Você está na página 1de 6

FACULDADE TERRA NORDESTE - FATENE

CURSO DE DIREITO

BRUNNO MAGALHÃES
CÉZAR SALES
DAMILYS FONSECA
MORGANA C. LEÃO

FICHAMENTO DOS ACÓRDÃOS

CAUCAIA-CE
2023
BRUNNO MAGALHÃES
CÉZAR SALES
DAMILYS FONSECA
MORGANA C. LEÃO

FICHAMENTO DOS ACÓRDÃOS

Fichamento apresentado à disciplina de


Direito Ambiental do curso de Direito da
Faculdade Terra Nordeste - FATENE, para
obtenção de nota.
Orientação: Prof. Dr. Francisco Lisboa.

CAUCAIA-CE
2023
AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 953.781 - PR

“Relatório: O Senhor Ministro Marco Aurélio Bellizze: Cuida-se de agravo


interno interposto por Simone Barbosa dos Santos em contrariedade à decisão
unipessoal proferida por este Relator, que conheceu de seu agravo para conhecer
parcialmente do recurso especial e, nessa extensão, negar-lhe provimento.” (pág. 2)

“Argumenta, no mérito, a inaplicabilidade do enunciado n. 7 da Súmula do


STJ para a análise da responsabilidade das agravadas, pela ocorrência do dano
ambiental decorrente do derramamento de produto tóxico na Baía de Paranaguá.
Ressalta, aliás, que as premissas fáticas encontram-se claramente delineadas: i) os
produtos transportados são potencialmente poluidores; ii) as empresas são adquirentes
da carga; iii) houve a explosão do navio e o derramamento dos produtos adquiridos
pelas recorridas na Baía de Paranaguá, culminando com a poluição que interditou a
atividade pesqueira; e iv) no momento da explosão, não tinha havido a tradição dos
produtos para as recorridas. Defende, assim, caber a esta Corte de Justiça, com base
nesses fatos, valorar a responsabilidade jurídica das recorridas.” (pág. 2)

“Aponta a existência de dissenso jurisprudencial. Anota, ainda, que "na


esfera administrativa também foi aplicada a responsabilidade solidária de todos que,
ainda que indiretamente, [contribuíram] para o dano". Assim, conclui, "a aquisição dos
produtos poluentes e de alta combustão e o seu transporte e acondicionamento em
embarcação com deficiência de segurança induz flagrantemente em uma participação
indireta na explosão e na poluição da baía de Paranaguá" (e-STJ, fls. 1.772-1.787).”
(pág. 2/3)

“Voto: De qualquer forma, o pedido de sobrestamento afigura-se de todo


prejudicado ante a superveniência do julgamento, pela Segunda Seção, dos recursos
especiais representativos da controvérsia relativa às múltiplas ações indenizatórias
ajuizadas por pescadores em desfavor apenas das empresas adquirentes (destinatárias)
da carga que era transportada pelo navio tanque Vicuña no momento de sua explosão,
em 15/11/2004, no Porto de Paranaguá.” (pág. 4)

“Para os fins do art. 1.040 do CPC/2015, definiu-se a seguinte tese: As


empresas adquirentes da carga transportada pelo navio Vicunã no momento de sua
explosão, no Porto de Paranaguá/PR, em 15/11/2004, não respondem pela reparação dos
danos alegadamente suportados por pescadores da região atingida, haja vista a ausência
de nexo causal a ligar tais prejuízos (decorrentes da proibição temporária da pesca) à
conduta por elas perpetrada (mera aquisição pretérita do metanol transportado).” (pág.
5)

“Na hipótese dos autos, em absoluta consonância com a tese firmada pelo
Superior Tribunal de Justiça, em procedimento dos recursos repetitivos representativos
da controvérsia, as instâncias ordinárias afastaram a responsabilidade das ora recorridas
ao argumento de que, apesar da responsabilidade integral quando se discutem danos
ambientais, não ficou demonstrado o nexo causal entre o dano e a conduta lesiva
daquelas, na qualidade de meras adquirentes das cargas transportadas, cuja tradição nem
sequer chegou a se operar.” (pág. 6)

“Portanto, a decisão agravada que manteve tal desfecho, ainda que por
incidência do óbice do enunciado n. 7 da Súmula do STJ, não comporta, na presente via
recursal, nenhuma censura, pois, como visto, o acórdão recorrido encontra-se alinhado
com o posicionamento jurisprudencial pacífico do STJ.” (pág. 8)

Comentário: Os referidos tópicos foram retirados do agravo interno


interposto por Simone Barbosa dos Santos contra à decisão proferida pelo relator Marco
Aurélio, que conheceu o agravo para conhecer parcialmente o recurso especial e negar-
lhe provimento. A agravante requereu a suspensão do julgado, em atenção à afetação da
matéria ao procedimento dos recursos repetitivos.

No referido acórdão ficou decidido que a aquisição dos produtos poluentes e


de alta combustão e o seu transporte e acondicionamento em embarcação com pouca
segurança trata-se de uma indireta participação no que diz respeito a explosão e a
poluição da baía de Paranaguá. Por esse motivo que as instâncias ordinárias afastaram a
responsabilidade das recorridas no que se refere ao argumento de que, apesar da
responsabilidade integral quando se discutem danos ambientais, não ficou claro se havia
o nexo causal entre o dano e a conduta lesiva das recorridas, no que diz respeito a
qualidade de meras adquirentes das cargas transportadas.

Diante disso, ficou decidido que as empresas adquirentes da carga


transportada pelo navio Vicunã no momento de sua explosão, no Porto de
Paranaguá/PR, não respondem pela reparação dos danos suportados por pescadores da
região atingida, por conta da ausência de nexo causal que liga esses prejuízos à conduta
por elas alegadas.

AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 892.941 – PR


“Relatório: O Exmo. Sr. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva: Trata-se de
agravo interno interposto por Lurdes Baltazar Pereira contra a decisão (e-STJ fls. 1.785-
1.787) que conheceu do agravo para não conhecer do recurso especial.” (pág. 2)

“Nas razões deste recurso (e-STJ fls. 1.833-1.853), a agravante sustenta que
a sua pretensão é exclusivamente de direito, pois consiste no reconhecimento de
obrigação indenizatória por dano ambiental, aduzindo tanto a sua posição (terceiro
prejudicado) quanto a posição das recorridas como poluidoras estão perfeitamente
delimitadas no acórdão.” (pág. 2)

“Voto: O Exmo. Sr. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva: O acórdão


impugnado pelo recurso especial foi publicado na vigência do Código de Processo Civil
de 1973. A irresignação não merece prosperar. Conforme destacado na decisão
agravada, o tribunal de origem concluiu pela inexistência de nexo causal entre a conduta
das recorridas e o dano moral que se pretende indenizar.” (pág. 3)

“Com efeito, não obstante o esforço argumentativo da recorrente, a leitura


do excerto revela a consonância do acórdão recorrido com a jurisprudência desta Corte,
firmada no sentido de que as "meras adquirentes do metanol transportado pelo navio
Vicuña, não respondem pela reparação de prejuízos (de ordem material e moral)
alegadamente suportados (...) pela contaminação ambiental decorrente da explosão, em
15/11/2004, da referida embarcação" (REsp 1.602.106/PR, Rel. Ministro Ricardo Villas
Bôas Cueva, SEGUNDA SEÇÃO, DJe 22/11/2017).” (pág. 3)

“Nesse cenário, não prosperam as alegações postas no presente recurso,


incapazes de alterar os fundamentos da decisão impugnada. Ante o exposto, nego
provimento ao agravo interno.” (pág. 5)

Comentário: Os referidos tópicos foram retirados do agravo interno


interposto por Lurdes Baltazar Pereira contra a decisão que conheceu do agravo para
não conhecer do recurso especial. No acórdão, a agravante alega que a sua pretensão é
exclusivamente de direito, pois trata-se de reconhecer a obrigação indenizatória por
dano ambiental, aduzindo tanto a sua posição quanto a posição das recorridas como
poluidoras estão perfeitamente delimitadas no acórdão.

Em seu voto, o Relator explicou que o acórdão impugnado pelo recurso


especial foi publicado na vigência do Código de Processo Civil de 1973, por isso,
conforme foi destacado na decisão agravada, o tribunal de origem concluiu que não
existe nexo causal entre a conduta das recorridas e o dano moral que se pretende
indenizar. Diante disso, o agravo interno foi negado e não prosperam as alegações feitas
no referido recurso, não sendo capazes de mudar os fundamentos da decisão impugnada.

Você também pode gostar