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ASPECTOS
HISTÓRICOS,
SOCIOCULTURAIS
E TECNOLÓGICOS
DO RÁDIO E A
EDUCAÇÃO
2014
A447a Almeida, Luciano Moraes
Aspectos históricos, socioculturais e tecnológicos
do rádio e da educação / Luciano Moraes Almeida,
Fernando Teixeira. – 2. ed. rev. – Florianópolis : IFSC,
2014.
72 p. : il. ; 28 cm
Inclui Bibliografia.
ISBN: 978-85-64426-65-8
CDD: 371.333
Esta obra está licenciada nos termos da Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual
4.0 Brasil, podendo a OBRA ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins
não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.
Créditos do Livro
EDIÇÃO 2014
[ Conteúdo ]
Fernando Teixeira
Luciano Moraes Almeida
[ Revisão e atualização ]
Lígia Mousquer Zuculoto
[ Parecer técnico ]
Jorge Luiz Silva Hermenegildo
Sumário
1. História do Rádio 07
2. A Radiofonia Educativa no Brasil 25
3. Características Gerais do Rádio 43
4. Projetos Radiofônicos na Educação Presencial e a Distância 53
Considerações Finais 69
Sobre os Autores 70
Referências 71
A unidade curricular dea requer
um talento especial de quem a pratica, uma sensibilidade especial,
Aspectos Históricos,
uma vocação muito marcada. É, portanto, uma arte. No entanto,
uma vez que podemos sistematizar os governos dos homens a partir
Socioculturais e Tecnológicos
de observações e inferências, também podemos enxergar neles
uma ciência. A Política – vista como um ramo de conhecimento
do Rádio
sistematizado, e aaumEducação
referente talento
determinado grupo de fenômenos,
Rádio, quem nunca escutou? Existem pessoas apaixonadas pelo veículo que,
por meio da audição, informa, instrui, educa e diverte. Quem sabe você, ao
estudá-lo em suas diferentes possibilidades sonoras, torne-se uma pessoa
apaixonada pelo fascinante mundo radiofônico?
Os Autores
ASPECTOS HISTÓRICOS, SOCIOCULTURAIS E TECNOLÓGICOS DO RÁDIO E A EDUCAÇÃO UNIDADE 1
Fernando Teixeira
Luciano Moraes Almeida
História
do Rádio
Com o estudo desta unidade, você conhecerá aspectos técnicos e
históricos da invenção do rádio como veículo de comunicação, bem como
sua implantação no Brasil. Vai compreender também quais os principais
usos ideológicos desse veículo por regimes totalitários. “O rádio é [...] a
informação dos que não sabem ler”. Sob estas palavras, Roquete Pinto,
considerado o “pai da radiodifusão no Brasil”, enxergou no rádio um
veículo que pudesse difundir cultura e educação. Bons estudos!
História do Rádio
A história do rádio começa na primeira metade do século XIX.
O pesquisador inglês Michel Faraday foi o primeiro a investigar e
elaborar teoria sobre ondas e campos magnéticos. Por volta de
1860, Henry Maxwell comprova, por meio de modelos matemáticos,
que a energia eletromagnética pode ser propagada na mesma
velocidade da luz.
Ano Fato
[ Roquette-Pinto (sentado, de
terno claro) em foto de 1936, ao
lado de outros brasileiros célebres
como Manuel Bandeira (em pé,
3o da esquerda para a direita),
Alceu Amoroso Lima (em pé, 5o da
esquerda para a direita) e Helder
Câmara (em pé, 7o da esquerda
para a direita). ]
Ainda nos anos de 1960, o Rock and Roll, a Bossa Nova e a Jovem [ Posse do presidente Juscelino
Guarda disputavam espaços nos lares brasileiros, todos trazidos Kubitscheck de Oliveira
pelas ondas do rádio, que naquele momento começava a disputar (à esquerda). ]
lugar com a recém criada televisão brasileira.
Algumas décadas antes, no entanto, Linda Batista, Trio Melodia e
Luiz Gonzaga - o rei do baião - já faziam sucesso nos programas
musicais da Rádio Nacional do Rio de Janeiro e em tantas outras
emissoras existentes no país nos anos de 1940.
Florianópolis
• Em 1942, surge a primeira emissora da capital, a rádio
Guarujá. Inicialmente foi implantada por Ivo Serrão,
primo do prefeito. O nome da emissora homenageia o
bairro santista do Guarujá, onde ficava a rádio Atlântida,
que era escutada em Florianópolis.
• Tinha como principais programas o oferecimento musical
dos ouvintes, hora literária e a hora da Ave Maria.
• Em 1943, o cadete Walter Lange monta um transmissor
de 80 watts que transmite para o Centro e bairros
próximos.
• Em 1946, é adquirida pelo governador Aderbal Ramos
da Silva e se transfere em 1949 para o Clube Martinelli,
com 300 poltronas no auditório para acompanhamento
ao vivo dos programas.
• No período democrático, de 1945 a 1964, é utilizada
como cabo eleitoral do PSD (que eram partidários do
populismo de Getúlio Vargas), em contraponto à UDN,
que representava o interesse político da oligarquia
Konder Bornhausen.
• A partir de 1945, as emissoras ganham força no interior
fazendo concessões à classe política. Surge em 1954 a
Rede Coligadas de Blumenau, que tinha seis emissoras
próprias (Clube de Gaspar, Clube de Indaial, Araguaia de
Brusque, Difusora de Blumenau e Clube de Itajaí), sob
comando da rádio Clube de Blumenau.
• Apesar da tendência da Coligada em apoiar o PSD,
o que prevaleceu na programação foi o o interesse
comercial na programação, com a venda de anúncios.
• Em 1954, o governador Irineu Bornhausen obtém
concessão da Rádio Diário da Manhã (udenista) e
supera a audiência da rádio Guarujá em jornalismo e
radioteatro. Irmãos Zigelli faziam o programa Vanguarda,
opinativo, mas inaugurando no Estado a linguagem
objetiva na década de 1960.
Fonte: Medeiros (1998).
Nesta primeira unidade de estudos você viu que a
descoberta da radiodifusão aconteceu pelo avanço das
descobertas tecnológicas na física. Viu que o italiano
Marconi é o nome mais lembrado como o inventor do
rádio, mas outros pesquisadores também tiveram suas
descobertas reconhecidas, como foi o caso do padre
gaúcho Landell de Moura.
Fernando Teixeira
Luciano Moraes Almeida
A Radiofonia
Educativa no
Brasil
Apesar de ter nascido com finalidade educativa, o veículo rádio atualmente
é mal aproveitado para a educação, mesmo sendo muito presente na vida
dos brasileiros. Nesta unidade você conhecerá mais sobre a programação
das rádios educativas brasileiras e os diversos projetos educacionais que
se apoiaram nesse democrático veículo de comunicação. Verá como a
radiodifusão educativa começou e alguns dos principais projetos realizados
e seus objetivos. Com o estudo desta unidade, você compreenderá como
aconteceu a implantação da radiodifusão educativa, seu período de ouro e
a legislação brasileira sobre o tema.
A Radiofonia Educativa
no Brasil
A rádio educativa no Brasil
Como você viu na unidade anterior, a primeira missão do rádio no
Brasil foi fundamentalmente educativa. O país da década de 1920
crescia urbanística e culturalmente. A cidade do Rio de Janeiro,
capital da república, via florescer casas de espetáculos teatrais, de
projeções cinematográficas e agitados cafés - todos funcionando
como locais de intensa efervescência cultural e social.
A criação do Serviço de
Radiodifusão Educativa
na Era Vargas
A transferência da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro para o
governo resultou na criação do Serviço de Radiodifusão Educativa,
uma iniciativa do governo Getúlio Vargas que tinha por objetivo
a promoção e irradiação permanente de programas educativos.
Apesar de defender aspectos estritamente relacionados a esse
setor, o serviço sofreu intervenções diretas do DIP (Departamento
de Imprensa e Propaganda), órgão governamental criado à época
e cuja intenção era muito mais ver o rádio como mecanismo de
propaganda política do sistema do que a valorização e disseminação
de programação voltada à educação.
Em 1957, foi criado o Sistema de Rádio Educativo Nacional (SIRENA), [ SESC – Serviço Social do Comércio
através do Ministério da Educação. Em 1958, onze emissoras SENAC – Serviço Nacional de
compunham a rede que irradiava cursos básicos. Em 1961, o número Aprendizagem Comercial. ]
de emissoras já chegava a 47. Os trabalhos eram desenvolvidos
sob a coordenação do professor João Ribas da Costa, o qual fora
idealizador dessa proposta inovadora para a época. O sistema foi
extinto em 1963, devido, principalmente, a oscilações de natureza
política. Ainda em 1961, sob a coordenação da CNBB (Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil), a Igreja Católica também passa a
contribuir com experiências de radiodifusão educativa.
[ SAIBA MAIS ]
Para mais informações, consulte as
páginas na internet da Orgplam.org e
Fundação Padre Anchieta na TV Cultura.
Boa pesquisa!
Projeto Minerva
Foi no período da ditadura militar que foi implantado, em 1970, o
primeiro programa educacional obrigatório. Era o Projeto Minerva,
criado por decreto presidencial e portaria interministerial, destinando
à educação de adultos. A transmissão era obrigatória, às 20 horas,
de segunda a sexta-feira, para todas as emissoras, logo após a
Hora do Brasil, que, mais tarde, passou a ser o noticioso oficial do
Governo Federal “A voz do Brasil”. Com o nome em homenagem
à deusa grega da sabedoria, o Projeto Minerva marca o início da
chamada “Era de Ouro da radiodifusão educativa”.
Regulamentação do rádio e da
radiodifusão educativa
Desde o início de sua história no Brasil, o controle sobre a
radiodifusão foi considerado interesse nacional tutelado pelo
Estado. Esse tomou para si a concessão e outorgas de canais a
partir do governo Getúlio Vargas, em 1931. Em decreto presidencial,
ficou determinada a competência legal do Governo Federal em
regulamentar telegrafia, radiotelegrafia e atividades de radiodifusão.
E assim continua até os tempos atuais.
Fernando Teixeira
Luciano Moraes Almeida
Características
Gerais do
Rádio
Já descrevemos a importância do rádio para a educação. Agora
você conhecerá os conceitos básicos de radiodifusão, as principais
características do veículo, da parte técnica à produção de programas
radiofônicos. Existem diversos tipos de rádios, com características
diferentes de transmissão. Você vai notar que o rádio precisa ter uma
linguagem coloquial, mas que essa linguagem precisa estar embasada na
linguagem formal. Vamos mostrar as principais características do veículo
que podem ajudar o professor a elaborar programas radiofônicos com a
comunidade escolar.
Características Gerais
do Rádio
Introdução à radiodifusão
Desde o seu surgimento até os dias atuais, o rádio continua a ser o
veículo preferido da população em todos os segmentos sociais. Há
muito tempo a aquisição de um radinho de pilha, do mais simples,
está acessível à maior parte dos bolsos das pessoas. Difícil é
encontrar quem nunca escutou rádio.
Característcias Gerais do Rádio 45
O Ministério publica que, até 2007, a UIT era formada por 189
estados e mais de 600 entidades com interesses no setor das
telecomunicações, como associação de emissoras.
Como opera uma emissora de
rádio
O Brasil tem aproximadamente 7 mil emissoras oficiais, a maioria
comerciais, somando-se também as educativas e comunitárias. Para
operar são necessários microfones para captar sonoras (entrevistas),
mesa de som para rodar a programação preestabelecida, antena e
receptor.
Tipos de rádios
Fernando Teixeira
Luciano Moraes Almeida
Projetos
Radiofônicos
na Educação
Presencial e
a Distância
Nesta unidade, você verá que o rádio tem grande potencial de uso para
a educação na escola. Em tempos de novas mídias eletrônicas, a velha
tecnologia de único apelo – o som – tem o poder de transformar o aluno
de mero espectador em protagonista na elaboração de programas e
criação de web rádios na internet. A radioeducação pode fortalecer e, até
mesmo, reconstruir o diálogo entre professores e alunos. A visão crítica
sobre a programação da mídia também pode ser estimulada, já que todos
são consumidores de programas de rádio, TV e sites da internet. Prepare-
se para novos conhecimentos!
Projetos Radiofônicos na
Educação Presencial e a
Distância
Importância do rádio para a
educação com as Tecnologias de
Informação e Comunicação (TICs)
Em plena época das tecnologias da informação, principalmente a
internet, temos que indagar: qual a importância de se usar o rádio
para projetos educacionais?
Projetos Radiofônicos na Educação Presencial e a Distância 55
como fator limitador e impedem que as notícias e os fatos informados [ Mesmo considerando que esta
possam estar desvinculados de interesses comerciais. E outros, possa ser entendida como uma
ainda, por estarem em fase de “alfabetização digital”, aprendendo opção pessoal de cada educador,
a manipular programas de edição e veiculação de programação apresentamos, a seguir, algumas
radiofônica educativas. questões que orientam para uma
nova forma de se lidar com o uso
No entanto, existem aqueles que preferem romper com velhos das tecnologias de informação
paradigmas há muito cristalizados no campo educacional. Assim, e comunicação em processos
optam pelo uso de novas possibilidades pedagógicas com a educativos formais. Em especial,
incorporação das tecnologias de informação e comunicação, em ressaltamos o rádio como elemento
especial o rádio, que possam fazer parte de práticas pedagógicas
propulsor e dinamizador dessa
nova possibilidade pedagógica,
antenadas com uma realidade que se aproxime daquela vivenciada
sem perder de vista, é claro, a
pelas novas gerações.
necessidade de um olhar acurado
sobre esse veículo, de forma que
seja possível a reflexão sobre seu
Importância do rádio como alcance, sem nos esquecermos dos
diversos interesses que o cercam. ]
ferramenta pedagógica
Assumpção (1999) e vários outros autores relacionam uma série
de fatores que apontam o rádio como importante ferramenta
pedagógica utilizada nos processos educacionais. Entre esses
fatores destacamos:
O conceito de educomunicação
Em 2001, foi criado o Projeto Educom.radio, através de parceria
entre a Prefeitura de São Paulo e o NCE (Núcleo de Comunicação e
Educação) da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de
São Paulo (USP). Para evitar a violência envolvendo a comunidade
escolar da capital paulista, o projeto tem por objetivo a construção
de ambiente favorável à cultura de paz nas escolas públicas do
município. Destina-se a capacitar alunos e professores do ensino
fundamental para o uso de práticas educomunicativas por meio do
rádio. O conceito de educomunicação propõe:
06 gravadores
portáteis de Opção intermediária,
mão padrão 01 Duplo 02 Fones de testada com sucesso em
K7 (ext.) Tape deck Sistema Cabos de vários projetos. Também
ouvido tipo
03 microfones 01 Gravador de caixas áudio, CDs, pode ser executada em
Restrita “headphone”
(internas) de CD ou acústicas fitas K7, sistema de transmissão
de baixo
01 Mesa de MiniDisc com fio. pilhas. restrito (caixas sem fio)
som com (MD). desempenho. com o consequente
pelo menos acréscimo no custo final.
08 canais.
Configuração topo
de linha, ainda pouco
01 02 fones de Sistema de
acessível para a
computador ouvido tipo transmissor
maioria das escolas.
06 gravadores com placa de “headphone” + Cabos de
Mas a queda lenta e
portáteis som, software de alto caixa áudio, CDs,
Digital constante nos preços do
padrão digital de edição desempenho, acústica cabo de
equipamento digital,
MP3 (exts.) para áudio e caixas sem fio/ rede RJ 45.
aliada à disseminação de
gravador de acústicas Internet
computadores (inclusive
CD. multimídia. (web rádio).
nas escolas públicas)
pode mudar este quadro.
Os Autores
Sobre os Autores
[ Fernando Teixeira ]
É formado em Arquitetura e Urbanismo (1983) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestre em
Geografia (1988) e doutor em Educação Científica e Tecnológica (2011) pela mesma instituição. Desde 1985 é
professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC).
Referências
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MEDITSCH, Eduardo. Rádio e pânico: a Guerra dos Mundos, 60 anos depois / Eduardo Meditsch,
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