Você está na página 1de 30

11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI

May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

DOI: 10.5748/9788599693100-11CONTECSI/PS-972
MOBILE MONEY, YOUR APPLICATION IN THE WORLD AND IN BRAZIL

Marcílio da Silva Correia (Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil) -


marcilio.correia@usp.br
Bruno Moritoshi Arashiro (Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil) -
bruno.arashiro@usp.br
Tania Pereira Christopoulos (Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil) -
tchristo@usp.br

The objective of this paper is to identify an adequate mobile money model for the Brazilian
reality. The authors performed an extended literature review of papers which approach
business models about mobile money in different countries, the authors identified common
elements between these models to utilize them with the intend to create the Brazilian
model, adapting for Brazilians’ social, cultural and financial characteristics and needs.

Keywords: Mobile Money; Mobile financial service; Money transfers.

MOBILE MONEY, SUA APLICAÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL

O objetivo deste artigo é identificar o modelo de Mobile Money adequado à realidade dos
brasileiros. Os autores realizaram uma extensa revisão literária de artigos que abordam os
modelos de Mobile Money em vários países, identificando os elementos comuns entre
estes modelos e adequando para as características socioculturais e financeiras do Brasil.
Como resultado do artigo, os autores apresentam a comparação destes modelos e a criação
do modelo que atendam às necessidades do Brasil.

Palavras-chave: Mobile Money; Serviços financeiros mobile; transferências de dinheiro.

11th CONTECSI Proceedings p.3387


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

1. Introdução
Mobile Money ou M-money é definido como um serviço de transferência financeira,
com dinheiro eletrônico, por meio de dispositivos mobiles. Diversos autores analisam este
serviço por perspectivas diferentes, como por exemplo, para Mas e Radcliffe (2011), Diniz
et al. (2011) e Donovan (2012), o m-money pode resultar em inclusão socioeconômica e
financeira ocasionada, especialmente, por conta da redução de custos e pela nova
alternativa de transferência de dinheiro.
Em muitos países em que este serviço já existe, a população usuária é
desbancarizada, fato que é dado por conta de suas condições de moradia e pela ausência de
interesse de grandes instituições em prover este serviço: as regiões que estão mais
afastadas do centro urbano e que não há investimentos em infraestrutura bancária capaz de
atender a este público. Normalmente, um membro de família desbancarizada migra da
região natal para o centro urbano com o objetivo de trabalhar, poupar dinheiro e enviar
parte deste dinheiro à família. Neste contexto, o serviço do mobile money facilita a
transferência financeira.
Considerada a inovação do canal de transferência, utilizando novas tecnologias e o
seu impacto na dinâmica social, a relevância do tema é evidenciada por se tratar de um
novo canal que auxilia na redução dos custos de serviços financeiros e na inclusão da
população de baixa renda, possibilitando a melhora da economia do país.
O objetivo deste trabalho é identificar um modelo de Mobile Money adequado às
necessidades do Brasil. Foi realizada uma extensa revisão bibliográfica de artigos que
apresentavam modelos de negócios de Mobile Money de diversos países, identificando
elementos em comum entre os mesmos, e também aqueles que poderiam ser adequados às
características socioculturais e financeiras do Brasil. Como resultado, o artigo apresenta
uma comparação entre os diversos modelos e a criação de um modelo adequado às
necessidades do Brasil.
O artigo está estruturado da seguinte forma: a introdução, a apresentação de
conceitos relativos ao Mobile Money, a abordagem metodológica, a análise de diversos
modelos existentes em outros países e, por fim, a apresentação de um modelo adequado às
necessidades do Brasil e as conclusões.

Serviço Financeiro Mobile


Para Donovan (2012) o Mobile Money pode se tornar uma plataforma geral que
transforma economias inteiras, como em sua adoção no comércio, cuidados de saúde,
agricultura e outros setores, e também é considerado benéfico visto que é mais barato do
que outras alternativas que envolvam transferência de dinheiro.
Mas e Radcliffe (2011) afirmam que o Mobile Money pode auxiliar na inclusão
financeira, visto que sugere um novo tipo de abordagem nesta construção de pagamentos
em que um conjunto mais amplo de serviços financeiros pode montar.
Geralmente, as pessoas mais carentes não têm tipos de fontes de câmbio de fácil
acesso e através da rede de agentes com o dinheiro e contatos das pessoas dispostas a
enviar o valor, o Mobile Money permite que muitos de obter dinheiro quando e onde for
necessário (Stuart & Cohen, 2011).
Donovan (2012) ainda mapeia o que deve haver no país para que o Mobile Money
funcione, visto que é mais do que tecnologia, com isto deve haver a infraestrutura para a
retirada e para o depósito de dinheiro, geralmente acompanhado com uma rede de agentes,
que recebe uma pequena comissão do dinheiro que é depositado.
Em áreas em que o Mobile Money se mostrou bem sucedido, visualiza-se que start-
ups podem construir estas empresas (Kendall; Maures; Machoka & Veniard, 2011). No

11th CONTECSI Proceedings p.3388


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

sistema do Mobile Money é requerido que existam mais consumidores e mais transações
por consumidores para que o sistema se auto sustente (Dolan, 2009).
De acordo com o International Finance Corporation [IFC] (2011 a) existem três
principais fatores que influenciam no crescimento e ascensão do Mobile Money em
qualquer país em que o mesmo for aplicado, sendo eles: a regulamentação, a competição
existente com outros instrumentos de inclusão financeira e a percepção e habilidade dos
usuários.
De acordo com Sarasola (2012), é possível entender o fluxo do Mobile Money
através da figura 1:

Fluxo do M-money

Figura 1 - Fluxo do M-money. Fonte: Sarasola (2012). Can Mobile Money Systems have a
measurable impact on Local Development? (p. 7).
Com a Figura 1, podemos observar o fluxo que existe nos Mobiles Money, ou seja,
o dinheiro entra através do agente (cash-in) e vai para as redes transacionais e sai também
pelo agente (cash-out), unificando o canal de entrada e saída do dinheiro.
Para entender as funções de cada player, Dolan (2009) descreve como é o
funcionamento de cada parte para que o ecossistema do Mobile Money funcione.

Tabela 1 – Ecossistema do Mobile Money

Ativos e Limitações de
Players Incentivos Funções
Capacidades Restrições
• Infraestrutura • Angariar clientes. • Fornecer infraestrutura • Limitações
MNOs móvel. e serviços de regulamentares
(Opera- • Gerenciar a comunicações. sobre a prestação
doras de • Extensa rede de rotatividade. de serviços
Celular) lojas varejistas / • Agente fiscalizador de financeiros, por
rede de agentes. • Reduzir o custo de controle de qualidade. exemplo na
distribuição do airtime, captação de
• Massiva base de que é a quantia • Emissão e-money (onde depósitos, emissão
clientes que existente na conta do é comercialmente de e-float.
incluam os M-money. desejável e permitido por
segmentos de baixa lei). • Pressão dos
renda. • Aumentar ARPUs. acionistas por
• Exercer a liderança na retornos mais
• Uma marca forte. • Capturar elaboração do rápidos e mais
oportunidades de ecossistema do Mobile altos.
• Confiança do receitas adicionais, por Money.

11th CONTECSI Proceedings p.3389


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

Tabela 1 – Ecossistema do Mobile Money

Ativos e Limitações de
Players Incentivos Funções
Capacidades Restrições
cliente. exemplo, juros sobre o • Foco estratégico
e-float, que é o que podem não
• Estruturas de dinheiro virtual. incluir o m-money.
atendimento ao
cliente. • Cumprir as
obrigações de serviço e
objetivos de Corporate
Social Responsibility
(CSR).
• Licença bancária e • Reduzir • Oferecer serviços • Pouca base de
Bancos infraestrutura. significativamente o bancários via celular. clientes.
custo de prestação de
• Habilidade para serviços financeiros. • Segurar e-float ou • Falta de
facilitar o câmbio, contas em nomes dos experiência com e,
compensação e • Estabelecer presença clientes. em alguns casos, de
liquidação. em novos segmentos de interesse em,
clientes e novas áreas • Lidar com as transações clientes de baixa
• Experiência de geográficas. transfronteiriças, gerir o renda.
regulamentação do risco cambial.
compliance. • Cumprir as •Regulamentações
obrigações de serviço e • Garantir o rigorosas com
• Redes de ponto de objetivos de CSR. cumprimento da significativos
venda (embora regulamentação do setor encargos.
significativamente • Capturar receita financeiro.
mais limitado do adicional, por exemplo,
que as de MNOs). através da retenção dos
depósitos.
• Presença em • Ganhar comissões • Realizar as funções • Liquidez
Agentes pontos físicos. sobre as transações. cash-in e cash-out. deficitárias.

• Confiança dos • Aumentar o tráfego e • Lidar com os • Habilidades


Consumidores (em portanto o potencial de procedimentos de básicas de negócios
alguns casos) vendas (para agentes abertura de conta. com lacunas.
do varejo). • Falta de confiança
• Conhecer os • Comunicar operações do cliente (em
hábitos de uso dos suspeitas, de acordo com alguns casos).
clientes, como por os requisitos de AML /
exemplo suas CFT (lavagem de • Capacidade
necessidades. dinheiro e financiamento limitada nas
de terrorismo, parcerias com
respectivamente). grandes
corporações.
• Identificar novas
aplicações potenciais do
m-money.
• Presença em • Reduzir o custo ao • Aceitar m-payments. • A demanda dos
Varejistas pontos físicos. lidar com dinheiro. clientes (ou falta
• Usar o m-payment em dela) para
• Reduzir as filas nos transações B2B, pagamentos através
horários de pico. pagamento de salários. do canal móvel.

• Gerenciar o • Construir a confiança • Vontade do


inventário de forma do cliente no m-money. parceiro de
mais eficaz. negócios para

11th CONTECSI Proceedings p.3390


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

Tabela 1 – Ecossistema do Mobile Money

Ativos e Limitações de
Players Incentivos Funções
Capacidades Restrições
transacionar pelo
celular.
• Faturamento e • Reduzir o custo da • Oferecer opções de m- • Ameaça potencial
Serviços cobranças coleta e processamento payment. para os agentes de
Públicos periódicas. de pagamentos. coleta de contas.

• Aumentar a
pontualidade dos
pagamentos.
• Oferecer maior
comodidade ao cliente.
• Presença dos • Métodos seguros e de • Introduzir os segmentos • Sistemas de Back
MFIs serviços para o menor custo de de baixa renda no m- Office não pode
(Institui- segmento de baixa desembolso e money. vincular com as
ções de renda. arrecadação. plataformas m-
Microfi- • Educar os usuários money.
nanças) • Conhecimento da • Melhorar a eficiência finais.
baixa renda, como dos negócios. • Resistência
hábitos dos clientes cultural.
e suas necessidades.
• Existência de • Reduzir o custo de • Oferecer depósito • Resistência
Empre- distribuição processamento de folha direto dos salários em Cultural.
gadores periódica de folha de pagamento, o risco contas m-money.
de pagamento para de manipulação de
os funcionários dinheiro.

• Oferecer maior
comodidade ao
empregado.
• Autoridade para • Promover a inclusão • Proporcionar um • Falta de
Regulado impor a regulação, financeira. ambiente favorável para experiência com a
res acompanhar e fazer • Habilitar a ampla o m-money. convergência de
cumprir. gama de opções de • Proteger a estabilidade recursos
pagamentos. do sistema financeiro. financeiros e
regimes de
• Desenvolvimento • Demonstrar liderança reguladores de
socioeconômico para incentivar e proteger telecomunicações.
nacional. a mudança de
comportamento. • Falta de
capacidade
financeira e
técnica.
• Contatos locais e • Melhorar os impactos • Realizar pesquisas, • Base filantrópica
Sociedade conhecimento de sociais e econômicos especialmente nos sem fins lucrativos
Civil mercados de baixa de suas atividades. segmentos de menor através de modelos
renda. renda. de escala.
• Desenvolver em linha
• Credibilidade e com a missão • Desenvolver a • Culturas e
confiança. organizacional. capacidade dos agentes e processos de
pequenos varejistas. negócio pode não
• Operações facilitar a parceria
relevantes. • Envolver-se em com as empresas.
parcerias operacionais

11th CONTECSI Proceedings p.3391


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

Tabela 1 – Ecossistema do Mobile Money

Ativos e Limitações de
Players Incentivos Funções
Capacidades Restrições
com prestadores de m-
money.
• Necessidades • Redução do risco de • Usar o Mobile Money • Falta de
Usuários Relevantes. carregar dinheiro. para melhorar suas vidas. consciência.
Finais
• Maior acesso e • Educação
acessibilidade de financeira limitada.
pagamento, remessa, e
outros serviços • A resistência
financeiros. cultural e
psicológica.
• Conveniência de
pagamento remoto,
remessa e outros
serviços financeiros.
Fonte: Dolan, Jonathan. (2009). Accelerating the Development of Mobile Money
Ecosystems (p. 22-23).

A Federal Reserve System (2013), define o mobile commerce, o mobile payment e


o Mobile Money como sendo serviços financeiros ligados ao mobile que são usados, por
exemplo, para bancarizar a população. Assim, podemos considerar que estes três serviços
são relacionados entre si.
Para Fonté (2013), mobile payment inclui serviços de pagamento e ofertas de
produtos por diversos players, tais como o PayPal, BilltoMobile e Square, que processam
transações entre vendedores e compradores, ou permitem a compra através de contas de
celular, e que também permitem formas de pagamentos alternativas para pequenos varejos.
Torre e Chaix (2011) ressaltaram que o mobile payment é uma nova possibilidade
para criar ligações, utilizando a tecnologia, entre usuários com intermediários e novos
modelos de negócio que coordenam interesses comerciais de operações financeiras e não
financeiras.

1.3. Metodologia
Este estudo foi desenvolvido, a partir de pesquisa exploratória, recomendada por
Malhotra (2006), quando se pretende obter maior familiaridade com o problema, neste
caso, conhecer os principais modelos de mobile money existentes a fim de adaptá-los à
realidade do Brasil. O levantamento dos dados e análise comparativa entre os modelos foi
realizada, utilizando-se o método de estudo de casos múltiplos, com o objetivo de prover
evidências, consideradas mais convincentes (Herriott & Firestone, 1983), a partir do estudo
profundo e exaustivo, de forma a possibilitar um conhecimento amplo e detalhado dos
objetos pesquisados (Gil, 1999). Optou-se, também, pelo estudo de casos, pois o mesmo é
recomendado para análise de fenômenos comportamentais inseridos em algum contexto da
vida real (Yin, 2010) em que se pretende.
Dados secundários foram coletados através de levantamento bibliográfico de
artigos, revistas, estudos, entre outras fontes de informação; análise de cases já existentes
de outros países em que o Mobile Money já se encontra em fase de teste ou já é efetivo nas
transações de dinheiro, tais como em Uganda, Paquistão, Quênia, entre outros.

11th CONTECSI Proceedings p.3392


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

Os dados secundários, que de acordo com Malhotra (2006) são aqueles dados que
são coletados para uma finalidade diferente do problema em pauta, foram utilizados com o
intuito de se realizar comparações dos tipos de serviços existentes de Mobile Money em
todo o mundo, e com a intenção de observar quais os serviços obtiveram resultados
satisfatórios e quais as forças e fraquezas dos modelos que estão ativos.
Na análise, os principais aspectos de cada modelo foram identificados e elencados
em quadros que, ao final geraram um quadro sintético comparativo. Após essa etapa, os
aspectos foram analisados em contraste com o contexto brasileiro e características que
favorecem a implantação dos elementos no Brasil foram selecionadas, contribuindo para a
elaboração de um novo modelo, passível de aplicação na realidade brasileira.

2.2. Análise dos Mobiles Money existentes


O Mobile Money é caracterizado como uma transferência doméstica Person to
Person (P2P), sendo vista na grande maioria dos casos, ou seja, o intuito principal é a
transferência de dinheiro de uma pessoa para outra através do mobile.
Para o Mobile World Live (2013) atualmente existem 190 casos de Mobile Money
no mundo, onde vemos que 93% estão baseados na Transferência Doméstica P2P, 87%
contem Airtime Top Up, 71% realizam pagamentos de contas, 37% realizam a maioria dos
pagamentos existentes, 36% tem o pagamento de adquirente, 16% oferecem um link para
outros produtos bancários, 15% detém a remessa internacional, 8% ofertam empréstimos
ou reembolsos, 4% com GP2 e 3% com microsseguro móvel.

2.2.1. Mobile Money no Quênia


Jack e Suri (2011) afirmam que o Mobile Money no Quênia teve como
desenvolvedor a Safaricom, com sua criação em 2007, sendo que a mesma é uma
operadora de celular no Quênia e detêm atualmente 80% do mercado em relação aos seus
principais concorrentes são: Airtel (formalmente Zain e que antes era Celtel), Yu Mobile
(Essar Telecom) e Orange, esta participação de mercado se deve ao fato da Safaricom ter
desenvolvido e projetado toda a estrutura no país primeiramente e conseguindo com isto,
conquistar o público com maior efetividade.
Em 2007, 18,9% da população eram considerados como formais, ou seja, era a
proporção da população adulta que utilizava o banco ou algum tipo de seguro, já os de
ordem formais eram 7,5%, e representavam aqueles que utilizam serviços semi-formais de
instituições financeiras não-bancárias, mas não usam serviços financeiros, sendo 35,2%
pertencentes aos informais que usam prestadores informais de serviços financeiros, por
exemplo, indivíduos da família ou amigos, e por fim 38,4% de pessoas excluídas, ou seja,
que não tem acesso aos serviços financeiros (Finaccess, 2007).
O Mobile Money se caracteriza por ser uma ferramenta que permite aos indivíduos
a realização de transações financeiras utilizando a tecnologia de celular, através de bases
SMS. Desta maneira é provável que, o Mobile Money do Quênia, tenha sido o mais rápido
e mais disseminado crescimento do produto no mundo e copiado por muitas outras
empresas de outros países. Podendo ser considerado como case de sucesso e de
benchmarking para outros Mobiles Money visto que esta tecnologia mobile conseguiu
reduzir os custos de comunicação em muitas partes do mundo em desenvolvimento. Em
nenhum lugar esta transformação é tão perceptível quanto na África Sub-Saariana, onde
ambas as redes de comunicação de linha fixa e a infraestrutura de transporte físico é
frequentemente inadequada, não confiável e em mau estado (Jack & Suri, 2011).
O serviço permite ao usuário depositar o dinheiro em uma conta armazenada em
seus telefones celulares, enviar saldos usando a tecnologia SMS para outros usuários

11th CONTECSI Proceedings p.3393


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

(incluindo vendedores de bens e serviços) e para resgatar depósitos regularmente.


Cobranças, deduzidas de contas do usuário, são impostas quando o e-float ou e-money
(atualmente como são denominados os saldos do M-Pesa) é enviado, e quando o dinheiro é
retirado (Jack & Suri, 2011).
Kimenyi e Ndung'u (2009) atribuem o rápido crescimento do Mobile Money no
Quênia, a quatro fatores principais: um ambiente legal e fiscal favorável, o diálogo
público-privado de políticas públicas, estratégicas e políticas macroeconômicas prudentes,
e uma garantia da existência de um mercado que poderia desencorajar a dominação pelos
entrantes iniciais, visto que em países onde há apenas um provedor o governo deverá
fiscalizar os preços cobrados, oferecendo proteção aos consumidores caso existam abusos.
Outro fator que colaborou para o sucesso do M-Pesa foi o design, responsável por
trazer as pessoas para o sistema pela facilidade do aplicativo e em um curto período de
tempo fez com que o número de pessoas que aderissem ao Mobile Money aumentasse, sem
contar com o uso da proposição “envie dinheiro para casa”, que atraiu a atenção das
necessidades encontradas pelas pessoas no país (Mas & Radcliffe, 2011).
Para Tiwari, Sahay e Sayeh (2012), os fatores chaves do sucesso do M-Pesa foram
o aumento drástico da expansão do uso dos celulares, a flexibilidade do uso desta
tecnologia e as condições favoráveis para penetração em novos mercados juntamente com
as políticas governamentais que colaboraram para o desenvolvimento do projeto.
De acordo com Jack e Suri (2011) o M-Pesa foi utilizado tanto pela população
bancarizada quanto pela não bancarizada em proporções iguais e que o M-Pesa permitiu
que indivíduos depositassem, enviassem e retirassem o dinheiro usando seus dispositivos
mobiles, desta forma o M-Pesa conseguiu crescer rapidamente, alcançando
aproximadamente 65% das famílias quenianas no final de 2009. Portanto, pode-se afirmar
que o M-Pesa não foi arquitetado para substituir todos os mecanismos de pagamentos, mas
tem encontrado e atendido um nicho de mercado com o qual provém melhora significativa
nos serviços financeiros.
Jack e Suri (2011) afirmam que a forma de cadastro é simples, através de um
questionário oficial que solicita apenas a Identidade ou o Passaporte, ou seja, é solicitado
menos documentos do que a abertura de uma conta em um banco, demonstrando que a
menor burocracia existente pode ajudar no processo de inclusão social. Com isto existe a
aceitação de depósitos de dinheiro de consumidores que tenham o cartão SIM do celular da
Safaricom e que são registrados como usuários do M-Pesa.
Portanto contas eletrônicas podem ser pagas apertando alguns botões ao invés de
frequentemente viajar longas distâncias com dinheiro e gastar muito tempo; os
consumidores podem comprar créditos de celular ("airtime") rapidamente sem se deslocar
(Mas & Radcliffe, 2011).
Jack e Suri (2011) descrevem que, formalmente, na troca de depósitos de dinheiro,
o problema da Safaricom é uma commodity conhecida como e-float ou e-money, que são
mensurados na mesma unidade do dinheiro, o qual mantem-se em uma conta intitulada
com o nome do usuário. Esta conta é operada e gerenciada pelo m-Pesa, e registra a
quantidade de proprietários de e-float por consumidor em um período. Não há cobranças
por depositar fundos, mas uma tarifa é cobrada sobre as retiradas (por exemplo, o custo da
retirada de $ 100 é cerca de $ 1), e são diferenciadas de acordo com o recebimento pelo
usuário registrado ou não registrado.
Os agentes não podem cobrar quaisquer taxas diretas visto que todas as taxas são
subtraídas diretamente da conta M-Pesa do usuário, assim os agentes recolhem suas
comissões diretamente com a Safaricom (Mas & Morawczynski, 2009).

11th CONTECSI Proceedings p.3394


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

O Groupe Speciale Mobile Association [GSMA] (2010) mostrou que a circulação


do dinheiro antes do M-Pesa era preferencialmente através das cédulas do dinheiro, ou
dinheiro físico, ou seja, um indivíduo levava o dinheiro para outro determinado indivíduo
em outro lugar. De acordo com Mas e Radcliffe (2011), o ônibus era o canal mais comum
de envio de dinheiro, onde as companhias não eram licenciadas para transferir dinheiro,
resultando em um risco considerável já que o dinheiro poderia não ser entregue até o
destino final.
A GSMA (2010) também mostrou que após o surgimento do M-Pesa o canal Post
Office desaparece da forma de utilização, ou seja, é possível inferir que as pessoas que
utilizam o correio para enviar dinheiro substituíram este canal pelo Mobile Money, sendo
que uma das hipóteses pode ser referente à segurança na entrega do dinheiro e que o M-
Pesa representou o maior canal para envio de dinheiro.
Para Castri e Gidvani (2013), 66,7% das pessoas utilizam o Mobile Money para
receber dinheiro, 60,5% utilizam para enviar dinheiro e apenas 13,4% utilizam para
realizar pagamentos de contas.
Segundo Jack e Suri (2011) para facilitar a compra e venda de e-float, o m-Pesa
mantem e opera uma rede extensiva de mais de 23.000 agentes ao redor do Quênia. Para
Mas e Radcliffe (2011) no Quênia existem atualmente 28.000 agentes e por mês são
realizadas US$ 415 milhões de transações person to person por mês, possuindo em média
US$ 33 por transação.
De acordo com Castri e Gidvani (2013) a média das transações em abril de 2013 foi
de US$ 29,3, o que demonstra que não houve grande variação no valor médio de
transações de 2011 a 2013.
O m-Pesa foi útil como uma plataforma de pagamento de varejo visto que tem uma
larga extensão de alcance em grandes segmentos da população (Mas & Radcliffe, 2011).
De acordo com Ratan (2008) a demanda latente para remessas domésticas está relacionada
com índices de urbanização, e para Mas e Radcliffe (2011) o sucesso foi alcançado, devido
às péssimas qualidades de acesso ao serviço financeiro, um banco regulador que permitiu a
Safaricom experimentar um diferente modelo de negócio e fluxos de canais, e um mercado
dominado pela Safaricom e com baixas comissões nas vendas dos airtimes.
Segundo Jack e Suri (2011), atualmente existem 3 modelos de grupos em operação
que se interligam para conseguir formar o processo existente.
Primeiramente, um membro do grupo de agente, o head office, lida diretamente
com o m-Pesa, enquanto fornece subsídios e auxílio para os agentes, gerenciam o dinheiro
e saldos e-float através de transações com o head office. Ambos os Head Office e os
agentes podem transacionar diretamente com usuários do m-Pesa (Jack & Suri, 2011).
Para Mas e Radcliffe (2011) o head office mantêm todo o contato com a Safaricom
e tem duas funções principais: a gestão de liquidez (compra e venda referentes ao saldo do
M-PESA e torná-lo disponível para lojas (agentes) sob sua responsabilidade), e também a
distribuição de comissões de agentes (coletando a comissão da Safaricom com base no
desempenho global da lojas e remunerando cada loja).
O segundo modelo é o Aggregator que é similar ao anterior, lidando diretamente
com a Safaricom e gerenciando o dinheiro e o e-float dos agentes, que são formas de
cobranças que foram emitidas, mas ainda não foram pagas. No entanto os agentes podem
ser entidades proprietárias independentes tendo um contrato de relacionamento com o
Aggregator (Jack & Suri, 2011).
O último e mais recente modelo permite que exista um braço bancário no sistema,
referido como Super Agente, para atuar como agente dos agentes. Este braço bancário
pode comercializar tanto dinheiro quanto e-float com todos os agentes do m-Pesa, mas

11th CONTECSI Proceedings p.3395


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

infelizmente para o modelo regular e Aggregator não existe a comercialização do e-float


diretamente com os usuários do m-Pesa. O Super Agente se caracteriza por ser um
exemplo de integração do serviço m-Pesa com um sistema bancário, visto que outros
projetos com este estilo é possível observar usuários com contas em bancos utilizando o
serviço (Jack & Suri, 2011).
Quanto ao fato de ajudar a guardar e economizar dinheiro, foram criados dois
conceitos de economia mobile, o primeiro é a economia mobile básica, onde há
simplesmente o uso do sistema de Mobile Money, porém este conceito implica em que não
há ganho de taxas de juros (Demombynes & Thegeya, 2012).
Já o segundo é conceito do banco estar integrado com a economia mobile, ou seja,
além da conta mobile existe a oferta de serviços financeiros que vão além da simples
transferência, com isto esta conta pode, por exemplo, realizar o pagamento de juros e
permitir o acesso a empréstimos ou seguros (Demombynes & Thegeya, 2012).
Por fim, as últimas inovações que visam agregar valor no sistema do M-Pesa
ocorreu em maio de 2010, onde o Equity Bank e o M-Pesa anunciaram uma joint-venture,
e com o nome M-KESHO, permitirá que os usuários do M-Pesa possam movimentar
dinheiro entre usuários M-Pesa e conseguir ganhar juros pela conta do Equity Bank (Mas
& Radcliffe, 2011).
De maneira, foi desenvolvido a tabela 2 com os 5 principais fatores que levaram ao
sucesso do Mobile Money no Quênia.
Tabela 2 – Fatores de Sucesso do Mobile Money no Quênia
Fatores Explicação
Regulamenta- Criação de um ambiente favorável para permitir que uma operadora de celular construísse
ção / Governo toda a infraestrutura e ganhar market share.
Cobertura de A ampla rede de agentes permitiu que os mesmos fossem de fácil acesso, aproximando o
Agentes serviço ao consumidor.
Com telas simples, houve o pensamento em existir facilidade no manuseio para a realização
Design
transações através do celular.
Devido a infraestrutura falha no âmbito financeiro, o Mobile Money surgiu para preencher a
Infraestrutura
lacuna existente.
As pessoas já transferiam dinheiro para outras pessoas, porém através de outros canais que
Cultural
envolviam um custo maior.
Fonte: Tabela produzida pelos próprios autores.

2.2.2. Mobile Money na Uganda


Em 2011, a população de Uganda era estimada em 33,8 milhões, com 87% da
população vivia nas zonas rurais. Em 2009, 65% da população vivia com menos de $ 2/dia.
Essa população é o público-alvo do Mobile Money do país, com o objetivo de oferecer
serviços financeiros, pois são limitados em recursos, segurança e acessibilidade ao
mercado (Mirzoyants, 2012).
Kyeyune, Mayoka e Miiro (2012) afirmam que o início deste novo canal foi em
2009 e teve como foco o complemento das receitas de operadoras de telecomunicação do
país, com isto houve a solução do problema da população não bancarizada de Uganda.
No país existem cinco operadores do network mobile (MNOs), que são as
operadoras de celular: MTN Uganda, Orange Uganda, UTL (Uganda Telecom), Warid
Telecom e Airtel. Com cerca de 9,9 milhões de telefones móveis cadastrados nestes MNOs
em 2010, sendo que a quantidade de cadastrados aumentou e os serviços usados são
predominantemente SMS, internet e serviço de Voz (Ndiwalana, Morawczynski, & Popov,
2010). A MTN foi a primeira empresa a lançar o serviço de m-money no país, fato ocorrido
em 2009, e continua sendo o líder de mercado (Mirzoyants, 2012).

11th CONTECSI Proceedings p.3396


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

Os mobiles money possuem similaridades em seus serviços, tais como: cash-in, ou


seja, permite que os usuários carreguem dinheiro em suas contas; possibilitam realizar
transferências para outros usuários; comprar airtime; realizar saques (cash-out); e em todas
as transações realizadas são cobradas taxas (NDIWALANA et al., 2010).
Ndiwalana et al. (2010) afirma que as divergências dos serviços ocorrem nas taxas
cobradas, em que algumas tiram automaticamente as taxas das contas dos usuários, e
outras tem uma série de recomendações sobre os tributos, mas permitem que os agentes
cobrem de acordo com a demanda do mercado; as taxas de transações também podem ser
calculadas diferentemente para usuários registrados e não-registrados.
Pela regulamentação, todos os m-money devem ter parceria com bancos, embora os
usuários não necessitem ter contas bancárias para usar os serviços (Mirzoyants, 2012).
O M-money atingiu inicialmente os migrantes pobres da zona urbana já que estes o
utilizaram para enviar com segurança uma remessa de dinheiro para suas famílias em
zonas rurais com rapidez, eficiência e de forma barata (Kyeyune et al., 2012).
Kyeyune et al. (2012) afirmam que com a compreensão do sistema as pessoas
começaram a perceber a facilidade de utilização do Mobile Money que possuía menos
burocracia em relação aos bancos e que além do benefício de mandar e receber dinheiro,
esta aplicação pode ser usada para economizar dinheiro.
Desta forma, Kyeyune et al. (2012), dizem que para que sua inclusão no sistema
fosse efetuada, a pessoa deveria ter uma Identidade, uma carta de eleitor ou de motorista e
se caso não tivesse precisaria de uma breve carta dizendo que quer ser incluso no sistema.
Em Uganda, além da função de transferência de dinheiro, este dispositivo trouxe
novas aplicações como taxas escolares e funções de pagamento de contas que têm
melhorado a produtividade nacional, economizando o tempo de trabalho das pessoas que
normalmente ficavam longos períodos de tempo em filas para pagar as taxas escolares e as
contas (Kyeyune et al., 2012).
As pessoas também utilizam o m-money como uma forma de poupança, pois se
sentiam confortáveis em deixar o dinheiro no sistema por alguns dias, e outros usuários
utilizam como uma forma de conta bancária, deixando o dinheiro em sua conta e podendo
retirar depois, podendo ser usado para negócios e pagamentos, e as famílias utilizam para
envio e recebimento de remessas de dinheiro (Mirzoyants, 2012).
De acordo com o Consultive Group to Assist the Poor [CGAP] (2010) foi
constatado que quando existem transações de valores baixos usados, existe uma redução do
custo de, em média, 38% com a transferência de dinheiro via mobile, tornando o serviço
mais barato do que quando comparada aos canais de serviços financeiros formais.
Para Kyeyune et al., como no Quênia, neste caso houve a criação dos agentes, cerca
de 1.500 agentes espalhados pelo país para este modelo, o que garante um controle maior
sobre as transações realizadas neste canal.
Para a concretização do Mobile Money deve ser considerado também o nível de
alfabetização dos usuários, pois a maioria das populações rurais pode ser analfabeta e
desconheça o funcionamento das operações do serviço (Mirzoyants, 2012).
As limitações predominam pela falta de conhecimento e compreendimento entre
usuários e não usuários em relação ao alcance dos serviços oferecidos do Mobile Money,
incluindo a conveniência que o m-money oferece nos pagamentos ou para guardar dinheiro
(Mirzoyants, 2012).
Problemas com agentes são fatores negativos aos serviços, tais como a falta de
agentes em certas regiões, principalmente na zona rural, uma vez que várias vezes não
estão no local para atender a demanda; não possuem dinheiro para atender os usuários; não

11th CONTECSI Proceedings p.3397


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

possuem e-float; há problemas com agentes que são rudes; e também existem agentes que
cobram taxas por depósitos nas contas (Mirzoyants, 2012).
Problemas tecnológicos também afetam negativamente os usuários e não usuários,
esses problemas podem ser devido ao longo tempo de espera para cadastro, falhas de
sistema, e problemas com saques de dinheiro (Mirzoyants, 2012).
Foi desenvolvido a Tabela 3 com o intuito de especificar quais foram os 5
principais fatores de sucesso para a Mobile Money na Uganda.
Tabela 3 – Fatores de Sucesso do Mobile Money na Uganda
Fatores Explicação
Quantidade de A ampla concorrência faz com que haja a busca de aperfeiçoamento dos serviços ofertados
Concorrentes aos consumidores.
A população muito carente foi o público-alvo das empresas e compreendeu o benefício
Populacional
que este canal traria.
As pessoas já transferiam dinheiro para outras pessoas, porém através de outros canais que
envolviam um custo maior; também houve muitas recomendações, que por serem de
Cultural
pessoas do grupo social do indivíduo, pode ter impactado ainda mais na quantidade de
adoções.
Facilidade em manusear e realizar transações uma vez que parte da população é
Design
analfabeta.
Facilidade de A facilidade de realizar o cadastro ajuda as pessoas a utilizarem o serviço, ou seja, existe
Cadastro uma burocracia menor.
Fonte: Tabela produzida pelos próprios autores

2.2.3. Mobile Money na Nigéria


De acordo com Ondiege (2010) na Nigéria o número de celulares passou de
3.149.500 em 2003 para 73.099.300 em 2009, onde isto só foi possível acontecer uma vez
que em 2001, de acordo com Isiaka (2010), houve a introdução do GSM (Global Satellite
Mobile) no território nigeriano.
Para Ayo, Ukpere, Oni, Omote e Akinsiku (2011), o Mobile Money terá sucesso na
Nigéria apenas se o público-alvo forem os habitantes das zonas rurais, que são analfabetos
e não têm acesso a infraestruturas básicas.
Descobriu-se que para este caso os motivos de adesão ao serviço são a aquisição de
crédito em forma de transferência de cartão recarregável para após se converter em
dinheiro, sendo que quanto maior for o nível educacional maior será o uso do celular
(Oluwatayo, 2012).
Quanto as operadoras que atuam na Nigéria, Ayo et al. (2011) afirmam que todos
os operadores de telecomunicações oferecem SMS, USSD e EDGE (Enhanced Data for
GSM Evolution) para serviços de dados (serviços de mensagens multimídia (MMS)),
Wireless Application Protocol (WAP) e internet.
De acordo com Egbuta (2013) a regulamentação da Nigéria se dá por parte do
Banco Central da Nigéria, visto que o modelo regulamentado está resumido abaixo, onde o
modelo é classificado, de acordo com o Banco Central da Nigéria [CBN] (2009) em três:
Banco focado: modelo em que o banco entrega os serviços bancários aos clientes
existentes e também aos potenciais, utilizando o celular como canal, este modelo só pode
ser implementado por uma instituição financeira autorizada a fazer depósitos (CBN, 2009).
Banco liderado: modelo em que um banco ou um consórcio de bancos, em parceria
com outras organizações, busca oferecer serviços bancários alavancando o sistema
bancário móvel. Porém este modelo é aplicável somente em um cenário onde existe
colaboração entre uma instituição financeira de captação de depósitos licenciados e uma
organização devidamente comprovada pelo banco parceiro (CBN, 2009).

11th CONTECSI Proceedings p.3398


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

Banco não-liderado: modelo permite que uma organização tenha aprovação da


CBN para prestar serviços de mobile payment. Este modelo é aplicável a qualquer
organização, porém não contempla o depósito de dinheiro via mobile (CBN, 2009).
Mas tudo isto deve estar em conformidade com um forte compliance de KYC /
AML, contra lavagem de dinheiro e terrorismo e também com este modelo tenta-se
garantir a interoperabilidade do sistema, com a facilitação na realização de remessas
internacionais (Egbuta, 2013).
Porém o Banco Central da Nigéria não tem autoridade para regulamentar as MNOs
da Nigéria e com isto conta com a cooperação da Comissão de Comunicação da Nigéria
para que os requisitos sejam cumpridos, mas de qualquer maneira, devido a burocracia do
sistema nigeriano esta cooperação não ocorre em proximidade, mas de qualquer maneira o
depósito não pode ser realizado pelas operadoras de celular, somente através de um banco
devidamente licenciado (Egbuta, 2013).
Portanto, foi elaborado a Tabela 4 com os 5 principais fatores que levaram ao
sucesso do Mobile Money na Nigéria.
Tabela 4 – Fatores de Sucesso do Mobile Money na Nigéria
Fatores Explicação
As pessoas que residiam em zonas rurais acabam ficando afastadas do sistema
Populacional
financeiro, com isto o Mobile Money conseguiu alcançar este público.
Link para outros A aquisição de crédito serviu como atributo atrativo para a adoção do Mobile
serviços bancários Money.
Devido à infraestrutura falha no âmbito financeiro, o Mobile Money surgiu para
Infraestrutura Falha
completar a lacuna existente.
Regulamentação / Modelo criado pelo Governo Nigeriano possibilitou a existência de um controle
Governo maior sobre as transações efetuadas pelo canal.
Tecnologia que dispõe de serviços como SMS, USSD e EDGE possibilitou acesso
Tecnologia
mais efetivo às funcionalidades do m-money.
Fonte: Tabela produzida pelos próprios autores

2.2.4. Mobile Money no Zimbabué


Com lançamento em 2004, o Mobile Money no Zimbabué teve como motivos para
sua criação a acessibilidade e a disponibilidade, gerando uma rápida penetração do celular
em relação aos computadores e telefones fixos, pela falta de conhecimento do novo canal
de pagamento pelo público-alvo, o m-money não teve seu retorno esperado, mesmo com a
veiculação de campanhas e também de políticas de regulamentação (Tiwari & Buse, 2007).
Para Kufandirimbwa, Zanamwe, Hapanyengwi e Kabanda (2013) os serviços mobile se
tornaram possíveis pelo fato da telecomunicação ter localização sensível no país.
A penetração de celular no Zimbabué passou de 363.700 em 2003 para 2.991.000
em 2009 (Ondiege, 2010). De acordo com Kufandirimbwa et al. (2013), aproximadamente
1,1 milhão de pessoas tem conta bancária, ou seja, apenas 9% da população.
Kufandirimbwa et al. (2013) afirmam que o Mobile Money ajudou a população do
Zimbabué a enviar dinheiro através do celular, eliminando a necessidade de terem contas
em bancos ou até mesmo pegar filas nas agências, sendo que os participantes e
stakeholders do sistema do Mobile Money incluem operadores de celulares, fabricantes de
equipamentos, reguladores, bancos, agentes, lojas do varejo, companhias utilitárias,
empregados e usuários.
Segundo Kufandirimbwa et al. (2013) a empresa Econet com o EcoCash detém uma
rede com mais de 1.000 agentes, fornecendo telefonia de celular rápida, fácil e segura para
a transferência de dinheiro, já a outra operadora citada, mas sem dados sobre o número de
agentes, é a Net One com a marca OneWallet.

11th CONTECSI Proceedings p.3399


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

Para sua utilização, necessita de um cartão SIM que utiliza a tecnologia GSM que
permite que os maiores níveis de segurança sejam alcançados e que também existem
mecanismos anti-clonagem. Já a tecnologia dos cartões SIM Application Toolkit (STK)
permitem a execução das mais variadas aplicações adicionais, com isto cabe a empresa
definir qual será a melhor aplicação (Kufandirimbwa et al., 2013).
No Zimbabué as plataformas de Mobile Money permitem que sejam realizadas
transferências de dinheiro, pagamentos de contas, airtime top up, extrato da conta e outros
pagamentos, nestes sistemas também é permitido que as empresas paguem os salários das
pessoas diretamente nas contas do celular (Kufandirimbwa et al., 2013).
O fluxo do sistema ocorre pelo cash in, ou seja, a pessoa entrega a quantia de
dinheiro para o agente em uma das lojas, sendo que este transforma esta quantia em
airtime. A pessoa que tem o airtime poderá transferir através de SMS ou USSD
dependendo da tecnologia da operadora e com isso a pessoa que receber esse airtime
poderá fazer o cash out (retirada de dinheiro) no mesmo ou em outro agente.
(Kufandirimbwa et al., 2013).
Com relação ao modelo existente, Thulani, Kosmas, Collins e Loyd (2011)
descreve que a tecnologia opera em muitos bancos com a existência de sistema host. Estes
são desenhados para permitir a troca de informações entre eles e o sistema bancário
existente. Os canais de SMS devem ser agrupados com o sistema host através de várias
formas dependendo do volume de mensagens para serem empurradas, por exemplo,
modens simples ou linhas alugadas.
Adagunodo, Awodele e Ajavi (2007) afirmam que o existem duas formas do SMS
ser categorizado. A primeira é o modelo Push é enviado uma mensagem para a aplicação
(Servidor SMS) para o celular. Dentre os seus serviços incluem, o relatório periódico do
saldo da conta (salários e créditos na conta), grandes valores de saques em ATMs, uma
única vez é solicitado a autenticação da senha.
Já para o modelo Pull deve-se mandar um pedido e receber uma resposta, portanto é
um cenário completo (e duplo) onde um usuário envia um pedido para a aplicação SMS
Banking e a aplicação responde com a informação necessária. Para tanto este serviço
inclui: a consulta de saldo na conta, as transferências entre contas do próprio cliente, de
uma poupança para uma conta corrente e também pagamentos de contas eletronicamente.
(Adagunodo et.al, 2007).
Com isto, os 5 principais fatores que levaram ao sucesso do Mobile Money no
Zimbábue foram:
Tabela 5 – Fatores de Sucesso do Mobile Money no Zimbábue
Fatores Explicação
No país há poucas agências bancárias o que dificulta o acesso geograficamente, com isto
Infraestrutura
o m-money serviu para reduzir estas distâncias através dos agentes e das transferências
Falha
person to person.
Já realizavam as transferências e transações monetárias, porém através de agências
Cultural
bancárias.
A tecnologia no país dispõe de redes com serviços como SMS e USSD, o que garantiu a
Tecnologia
execução do m-money.
Outros serviços A possibilidade de realizar pagamentos de contas ajudou na maior utilização do m-
que agregam money no país.
Facilidade de Com a redução de fatores burocráticos a adesão foi acentuada, no qual é necessário
Cadastro apenas adquirir o cartão SIM da operadora para fazer parte do sistema.
Fonte: Tabela produzida pelos próprios autores

2.2.5. Mobile Money no Paquistão

11th CONTECSI Proceedings p.3400


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

Feroze e Basharat (2011) descreveram o método utilizado para transferências de


dinheiro por mensagens SMS em aparelhos mobile, como sendo um novo mercado no
Paquistão. De acordo com McCarty (2013), a companhia de telefonia Grameenphone
observava um mercado maturo e que não estava mais crescendo em 2007, e que viu uma
boa oportunidade de crescimento com o lançamento de serviços financeiros através do
mobile, e assim, fizeram parcerias, como por exemplo, com o Banco Tameer.
De acordo com McCarty (2013), outra parceira foi com a Telenor que ocorreu pelas
forças que a empresa possuía, tais como alcance, com mais de duzentos mil pontos de
vendas do airtime, onde haveria somente custos fixos, principalmente de transferências de
baixos valores, também existia a marca forte no país transmitindo confiança aos usuários, e
uma grande base de dados, cerca de 21 milhões de consumidores.
A oportunidade de mercado se baseava nos dados de que cerca de 35% da
população adulta utilizava métodos informais para guardar e transferir dinheiro. Com
estimativa de 60 milhões de pessoas não bancarizadas que recebem dinheiro e que eram
acessíveis a Telenor eram seus potenciais clientes (McCarty, 2013).
Foram desenvolvidos quatro tipos de serviços bancários e de transferências de
dinheiro para mobile: (1) MMO (Mobile Money Order) envia e recebe instantaneamente a
ordem de transações de dinheiro para 37 cidades do país; (2) Mobilink Ginie é uma
solução para mobile com serviços básicos, como pagamento de contas, recargas de
celulares, na qual eram realizadas por cartões de crédito; (3) Orion (UBL Omni) é uma
carteira mobile cujo serviço baseia-se em compras por pagamento pré-pago, pagamento de
utilidade e contas de mobiles, ele compartilha o dinheiro por SMS e com a rede GSM; (4)
EasyPaisa é o serviço mais conveniente para a população da classe mais empobrecida e
com o método mais fácil de transferir dinheiro (Feroze & Basharat, 2011). Dentre os
serviços oferecidos, para Feroze e Basharat (2011) por mobile seriam a transferência de
dinheiro via CNIC (transferência pessoa a pessoa), transferência de dinheiro via contas
(transferência conta a conta), pagamentos de boletos, depósito e saques de dinheiro,
pagamento de compras e remessas internacionais.
Foi determinado que a Telenor seria responsável por liderar o marketing, branding e
a distribuição, enquanto o Banco Tameer seria responsável pela operação, gerenciamento
de riscos, análises e gerenciamento da liquidez. As outras áreas, como desenvolvimento de
produto e tecnologia seria compartilhado entre os parceiros (McCarty, 2013).
As regulamentações para bancos sem agências foram criadas em 2008, a UBL
observou a oportunidade para aumentar sua tecnologia em suas plataformas e lançar seu
serviço de Mobile Money, a UBL Omni (McCarty, 2013).
A UBL Omni, que também é considerado um case de sucesso, sendo o segundo
banco privado mais extenso, com mais de 1.300 agências e três milhões de clientes de
varejo, $7,5 bilhões em ativos e com 10% do market share em depósito em 2012
(MCCARTY, 2013). A Omni permitia que seus clientes realizassem pagamentos de contas
sem receita e o envio de dinheiro para amigos e família no país, através de agentes,
conhecidos como Omni Dukans (Bold, 2011).
De acordo com Bold (2011), o sistema oferecia serviços para acessar a conta
através do mobile, por SMS ou WAP e cartões. Existiam diferentes planos para usufruir
tais serviços, o Mobile Money cobrava taxas semanalmente, mensalmente, anualmente ou
no momento da transação.
O público alvo eram as famílias de baixa renda, assim, desenvolveu um novo
modelo de negócio. Em 2010, lançou seu sistema, com foco no pagamento G2P
(government to people) com o programa World Food e a Assistência de Renda (McCarty,
2013).

11th CONTECSI Proceedings p.3401


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

McCarty (2013) afirmou que em 2012, o sistema realizou mais de cem milhões de
transações com rendimento de mais de US$1,4 bilhão, através de 5 milhões de usuários,
sendo considerado um grande case de sucesso pela GSMA Mobile Money Sprinter em
2012.
Os serviços devem possuir um nível mínimo de segurança requisitado pelo Banco
do Estado do Paquistão aos canais usados por sistemas de comunicação mobile como
USSD, SMS, SAT e WAP; a autenticação de clientes e serviços deve possuir segurança
através do PIN e MSISDN; a mensagem criptográfica requerida no nível da aplicação
exige a segurança aplicada em 128 bits utilizando algoritmos simétricos ou assimétricos
como o PKI (Public Key Infrastructure); a responsabilidade / não repúdio exige que todos
os registros de transações financeiras e não financeiras devem ser guardadas seguramente
pelo FI (Feroze & Basharat, 2011).
Bold (2011) analisou desafios e oportunidades para o Mobile Money no Paquistão,
tendo como desafios: ganhar confiança e credibilidade dos consumidores através do
network de seus agentes; alcançar a viabilidade comercial sem o subsídio do governo,
assim, a empresa deve oferecer outros serviços que possam gerar um bom relacionamento
com seus consumidores e consequentemente um retorno através de taxas; evitar fraudes e
abusos, já as oportunidades abordadas foram: o banco do Estado do Paquistão tornou
comercialmente viável os bancos sem agências; o modelo G2P com canais sem agências
pode gerar mais receita; existência de um grande potencial de crescimento e a rápida
adoção de usuários novos.
As classes média e baixa do país utilizam demasiadamente os serviços de
transferências de dinheiro através do mobile banking. Essas classes utilizam o Telenor
EasyPaisa cerca de dezessete bilhões de rupees (moeda local) foram transferidos em dez
milhões de transações desde 2010. Nesta análise estão inclusos os pagamentos de contas e
remessas por transferências de dinheiro (Feroze & Basharat, 2011).
No final de 2012, o EasyPaisa realizou cerca de cem milhões de transações,
gerando um rendimento de US$ 1,4 bilhão para a empresa (McCarty, 2013).
O sucesso também se deve à rápida expansão territorial nacional com boa
performance através do canal GSM e seus parceiros no negócio de Mobile Money
(McCarty, 2013).
Desta forma, desenvolvemos a tabela 6 com o intuito de mapear os 5 principais
fatores que levaram ao sucesso do Mobile Money no Paquistão.
Tabela 6 – Fatores de Sucesso do Mobile Money no Paquistão
Fatores Explicação
Regulamenta- O Banco do Estado do Paquistão foi flexível ao ajustar as regulamentações necessárias para
ção / Governo a criação e funcionamento no país.
Cultural As pessoas já utilizavam outros canais para realizar as transferências financeiras.
A população de baixa renda se caracterizou por ser o foco do modelo de negócio e não
Populacional
houve perda deste foco durante a aplicação do projeto.
O governo instaurou o programa com foco em assistência à população carente, o que
G2P
contribuiu para disseminar ainda mais o m-money no país.
O desenvolvimento da tecnologia necessária que inseriu a possibilidade dos quatro tipos de
Tecnologia
serviços bancários existentes no país.
Fonte: Tabela produzida pelos próprios autores

2.2.6. Mobile Money em Filipinas


O mobile money em Filipinas iniciou devido a duas empresas operadoras de
networking mobile (MNOs), com o apoio do banco central. Este canal reduziu os custos de

11th CONTECSI Proceedings p.3402


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

transferências bancárias, visto que as remessas representam 10% do PIB nacional. Além de
ajudar na parte financeira do país, também ajudou na inclusão de locais com pouca
densidade demográfica e com falta de infraestrutura (Zephirin & Basu, 2012).
De acordo com Zephirin e Basu (2012), o desenvolvimento deste sistema de canal
para fluxos de transferências monetárias ocorreu por alguns motivos, como limitação do
acesso financeiro por bancos formais, no qual em 2006, Filipinas possuía poucos caixas
eletrônicos, cerca de 7.100, entretanto, possuía 17 milhões de pessoas que realizavam
depósitos bancários, evidenciando a escassez dos serviços dos bancos e a solução da época
foi um serviço de “coletor”, no qual uma pessoa oferecia o serviço de ir de ilha em ilha
pegando as contas a pagar das pessoas e ir ao banco, recebendo uma comissão pelo
serviço.
O outro motivo foi a necessidade da população de realizar o envio de dinheiro para
casa de forma mais fácil, pois muitos trabalhadores enviavam remessas de dinheiro para
casa, pois muitos trabalhavam em ilhas diferentes de suas casas, conhecidos como OFWs
(Overseas Filipino Workers) e cerca de $18 bilhões de dólares foram enviados pelos OFWs
às suas casas em 2008, representando cerca de 11% do PIB do país. Cerca de 75% da
população de Filipinas detêm mobile phone e utilizam para envios de mensagens todos os
dias (Zephirin & Basu, 2012).
Para Roman (2009) os consumidores potenciais são cerca de 93% dos filipinos não
bancarizados que recebem suas rendas em dinheiro e predominantemente guardam
dinheiro de modo informal, como por exemplo, guardar dentro da casa.
De acordo com Roman (2009), 52% dos usuários utilizam o serviço apenas 2 vezes
por mês, 40% dos usuários utilizam cerca de 4 vezes por mês, sendo estes considerados os
heavy users.
Zephirin e Basu (2012) afirmam que os serviços de Mobile Money foram iniciados
pelas maiores companhias de telecomunicações (Smart Communcation e Globe Telecom),
com o apoio do Banco Central da Filipinas (BSP), que permitiu que a inovação tecnológica
se adequasse as regulamentações de segurança tanto para os consumidores quanto para os
sistemas bancários, integrando-se com os sistemas de operações de pagamentos mobiles.
Roman (2009) também afirma que as duas empresas foram pioneiras no Mobile Money do
país, pois viram a quantidade de pessoas que não possuíam contas bancárias, mas possuíam
dispositivos mobile. Já a GSMA [n.d.] considera esses 3 players como “chave” do sucesso
do sistema implementado no país, porque foram responsáveis pela tecnologia,
regulamentações, operações e o desenvolvimento.
De acordo com a GSMA [n.d.], o BSP (Banco Central da Filipinas) permitiu que as
duas companhias de telecomunicação utilizassem modelos diferentes de negócios como
teste. Estas companhias criaram seus próprios Mobiles Money, a Smart Communication
criou o Smart Money e a Globe Telecom criou o GCash (Zephirin & Basu, 2012).
O Smart Money foi lançado em 2000, sendo um cartão de pagamento recarregável,
que poderia ser acessado por um smartphone ou pelo cartão da MasterCard, que era um
cartão similar ao cartão de crédito e débito (Zephirin & Basu, 2012).
Os parceiros dos bancos que possuem o Smart Money são responsáveis por suas
contas e também pela aprovação de segurança ao Banco Central. Os clientes do Mobile
Money podem realizar os seguintes itens: recargas no pré-pago, pagamento de contas,
transferências de fundos, pedido de talão de cheque, consulta de saldo e outros serviços de
transações que possam realizar em caixas eletrônicos (Zephirin & Basu, 2012).
Já o GCash foi lançado em 2004 sem a cooperação de bancos, este Mobile Money
permitia que os usuários tivessem uma carteira eletrônica, cujos pagamentos eram
realizados através de SMS entre os usuários do GCash (Zephirin & Basu, 2012).

11th CONTECSI Proceedings p.3403


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

Um agente registrado pelo BSP, possui a responsabilidade das contas do GCash e


das informações das transações. Os consumidores colocam o Mobile Money em suas
contas através deste agente (Zephirin & Basu, 2012).
A GSMA [n.d.] afirma que este modelo não necessita de contas bancárias e nem de
cartões, sendo considerado um facilitador das transações de dinheiro através de SMS ou
pelo cartão SIM e atribui as diferenças entre os dois em termos de Cash in e Cash out em
Centro de negócio global, casa de penhores dos agentes, parceiros bancários, agentes de
remessas não bancários, ATMs para o GCash, e para o Smart Money ATM, agências
bancários, Centro Smart Money, agentes não bancários.
A GSMA [n.d.] afirma que o Mobile Money nas Filipinas não necessita de uma
conta bancária, somente um cadastro com o mobile permite que os clientes façam
depósitos, saques e compras através do dispositivo, transferências de créditos P2P (person
to person) e até transações internacionais.
De qualquer maneira Zephirin e Basu (2012) afirmam que existem riscos ao
oferecer serviços financeiros para não bancarizados, sendo caracterizados como: riscos de
crédito a fato de haver possibilidade de alguém não receber o dinheiro que deveria receber
de outra pessoa; os riscos operacionais que seriam possíveis erros nos processos devido a
problemas de sistema; os riscos legais, onde as leis podem ser alteradas de acordo com o
tempo, porque os agentes regulamentadores não possuem leis exatas e ainda não estão
consolidadas, devido à grande inovação do Mobile Money; os riscos de liquidez:
possivelmente os agentes varejistas não terão caixa suficiente para atender aos pedidos de
retirada dos consumidores; os riscos inerentes à reputação que referem-se a imagem dos
bancos será afetada negativamente caso os agentes varejistas não satisfaçam as
necessidades dos consumidores; quanto a proteção ao consumidor; e por fim riscos contra
lavagem de dinheiro e combate a financiamentos terroristas (AML/CTF) que podem ser
combatidos com regulamentações através de agentes que vigiam as contas, principalmente
as contas suspeitas (Zephirin & Basu, 2012).
De qualquer maneira o Mobile Money reduziu os custos no canal de transferências
de remessas de dinheiro, por exemplo uma transferência de US$ 300 em transações não
bancárias custam cerca de US$ 2,50, enquanto a transferência feita por mobile, custa
apenas US$ 0,50 (Zephirin & Basu, 2012).
Para a GSMA [n.d.], o sucesso ocorreu devido ao aumento do uso dos aparelhos
móveis, especificamente na utilização do SMS para realizar transações, devido as baixas
taxas de transações e por ser mais simples.
A tabela 7 foi desenvolvida com os 5 principais fatores que levaram ao sucesso do
Mobile Money nas Filipinas.
Tabela 7 – Fatores de Sucesso do Mobile Money nas Filipinas
Fatores Explicação
Infraestrutura Como as Filipinas são formadas por diversas ilhas, as agências eram de difícil acesso para
Falha a população.
As pessoas já realizavam a transferência de dinheiro para suas respectivas casas sendo que
Cultural
também houve ascensão do uso de celulares.
A grande parte da população, quase a totalidade, não era bancarizada, o que apresentou
Populacional
uma grande oportunidade para as empresas inserirem o projeto.
Regulamenta-
O Banco Central de Filipinas foi flexível para permitir a inserção deste novo canal.
ção / Governo
Com o suporte do Banco Central foi possível desenvolver a tecnologia necessária para o
Tecnologia
sucesso do mobile money.
Fonte: Tabela produzida pelos próprios autores

11th CONTECSI Proceedings p.3404


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

2.2.7. Mobile Money em Fiji

Na região da Melanésia, o primeiro Mobile Money lançado foi em Fiji (Cave 2012).
De acordo com International Telecommunication Union [ITU] (2004), em 2002 a
população em Fiji era de 820.000 pessoas, com 93.583 assinaturas de celulares, sendo 91%
deles pré-pagos, no qual a saturação estava perto de acontecer, uma vez que os níveis de
tarifas e custos estavam altos. Cave (2012) afirma que aproximadamente 60% da
população que vive nas ilhas do Pacífico tem acesso a um aparelho celular e isto continua a
crescer com o tempo.
Para aumentar a taxa de penetração de celulares, a companhia Vodafone está
incentivando a instalação de bases de estações em áreas rurais do país. Harorimana,
Rokotuinivono, Sewale, Salaiwai, Naulu et al. (2012) relata que as áreas rurais são
estratégicas, pois reduzirá os gastos da população com transporte e poderá enviar e receber
dinheiro com maior facilidade.
O Mobile Money aplicado em Fiji teve como exemplo os países africanos, e houve a
intenção de diminuir a exclusão financeira existente no país (Harorimana et al., 2012).
Cave (2012) diz que a revolução na tecnologia de informação e comunicação poderá trazer
impactos maiores, principalmente no âmbito democrático e no desenvolvimento da região.
O lançamento do Mobile Money em Fiji ocorreu em julho de 2010 pela empresa
Digicel, que ofereceu um leque de serviços financeiros aos consumidores, incluindo, por
exemplo, a capacidade de transferência de dinheiro para amigos e familiares em todo o
país (Cave, 2012).
No entanto, para Menon (2011), o primeiro Mobile Money no país foi da Vodafone,
que iniciou as atividades em junho de 2010 e inicialmente tinha o intuito de ser um veículo
para o desembolso de empréstimos e reembolsos de instituições de microfinanças através
de seus celulares, porém a utilidade principal foi a utilização do mesmo para enviar
dinheiro para outras pessoas e com isto houve a acessibilidade de pessoas que antes não
eram bancarizadas.
Harorimana et al. (2012) dizem que nem Vodafone nem a Digicel realizam
remessas internacionais, pois ainda não foram aprovadas pelas instâncias do país, mas um
cliente da Vodafone pode enviar e-float para um cliente da Digicel ou vice versa uma vez
que existe o suporte entre as duas operadoras.
A Digicel permite que os clientes façam pagamentos p2p, carreguem seus celulares,
paguem suas contas celulares (Flood, West & Wheadon, 2013).
A tabela 8 foi desenvolvida com os 5 principais fatores que levaram ao sucesso do
Mobile Money em Fiji.
Tabela 8 – Fatores de Sucesso do Mobile Money em Fiji.
Fatores Explicação
Sendo um país escassamente povoado e os indivíduos vivendo em áreas rurais, sofriam
Populacional
com a alta taxa de desemprego e a falta de educação, sendo o público alvo do m-money.
Aumento da penetração de celulares no país proporcionou possibilidade de atingir a
Cultural
população excluída financeiramente.
Tecnologia que fez com que fosse possível alcançar a população que residia em zonas
Tecnologia
rurais.
Telecomuni-cação Houve redução dos preços e com isto aumento na adesão de celulares.
Outros serviços
Conseguir realizar pagamentos de contas também foi atrativo para a população.
que agregam
Fonte: Tabela produzida pelos próprios autores

11th CONTECSI Proceedings p.3405


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

2.2.8. Comparação dos atributos para o sucesso dos Mobile Money


A partir das tabelas desenvolvidas com os 5 principais fatores de sucesso de cada
mobile money, foi desenvolvido a Tabela 9 com a visualização geral dos principais fatores
para compará-los entre os países:

Tabela 9 – Comparação dos Fatores de Sucesso dos Mobiles Money estudados


Tabela Comparativa dos Atributos dos Mobiles Money
Ugan- Zimbá- Paquis- Filipi-
Fatores Quênia Nigéria Fiji
da bue tão nas
Cultural
Infraestrutura Falha
Regulamentação /
Governo
População
Tecnologia
Cobertura de Agentes
Outros serviços que
agregam
Quantidade de
Concorrentes
G2P
Link para outros
serviços bancários
Design
Facilidade de Cadastro
Telecomunicação

Fonte: Tabela produzida pelos próprios autores


Vale ressaltar que estes não são os únicos fatores que podem ser ditos como fatores
de sucesso do Mobile Money, pois outros fatores como a segurança que era garantida o que
forneceu maior credibilidade para os consumidores ou remessas internacionais que
possibilitou que houvesse transferência monetária para outros países, ajudaram a
disseminar o mobile money. Desta maneira, a intenção foi fornecer maior destaque para os
5 principais fatores de cada projeto para termos uma mensurabilidade melhor de quais
foram as mais observados.
Portanto, é possível notar que o fator que recebeu maior enfoque foi o Cultural, ou
seja, as pessoas já realizavam a transferência envio de dinheiro para parentes, por exemplo.
Após aparecem os fatores Populacionais e Tecnológicos, o que demonstra que havia
público para atender a oferta proposta bem como tecnologia capaz de suportar a realização
de determinadas ações. Outro fator que deve ser levado em consideração é a
Regulamentação / Governo uma vez que se mostrou importante para a implementação e
funcionamento do Mobile Money em diversos países.
Com isto, ao ser criado um novo mobile money deve-se enfocar nos atributos da
Tabela 9, sem esquecer que com isto cada país tem sua peculiaridade e o que pode ser tido
como importante para um, como por exemplo, G2P pode não servir como fonte de
principal adesão em outro país.

11th CONTECSI Proceedings p.3406


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

3. Caso Brasil
A seguir será apresentado o único caso brasileiro de Mobile Money atual, que é o
Zuum.
Porém, antes é importante ressaltar que a Paggo não é um mobile money e sim um
mobile Payment pois de acordo com o IFC (2011 b) a empresa refere-se apenas às
transações através de terminais eletrônicos padronizadas no mercado, sendo uma solução
do e-commerce e PDV. E com isto, não é o foco deste trabalho.
Desta maneira a Zuum é a única empresa de Mobile Money em atividade no Brasil,
porém como seu lançamento é recente não há artigos acadêmicos sobre o tema, portanto,
iremos sintetizar a sua funcionalidade através de notícias veiculadas na mídia.
De acordo com a revista Exame (2013) a Zuum surgiu com a parceria da Vivo e
MasterCard em maio de 2013, com isto os clientes da operadora Vivo cadastrados neste
sistema poderá realizar a transferência de dinheiro entre usuários e consultar saldo através
de seus celulares.
De acordo com o site da Zuum (2013) o consumidor também recebe um cartão pré-
pago e pode usar nos estabelecimentos conveniados com a bandeira MasterCard mas não é
necessário ter conta em banco.
O serviço também permite o pagamento de conta de água, luz, telefone e televisão
por assinatura, e também é possível sacar o dinheiro da conta pré-paga em ATMs (Zuum,
2013). Atualmente o sistema já conta com mais de 130 mil pessoas cadastradas no sistema
(Terra, 2013). Uma das novidades que não aparecem em outros casos de Mobile Money e
que de acordo com a Zuum (2013) as tarifas são convertidas em bônus no celular.

4. Modelo para o Mobile Money para atender as necessidades no Brasil


Após a realização do estudo de caso múltiplo, através de cases internacionais e
nacionais, e também baseado em dados secundários, iremos apresentar um novo modelo de
Mobile Money com aplicabilidade no Brasil com o canal de transferência via celular
através de benchmarking e adequando-se as características culturais e populacionais.
O canal de transferências e movimentações financeiras através de dispositivos
móveis inovou o mercado mundial com novas tecnologias, leis regulamentadoras e
comportamento das pessoas e com isto sua aplicabilidade no Brasil será de extrema
importância para atingir o público sem acesso financeiro no país.
Para a Anatel (2013) a tendência é de que a penetração de celular aumente ao longo
dos anos, sendo assim, o alcance de pessoas com celular no país por parte das empresas de
Mobile Money será ainda maior.
Nosso modelo de Mobile Money será baseado em uma joint venture entre várias
empresas que possuem seus core business, com o objetivo de atender as necessidades do
público-alvo, porém em algumas ocasiões serão apontados as vantagens de desenvolver
determinada atividade internamente, de qualquer maneira deve-se analisar qual é a melhor
opção para a empresa de Mobile Money uma vez que se integrar-se verticalmente
assumindo todas as etapas pode ser vantajoso como também pode trazer implicações, como
por exemplo de logística e de custo.
A criação de lojas específicas para isto se faz extremamente necessário, ou seja,
seriam lojas da marca do Mobile Money criadas com o intuito exclusivo de realizar tais
funções, em teoria, a criação destas lojas teria um custo menor do que a construção de uma
agência bancária.
Nestas lojas existirão agentes para realizar o controle e fluxo do dinheiro. Para
melhorar este fluxo e ter maior controle sobre as ações, o ideal é criar 3 modelos de

11th CONTECSI Proceedings p.3407


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

agentes, parecido com o modelo apresentado no Quênia, cujo agente principal será o
responsável por se estabelecer nas lojas físicas, garantindo ao consumidor o cash-in e o
cash-out. Já o segundo modelo de agente deverá ser o fiscalizador, uma vez que deverá
gerenciar os agentes, o dinheiro e os saldos e-float, pois com isto haverá maiores garantias
que não ocorrerão lavagens de dinheiro ou financiamentos de grupos terroristas, e portanto
irá ter contato com a empresa de Mobile Money para apresentar os resultados existentes.
Por fim o último agente, o chamado agente Master, será o responsável pela integração com
o Banco Central, realizando toda a verificação das normas impostas por este e também irá
comercializar o e-float com a empresa de Mobile Money. Com isto, o único agente a ter
contato com o consumidor final é o que está localizado nas dependências físicas da loja.
Para que cada um destes agentes recebam suas comissões haverá o Responsável
pela Gestão, que além da distribuição destas comissões que levará em conta o desempenho
de cada loja, realiza a gestão de liquidez, ou seja, torna disponível o dinheiro existentes nas
lojas.
Como o Banco Central [BACEN] (2013) afirma que o Banco do Brasil detém a
maior cobertura de mercado dos bancos, iremos optar por utilizar por este banco como
parceiro, com 5.416 agências bancárias e 13.844 postos de atendimento, tendo, com isto, a
maior amplitude de alcance das regiões no país, com isto juntamente com as lojas do
Mobile Money as pessoas poderiam utilizar os ATMs e caixas do Banco do Brasil para
realizar o cash-out, portanto a parceria com um banco visa aumentar o volume de possíveis
transações. Sabendo que o Banco do Brasil tem o maior Market share, isto pode implicar
em conseguir aumentar ainda mais o público uma vez que quem não utilizar o banco
poderá ter acesso a seus serviços, como por exemplo, empréstimos e microsseguros
móveis.
Outro fator preponderante para a escolha de um banco é a criação de reserva de
dinheiro, uma vez que a empresa armazenará o dinheiro das pessoas. Com isto a empresa
de Mobile Money terá seu retorno financeiro através da aplicação deste dinheiro, ou seja,
será através da rentabilidade que o mesmo trará.
Com relação às adquirentes, a necessidade se deve ao fato de ter o know how de
realizar as transações, com isto, a mais indicada seria a Cielo, que de acordo com a revista
Istoé Dinheiro (2013) contempla a maior parte do mercado nacional e é controlada, entre
outros, pelo Banco do Brasil, ou seja, realizar uma parceria com uma empresa poderia
implicar realizar com a outra e conseguir um poder de barganha melhor.
Já as bandeiras serviriam para realizar a tecnologia que o Mobile Money
necessitaria, principalmente em relação ao público consumidor, com isto a parceria poderia
também criar o cartão pré-pago e distribuir ao público que terá a conta no Mobile Money,
ou seja, irá conseguir ampliar os serviços financeiros disponíveis às pessoas.
Porém como todo enfoque é na operadora de celular, o ideal é ter uma empresa
própria de operadora de celular para realizar a construção de marca, porém caso não seja
possível construir, visto que para isto é necessário investimento para a construção de torres
por exemplo, é possível comprar redes de telefonia de determinada operadora, porém o
valor pode variar de acordo com as negociações feitas.
Caso a opção seja uma parceria com alguma operadora, deve-se optar pela
companhia que possui o maior share em celulares pré-pagos, onde em teoria estariam as
pessoas que não tem acesso a serviços financeiros, devido aos planos de serviços
oferecidos. Portanto, a mais indicada para fazer parte da joint venture seria a MNO TIM,
uma vez que, de acordo com a Teleco (2013 c) é líder em share no pré-pago com 28,81%
das pessoas com celulares, sendo que dentro de sua base de clientes 84,22% tem celulares

11th CONTECSI Proceedings p.3408


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

pré-pagos que representam mais de 60.000.000 de celulares, que é maior do que a


população de países pesquisados como o Zimbábue, por exemplo.
Conforme demonstrado no Mobile Money do Zimbábue, a tecnologia que deve ser
usada para a troca de informações e confirmações de sucesso na transferências eletrônicas
é a USSD que é mais rápida e mais rentável do que a tecnologia SMS. Ao realizar qualquer
tipo de ação no Mobile Money a pessoa já recebe uma mensagem de retorno informando
que a transação foi efetuada com sucesso, já a segunda parte da ação receberá também uma
mensagem instantânea informando que está recebendo determinada quantia de dinheiro,
por exemplo.
Portanto, no modelo de Mobile Money do Brasil deverá ter o cash in, ou seja,
permitirá que os usuários carreguem quantias de dinheiro, possibilitará que as pessoas
realizem transferências para outras pessoas através do celular, bem como o cash out, que é
o fato de retirar o dinheiro.
Com relação às tarifas existentes, pode-se copiar o que foi feito na Zuum no Brasil,
ou seja, é realizado a cobrança pela transferência monetária, que é menor do que a cobrada
pelos bancos, porém este dinheiro é revertido em bônus para o celular em forma de
créditos, por exemplo, este caso apesar de já estar presente no Brasil, não foi visto em
nenhuma outra ocasião e traz mais benefícios às pessoas.
Para ter uma disseminação melhor do serviço deve existir a opção das pessoas
transferirem dinheiro para contas que não fazem parte da marca do modelo proposto, ou
seja, como no Brasil atualmente existe o Zuum, deve-se permitir que sejam realizadas
transferências para esta marca, e vice-versa. Isto já ocorre nos outros modelos de Mobiles
Money no mundo, sendo que a transferência para outras marcas implica em uma taxa
cobrada maior, ou seja, neste caso de ter uma taxa maior esta quantia a maior não será
revertida em bônus de celular.
Para garantir que o sistema não será usado para lavagem de dinheiro ou
financiamento de terroristas o Mobile Money deve seguir um rigoroso compliance KYC /
AML. Com isto, deve-se criar a opção de remessas internacionais para que as pessoas
possam enviar dinheiro para outros países também. Portanto deve ter um acompanhamento
das movimentações das contas bem como restrição na abertura das contas.
Porém, a abertura da conta não pode ser como de uma conta em banco visto que
existe muita burocracia, para isto, de acordo com o Mobile Money do Quênia, a melhor
opção é solicitar a menor quantidade possível de documentos, portanto a abertura da conta
deve ser feita exclusivamente nas lojas do Mobile Money e precisará apenas da Identidade
e o preenchimento de um questionário oficial, ou seja, não será necessário comprovar a
renda.
A empresa de Mobile Money também deverá oferecer opções de microsseguro
móvel e GP2, uma vez que levará mais serviços às pessoas e fornecerá a opção do governo
também realizar transferências para estas pessoas, como por exemplo no caso do programa
governamental Bolsa Família.
Quanto ao layout da aplicação no celular, deve ser o mais simples possível, porém,
focando na usabilidade dos usuários, com isto o desenho existente da Safaricom é o ideal
para isto, ou seja, ao entrar na aplicação deve existir as opções: Enviar dinheiro, Retirar
dinheiro, Comprar Airtime, Pagar contar, Retirar no ATM e minha conta. Isto é
fundamental uma vez que as pessoas precisam entender facilmente o significado destas
coisas, portanto as funções devem ser simplórias e fáceis de entender.
Desta maneira no Mobile Money o princípio da equidade se faz importante, uma
vez que de acordo com Coughlan, Anderson, Stern e El-ansary (2002) é adequado
recompensar cada membro de canal de acordo com o valor que esse membro cria no canal,

11th CONTECSI Proceedings p.3409


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

ou seja, a remuneração deve espelhar as participações normativas nos valores de cada


membro do canal.
Outra parceria que poderia ser feita é com empresas que fabricam aparelhos de
celulares, para que sejam desenvolvidos celulares a preços baratos e com as funções
simples de um celular, receber e realizar mensagens e ligações, ou seja, os chamados candy
bar phones que são os aparelhos básicos que poderiam ampliar ainda mais a penetração de
celulares no país, principalmente para as pessoas que não tem dinheiro para adquirir um
celular.
De qualquer maneira, no início a empresa pode utilizar como estratégia apenas o
Mobile Money, porém para agregar valor ao serviço pode-se inserir a comunicação no
Mobile payment com os serviços de pagamentos de contas de luz e água, por exemplo, uma
vez que primeiro precisa conscientizar a população da função básica e como isto trará
benefícios à mesma.
Para melhor exemplificar, o Mobile Money não é um banco, apesar de poder
substituir as contas bancárias não oferece rentabilidade aos usuários, ou seja, não haverá
juros para os usuários finais, sendo que um fato que não pode ser caracterizado como
banco é a venda do airtime para os usuários finais, que funciona no cash-in.
De qualquer maneira este canal poderá ser utilizado tanto pela população
bancarizada quanto pela não bancarizada, ou seja, não haverá restrições para as pessoas
abrirem uma conta, só bastará ter o SIM Card da operadora e se cadastrar em uma das
lojas.
Portanto, foi desenvolvido o fluxo abaixo para tentar demonstrar como deve ser
realizada cada ação dentro do Mobile Money proposto para o Brasil, onde o Mobile Money
Brasil é empresa a ser desenvolvida e o joint venture é formado pelo banco, operadora de
celular, bandeira, adquirente, fabricante de aparelho de celular.

11th CONTECSI Proceedings p.3410


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

Figura 2 - Modelo do Fluxo do Mobile Money no Brasil. Modelo produzido pelos próprios autores.

11th CONTECSI Proceedings p.3411


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

De qualquer maneira, existem aplicações que não foram vistas nos cases e que
são oportunidades para modelos de negócios no cenário atual e visando o futuro
econômico-social do país. Com isto a aplicação a seguir servirá, principalmente, quando
a porcentagem de penetração de smartphones for maior do que os demais celulares.
O Brasil é um país onde as pessoas utilizam muito a internet, ficando muitas
horas por dia navegando por redes sociais, blogs, internet banking e acessando
conteúdos informativos. Visto que apenas a rede social Facebook possui um banco de
dados de 76 milhões de brasileiros, e que 57,9% dos brasileiros utilizam dispositivos
mobiles para se conectarem a rede social (Folha de São Paulo, 2013), assim,
observamos uma oportunidade do Mobile Money ocorrer via redes sociais.
Como inovação do Mobile Money, a adoção das redes sociais ao serviço é
atrativa uma vez que as pessoas poderão enviar dinheiro mais facilmente para outras
que já estão conectadas na mesma rede, portanto a rede social que deverá ser criada tem
que ser específica da marca do Mobile Money, assim a empresa irá aproximar as pessoas
que se conhecem tornando mais rápido e fácil para transferir dinheiro, uma vez que o
número de celular já estará cadastrado e também aparecerá a foto da pessoa que
receberá o dinheiro, garantindo, assim, que a pessoa não irá digitar erroneamente o
número de celular.
Com isto o e-float funcionará similar ao do Mobile Money tradicional, com esta
inovação da rede social também será possível retirar o dinheiro através dos ATMs. A
estratégia é a possibilidade de adicionar pessoas nesta rede social sem que estas tenham
o Mobile Money da marca, com isto irá aproximar estas pessoas e mostrar os serviços
existentes, portanto esta pessoa poderá realizar o cash out, porém se não estiver
cadastrado não poderá realizar o cash in, o que pode gerar maior interesse por parte
desta demanda não atingida até então.

5. Conclusão
Com o presente estudo foi possível entender o funcionamento do Mobile Money
em diversos países bem como verificar que no Brasil esta prática tem as ferramentas e a
possibilidade de ser executada com sucesso.
Com isto, o fato de se conseguir alcançar a população que antes não tinha acesso
financeiro é atrativo a todos os setores do país uma vez que irá contribuir para a
inclusão destas pessoas bem como realizar um fluxo maior de movimentações do
dinheiro ao redor do território nacional.
Foi foi possível entender como é o funcionamento do Mobile Money em outros
países para que com isto fosse possível identificar as melhores práticas e adaptá-las ou
inseri-las no contexto do Brasil.
Contudo, o modelo proposto foi através de uma joint-venture entre empresas que
detém grande expressão no mercado nacional, porém para o sucesso do Mobile Money
todas devem ter o foco em conseguir ajudar a população carente.
Desta forma, o Mobile Money se apresenta como sendo um canal poderoso para
a inclusão financeira das pessoas ao redor do mundo bem como uma ferramenta que
auxilia na diminuição dos custos para as pessoas uma vez que se o indivíduo morar
longe de uma agência bancária, por exemplo, não precisará mais gastar dinheiro e
tempo para se deslocar até a mesma visto que poderá executar transferências monetárias
através do seu celular.

11th CONTECSI Proceedings p.3412


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

6. Referências Bibliográficas
Adagunodo, E., Awodele, O., & Ajavi, O. (2007). SMS banking Services: A 21st
Century innovation, Informing Science and Information Technology, Vol. 4 No. 2.
Anatel. (2013). Telefonia móvel fecha 2012 com 261,78 milhões de linhas. Recuperado
em 20 julho, 2013, de
http://www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalNoticias.do?acao=carregaNoticia&codigo=
27607
Ayo, C. K., Ukpere W.I, Oni; A., Omote, U., & Akinsiku, D. (2011). A prototype
Mobile Money implementation in Nigeria.
Banco Central. (2013). Market Share Bancário Brasileiro. Recuperado em 01 agosto,
2013, de http://www4.bcb.gov.br/fis/cosif/indrank.asp.
Bold, Chris. (2011). Branchless Banking in Pakistan: A Laboratory for Innovation.
CGAP Brief.
Castri, Simone di, & Gidvani, Lara. (2013). The Kenyan Journey to Digital Financial
Inclusion.
Cave, Danielle. (2012). Digital Islands: How the Pacific’s ICT Revolution is
Transforming the Region.
Central Bank of Nigeria. (2009). Regulatory Framework for Mobile payment Services in
Nigeria.
Consultive Group to Assist the Poor. (2010). The State of Financial Inclusion Through
the Crisis.
Coughlan, Anne T, Anderson, Erin, Stern, Louis W., & El-Ansary, Adel L. (2002).
Canais de marketing e distribuição. 6ª ed. São Paulo: Bookman.
Demombynes, Gabriel, & Thegeya, Aaron. (2012). Kenya’s Mobile Revolution and the
Promise of Mobile Savings.
Diniz, Eduardo, Albuquerque, João, & Cernev, Adrian. (2011). Mobile Money and
Payment: a literature review based on academic and practitioner-oriented publications
(2001-2011).
Dolan, Jonathan. (2009). Accelerating the Development of Mobile Money Ecosystems.
Donovan, Kevin. (2012). Mobile Money for Financial Inclusion.
Egbuta, Orji Chima. (2013). Mobile Money Technology and the Quest for a Cashless
Nigeria.
Exame. (2013). Vivo e MasterCard lançam mobile payment Zuum. Recuperado em 01
novembro, 2013, de http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/vivo-e-mastercard-
lancam-mobile-payment-zuum.
Federal Reserve System. (2013). Consumers and Mobile financial services 2013.
Feroze, Aqeel, & Basharat, Asma. (2011). Security Analysis of Mobile banking
Services in Pakistan. Asian Transactions on Fundamentals of Electronics,
Communication & Multimedia (ATFECM ISSN: 2221-4305) v. 01, Issue 03.
Finaccess. (2007). Financial Access in Kenya.
Flood, Darren; West, Tim; & Wheadon, Daniel. (2013). Trends in Mobile payments in
Developing and Advanced Economies.

11th CONTECSI Proceedings p.3413


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

Folha de São Paulo. (2013). Brasil chega a 76 milhões de usuários no Facebook; mais
da metade acessa do celular. Recuperado em 18 agosto, 2013, de
http://www1.folha.uol.com.br/tec/2013/08/1326267-brasil-chega-a-76-milhoes-de-
usuarios-no-facebook-mais-da-metade-acessa-do-celular.shtml
Fonté, Erin F. (2013). Mobile payments in the united states: How disintermediation may
affect delivery of payment functions, financial inclusion and antimoney laundering
issues. Washington Journal of Law, Technology & Arts, Vol.8 – Issue Mobile Money
Symposium, 2013. Recuperado em 18 agosto, 2013, de
http://digital.law.washington.edu/dspace-
law/bitstream/handle/1773.1/1206/8WJLTA419.pdf?sequence=5
Gil, A. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 5º ed.
Groupe Speciale Mobile Association. (2010). Mobile Money for Unbanked: What
makes a successful Mobile Money implemetation? Learnings from M-Pesa in Kenya
and Tanzania.
Groupe Speciale Mobile Association. (n.d.). Mobile Money in the Philippines: The
Market, the Models and Regulation.
Harorimana, D., Rokotuinivono, O., Sewale, E., Salaiwai, F., Naulu, M., & Roy, E.
(2012). ICT for Poverty Alleviation in Pacific Island Nations: Study of ICTs4D in Fiji.
Herriott, R.E., & Firestone, W.A. (1983). Multisite qualitative policy research:
Optimizing description and generalizability. Educational Research.
International Finance Corporation. (2011a). M-money Channel Distribution Case –
Kenya.
International Finance Corporation. (2011b). Mobile Money Scoping Country Report:
Brazil.
Isiaka, Sulu Babaita. (2010). Subscribers’ Complaints and Response of the Global
Satellite Mobile (GSM) Network Operators in Nigeria.
International Telecommunication Union (2004). Bula Internet: Fiji ICT Case Study. 7
ed.
Jack, William, & Suri, Tavneet. (2011). Mobile Money: The economics of M-Pesa.
Kimenyi, M.S., & Ndung’u, N.S. (2009). Expanding the Financial Services Frontier:
Lessons from Mobile Phone Banking in Kenya.
Kyeyune, Robert, Mayoka, Kituyi, & Miiro, Edward. (2012). ICT Infrastructure, Mobile
Money Systems and Customer Satisfaction in Uganda.
Kufandirimbwa, Owen, Zanamwe, Ngonidzashe, Hapanyengwi Gilford, Kabanda,
Gabriel. (2013). Mobile Money in Zimbabwe: Integrating Mobile Infrastructure and
Processes to Organisation Infrastructure and Processes.
McCarty, M. Yasmina, & Bjaerum, Roar. (2013). Easypaisa:Mobile Money Innovation
in Pakistan. GSMA, Mobile Money for the Unbanked.
Malhotra, N. (2006). Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 4. ed. Porto
Alegre: Bookman.
Mas, Ignacio, Morawczynski, Olga. (2009). Designing Mobile Money Services Lessons
from m-pesa.

11th CONTECSI Proceedings p.3414


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

Mas, Ignacio, & Radcliffe, Daniel. (2011). Mobile payments Go Viral: M-Pesa in
Kenya.
Menon, Ram. (2011). The Emerging World’s Five Most Crucial Words: “To Move
Money, Press Pound”.
Mirzoyants, Anastasia. (2012). Mobile Money in Uganda: Use, Barriers and
Opportunities. 2012.
Mobile World Live. (2013). Mobile Money Tracker. Recuperado em 04 agosto, 2013, de
http://www.mobileworldlive.com/mobile-money-tracker.
Ndiwalana, A., Morawczynski, O., & Popov, O. (2010). Mobile Money Use in Uganda:
A Preliminary Study.
Ondiege, Peter. (2010). Mobile banking in Africa: Taking the Bank to the People.
Oluwatayo, Isaac. (2012). Mobile Phones as Mobile Banks and Credit Outlets: The
Experience of Farming Households in Rural Southwest Nigeria.
Ratan, A.L. (2008). Using technology to deliver financial services to low-income
househoulds: a preliminary study of Equity Bank and M-Pesa customers in Kenya.
Revista Istoé Dinheiro. (2013). O Itaú lança a Rede. Ed.: 837. Seção: Finanças, 88-89.
Roman, Pickens. (2009). Mobile Phone/Branchless Banking and Financial Inclusion in
the Philippines. IDLO conference presentation by Head of the Inclusive Finance
Advocacy Staff, Bangko Sentral ng Philipinas.
Sarasola, Magdalena Ramada. (2012). Can Mobile Money Systems have a measurable
impact on Local Development?
Stuart, Guy, & Cohen, Monique. (2011). Cash-In, Cash-Out: The Rola of M-Pesa in the
Lives of Low-Income People. Financial Services Assessment.
Teleco. (2013). Pré-pago na base das Operadoras de Celular por UF do Brasil.
Recuperado em 20 julho, de 2013, de http://www.teleco.com.br/prepago_uf.asp.
Terra. (2013). Telefônica Vivo projeta 72 cidades com cobertura 4G até o final do ano.
Recuperado em 01 novembro, 2013, de
http://tecnologia.terra.com.br/internet/telefonica-vivo-projeta-72-cidades-com-
cobertura-4g-ate-o-final-do-
ano,4fdbd4d9b01e1410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html.
Thulani, Dube, Kosmas, Njanike, Collins, Manomano, & Loyd, Chirisesi. (2011).
Adoption And Use of SMS/Mobile banking Services in Zimbabwe: An Exploratory
Study.
Tiwari, R., & Buse, S. (2007). The mobile commerce prospects: A strategic analysis of
opportunities in the banking sector.
Torre, Dominique, & Chaix, Laetitia. (2011). Four models for mobile payments. 2011.
Recuperado em 17 agosto, 2013, de
http://hp.gredeg.cnrs.fr/torre/workpap/chaix_torre_gdr2011_17mars.pdf
Yin, Robert K. (2010). Estudo de caso: Planejamento e Métodos. 4.ed. Tradução Ana
Thorell. São Paulo: Bookman.
Zephirin, Mary, & Basu, Ritu. (2012). Enhancing Financial Sector Surveillance in Low
Income Countries.

11th CONTECSI Proceedings p.3415


11th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI
May, 28 to 30, 2014 - São Paulo, Brazil

Zuum. (2013). Como Funciona. Recuperado em 01 novembro, 2013, de


http://zuum.com.br/como_funciona.html.

11th CONTECSI Proceedings p.3416

Você também pode gostar