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A Festa Do Terror

Sinopse: Um jornaleiro, uma cabelereira e um médico foram convidados para uma


confraternização de uma instituição da qual eles são doadores, mas quando eles
chegam lá, percebem que nada está do jeito que eles esperavam.

Personagens:

Larissa: Uma cabelereira hippie. Ela paga de "agente da paz", mas fica totalmente
irada quando zombam dela. Ela fica constantemente fumando, e acha que isso
nunca vai fazer mal a ela. Diz ela que virou doadora para propagar a paz e o amor,
mas só doa para pagar de "pesssoa solidária" nas redes sociais.

João: Um jornaleiro que tem "problemas com dinheiro". Ninguém sabe com oque
que ele gasta o dinheiro dele. Ele tá sempre economizando, quase não gasta o
dinheiro dele. Ele tem um toc, ele sempre guarda as coisa, porque acha que um
dia elas vão ser úteis.

Carlos: Um médico rico. Ele está sempre tentando resolver os problemas dele com
suborno. Ele acha que o João deve gastar mais, porque isso vai fazer ele mais
"feliz". Está sempre irritando a Larissa, e despertando o lado agressivo dela, tudo
porque ele se vive se achando só porque tem mais dinheiro que todos.

Lúcia: Uma menina estranha. Ela é doce, delicada e gentil, mas tem um jeito
sinistro de lidar com as pessoas. Ela vive invadindo o espaço pessoal das pessoas,
falando perto de forma sinistra. Ela sempre usa preto. Geralmente está de vestido.

Senhor Damiani: Um homem muito sinistro. Ele é o pai de Lúcia e é muito mais
bizarro que ela. Ele é o dono do estabelecimento onde ocorre a confraternização.
Ele é rico, por isso está sempre bem vestido. Assim como sua filha, ele também
está sempre de preto.

(Ascende-se a luz no estabelecimento da confraternização. A música decresce e


entram em cena João, Carlos e Larissa juntos e cochichando sobre algo)

JOÃO - Tem certeza que é esse lugar mesmo, Larissa?

LARISSA - É claro, meu bem, a mãe natureza nunca erra...

CARLOS - Entendi, mas vocês não estão esquecendo de nada?

JOÃO - Hum, deixa eu ver, celular tá aqui, as chaves tão aqui, minhas balas tão
aqui... Não, não esqueci de nada.

CARLOS - Eu tô falando da carona que eu dei pra vocês, seu burro! Não vão
agradecer?

LARISSA - Claro, seu Carlos, como eu pude esquecer? Muito obrigada, e que sua
vida seja repleta de paz e energias positivas...

JOÃO - Valeu aí pela carona, me fez poupar o dinheiro da passagem de ônibus.

CARLOS - Nossa João, você tem que gastar mais!

JOÃO - Pra você é fácil falar. Tu é podre de rico.

LARISSA - Gente, vocês estão sentindo isso também? A energia daqui está
diferente de antes...

CARLOS - É, eu senti o fedor também! (põe a mão no nariz)

JOÃO - Quando eu vi no endreço que o lugar da confraternização tinha mudado,


eu não imaginei que seria pra um lugar tão sinistro.

LARISSA - É, parece que vai aparecer um fantasma a qualquer momento...

(Entra em cena Damiani, logo em seguida a Lúcia)

DAMIANI - Olá!

TODOS - (Levam um susto)

LARISSA - (puxa um incenso do bolso) Sai coisa ruim, sai!


DAMIANI - Que falta de educação com quem convidou vocês. (fica um pouco
desconfortável)

JOÃO - É verdade! Me dá isso aqui! (pega o insenso da mão de Larissa e põe no


bolso)

CARLOS - Espera! É você o dono?

DAMIANI - E por que isso te espanta?

JOÃO - Espera! O dono não era o Geraldo? Oque houve com ele?

DAMIANI - Bem... O Geraldo não manda mais aqui (Dá uma risada macabra)

LARISSA - Só eu que estou sentindo uma energia estranha?

JOÃO - Não, essa energia se chama "medo", e eu também também estou


sentindo...

CARLOS - Quem é essa menininha? É a sua filha?

DAMIANI - Sim, o nome dela é Lúcia! Diz "oi", Lúcia!

LÚCIA - Oi! é um prazer conhecer vocês!

LARISSA - Ai que amor! Que menina mais linda! Se quiser aparecer no meu salão,
pode ir que eu faço uma promoção especial pra você!

DAMIANI - Você tem um salão? Nossa, você não tem cara de cabelereira...

LARISSA - Tá me chamando de desarrumada, alma penada!? (Levanta totalmente


o tom de voz e tenta ir pra cima de Damiani)

JOÃO - Calma, Larissa! E aquela história de paz e amor!?

LARISSA - É verdade... Quase me deixei levar pela ira! Agora tenho que meditar!
(se senta no chão numa pose de meditação)

CARLOS - Me perdoe por ela, senhor! Aliás, qual o seu nome mesmo?

DAMIANI - Eu me chamo Damiani, é um prazer!


CARLOS - "Damiani", entendi! Olha, o senhor não quer dar uma passada no meu
consultório algum dia não?

DAMIANI - E por que a pergunta?

CARLOS - É que o senhor e a sua filha estão muito pálidos, isso pode ser um
problema...

JOÃO - É mentira, senhor! Ele só quer extorquir o dinheiro o seu dinheiro, porque
o senhor parece rico!

CARLOS - Não diga isso, João! Me perdoe senhor, ele sofre de demência crônica!

JOÃO - Isso nem existe!

LARISSA - (Levanta da meditação) Senhor, no meio da minha meditação, eu pensei


em uma coisa. Onde estão as outros convidados?

DAMIANI - Eu só convidei vocês!

JOÃO - Só nós? Por que?

DAMIANI - Porque a Lúcia não gosta de muitas pessoas...

LÚCIA - É, só vocês tá bom... (Dá uma risada macabra disfarçada)

CARLOS - Entendi, mas... Se é uma confraternização de doadores, não era pra


todos estarem aqui?

DAMIANI - É claro! Mas saibam que vocês vão ser os doadores perfeitos...

JOÃO - Como assim "vamos ser", nós já somos.

DAMIANI - Ah, perdão, me confundi nas palavras...

LARISSA - Com licença, deixa eu dar uma palavrinha com os meus amigos... (Puxa
João e Carlos para longe de Damiani e Lúcia) Gente, esse cara tem uma energia
sinistra, e a filha dele também...

JOÃO - Pois é, e eu tenho a impressão de que já vi eles em algum lugar...


CARLOS - E você lembra deles de onde?

JOÃO - Não faço idéia!

LARISSA - Eu tô achando melhor a gente sair daqui.

CARLOS - Concordo, algum de vocês finge que tá passando mal, aí eu viro pra ele e
falo que tenho que levar pro hospital.

JOÃO - Pera aí! A gente não pode ir embora sem antes eu perguntar pra onde vão
aqueles leites que a gente doa! Só pra confirmar que eu não tô gastando meu
dinheiro com bobeira.

CARLOS - Talvez eles nem sejam quem a gente pensam que eles são, seu imbecil!

JOÃO - Então tá! Vou fazer uma das coisas que eu faço de melhor, parar meu
coração (Cai no chão fingindo que está morrendo)

LÚCIA - O que houve com ele?

CARLOS - Parece que ele tá tendo um infarto!

DAMIANI - Isso é... Ótimo!

TODOS - O que!?

DAMIANI - Lúcia, prenda eles!

LÚCIA - Com prazer papai! (Ergue o braço em direção de Carlos, Larissa e João
fazendo eles paralisarem)

CARLOS - Oque vocês querem!?

LÚCIA - Bobinho... É óbvio que nós queremos os corpos de vocês!

LARISSA - E por que vocês querem nossos corpos?

DAMIANI - É simples! Se entrarmos nos seus corpos, podemos voltar as nossas


vidas de quando éramos vivos!

CARLOS - Ah, entendi! Vocês realmente são fantasmas!


LÚCIA - Pra um médico, você é bem lerdo pra entender as coisas!

DAMIANI - Lúcia, pegue o corpo do velhote para nós começarmos o ritual... (Dá
uma risada macabra)

LARISSA E CARLOS - Ritual!?

LÚCIA - Deixa comigo papai!

(Lúcia vai até o João, e ele se levanta com o insensso que pegou da mão de
Larissa)

JOÃO - Deixem eles em paz ou eu vou acabar com a graça de vocês com esse
insenso!

DAMIANI - (começa a se afastar de João) Calma senhor! Podemos negociar!

JOÃO - A única pessoa com quem eu negocio é o meu chefe! Agora sumam daqui
antes que eu mande vocês de volta pro além!

DAMIANI E LÚCIA - Socorro! (Correm com medo e saem de cena)

(Carlos e Larissa saem da paralisia)

CARLOS - Desde quando você tem esse insenso?

JOÃO - Desde que eu peguei ele da mão da Larissa quando ela tentou expulsar o
Damiani!

LARISSA - Muito obrigada, João! Que a sua...

JOÃO - "Que a minha vida seja repleta de paz e boa energias", já cansei dessa sua
ladainha! Aliás Carlos, você não tá esquecendo de nada?

CARLOS - Ai não!

JOÃO - Quero ouvir o agradecimento!

CARLOS - Ai que chatice! Obrigado! Pronto, tá satisfeito agora?

LARISSA - Amigos, eu não queria atrapalhar o momento, mas eu tenho duas


dúvidas...

CARLOS - E quais são?

LARISSA - Primeiro, de onde o João conhecia aqueles fantasmas?

JOÃO - Como eu sou jornaleiro, com certeza eu devo ter visto a notícia da morte
deles em algum jornal.

LARISSA - Legal! Agora segunda, Não é possível que aqueles fatasmas nos
convidaram pra cá, então quem convidou?

CARLOS - Larissa, deixa eu ver o papel do endereço.

LARISSA - Tá. Aqui está ele (Dá o papel na mão de carlos)

CARLOS - Eu não acredito!

LARISSA E JOÃO - O que!?

CARLOS - Larissa, você leu o número do prédio de cabeça pra baixo!

JOÃO - Pera, então onde é a confraternização de verdade?

CARLOS - É aqui do lado.

LARISSA - Então vamos lá! Ainda deve dar tempo de participar!

(Todos saem de cena correndo. As luzes vão apagando e as cortinas vão se


fechando)/(Blackout)

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