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CONGREGACIONALISMO

Como funciona o congregacionalismo? Seria essa uma boa opção para


os adventistas do sétimo dia?

O congregacionalismo é a forma de organização eclesiástica que enfatiza a


autoridade da igreja local em detrimento de qualquer estrutura organizacional
acima desse nível. As congregações locais podem ter uma boa estrutura
administrativa interna, mas são em grande medida independentes umas das
outras. Essa independência gera um ambiente propício às discórdias
doutrinárias entre as congregações, distanciando-as umas das outras e
ofuscando a identidade da própria denominação. Nenhum movimento religioso
com um conjunto de crenças bem definidas consegue manter a sua unidade
doutrinária por muito tempo sob esse modelo organizacional.
Alguns dos primeiros líderes adventistas sabatistas refletiam o espírito
antiorganizacional da Conexão Cristã, uma denominação congregacionalista
americana que se opunha a qualquer tipo de organização acima do nível da
igreja local. Mas com o crescimento do movimento adventista sabatista surgiu a
necessidade de se estabelecer uma organização capaz de (1) preservar a
unidade doutrinária da denominação em face das dissidências internas que
começavam a surgir; (2) credenciar e assalariar os ministros da denominação;
(3) assegurar legalmente as propriedades da igreja, e (4) sistematizar a missão
da igreja, especialmente a penetração em novos territórios. Essa organização
foi estabelecida e consolidada sob a supervisão e aprovação da voz profética
de Ellen White. É certo que igrejas populistas, que não possuem um corpo
doutrinário distintivo, podem até sobreviver sem uma estrutura organizacional
sólida. Mas a Igreja Adventista do Sétimo Dia possui a missão impopular de
restaurar e proclamar a última advertência ao mundo, contida nas três
mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12. Pelo simples fato de guardar "os
mandamentos de Deus" e ter "o testemunho de Jesus", essa igreja acaba
sendo o objeto especial da ira satânica (Apoc. 12:17). A estrutura
organizacional adventista existe com o duplo propósito de manter a unidade
doutrinária da denominação (mensagem) e facilitar o cumprimento da missão
no mundo (métodos) em face das estratégias satânicas para desestabilizá-la
nesses últimos dias. Existem revisões administrativas e institucionais que
podem facilitar a organização no cumprimento de seus ideais. Mas jamais a
denominação poderá se desfazer de sua organização sem acarretar sérios
prejuízos para a sua unidade doutrinária e para o cumprimento de sua missão.
Ellen White adverte: "Ninguém acaricie o pensamento de que podemos
dispensar a organização. A construção dessa estrutura custou-nos muito
estudo e orações, em que rogávamos sabedoria e as quais sabemos que Deus
ouviu. Foi edificada sob Sua orientação, por meio de muito sacrifício e
contrariedades. Nenhum de nossos irmãos esteja tão iludido que tente destruí-
la, pois acarretaria assim um estado de coisas que nem é possível imaginar.
Em nome do Senhor declaro-vos que ela há de ser firmemente estabelecida,
robustecida e consolidada." – A Igreja Remanescente, págs. 23 e 24.
Estamos vivendo nos dias finais da história da humanidade, quando a estrutura
organizacional da igreja e seu ministério têm sido desafiados por inúmeras
propostas alternativas provenientes de movimentos dissidentes. Mas não
podemos nos unir a eles, pois "Deus tem na Terra uma igreja que é Seu povo

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escolhido, que guarda os Seus mandamentos. Ele está guiando, não
ramificações transviadas, não um aqui e outro ali, mas um povo." –
Testemunhos Para Ministros, pág. 61. Alguns são tentados a imaginar que a
igreja não triunfará enquanto o joio nela existente não for completamente
eliminado (ver Mat. 13:24-30). A organização da igreja, composta por seres
humanos falhos, não é perfeita e pode cometer equívocos. Mas "não há
nenhuma necessidade de duvidar, de estar temeroso de que a obra não seja
bem sucedida. Deus está à testa da obra, e porá tudo em ordem. Caso haja
coisas necessitando serem ajustadas na direção da obra, Deus atenderá a
isso, e trabalhará para endireitar todo erro. Tenhamos fé que Deus vai conduzir
a nobre nau que transporta o Seu povo, em segurança, para o porto." –
Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 390. Cremos, por conseguinte, que a
proposta congregacionalista dos ministérios independentes é inaceitável para a
igreja nos dias finais da história humana. Não podemos apoiar qualquer
movimento dissidente que se vale de críticas destrutivas à liderança da igreja
para desestabilizar a unidade denominacional (ver João 17:21; I Cor. 1:10).

Dr. Alberto Timm


Revista do Ancião (julho – setembro de 2003)

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