermiten- E como alcançamos esse equilíbrio? Entendo
te. O monitoramento constante é o elemento que que a personalização de massa é a chave. Criar
mede seu comportamento. A realidade personali- perfis é necessário para gerar conteúdos custo-
zada é a reação ao monitoramento, ou seja, a esco- mizados, mas essa categorização não pode ultra-
lha do conteúdo com base no perfil do usuário. Já passar o limite que permita ao algoritmo reconhe-
o reforço positivo intermitente é o conceito por trás cer qual usuário está usando o ambiente.
das técnicas de programação e experiência para Passamos os últimos dez anos buscando
manter o usuário cada vez mais tempo consumin- obter o máximo de personalização de conteúdo
do conteúdo e adquirindo produtos e serviços. possível, mas acredito que ultrapassamos alguns
Esses mecanismos de monitoramento foram limites e este é o momento de buscarmos um ca-
projetados para coletar as informações dos usuá- minho do meio. Um pouco menos de personali-
rios somente para fins estatísticos. Entretanto, para zação que, ao mesmo tempo que nos mantenha
que o algoritmo possa saber em que estereótipo conectados, não nos faça sentir insegurança. Algo
o usuário se encaixa, precisa coletar informações que nos faça ter acesso a conteúdos que nos inte-
pessoais dele. A justificativa das empresas é que ressam, mas que não nos mantenha tão limitados
a informação nunca será divulgada ou usada para a ponto de nos tornarmos intolerantes quanto ao
identificar o usuário como pessoa, mas apenas que interessa aos outros.
como um perfil. No entanto, dada a grande ca- Reflita comigo. Você também vive tudo isso
pacidade de processamento e armazenamento nos mais diversos setores do seu dia a dia?
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Bancos e Varejo
ponto de vista MAURO SOUZA, ESPECIALISTA EM PREVENÇÃO
A RISCOS FINANCEIROS DO SAS BRASIL
então, o uso de recursos humanos para análise in- As transformações digitais continuarão ocorren-
vestigativa, além de recursos tecnológicos capazes do em ritmo acelerado.. E esse momento de saída
de agregar e processar grande volume de dados. da reclusão e do distanciamento social exige que o
Usando técnicas analíticas, é possível mitigar mercado digital esteja em constante inovação.
24
Bancos e Varejo
ponto de vista GUI RANGEL,
SCIFI EXPERIENCE DESIGNER DA WHAT THE FUTURE?
www.cantarinobrasileiro.com.br 28