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MÓDULO:
CONTABILIDADE DOS INTANGÍVEIS E DO
CAPITAL HUMANO
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Módulo Contabilidade dos Intangíveis e do Capital Humano
Professora Doutora Santa Ramos
Caríssimos estudantes
Muito obrigada
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Voltando as origens do universo, uma das teorias usadas para explicar o surgimento da
raça humana é a criação divina por meio do qual o homem é diferenciado dos demais
animais por possuir intelecto. Essa visão criacionista predominou até o século XIX,
porém, com a necessidade de mudanças e em busca de novos conhecimentos, surgiu a
crença científica, que é dividida em três períodos:
A globalização é outro fenômeno que faz parte do desenvolvimento e das mudanças que
envolvem o capital intelectual. Com a quebra de paradigmas, a troca de conhecimentos
entre as diversas nações possibilitou a abertura para novas experiências e a aproximação
com outras culturas, abrindo um leque para novos conhecimentos.
Como se pode ver, a expressão "Capital intelectual" data de tempos antigos, porém, seu
conceito passou a ser explorado, de fato, nos anos oitenta, mais especificamente em 1986,
onde através da publicação do livro The Know-How Company, de Sveiby passou-se a
reconhecer os ativos intangíveis como recursos. Assim, deu-se uma abertura maior para
a discussão sobre a intangibilidade e o gerenciamento do capital intelectual e as
dificuldades de sua mensuração.
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Gracioli (2005) afirma que existem variadas correntes de estudos sobre o conhecimento
nas organizações, e uma delas enfoca o Capital Intelectual. O principal argumento dessa
corrente aponta a existência de ativos chamados genericamente de intangíveis.
Por isso, Sullivan (2000) e Pacheco (2005) identificam três diferentes origens do que se
tornou o movimento de gerenciamento de Capital Intelectual, sendo eles:
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financeiros para criar valor corporativo de crescimento econômico. Isso pode ser
observado, por exemplo, no caso de uma marca (ativo intangível) que valoriza um
determinado produto da empresa (ativo tangível).
O Capital Intelectual, como apontado na Administração, por Peter Drucker, em 1993, foi
o conceito aplicado para analisar os elementos intervenientes na geração de valor das
organizações (GRACIOLI 2005). Sem dúvida, o primeiro marco foi em 1969, quando
John Kenneth Galbraith pela primeira vez publicou o conceito sobre Capital Intelectual,
que incorporava um grau de “ação intelectual”, em vez de considerar simplesmente o
intelecto (EDVINSSON; SULLIVAN, 1996; COSER, 2012). O Quadro 1 a seguir
apresenta a cronologia das publicações a respeito de Capital Intelectual.
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Mayo (2003) mostrou em seu livro “O valor humano da empresa” – um dos primeiros
livros que trata de Capital Intelectual. Em seu texto, cita que o Dr. Karl-Erik Sveiby,
presidente de uma das mais bem-sucedidas editoras da Suécia, tornou-se autor e
consultor, especializando-se nas questões ligadas ao conhecimento e à geração de receitas
intangíveis.
Capital Intelectual é um ativo intangível que está disperso na cabeça das pessoas que
integram uma empresa e, ainda, em documentos gerados em sua estrutura, como
relatórios, memorandos, arquivos eletrônicos e, especialmente, na sua experiência prática.
Capital Intelectual corresponde ao conhecimento explícito (existência concreta) e ao
conhecimento tácito (intuitivo), respectivamente. Nonaka e Takeuchi (1997)
Alem das definições exposta pelos diferentes investigadores se pode definir o Capital
Intelectual como a inteligência, a habilidade e os conhecimentos humanos. Esses
conhecimentos podem ser tácitos - advindos das experiências ao longo da vida; ou
explícitos - são estruturados, criptografados e armazenados, sendo possível sua
transmissão a outras pessoas.
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O Capital Intelectual que está na mente das pessoas, atualmente é considerado o recurso
mais importante que uma organização pode ter. Admitindo a importância do Capital
Intelectual, este é denominado como a nova vantagem competitiva, ou seja, um
diferencial na obtenção de sucesso e recursos de uma instituição. Pode-se dizer que é
através do capital intelectual que uma empresa consegue se desenvolver e se destacar no
mercado em que atua, porém, isso não deixa de lado os demais recursos.
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É importante destacar que o Capital Intelectual não pode ser um conceito pensado em
função apenas dos interesses empresariais. A história tem mostrado que vivemos num
contínuo jogo de disputas pela dominação do homem pelo próprio homem, inclusive, nas
relações profissionais das organizações contemporâneas. Por isso, a visão de Capital
Intelectual também deve ser pensada como maneira estratégica de emancipação
humana, uma vez que é um recurso, em primeiro lugar, dos seres humanos, de cada
indivíduo.
Embora os estudos sobre Capital Intelectual sejam de datas recentes, Crawford (1994)
resgata a história, estabelecendo um paralelo sobre a evolução econômica, em três etapas:
A busca por eficácia e eficiência nas organizações é marcada pela terceira etapa, ou seja,
pela era do conhecimento (CRAWFORD, 1994). Isso significa que o processo mais
recente começou nos Estados Unidos nos anos 60 do século XX; atualmente, está
disseminado em todo o mundo. Em linhas gerais, a maneira como esse conhecimento vai
ser gerenciado é que definirá o futuro dos colaboradores e da organização. No Capital
Intelectual, esse ciclo estende-se a dimensões do Capital Intelectual. Para maior
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CAPITAL HUMANO
Know-how
Educação
Qualificação vocacional
Conhecimento relacionado ao trabalho
Avaliações ocupacionais
Avaliações psicométricas
Competências relacionadas ao trabalho
Ímpeto de empreendimento, inovação, capacidades proactivas e reativas,
mutabilidade
CAPITAL ESTRUCTURAL
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De acordo com Coser (2012), os três elementos do Capital Intelectual podem ser
denominados:
Capital Humano
Para explicar, analisar ou medir o Capital Humano, Bontis (1999), Pablos (2004) e Coser
(2012) propõem a subdivisão desse elemento em: competências – englobam as
habilidades, as formações e o saber fazer das pessoas; atitudes – referem-se aos fatores
comportamentais, como a motivação e as qualidades de liderança; e agilidade intelectual
– compreende a habilidade dos membros da organização para inovar, empreender e
adaptar-se a novas circunstâncias.
Ressalta-se que, à medida que uma organização utiliza mais o que as pessoas sabem e
quanto maior o número dessas pessoas, mais úteis elas serão à organização (SCHMIDT;
SANTOS, 2002). No entanto, o Capital Humano produz o Capital Estrutural e vice-versa.
Além disso, torna-se necessário o estabelecimento de certas estruturas dentro da empresa,
como, por exemplo, sistemas de informações, laboratórios, processos.
Capital Estrutural
O Capital Estrutural, que também pode ser chamado de Capital Organizacional, trata da
infraestrutura organizacional existente na empresa. De acordo com Edvinsson e Malone
(1998), o Capital Estrutural pode ser mais bem descrito como o esboço, o empowerment
e a infraestrutura que apoiam o Capital Humano.
Compreender que sistemas internos, redes e cultura são ativos valiosos concentra a
atenção da organização em se assegurar de que esses ativos se apreciem e adicionem
valor, em vez de permitir que eles declinem ou fiquem estagnados diante de políticas
inapropriadas e de esforços estratégicos insalubres (PACHECO, 2005).
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Capital Relacional
O Capital Relacional também pode ser chamado de Capital de Clientes, considerado por
Stewart (1998) como o mais valioso dos ativos intangíveis da organização, pois diz
respeito aos relacionamentos contínuos com as pessoas e organizações para as quais as
empresas vendem seus produtos e serviços.
Da mesma forma, Pacheco (2005) explica que as conexões de uma organização com seus
clientes e fornecedores agregam valor, ou seja, criam valor por meio da fidelidade,
mercados melhorados, velocidade e qualidade. O Capital de Clientes é quando existe
fidelidade, que gera vendas costumeiras e reduz os custos de buscar novos clientes. Do
mesmo modo, o cultivo de bons e dedicados fornecedores pode aumentar os esforços de
just-in-time, aumentar a qualidade (acertando, já na primeira vez, princípios do lean
production) e reforçar a velocidade necessária para atingir as metas de comercialização.
Essa forma de capital também pode ser mensurada e capitalizada como recursos da
organização.
Pelo antes exposto se pode resumir que: definir ou explicar o Capital Intelectual como
suas dimensões tem sido alvo de diversos pensadores. Por exemplo, como já foi explicado
por STEWART, o capital intelectual corresponde ao conjunto de conhecimentos e
informações, encontrado nas organizações, que agrega valor ao produto e/ou serviços,
mediante a aplicação da inteligência e não do capital monetário, ao empreendimento.
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A metáfora é perfeita. Revela que existe uma realidade por detrás da aparência, que o
visível e o aparente são apenas um aspecto da realidade. E assim desmistifica o conceito
de valor. Se o capital intelectual representa a massa enterrada da raiz da árvore visível,
ou, usando uma outra imagem conhecida, o iceberg gigante escondido embaixo da
superfície que se encontra emersa; supondo que represente 2/3 ou mais do valor real das
empresas, então nos defrontamos não somente com uma distorção no setor de
investimentos, mas com uma verdadeira crise que se estende por toda a economia.
Reflita um momento. O que tem sido investido na sua empresa para aumentar a
capacidade daquilo que nos dias de hoje está demonstrando ser o ponto de desequilíbrio
entre as empresas modernas, ou seja, o estoque de “neurônios” sadios, motivados,
produtivos e criativos? Atrevo-me a prognosticar que muito menos do que o necessário.
O profissional, que tem no centro da sua cabeça a “máquina” das máquinas é, na maioria
das vezes esquecido à sua própria sorte, deixando assim a empresa de usar o que tem de
mais importante o “Capital Intelectual”.
O Capital Intelectual é uma realidade da qual não se pode mais fugir. A sua influência na
gestão empresarial fez surgir um novo código de comportamento e uma nova atitude em
relação ao mesmo.
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Cada vez mais, empresas adquirem outras empresas exclusivamente por seu
conhecimento. Dispõe-se a pagar mais do que seu valor de mercado esperando obter o
acréscimo do novo conhecimento ao seu próprio estoque.
a) A compra da Lotus pela IBM, em 1995. A IBM pagou US$ 3,5 bilhões (14 vezes
a avaliação contábil de US$ 250 milhões). O ágio pago pela IBM representa sua
avaliação monetária do conhecimento exclusivo daquela empresa;
b) A MICROSOFT, empresa de Bill Gates, é muito mais capital intelectual do que
capital físico. O seu valor de mercado corresponde a 100 vezes o valor de seu
ativo tangível;
c) A NOKIA, filial finlandesa, com apenas cinco empregados, fatura US$ 200
milhões ao ano.
A diferença entre o valor contábil e o valor pago na compra de uma empresa vem sendo
contabilizada como goodwill (fundo de comércio).
Em outras palavras, se diz que goodwill é uma espécie de ágio, de um valor agregado que
tem a empresa em função da lealdade dos clientes, da imagem, da reputação, do nome da
empresa, da marca de seus produtos, do ponto comercial, de patentes registrados, de
direitos autorais, de direitos exclusivos de comercialização, de treinamento e habilidade
de funcionários, etc. (É MUITAS VEZES TAMBÉM CONFUNDIDO COM O
CAPITAL INTELECTUAL).
O grande responsável por essa defasagem contábil é o conjunto dos recursos intelectuais
que correspondem aos ativos mais valiosos encontrados nas empresas e que não vêm
sendo levados em conta. Existe, ainda, uma grande dificuldade de se encontrar uma
metodologia segura e adequada para mensurar e avaliar esse novo recurso econômico
gerador de riqueza, diante da natureza intangível.
Número de patentes.
Custo de manutenção de patente.
Custo de ciclo de vida do projeto por $ de vendas.
Número de computadores ligados ao banco de dados.
Número de vezes que o banco de dados foi consultado.
Contribuições ao banco de dados.
Atualizações do banco de dados.
Volume de utilização e conexão do Sistema de Informação (SI).
Proporção de novas ideias geradas para novas ideias implementadas.
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Sob esse prisma, em Tiepolo e Rebelato (2004), tem-se que os indicadores de desempenho
são os componentes básicos de um Sistema de Medição de Desempenho (SMD). O
objetivo geral de um SMD é o de conduzir a empresa à melhoria de suas atividades, pelo
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Frost (2000) define três passos para os métodos de mensuração do desempenho: tópicos
de desempenho, fatores críticos de sucesso e indicadores de desempenho. O autor
determina também que as métricas devem servir para melhorar o desempenho, medir a
capacidade e permitir comparabilidade.
a) Direct Methods Intellectual Capital (DIC): Estima o valor dos ativos intangíveis
pela identificação de seus diversos componentes. Uma vez que esses componentes
são identificados, eles podem ser diretamente avaliados, individualmente ou como
um coeficiente agregado.
Analisar para que serve o Capital Intelectual requer identificar o que medir das dimensões
de Capital Humano, Estrutural e Relacional, bem como as métricas e as ferramentas para
tais procedimentos. Para isso, propõe-se a construção de um quadro sistemático. Ressalta-
se que, para a construção deste sumário, no Quadro 3, tomou se como base o trabalho de
Gubiani (2011), que analisa a influência do Capital Intelectual no potencial de inovação.
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Na ordem explicitada no anexo nº 1 Quadro 4, será apresentada uma breve descrição dos
modelos param medir o Capital Intelectual:
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3. “q” de Tobin – Stewart (1998) explica que este método foi desenvolvido, não
como uma medida do Capital Intelectual, embora seja uma boa medida, mas como
uma alternativa para prever decisões de investimento da empresa. Gracioli (2005)
salienta que o “q” é a proporção entre o valor de mercado da empresa (ou seja,
preço da ação multiplicado pelo número de ações), tipicamente mensurado com o
propósito de identificar a verdadeira possibilidade de capitalização da empresa, e
o custo de reposição de seus ativos, incluindo os equipamentos, as máquinas, os
edifícios e demais ativos relacionados com o processo de produção e de
administração. Este método utiliza o valor dos custos de reposição dos ativos
tangíveis de uma empresa para predizer as decisões de investimento desta,
independentemente das taxas de juros (MAYO, 2003).
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9. The Value Chain Scoreboard – O Scoreboard deve satisfazer a três critérios para
que possa maximizar a sua utilidade gerencial, ressalta Wernke (2003):
10. Razão do Valor de Mercado/Valor Contábil – A diferença entre estas duas formas
de avaliação (parcial, pelo modelo contábil, e total, pelo mercado) pode ser
definida como sendo resultante do fato de os ativos intangíveis (Capital
Intelectual) não serem divulgados pela empresa. Esse valor ficará sujeito a
variações no seu valor contábil, no seu preço atual de realização e em várias outras
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c) A terceira etapa é fundamental, pois exige uma análise crítica desta seleção de
variáveis quanto a avaliabilidade de mensuração. Esta análise inclui a avaliação
das fontes de informação. Na quarta e última etapa deve-se proceder à medição
das variáveis que compõe o Capital Intelectual. Esta mensuração pode ser útil para
a gestão de uma organização que trata do conhecimento como principal recurso
de seu negócio.
Para fazer um melhor análise conceitual sobre Capital Intelectual foram selecionados os
conceitos de medição, formulados por alguns investigadores citados no quadro n~ 4 do
anexo 1, por exemplo: STEWART (1998), SVEIBY (1997) e EDVINSSON & MALONE
(1999). Estes autores apresentam conceitos práticos sobre capital intelectual, ativos
intangíveis. STEWART aborda o gerenciamento de empresas a partir de sua experiência
com empresas como a General Eletric, Hewlett-Packard e a Merck & Co. SVEIBY
explica como utilizar e avaliar esses ativos com base em estudos de empresas como a
WM-Data, a Skandia AFS e a Celemi. EDVINSSON & MALONE demonstram uma lista
de medição aperfeiçoada a partir da experiência da Skandia. Os autores oferecem modelos
que podem ser utilizados por executivos e gerentes de modo a melhorar o desempenho,
aumentar a lucratividade e o sucesso organizacional em longo prazo.
Um método para atribuir valor monetário a ativos intangíveis foi desenvolvido pela NCI
Reserarch em Evanston, Illinois, afiliada da Kellogg School of Business na Northwestern
University segundo relata STEWART (1988). “A motivação para o método foi a
necessidade em ajudar novas empresas que fazem uso intensivo do conhecimento, pois
os investidores hesitam em investir em empresas que possuem pouco ativo tangível como
caução”
Foi considerado que o valor de mercado de uma empresa reflete seus ativos físicos
tangíveis mais um componente que pode ser atribuído aos ativos intangíveis. Adaptou-se
um método usado para avaliar o valor das marcas. O método preconiza o cálculo de um
prêmio que caracteriza o valor monetário dos ativos intangíveis.
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c) Divida as receitas pelos ativos para obter o retorno sobre ativos: 29% (um
bom negócio US$ 3,694 bilhões / US$ 12,953 bilhões = 0,29 x 100 = 29%
d) Para o mesmo período de três anos, obtenha o retorno médio sobre os ativos
do setor. A NCI usou valores do Annual Statement Studies da Robert Morris
Associates para empresas com o mesmo código da Standart Industrial
Classification. Para a indústria farmacêutica, esse índice é de 10%. Se o
retorno sobre os ativos da empresa for inferior à média, pare: o método NCI
não funcionará;
g) Calcule o valor presente líquido do prêmio. Para isso, divida o prêmio por um
percentual apropriado, por exemplo, o custo de capital da empresa. Utilizando
um índice percentual escolhido arbitrariamente de 15%, o resultado, no caso
da Merck é de US$ 11 bilhões.
Como se pode observar, o cálculo dos ativos intangíveis foi elaborado com base em
variáveis históricas, atuais e futuras considerando os índices do setor farmacêutico.
mostra o ganho médio que uma empresa farmacêutica deveria ter com esse
valor de ativos tangíveis. Agora subtraia esse valor das receitas antes da
tributação dessa empresa, que obtivemos no primeiro item (US$ 3,694
bilhões). No caso da Merck, o excesso é de US$ 2,39 bilhões. Esse é o valor
adicional das receitas da Merck provenientes de seus ativos em relação à
média da indústria farmacêutica;
j) Calcule o valor presente líquido do prêmio. Para isso, divida o prêmio por um
percentual apropriado, por exemplo, o custo de capital da empresa. Utilizando
um índice percentual escolhido arbitrariamente de 15%, o resultado, no caso
da Merck é de US$ 11 bilhões.
Como se pode observar, o cálculo dos ativos intangíveis foi elaborado com base em
variáveis históricas, atuais e futuras considerando os índices do setor farmacêutico.
Alguns tópicos são importantes para proceder à avaliação dos ativos intangíveis de uma
organização. É necessário se estabelecer quem está interessado nos resultados e se
classificar os diversos grupos de funcionários dentro de uma das três categorias de ativos
intangíveis. É fundamental que as avaliações contemplem comparações, por exemplo, ao
ano anterior, ou a orçamento, etc. Deve ser dado prosseguimento às avaliações de modo
a cobrir pelo menos três ciclos de avaliação antes de tentar avaliar os resultados, sendo as
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Essas medidas são acompanhadas por meio de um monitor de ativos intangíveis. Não
excedendo a uma página, o monitor pode ser integrado ao sistema de gerenciamento de
informações acompanhado por comentários. O objetivo do monitor é selecionar alguns
indicadores para cada ativo intangível com foco no crescimento e renovação, eficiência e
estabilidade.
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Segundo os autores, a mensuração do Capital Intelectual pode ser obtida e resultar num
valor realista e comparável. Os indicadores devem ser selecionados e representativos de
cada um dos cinco focos acima mencionados. Devem-se agregar os indicadores
resultando em um conjunto de 20 variáveis, que podem ser alteradas, incluídas ou
excluídas, caso seja importante para a empresa. O quadro abaixo apresenta variáveis que
podem compor uma estrutura que permite a mensuração do Capital Intelectual de uma
organização.
Esta é uma lista dinâmica considerando o propósito de debater o que realmente constitui
o valor monetário do Capital Intelectual. Este conjunto de variáveis, quando somadas,
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A medição do valor atual é difícil e propenso a avaliações erradas. Por isso, a avaliação
do Capital Intelectual se direciona para o investimento no futuro. Entretanto, torna-se
necessário criar um valor compensatório que teste os investimentos em relação à
produtividade, criação de valor e avaliação do usuário conforme ocorre na realidade.
Este conjunto de nove índices deve ser combinado em uma única porcentagem que
indique a eficácia com que a organização utiliza o seu Capital Intelectual. Cada índice
aumenta de valor a medida que a empresa melhora seu desempenho. Por exemplo, os
índices de rotatividade dos empregados devem ser revertidos para retenção de
empregados e, custo dos erros administrativos/receita deve transformar-se em eficiência
administrativa/receitas. Por outro lado, os índices de investimento em Pesquisa &
Desenvolvimento e horas de treinamento devem ser comparadas à média do setor.
A equação sugerida para mensurar é i = (n/x), em que n é igual à soma dos valores
decimais dos nove índices de eficiência, e x o número destes índices, ou seja, se obtém a
média aritmética. A avaliação global do Capital Intelectual é resultante da multiplicação
do índice “i” pela variável “C”, conforme segue:
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n = 0,65 + 0,82 + 0,53 + 0,62 + 0,86 + 0,75 + 0,92 + 0,83 + 0,86 = 6,84
x=9 i = ( n/x ) i = ( 6,84/9 ) = 0,76 0,76 x 100 = 76%
Caso a empresa tivesse avaliado o valor absoluto de seu Capital Intelectual em US$ 150
milhões, isto significa que a avaliação global do Capital Intelectual desta organização
seria:
EDVINSSON E MALONE (1998, p.174) advertem para que não seja aceita e utilizada
esta lista como fórmula definitiva, pois salientam que “ela foi feita com propósito único
de debater o que constitui o Capital Intelectual”.
Devido à diversidade das organizações, faz-se necessário adaptações tais como: reavaliar
a lista, incluindo demais pontos ou excluindo outros. O importante é que possa partir de
algo para mensurar e avaliar melhor o Capital Intelectual, utilizando-o como vantagem
competitiva e de diferenciação.
Para concluir essa parte do tema, consideramos necessário que se deve fazer uma reflexão
sobre o que a empresa realmente é. “Ser” é diferente do “Ter”. O Ser envolve a filosofia,
valores, respeito ao profissional, crenças, força de união e ação, conhecimento. Com toda
a certeza, o que ela vir a Ter, será conseqüência da forma de como conseguir administrar
estas características.
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Tratamos, aqui, de alguns dos métodos utilizados para a sua mensuração, tentando desta
forma diminuir a distância abismal de se avaliar o valor e o desempenho da empresa
moderna.
De acordo com a Norma Internacional AIS 38, as entidades devem seguir as novas
definições para o novo tratamento contábil dos ativos intangíveis, seguir os critérios para
seu o reconhecimento e mensuração, bem como analisar e efetuar as divulgações
específicas referentes a esses ativos. Esta norma estabelece que uma empresa reconheça
um ativo intangível somente se determinados critérios forem atendidos, além de
especificar como devem ser avaliados e quais são as divulgações necessárias para esse
novo subgrupo do ativo patrimonial.
Softwares;
Licenças;
Marcas;
Patentes;
Direitos autorais;
direitos de exibição de filmes.
Um item do ativo intangível adquirido deve ser reconhecido quando satisfizer a definição
de ativo intangível, quando os benefícios econômicos futuros forem prováveis e se o custo
puder ser mensurado. Para tanto, uma empresa deve ser capaz de demonstrar todos os
seguintes critérios:
Viabilidade técnica;
Capacidade de usar ou vender o ativo intangível;
Disponibilidade de recursos técnicos, financeiros e outros para completar o
desenvolvimento;
Capacidade de medir confiavelmente o gasto com o desenvolvimento.
Caso não haja condições de reconhecer um ativo intangível este deve ser registrado como
despesa.
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Fase de Pesquisa
Nenhum ativo intangível proveniente de pesquisa deve ser reconhecido. O dispêndio com
pesquisa deve ser reconhecido como uma despesa quando for incorrido.
Durante a fase de pesquisa de um projeto interno, a entidade não está apta a demonstrar
a existência de um ativo intangível que gerará prováveis benefícios econômicos futuros.
Portanto, tais gastos são reconhecidos como despesa quando incorridos.
Fase de Desenvolvimento
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a) a viabilidade técnica para concluir o ativo intangível de forma que ele seja
disponibilizado para uso ou venda;
b) sua intenção de concluir o ativo intangível e de usá-lo ou vendê-lo;
c) sua capacidade para usar ou vender o ativo intangível;
d) a forma como o ativo intangível deverá gerar benefícios econômicos futuros.
Entre outros aspectos, a entidade deverá demonstrar a existência de um
mercado para os produtos do ativo intangível ou para o próprio ativo
intangível ou, caso este se destine ao uso interno, a sua utilidade;
e) a disponibilidade de recursos técnicos, financeiros e outros recursos
adequados para concluir seu desenvolvimento e usar ou vender o ativo
intangível; e
f) sua capacidade de mensurar com segurança os gastos atribuíveis ao ativo
intangível durante seu desenvolvimento.
Existem duas formas para a definição da vida útil dos ativos intangíveis: vida útil
definida, que é o período determinado em que se espera que o ativo gere entradas líquidas
de caixa e vida útil indefinida, quando não for possível determinar este período. A
amortização no caso da vida útil definida deve ocorrer de acordo com o período
determinado da sua vida útil, pelo método linear.
Já para a vida útil indefinida os ativos intangíveis não são amortizáveis, ou seja, não
devem sofrer amortização. No entanto devem ser submetidos a teste de impairment
anualmente ou sempre que houver qualquer indicação de que o ativo possa ter perdido
valor.
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a) O valor amortizável de um ativo intangível com vida útil definida deve ser
apropriado de forma sistemática ao longo da sua vida útil estimada.
b) A amortização deve ser iniciada a partir do momento em que o ativo estiver
disponível para uso, ou seja, quando se encontrar no local e nas condições
necessários para que possa funcionar da maneira pretendida pela administração.
c) A amortização deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido
para venda ou incluído em um grupo de ativos classificado como mantido para
venda ou, ainda, na data em que ele é baixado, o que ocorrer primeiro.
d) O método de amortização utilizado deve refletir o padrão de consumo pela
entidade dos benefícios econômicos futuros. Se não for possível determinar esse
padrão com segurança, deve ser utilizado o método linear. A despesa de
amortização para cada período deve ser reconhecida no resultado, a não ser que
outra norma ou Pronunciamento contábil permita ou exija a sua inclusão no valor
contábil de outro ativo.
e) O período de amortização e o método de amortização para um ativo intangível,
com vida útil, definida devem ser revistos pelo menos no final de cada exercício
social.
a) Um ativo intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado.
b) De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 - Redução ao Valor
Recuperável de Ativos, é exigido que uma entidade teste a recuperação de um
ativo intangível com vida útil indefinida comparando o seu valor recuperável com
o seu respectivo valor contábil, anualmente ou sempre que haja uma indicação de
que o ativo intangível pode estar perdendo substância econômica.
Divulgação
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A divulgação das informações referentes aos ativos intangíveis não se restringe aos
apresentados neste artigo. Quaisquer particularidades devem constar na divulgação dos
dados, conforme análise interna de cada entidade.
As métricas são necessárias, uma vez que ajudam a definir a estratégia. Ajudam a
quantificar metas e objectivos e a melhor forma de certificar-nos que a iniciativa foi um
sucesso. As métricas são a melhor forma para perceber e utilizar a este nível. Se boas
metas que são estabelecidas para cada objectivo, e através de revisões regulares as
métricas irão indicar se nós estamos num bom caminho para o sucesso
Sabemos que um dos maiores desafios da área de Recursos humanos é demostrar o quanto
nosso trabalha agrega valor de facto ao resultado da organização. Actualmente, por mais
que este cenário já tenha ganhado novas perspectivas, e se entenda a importância do
desenvolvimento humano, vários profissionais ainda se sentem pressionados no momento
de demostrar estes resultados.
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Perguntas como, o que medir, por que medir, quando, sempre nos servirão como base
para estas definições.
Muitas organizações não entendem isto como um indicador que deve ser medido
constantemente. Mas hoje, com a disseminação das informações, a concorrência e muitas
vezes a pouca diferença entre os serviços, faz com que o seu maior bem precise cada vez
mais estar em foco, o colaborador.
Há tempos que o pessoal passou a ser o grande diferencial das organizações, e por isso
estar atento a preparação deles é fundamental. Um desafio é olhar se estamos fazendo
uma avaliação completa disso. Não só trabalharna medição dos treinamentos técnicos que
são fundamentais para uma operação, mas também olhar para as softskills, que vão trazer
a competitvidade ao negócio.
Em um momento que exige que as empresas sejam cada vez mais eficientes, com
processos estritamente correctos, utilizando poucos recursos, e trazendo rápida resposta
para os clientes, as sofiskills ajudam a minimizar o que poderíam ser grandes problemas
quando não há visão sistémica, confiança, falta de comunicação, falta de
compartilhamento de recursos.
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Nº 2 Desempenho Elevado
Com os sistemas de avaliação de desempenho que vem sendo utilizados nas organizações,
é posivel olhar para este indicador e començar a medir o tamanho da população
organizacional que traz mais resultados do que o esperado.
Mas, para isso, é necessário que a avaliação de desempenho tenha credibilidade e seja
aplicada de forma correcta. Um trabalho com a gestão da empresa para a aplicação desta
ferramenta geralmente é necessário. Ainda hoje, temos gestores que não entendem bem
as avaliações e acabam não preenchendo com a devida atenção que um instrumento como
este requer.
Nº 3 Crecimento na carreira.
Toda boa área de Recursos Humanos tem um plano de carreira bem desenhado e
estabelecido dentro da organização. Estar comprometido com a execução deste plano
também é um grande diferencial para o Recursos Humanos que quer demostrar a sua
eficacia.
Sabemos que desenhar e colocar em práctica são duas coisas diferentes, e que muitas
vezes enfrentamos alguns desafios de ordem política nas empresas. Mas, quando o
Recursos Humanos está comprometido com a medição deste indicador, consegue
demostrar o avanço que a organização ganha ao promover internamente, ao invés de
utilizar a contratação externa como única forma de preencher vagas. Pesquisas mostram
que um novo colaborador demora até 6 meses para començar a entregar os resultados
esperados, e este passa a ser um excelente argumento na implantação de um plano de
carreira.
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crescimento para o colaborador é facilitada, pois ele não depende apenas deste membro
de sua equipe para a entrega dos resultados de sua área e até superá-los
Nº 4 Satisfação do colaborador
Este é um indicador que precisa de um olhar amplo, e envolve vários temas que vão de
questões salariais á liderança. Algumas empresas utilizam a medição da Felicidade do
colaborador como um indicador que agrega e em alguns casos substitui a satisfação.
Como vosê já sabe, muitos indices caminham juntos e precisam ser cruzados para termos
uma fotografia real do cenário da organização. È imprescindivel que a área de Recursos
Humanos faça o cruzamento desta informações e utilize da melhor forma para criar
estratégias e argumentos no momento de propor suas ações e seu orçamento.
Claro que o mundo de Recursos Humanos é bem mais complexo, mas antes de començar
a olhar para tudo o que o Recursos Humanos deve e pode medir, é importante observar
como a área se mostra relevante para a direção, e para isso, tudo o que for posivel, traduza
para resultados financeiros.
Para definir quais são as melhores métricas para sua área de Recursos Humanos, entenda
o que vai realmente fazer a diferença na estratégia da sua organização e lembre-se, a
proximidade do Recursos Humanos junto a estratégia e a liderança é essencial.
O que é medição?
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Análise
Estudo de sistemas e fenômenos à partir da verificação de várias nuances de seu
comportamento.
Controle
A partir do conhecimento de um processo podemos tentar controlá-lo através das
variáveis de entrada.
Procedimento experimental
Aperfeiçoamento de conhecimentos através da análise teórica, formulação de
modelos, repetição de experimentos
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Os indicadores de recursos humanos permitem obter uma leitura mais precisa sobre os
problemas existentes nos RH. Sendo possível quantificar qualquer prática organizacional.
Tornando-se uma forma de auscultar o que se passa em determinada área e ler os sintomas
de forma a poder corrigir, proactivamente, possíveis lacunas
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competidores. Para Yeung e Bernan (1997), a medição dos Recursos Humanos deve ter
mais impacto nas actividades orientadas para o futuro do que nas do passado, devendo
concentrar-se em todo o sistema de Recursos Humanos e não só em práticas individuais
Para Bean e Gerathy (2003), os key perfomance indicators (KPI’s) são válidos e eficazes
quando são aplicados de forma consistente e compreensiva. Acrescentam que o
desempenho financeiro deve ser respeitado como a medida crítica de sucesso para
qualquer negócio, no entanto os KPI’s estão fortemente relacionados com as métricas
operacionais no nível de RH. Segundo Griffin (2004), deverá haver uma ligação entre os
KPI’s e os objectivos específicos, a partir dos objectivos específicos para os objectivos
organizacionais e a partir dos objectivos organizacionais para estratégicos.
Hursman (2010) definiu 5 critérios para a composição de KPI’s: devendo ser específico;
mensurável; exequível; relevante e ter prazos estabelecidos.
Eckerson (2007) afirma que as métricas são uma força poderosa que podem originar
mudança na organização, mas apenas se as métricas certas forem desenvolvidas e
aplicadas. As métricas erradas podem até provocar danosnos processos da organização e
desmoralizar os trabalhadores. O mesmo autor aponta que os bons KPI’s devem ser:
o Balanced Score Card (BSC) nas organizações permite melhorar a gestão da avaliação
de desempenho, tendo por base perspectivas financeiras e não financeiras. Permite ainda
definir objectivos e metas operacionais a atingir bem como controlar os resultados com o
objectivo de cumprir a missão, visão e objectivos estratégicos. Possibilita acompanhar e
controlar o desempenho regularmente.
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estratégia que foi traçada. Para além de providenciar feedback periódico e atempado sobre
a evolução do negócio, permite o estabelecimento de objectivos em cascata, originando
um maior conhecimento, envolvimento e focalização nos objectivos estratégicos, fazendo
com que os indivíduospercebam qual é a sua forma de contribuir e que o seu desempenho
será medido pela contribuição providenciada por cada um.
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Fase 4: O processo de métricas foi criado devido aos objectivos da empresa. Desta
forma as chefias regularmente revêm e renovam o processo de métricas e usam-
no planeamento estratégico
Processo
a) A organização pode ser visualizada como um sistema que realiza seu trabalho através
de um conjunto de atividades inter-relacionadas, que consomem recursos e produzem
bens e serviços, denominadas de processos. Processo também pode ser definido
como conjunto de atividades interrelacionadas ou interativas que transformam
insumos (entradas) em produtos ou serviços (saídas), que têm valor para um grupo
específico de clientes interessados.
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Indicadores
Conceituação
Os indicadores são ferramentas básicas para o gerenciamento do Sistema Organizacional
e as informações que fornecem são essenciais para o processo de tomada de decisão.
Podem ser obtidos durante a realização de um processo ou ao seu final.
Componentes do indicador
Tipos de indicadores
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O quê medir?
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São encontrados dentro dos processos e tratam da utilização dos recursos para a
geração de produtos e serviços. Servem para identificar e prevenir problemas nos
processos, estando ligados intimamente aos indicadores de qualidade.
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Índice obtido
Índice previsto
Indicadores de Capacidade
Medem a capacidade de resposta de um processo por meio da relação entre as saídas
produzidas por unidade de tempo.
Exemplos: números de peças produzidas por hora ou número de atendimentos por mês.
QUALIDADE + PRODUTIVIDADE + CAPACIDADE = COMPETITIVIDADE OM
Com base nas informações geradas pelo SMDO, seus usuários podem avaliar o
desempenho de equipes, atividades, processos e da própria OM, para tomar
decisões e executar ações para a melhoria do desempenho.
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Nesta etapa a equipe de medição adquire uma melhor compreensão da OM, pois
não se pode definir e medir aquilo que não se conhece. Para tanto, deve ser
estabelecido o diagrama de sistema da organização, conforme ilustrado na Figura
1. Além disso, são analisados os planos de gestão de níveis superiores e o plano
de gestão da própria OM. Também são levantados os requisitos-chave desejados
pelas partes interessadas (escalão superior, demais clientes, comunidades no
entorno da OM, público interno da OM, órgãos controladores e fornecedores) e
selecionados os Processos- Chave da organização.
Nesse ponto do método, pode ser feito uso da auto-avaliação realizada pela OM,
de forma a identificar os pontos fortes e as oportunidades de melhorias.
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Esta etapa tem como objetivo responder essas perguntas, por meio da busca das
informações necessárias para o processo de tomada de decisão. A definição de “o
que medir” está diretamente relacionada com as ações determinadas para a
melhoria do desempenho organizacional. Nesta etapa, deve-se buscar aquelas
medidas que servirão de base para a decisão.
A partir da análise dos requisitos-chave das partes interessadas, da análise da
gestão estratégica e da análise da gestão operacional são levantadas as dimensões
de desempenho (o que medir) e os indicadores de desempenho a serem utilizados
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
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Para melhor análise, verificou-se que o Capital Intelectual é estudado como Capital
Humano, Capital Estrutural e Capital Relacional. No primeiro caso, o foco está nas
capacidades e competências dos indivíduos e grupos. No segundo, há uma difusão entre
as capacidades humanas e as estruturas organizacionais, físicas ou não, para delinear a
performance de ativos intangíveis. No terceiro caso, trata-se do capital que surge,
fortalece-se e se modifica por meio de redes de relacionamento, baseando-se em valores
como confiança, cooperação e busca de resultados positivos por meio de troca entre
agentes.
Embora haja métodos diretos e indiretos bem desenvolvidos para a mensuração do Capital
Intelectual, a influência de questões de cultura, escala, setor, local, assim como a
sensibilidade ao contexto dos negócios podem alterar resultados desse tipo de medição.
Por esse motivo, reforça-se o caráter inovador, multidisciplinar e dinâmico das análises
que envolvem ativos intangíveis, o que demanda pesquisas contínuas dos especialistas
nessa área.
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Anexo N0. 1
Financeiro
Balanced Scorecard para ter sucesso
Autor: Kaplan e Norton financeiramente, como nós
Origem: 1990 devemos aparecer para os
Objetivo: Implantar novos sistemas de medidas nossos investidores?
de desempenho aliados às estratégias
organizacionais. Estas, no contexto atual de
elevada competitividade de recursos escassos e Cliente Processos Internos do
exigências crescentes por parte dos clientes, se para alcançar negócios Para
tornam imprescindíveis para a sobrevivência e nossa visão, Visão e satisfazer os clientes,
crescimento empresarial. como devemos Estratégia em quais processos
Dimensão: Capital Humano e Capital ser vistos pelos devemos nos
Relacional. clientes? sobressair?
Aplicação: Todas as organizações.
Aprendizado e crescimento
Para alcançar nossa visão,
como sustentar a habilidade
de mudar e progredir?
Skandia Navigator
Autor: Lief Edvinsson
Origem: 1991
Objetivo: Fornecer um conjunto de FOCO FINANCEIRO Histórico
indicadores com foco financeiro, foco de
clientes, foco de processo, foco de
renovação e desenvolvimento, e foco Foco no Foco Foco no
Hoje
humano. Cliente Humano Processo
Dimensão: Capital Humano, Capital CI ente
Relacional e Capital Estrutural. I FOCO NA RENOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Manha
Aplicação: Em todas as organizações.
Ambiente Operacional
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“q” de Tobin Q = VM
Autor: James Tobin CR
Origem: 1960
Onde:
Objetivo: Identificar a taxa de depreciação
VM: valor de mercado (preço por ação multiplicado pelo
a ser utilizada para reconhecer a reposição
número total de ações do capital da empresa).
do Capital Intelectual das empresas.
CR: Valor contábil (valor registrado no Patrimônio Líquido da
Dimensão: Capital Humano.
entidade)
Aplicação: Grandes organizações.
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Valor Econômico Agregado e Valor de Modelo de Avaliação da Empresa baseado no lucro econômico
Mercado Agregado (BONTIS, 2001), é igual ao lucro operacional após o pagamento
Autor: Stern Stewart de impostos menos os custos de capital (BASTOS, 1999).
Origem: 1980
Objetivo: Fornecer variáveis de O Valor de Mercado Agregado (MVA) corresponde à diferença
ajustamento para considerar todas as entre o valor de mercado da empresa e o capital investido, e
formas de como a organização pode criar subtraídos os passivos exigíveis, que representa o seu
ou pender valor. patrimônio líquido (VAN DE BERG, 2003).
Dimensão: Capital Humano, Capital
Relacional e Capital Estrutural.
Aplicação: Em todas as organizações com
fins lucrativos.
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