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Trabalho Laboratorial

Descrição e análise de parâmetros cinemáticos e dinâmicos durante a fase inicial de


um salto

Docentes: Prof. Doutor Pedro Aleixo, Prof. Doutor Tiago Atalaia e Prof. Maria Bhudarally
Biomecânica | Educação Física e Desporto Escolar
Tiago Custódio Lopes EFDE 3
22104907

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Introdução
O presente trabalho e surge no âmbito da disciplina de Biomecânica e tem como objetivo principal
analisar os parâmetros cinemáticos e dinâmicos durante a fase inicial de um salto. Este salto foi
feito pelo nosso colega de turma António Belo Sequeira, 20 anos , 72kg 1,90m. Este trabalho foi
organizado com incidência em 4 grandes partes, a introdução, onde estão as fases da tarefa, as
descrições, análises e objetivos, a metodologia, onde são definidos os materiais utilizados e os
procedimentos na realização do trabalho, a apresentação e discussão dos resultados e uma
conclusão, onde se apresentam as considerações finais do trabalho.
O salto do António teve 4 fases, a de pré-Impulsão, é onde o António tenta ganhar velocidade para
saltar o mais alto possível, a fase de Impulsão, fase esta que começa no instante em que o António
contacta com a plataforma de forças com o apoio, até ao momento que deixa de existir contacto, a
fase aérea, identifica-se por o aluno não ter qualquer contacto com o solo, e por fim, a fase de
amortecimento que consiste na receção no solo e simboliza o fim do salto.
De todas estas fases, a analise incidiu na fase de impulsão, esta que representa se a fase de pré
impulsão foi executada da forma correta. Um salto vertical tem por base o seu objetivo mecânico
diretamente relacionado com o ângulo de saída e a velocidade do Centro de Gravidade (CG) no
último instante da fase de chamada. Após a análise da fase de impulsão do salto do meu colega, foi
efetuada a digitalização de um leque de imagens, correspondentes aos frames do vídeo gravado do
salto do António, digitalização esta de 21 pontos que servem de modelo para a análise da chamada
do salto e da sua descrição, com o objetivo de obter as coordenadas dos eixos de rotação do corpo
e das suas extremidades.

Metodologia
Materiais utilizados
Plataforma de forças
Para começar, utilizamos uma plataforma de forças para medir a força de reação no solo e o ponto
de aplicação desta força, de modo a conseguirmos determinar as forças internas e externas
musculares, articulares e ligamentares. Estas forças são utilizadas para avaliar padrões de
movimento e servem para o cálculo de momentos e forças angulares. Com os dados obtidos
através da plataforma, conseguimos fazer uma a ligação entre a cinemática e a cinemática de
movimento sem contar com as forças dos segmentos corporais. Para efetuar a recolha dos dados
antropométricos do António, utilizámos a plataforma de forças para o seu peso (72kg) e através da
marcação do seu tornozelo e joelho (côndilo do joelho e malelo externo) conseguimos medir o seu
comprimento real da perna direita (0,45m).

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Figura1- Plataforma de forças

Kinovea
Esta aplicação está organizada em torno de quatro missões principais relacionadas com estudo do
movimento humano: captura, observação, anotação e medição.
O Kinovea permite editar ficheiros de multimédia, determinar a velocidade dos movimentos, obter
variáveis cinemáticas como posições e velocidades do movimento a partir de imagens capturadas,
assim como obter valores angulares com uma margem de erro reduzida, tudo isto de modo a tornar
a análise dos seus utilizadores a mais próxima da realidade possível.
Utilizei o Kinovea para transformar o vídeo em imagens com intervalos de tempo de 0.04 seg, e
assim, definir o início e o fim do salto e analisá-lo.
DigtizeXY
Com o programa DigitizeXY conseguimos obter as coordenadas dos 21 pontos em cada imagem, ao
fazermos a sua marcação de forma simples com o cursor do rato e após definirmos uma escala para
a imagem. Estes pontos serviram como base na analise da chamada do salto. Com estes dados,
conseguimos determinar o deslocamento do centro de gravidade do corpo durante a chamada do
salto, determinar o seu deslocamento horizontal e vertical, as equações do deslocamento vertical e
horizontal, a velocidade do centro de gravidade, as posições angulares do joelho e da coxa e as suas
próprias equações e calcular o impulso vertical e horizontal na plataforma de forças.

Figura 2- DigitizeXY marcação dos 21 pontos

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Excel
O excel é um programa destinado a cálculo e otimização de dados. Com o excel conseguimos
calcular e determinar o deslocamento do centro de gravidade do corpo durante a chamada do
salto, determinar o deslocamento horizontal e vertical do centro de gravidade(CG), determinar as
equações do deslocamento horizontal e vertical, a velocidade do CG, determinar as posições
angulares da coxa e do joelho, determinar gráficos dos deslocamentos da coxa e do joelho e as suas
equações. Para isto, tivemos que colocar nas folhas de cálculo fornecidas pelo professor os dados
do nosso estudo e fazer uma sequência de passos repetidamente para conseguir determinar os
gráficos e calcular o que nos é pedido de forma mais simplificada e otimizada no âmbito da análise
requerida neste estudo.

Figura 3- Cálculo dos valores pretendidos no Excel

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Procedimentos
Antes de começar a realização do trabalho foi definido o seu objetivo que era fazer dois saltos
consecutivos um no mesmo sítio e outro para a frente num ponto específico.
O primeiro passo deste trabalho foi recolher os dados antropométricos do aluno que serviu de
“cobaia” para executar o salto que vinha a ser analisado. Aleatoriamente, o professor distribuiu
vídeos de vários saltos aos alunos sendo que o vídeo que eu analisei foi o vídeo numero 2. O vídeo
analisado neste trabalho não é do meu colega de turma António, visto que ocorreu um erro na
produção do vídeo e a professora Maria colocou para a nossa turma o vídeo de outro colega de
outra turma.
Para a recolha dos dados, utilizamos a plataforma de forças para medir peso do aluno e de seguida
medir o tamanho do segmento da perna direita do aluno com refletores no laboratório. Esta
medição foi feita desde o côndilo do joelho até ao malelo externo, com um total de 45 centímetros.
Após isto, o colega efetuou a gravação do vídeo dos seus saltos com ajuda da professora e o
trabalho no laboratório ficou finalizado.
Passamos agora para as tarefas no computador, começando por desconstruir o vídeo em vários
frames com intervalo de tempo de 0,04 seg com o programa Kinovea. Neste programa definimos o
inicio e o fim da tarefa, cortámos o vídeo com o intervalo de tempo definido entre imagens e
guardamos tudo nos documentos do computador para o passo seguinte.
Utilizando o programa DigitizeXY, digitalizámos uma primeira imagem para servir de referência em
termos de escala para as outras e digitalizamos todas as imagens restante com a marcação de 21
pontos para efetuar a análise do movimento na chamada do salto. Ainda no DigitizeXY, copiámos os
valores da marcação dos 21 pontos para uma folha de Excel criada pelo professor, em que
inserimos estes valores. Nome da folha Fescala&New0
De seguida, criámos numa folha excel com 3 colunas (t,x,y) e copiamos as cordenadas do centro de
gravidade das imagens em cada frame. Tivemos também que fazer um gráfico do deslocamento
vertical do centro de gravidade durante a chamada e determinar as equações do deslocamento
vertical do CG e do deslocamento horizontal do CG.
Equação do Deslocamento Vertical do Centro de Gravidade:
x = -1.3444y5 + 2.6215y4 - 1.2775y3 + 0.3833y2 - 0.0049y + 2.536
R2 = 0.9964
Equação do Deslocamento Horizontal do Centro de Gravidade:
y = -12.95t5 + 38.839t4 - 37.851t3 + 15.097t2 - 2.5104t + 1.362
R2 = 0.9712

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Após determinar estes valores, fizemos o mesmo em relação à componente vertical e horizontal do
centro de gravidade, calculando as equações e criando os seus gráficos.

Equação da Componente horizontal da velocidade do CG:


x = -1.3444t5 + 2.6215t4 - 1.2775t3 + 0.3833t2 - 0.0049t + 2.536
R2 = 0.9964

Equação da Componente vertical da velocidade do CG:


y = -12.95t5 + 38.839t4 - 37.851t3 + 15.097t2 - 2.5104t + 1.362
R2 = 0.9712
Posto isto, fizemos algo similar para as posições angulares da coxa e do joelho no mesmo leque de imagens e
determinamos os seus gráficos do deslocamento angular do joelho e da coxa. Para isto criámos, numa folha
de excel, 3 colunas (t, φjoelho, φcoxa) e copiámos os valores das posições angulares do joelho e da coxa de
cada imagem, e determinámos as equações dos deslocamentos angulares do joelho e da coxa.
Equação do deslocamento angular do joelho:
(φ)x = -1.3444y5 + 2.6215y4 - 1.2775y3 + 0.3833y2 - 0.0049y + 2.536
R2 = 0.9964
Equação do deslocamento angular da coxa:
(φ)y = -12.95t5 + 38.839t4 - 37.851t3 + 15.097t2 - 2.5104t + 1.362
R2 = 0.9712
Para finalizar, calculámos o impulso horizontal e vertical com base na média da força, definindo o inicio e o
final dos dados que queríamos analisar, dados estes que primeiro tivemos que converter de CSV para Excel.
Com isto criámos 3 gráficos, o gráfico da componente vertical da força reativa, o da componente ântero-
posterior da força reativa e o da componente médio lateral da força reativa.
Média de Fx
Média de Fy
Média de Fz
Impulso de Fz= tempo x média de Fz
Impulso peso=555,9 Ns
Impulso ântero-posterior=76,3 Ns
Impulso médio lateral=-4,2 Ns
Impulso vertical registado= 756,8 Ns
Impulso vertical resultante= 200,8 Ns

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Resultados e Discussão de Resultados

Figura 4- Desconstrução do vídeo em imagens no Kinovea

Figura 5- Digitalização das imagens e marcação dos 21 pontos

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Figura 6- Deslocamento do Centro de Gravidade relativo aos 21 pontos marcados (instante 0,0 a 0,84)

Nesta figura podemos observar que a trajetória do centro de gravidade do aluno desloca-se para
cima e para a frente, isto indica que o salto foi feito mais para a frente do que para cima como era
pretendido.

Figura 7- Valores das coordenadas de posição x e y em cada instante de imagem em formato de 3 colunas

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Figura 8- Deslocamento horizontal do Centro de Gravidade nos instantes 0,00 a 0,84

Figura 9- - Deslocamento vertical do Centro de Gravidade nos instantes 0,00 a 0,84

Nesta figura podemos observar o resultado dos gráficos do deslocamento horizontal e vertical do
Centro de gravidade. No gráfico do deslocamento horizontal do CG verificamos que a linha de
tendência é maioritariamente crescente visto que o aluno se encontra a saltar.

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Figura 10- Imagem dos valores da componente horizontal e vertical da velocidade em cada instante de tempo

Componente horizontal da velocidade do CG


0.90

0.80
f(x) = − 6.7219999999999 x⁴ + 10.486 x³ − 3.8325 x² + 0.7666 x − 0.0049
R² = 1
0.70

0.60

0.50

0.40

0.30

0.20

0.10

0.00
0 0.04 0.08 0.12 0.16 0.2 0.24 0.28 0.32 0.36 0.4 0.44 0.48 0.52 0.56 0.6 0.64 0.68 0.72 0.76 0.8 0.84
-0.10

Figura 11- Gráfico da componente horizontal da velocidade do CG nos instantes 0,00 a 0,84

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Componente vertical da velocidade do CG
3.00

f(x) = − 64.7499999999989 x⁴ + 155.355999999998 x³ − 113.552999999999 x² + 30.1939999999999 x − 2.51040000000001


R²2.00
=1

1.00

0.00
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9

-1.00

-2.00

-3.00

Figura 12 - Componente vertical da velocidade do CG nos instantes 0,00 a 0,84

Nestes gráficos podemos observar as equações e o gráfico das componentes horizontal e vertical
do CG e interpretar os seus dados. Uma vez que no gráfico da componente horizontal do CG a linha
de tendência é crescente, o centro de massa aumenta a sua velocidade continuamente visto que
está a dar se um salto e um impulso gera velocidade. No caso da linha de tendência do gráfico da
componente vertical do CG este indica nos que a velocidade aumenta até ao instante 0,2 e depois
diminui até ao instante 0,5 e volta a aumentar até ao ultimo instante.

Figura 13- Posição angular relativa do joelho

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Nesta figura podemos observar a posição angular relativa do joelho. Esta foi obtida através da
montagem de todas as imagens da posição angular relativa do joelho ao longo de todos os frames.
Para isto tivemos que copiar as coordenadas dos pontos 3,4 e 5, previamente copiados do
digitizeXy, e inseri-las no Excel para formar estas imagens. Estas coordenadas significam as
extremidades dos pontos A,B e C, isto é , o segmento articular do joelho.

Figura 14- Posição angular relativa da coxa

Esta figura representa a posição angular relativa da coxa. Foi obtida através da colocação dos
pontos 4 e 5 no Excel, em que o ponto 4 era as coordenadas do segmento A e B e o ponto 5 as
coordenadas da extremidade do ponto A. Em relação à coordenada y da extremidade do segmento
B, utilizámos o mesmo valor que o da coordenada y da origem do segmento B, na coordenada x da
extremidade do segmento B, um valor superior ao da coordenada y da origem do segmento B que
foi o 3, isto para prolongar a extremidade do segmento e visualizar no gráfico.

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Figura 15- Imagem dos valores do deslocamento angular do joelho de cada instante

Figura 16- Imagem dos valores do deslocamento angular da coxa de cada instante

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Deslocamento angular do joelho
170
f(x) = − 6845.59223798 x⁵ + 16766.538746 x⁴ − 14329.3658028 x³ + 5046.08404915 x² − 679.24249116 x + 169.538110321
R² = 0.85631510636293
160

150

140

130

120

110
0.00 0.04 0.08 0.12 0.16 0.20 0.24 0.28 0.32 0.36 0.40 0.44 0.48 0.52 0.56 0.60 0.64 0.68 0.72 0.76 0.80 0.84

Figura 17- Gráfico do deslocamento angular do joelho e equação

Deslocamento angular da coxa

121.00

116.00

f(x) = 4336.71646834 x⁵ − 10182.4805425 x⁴ + 8320.20201772 x³ − 2816.28540051 x² + 368.565228732 x + 91.3986594132


111.00
R² = 0.838799255819255
106.00

101.00

96.00

91.00

86.00

81.00
0.00 0.04 0.08 0.12 0.16 0.20 0.24 0.28 0.32 0.36 0.40 0.44 0.48 0.52 0.56 0.60 0.64 0.68 0.72 0.76 0.80 0.84

Figura 18- Gráfico do deslocamento angular da coxa e equação

Nas imagens 15 e 16 pudemos observar os dados obtidos anteriormente, organizados em colunas


com os dados que nos permitiram determinar estes gráficos do deslocamento angular do joelho e
da coxa nas figuras 17 e 18.

15
Figura 19- Imagem dos dados da plataforma de forças

Figura 20- Cálculo dos dados da impulsão

Na figura 20 é possível observar os dados sobre a impulsão que foram calculados através dos dados
da velocidade (Impulso = variação da quantidade de movimento). Isto foi possível devido aos dados
obtidos na plataforma de forças que estão na figura 19.

16
Impulso médio-lateral da força reativa
150

100

50

0
1 29 57 85 113141169197225253281309337365393421449477505533561589617645673701729757

-50

-100

Series1

Figura 20- Gráfico da variação do impulso médio-lateral da força reativa

Este gráfico simboliza as alterações do movimento para a esquerda e para a direita nas oscilações
entre os valores negativos e positivos. Componente Fx da força

Impulso antero-posterior da força reativa


800

600

400

200

0
1 29 57 85 113141169197225253281309337365393421449477505533561589617645673701729757

-200

-400

Series1
Figura 21- Gráfico da variação do impulso antero-posterior da força reativa

Este gráfico representa as oscilações da componente ântero-posterior da força para cima e para
baixo. Estes movimentos na vertical representam valores positivos e negativos. Componente Fx da
força.

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Impulso vertical da força reativa
3500

3000

2500

2000

1500

1000

500

0
Figura 1 29 57 85 113141169197225253281309337365393421449477505533561589617645673701729757 22-

Series1
Gráfico da variação vertical da força reativa

Este gráfico representa a força do impulso vertical e quando o analisamos conseguimos perceber
que, ao contrário dos 2 anteriores, não existem oscilações para o lado negativo visto que o 0
representa o solo.

Figura 23- Imagem da força média das 3 componentes reativas

Conclusão
Este trabalho melhorou os meus conhecimentos sobre as matérias abordadas ao longo do ano em
relação à cinemática dos movimentos e à dinâmica de um salto. Resultou num aumento do numero
de pesquisas que efetuei relacionadas com os estudos feitos ao longo do semestre em
Biomecânica, o que me aumentou os conhecimentos ao nível da disciplina.
Este trabalho vai ao encontro da base e do maior foco da biomecânica que é o deslocamento e as
suas forças, com isto cheguei à conclusão que todos estes deslocamentos têm um objetivo
mecânico e que neste trabalho em específico o executante não o efetuou da melhor maneira pois o
seu objetivo era saltar para cima e este saltou para a frente.
A realização deste trabalho foi bastante importante pois sinto que estou mais preparado para a
minha vida profissional futura no que toca a situações na área dos deslocamentos e forças, ou seja,
na biomecânica.

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