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ELETRÔNICO
Introdução
O comércio eletrônico pode ser tratado como a evolução do próprio
comércio, uma das práticas mais antigas da sociedade, que teve início
há muitos séculos, com os processos de troca. O comércio contribuiu
fortemente para a descoberta de novos mundos à medida que comer-
ciantes precisavam buscar novos fornecedores e mercados consumidores.
O conceito de comércio eletrônico é qualquer relação comercial
usando meios eletrônicos, mas foi a partir da internet que essas opera-
ções comerciais se destacaram. Com o advento da internet, muito mais
pessoas passaram a estar conectadas, em qualquer parte do globo, à
mesma rede de comunicação. Essa rede aproximou compradores e
vendedores de qualquer lugar, permitindo que consumidores antes
distantes geograficamente pudessem realizar compras com muito mais
facilidade. Ao mesmo tempo, empresas de todos os portes ampliaram
os seus negócios sem a necessidade de investirem em novos pontos de
vendas, pois tornou-se possível a criação de lojas virtuais.
Neste capítulo, você vai aprender sobre o ambiente digital, a sua es-
trutura e aplicações em camadas funcionais. Para profissionais envolvidos
direta ou indiretamente com o comércio eletrônico, é fundamental que
conheçam sobre o ambiente de negócios na chamada era digital e os
impactos da economia digital.
2 Introdução ao comércio eletrônico
Estrutura
Segundo Albertin (2000), a estrutura do ambiente digital direcionada ao
comércio eletrônico tem como base fundamental, de maneira genérica, as
estruturas tecnológicas (hardware e software), bem como as políticas públicas
e os aspectos legais e de privacidade.
Nesse sentido, as estruturas tecnológicas atendem a requisitos de tele-
comunicação, tecnologia da informação, automação de processos logísticos,
financeiros e administrativos, entre outros. A legislação vigente deve ser
observada, pois envolve requisitos tributários, direitos do consumidor e toda
a regulamentação específica do segmento de atuação nas esferas municipais,
estaduais e federais, bem como a de países específicos, em caso de interesse
em atender ao público internacional.
Ao montar qualquer negócio não virtual para troca entre empresas e consumidores ou
entre empresas e empresas, é necessário investimento em vários campos de atuação
para que se consiga atender à necessidade de compradores com o produto certo e o
preço esperado. No comércio eletrônico, toda essa cadeia se repete, mas nesse caso
é necessária maior atenção à estrutura tecnológica, garantindo que essa operação
se realize em um menor espaço de tempo, atendendo a preceitos legais específicos.
Segundo Franco Júnior (2006, p. 227), “[...] nessa nova condição de concor-
rência global acirrada, dificilmente supera dois anos, em termos de montagem
e detalhamento estratégico. A montagem de infraestrutura e a integração dos
diversos processos deverão ter como ponto forte a flexibilidade e a possibilidade
de crescimento modular, ou completa transformação de módulos”.
No comércio tradicional, em que as empresas almejam crescer e ter pesa-
das estruturas, com pontos comerciais de destaque, belas fachadas, grandes
salões de atendimento, bom número de vendedores para atender a um maior
número de clientes, elevados estoques para evitar a ruptura (falta de produto
4 Introdução ao comércio eletrônico
Aplicações
O comércio eletrônico possui terminologia própria para classificar alguns
formatos de negócio, sendo alguns deles:
A sociedade está mais criativa e, com o uso de ferramentas tecnológicas, pode ser mais
inovadora, explorando ainda mais essa liberdade de pensamento. Toda essa criatividade
é apropriada pelo mundo dos negócios, em que os novos empreendedores trazem
novas soluções para velhos problemas ou para novas necessidades de forma mais
criativa e responsável ambiental e socialmente. O comércio eletrônico passa a não mais
ser uma novidade, mas uma forma real de se fazer negócios nessa nova era digital.
quia de regras e leis impostas pelo país; no ambiente digital, no entanto, esses
limites são extrapolados e muitas vezes pouco respeitados, tendo como vetor
a tecnologia e a internet.
Para Pinheiro (2016, p. 78):
Essa é uma via de mão dupla: da mesma forma que o usuário se comunica
com as empresas de qualquer lugar, as empresas passam a enxergar melhor
de onde vêm os seus clientes, podendo criar condições, produtos e serviços
com um grau de personalização ainda maior, obedecendo a fatores não mais
regionais, mas fundamentalmente locais e individuais.
https://goo.gl/fX1gAz
governo;
política e regulação;
internet e infraestrutura de eletricidade;
indústria de telecomunicações;
prestadores de serviços digitais;
indústria de e-business e e-commerce;
sistemas de gestão de informação e conhecimento;
direito de propriedade intelectual;
capital humano e trabalhadores do conhecimento;
pesquisa e desenvolvimento;
tecnologias emergentes.
O consumidor usa cada vez mais os meios tecnológicos para a aquisição de novos
produtos, e a troca de informações aumentou o seu poder de barganha e a busca
de novos produtos e serviços. Esse consumidor busca empresas inovadoras para
atender às suas necessidades, com alternativas criativas e que respeitem seus valores
individuais e enquanto grupo.
Um exemplo é o que ocorreu com a grande varejista Blockbuster, que foi a maior
rede de locadoras de filmes do mundo: talvez por um erro estratégico, manteve
como core business o serviço de locação, em vez de inovar e pensar em um serviço de
entretenimento, por exemplo. Assim, ela viu o seu negócio sucumbir diante da Netflix,
que veio com uma proposta inovadora, oferecendo algo velho (locação de filmes),
mas adotando um novo canal de distribuição (o serviço de streaming), oferecendo
comodidade, segurança e menor custo. No final dos anos 1990, quando iniciou a
sua operação, a Netflix também era uma empresa de locação de filmes em DVD nos
Estados Unidos: os clientes faziam a escolha do título em um site e recebiam o filme
em casa; após o prazo da locação, um funcionário da empresa recolhia o produto
também na casa do cliente.
Essa é uma mudança ainda em fase inicial, mas que poderá mudar tudo o que
sabemos sobre dinheiro e como o utilizamos na atual economia.
A ideia de novas formas de dinheiro — que não são as tradicionais pas-
sando por grandes instituições financeiras — não é algo novo, mas só pôde
ser viabilizada no final dos anos 2000, com o uso da tecnologia blockchain,
que garante a lisura dessa moeda. Uma das moedas mais conhecidas e com
mais adeptos é o Bitcoin, já aceito principalmente no mundo digital.
A economia digital movimenta muitos recursos no mundo, e ainda há muito
a ser feito, muito a ser explorado e muito a ser desenvolvido. Mas é toda essa
movimentação que gera milhares de dólares diariamente em variados tipos de ne-
gócios pelo mundo. Essa é a era da informação, da velocidade e do conhecimento.
Tudo isso pode e deve ser compartilhado, diferentemente do que sempre ou-
vimos na velha economia, em que para ganhar mais era preciso acumular, somar
e multiplicar. Na economia digital, compartilhar e dividir é a nova tônica, mas
isso não é sinônimo de prejuízo. O compartilhamento garante sobrevida e maior
lucratividade às empresas. Saímos da era da exclusividade para a era da inclusão.
A exemplo disso, vários aplicativos para smartphones são gratuitos e con-
seguem faturar fortunas. O serviço de busca é gratuito, mas de onde vem a sua
receita? De outros negócios que não sejam diretamente a venda do seu produto.
Um aplicativo pode faturar com anúncios e ter a sua distribuição gratuita;
dessa forma, quanto mais pessoas o utilizarem, mais a empresa vai faturar.
Um estudo da Deloitte (2017) mediu o impacto do Google, enquanto em-
presa, na economia do Brasil e do mundo. Só as ferramentas de busca (Google
Search e AdWords), segundo a consultoria, geraram de 160 a 430 mil empregos,
movimentando cerca de 13 a 37 bilhões de reais em atividades econômicas.
A economia digital está vivendo a quarta revolução industrial, impactada
pelas novas tecnologias, como o avanço das aplicações com base em inteligência
artificial, a Internet das Coisas, a computação em nuvem (cloud computing),
mobile, bitcoins. Esse ambiente é orbitado por cidadãos, empresas e governo,
mudando tudo o que sabíamos e a forma como pensávamos até aqui.
https://goo.gl/nurEua
Leituras recomendadas
ARANHA, E. 7 momentos que marcaram a história do e-commerce. Estratégia Digital,
2015. Disponível em: http://www.estrategiadigital.pt/historia-do-e-commerce. Acesso
em: 27 fev. 2019.
18 Introdução ao comércio eletrônico
BORNELI, J. AirBnB: a maior rede de hotéis do mundo que não possui nenhum quarto
de hotel. StartSe, 2016. Disponível em: https://www.startse.com/noticia/mercado/26191/
airbnb-a-maior-rede-de-hoteis-do-mundo-que-nao-possui-nenhum-quarto-de-hotel.
Acesso em: 27 fev. 2019.
COSTA, G. C. G. Afinal, o que são Negócios Eletrônicos (e-Business)? Negócios Eletrônicos,
2015. Disponível em: https://negocioseletronicos.com.br/afinal-o-que-sao-negocios-
-eletronicos-e-business. Acesso em: 27 fev. 2019.
MATSU, C. Diversidade deve entrar na pauta da transformação digital das empresas.
Itmídia.com, 2018. Disponível em: https://itmidia.com/diversidade-deve-entrar-na-
-pauta-da-transformacao-digital-das-empresas. Acesso em: 27 fev. 2019.
SERVAS. Plataforma Cuidar. Servas, 2018. Disponível em: http://www.servas.org.br/
projetos-e-programas/plataforma-cuidar. Acesso em: 27 fev. 2019.