Você está na página 1de 19

AZULEJARIA HISTÓRICA

EM BELÉM-PARÁ

ALUNA: SIMONE JARES


MAT.: 2010247M0010

PPGArtes/ICA/UFPA
Dez/2011
PARTES DO
AZULEJO:

 Biscoito: peça de
azulejo que só foi
cozida uma vez, antes
de ser vidrada.

 Vidrado: face que


recebe substância à
base de esmalte que
se torna impermeável
e brilhante.

 Tardoz: lado do
azulejo oposto ao
vidrado que se aplica
diretamente no
suporte de destino.
UM POUCO DE HISTÓRIA...

Em 711 a.C., os árabes dominam a Península Ibérica,


conquistando a maior parte do território espanhol. Durante
séculos os árabes dominariam a região. A influência dos
árabes na cerâmica peninsular e depois na européia, foi
enorme, pois eles trouxeram novas técnicas e novos estilos de
decoração, como a introdução dos famosos arabescos e das
formas geométricas. Foi tão forte a influência árabe, que
mesmo depois da reconquista do território pelos cristãos, ela
permaneceu. Disso resultou o chamado estilo hispano-
mourisco.
Decoração geométrica ou
vegetalista. Nesta técnica, os
diferentes tons cromáticos
obtêm-se a partir de óxidos
metálicos: cobalto (azul),
cobre (verde, manganésio
(castanho, preto), ferro
(amarelo), estanho (branco).
Estas peças deixam três
pequenos pontos marcados no
produto final, hoje em dia
importantes na avaliação de
autenticidade
O AZULEJO EM
PORTUGAL

No ano de 1498 o rei de


Portugal D. Manuel I
viaja a Espanha e Azulejos com motivo de esfera
deslumbrado com a armilar (símbolo da expansão
exuberância dos ultramarina) no Pátio da
interiores mouriscos, Carranca, Palácio Nacional de
manda edificar sua Sintra.
residência à
semelhança dos
edifícios visitados em
Saragoça, Toledo e
Sevilha . Assim, o Inicialmente o azulejo não tinha uma dimensão
azulejo hispano-
normalizada, mas em Portugal, a partir do século
mourisco faz a sua
primeira aparição em
XVI o azulejo passou a ter uma medida quadrada
Portugal, o Palácio variável entre 13,5 e 14,5 cm, como
Nacional de Sintra, que consequência do aumento de produção pelo
serviu de residência ao maior número de encomendas. Essa situação
rei. Inicialmente, perdurou até o século XIX.
Portugal importava das
oficinas de Sevilha.
Os azulejos chamados figurativos funcionaram
como um substituto de baixo custo de pinturas à
óleo, cortinas, tapetes e outros adereços
decorativos.

Representação de
São Diogo em
azulejos do século
XVII, Casa Pia,
Lisboa.

Painel do século XVI, com passagem bíblica,


na Quinta da Bacalhôa, Azeitão (Setúbal).

Nas igrejas estes azulejos foram utilizados para


substituir imagens de santos, por exemplo,
existindo painéis com imagens dos santos ou
cenas religiosas na decoração das mesmas.
Prevalecem os temas religiosos historiados.
Há toda uma variedade de
possibilidades na
figuração com o azulejo,
sendo reproduzidas cenas
do cotidiano, batalhas,
personagens ilustres,
cenas satíricas. Entre as
diversas figurações
profanas existem as
Macacarias.

As Macacarias eram
cenas onde os
personagens centrais na
maioria das vezes eram
macacos. Eram
carregadas de
irreverência e ironia,
criando cenas satíricas. Exemplo de uma Macacaria, "o
casamento da galinha", existente
no Palácio Fronteira, Lisboa.Todos
os personagens representados,
excetuando a noiva, são macacos.
Por tipo de produção:

Mudéjar (ou hispano-mourisco): técnica


desenvolvida pelos mouros na Espanha com
decoração geométrica e vegetalista.

Corda-seca: a separação das cores ou motivos


decorativos era feita abrindo incisões na peça que
eram preenchidos com uma mistura de óleo de
linhaça, manganês e gordura animal, que evitavam
a mistura de cores durante a aplicação e o
cozimento (séc. XV/XVI).

Alicatado: pedaços de azulejos cortados em


diferentes tamanhos e formas geométricas com a
ajuda de um alicate, são montados formando um
mosaico (séc. XVI e XVII).
Piso na técnica do
alicatado do século XV (?),
Majólica: técnica vinda da Itália, permite a pintura
na capela do Palácio da
direta sobre a peça já vidrada (séc. XVI).
Vila, Sintra

Semi-industrial: utilizadas a partir do século XIX


como a estampilha.
Por técnica de decoração:

Técnica mais antiga: o motivo era desenhado


em um cartão, o desenho era perfurado e
colocado sobre o azulejo e um pó de carvão
finíssimo que passava pelos furinhos,
marcava o desenho. Com o pincel, o
azulejador cobria os contornos e
complementava a pintura.

Estampilhado: decoração do vidrado feita


com o auxílio de “estampilhas” (máscaras de
papelão ou de metal) onde era recortado o
motivo a ser pintado. Era produzido na
Fábrica Viúva Lamego, em Portugal. Entre os
operários este padrão era conhecido como
“de ferradura”.

Esponjado: aplicação da tinta através de


uma esponja ou escova, resultando numa
pintura que se parece com uma pedra
rugosa. Bastante usado em rodapés e lances
de escada.

Estampado: decoração através de uma


estampa ou decalcomania (séc. XIX/XX).
O AZULEJO NO BRASIL
A Igreja do Colégio
Santo Antônio ,
antigo Convento
fundado pelos
capuchos de Sto
Antonio, no século
XVII, foi a primeira
edificação a
ser decorada com
painéis de azulejos.

A temática abordada
é voltada para
episódios da vida de
Santo Antônio e São
Francisco.

nas paredes do
altar da Igreja,
cenas religiosas
e imagens
profanas.
Segundo Dora
Alcântara, é provável
que o uso de azulejos
nas fachadas de
edificações em Belém,
só tenha se dado a
partir do século XIX,
entre os anos de 1840
ou 1850.

O Solar do Barão de
Guajará, edificação
provavelmente do
início do século XIX,
tornou-se sede do
Instituto Histórico e
Geográfico do Pará –
IHGP em 1900.
 O Palacete Pinho apresenta em sua fachada
azulejos portugueses e alemães, estes últimos
produzidos pela Fábrica Villeroy & Boch. (técnica
de meio relevo e policromia).

Construído em 1897 por seu primeiro proprietário o


Comendador Antônio José Pinho
 Se sua casa possuir azulejaria antiga na fachada,
procure os órgãos de preservação de sua cidade e se
informe sobre os procedimentos mais adequados para
sua conservação;

 Se você trabalha em área de concentração de


azulejos, Comércio e Cidade Velha, não fixe nenhum
tipo de cartaz ou amarre estruturas (mesmo que
sejam leves) em fachadas azulejadas;

 Não retire azulejos das fachadas, mesmo


considerando seu estado de abandono;

 Não compre ou venda azulejos antigos, essas


práticas incentivam a mutilação de nosso patrimônio;

 Denuncie aos órgãos de preservação e se organize


politicamente para defender o patrimônio de sua
cidade.
PROTEÇÃO, PESQUISA E DIFUSÃO

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN


Av. Gov. José Malcher, 563 – Nazaré
Tel: 3224-1825 / 0699
www.iphan.gov.br

Secretaria de Estado de Cultura SECULT


Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico Cultural
DPHAC
Núcleo Feliz Lusitânia – Rua Padre Champagnat, 35 e 45,
Cidade Velha
Tel: 4009-8843/8844
www.secult.pa.gov.br

Fundação Cultural do Município de Belém


FUMBEL
Trav. Pe. Champagnat, s/n
Cidade Velha
Tel:3230-3684
www.belem.gov.br

Laboratório de Conservação, restauração e reabilitação


LACORE
Universidade Federal do Pará
Pavilhão do curso de Arquitetura
Tel:3201-8721
ALCÂNTARA, Dora. Azulejo, documento de nossa cultura. IN: DIAS, Mª
Cristina Veneza et all. Patrimônio Azulejar Brasileiro: aspectos históricos e de
conservação. Brasília: MinC, 2001.

AMARAL, Carmen Helena. Azulejaria Portuguesa em Belém/PA: história,


estética e significado. Belém, Monografia de conclusão de Curso de Educação
Artística, UNAMA, 2002.

BASTOS, Lia Soares. Casario da Travessa Marquês de Pombal – resgate das


linhas originais e revitalização com identificação de fachadas azulejadas.
Belém, Monografia de Conclusão de Curso de Arquitetura e Urbanismo,
UFPA, 2006

SANJAD, Thaís; COSTA, Marcondes Lima da. Azulejaria Histórica em Belém


do Pará: contribuição tecnológica para réplicas e restauro. Belém, UFPA.

www.wikipedia.org, acesso em nov/2011.

www.instituto-camoes.pt, acesso em nov/2011.

www.areliquia.com.br, acesso em dez/2011.

www.viuvalamego.com, acesso em dez.2011.

Você também pode gostar