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ANEXO VI

PROPOSTA DE PROJETO DE PESQUISA

CÓDIGO DO CANDIDATO ____________________

OBS. O CÓDIGO DO CANDIDATO SERÁ PREENCHIDO PELO PPGDESIGN


Preencha os espaços abaixo utilizando o programa Word, texto com a Fonte Times New
Roman, corpo 12, espaço entrelinhas 1,5, com espaço entre parágrafos.

Se necessário, amplie os espaços para caber o texto, observando os limites máximos pré-
definidos.

TÍTULO

A neutralização da cor: como o uso de cores cinza e neutras em ambientes de


permanência prolongada podem impactar o bem-estar dos indivíduos?

INTRODUÇÃO
Máximo de 500 palavras

Quando paramos para observar o mundo ao nosso redor uma coisa é certa, ele está
repleto de cor. Ela é tão certa e obvia a todos aqueles que são capazes fisicamente
de percebê-la que muitas vezes esquecemos que ela só existe em um lugar, na nossa
cabeça. A cor só pode ser percebida pelo sentido da visão, você não pode cheirar,
ouvir, tocar ou sentir o gosto das cores. Isto sugere que a cor não é algo cravado a
um objeto ou superfície, mas um evento instigado apenas no observador (FRASER;
BANKS, 2007).

Muitas pessoas não conseguem enxergar, ou ainda veem de forma diferente, mas
na maioria das vezes nossos olhos funcionam de forma similar, e os mesmos
estímulos produzem as mesmas respostas. Entretando, depois que uma cor é
visualizada o que ela significa depende do significado individual que é empregado
a ela, dos sentimentos que ela é capaz de provocar em cada pessoa de forma
individual e coletiva (FRASER; BANKS, 2007).

Cada cor pode produzir sentimentos diferentes. Como existem mais sentimentos
do que cores, uma mesma cor pode provocar diferentes sentimentos nas pessoas.
Uma mesma cor pode atuar de formas distintas a depender da ocasião. Um
correspondente cromático é composto pela associação de cores que frequentemente
são associadas a um efeito em particular. Não existe uma cor que não tenha um
significado. O efeito que ela causa nos observadores é determinada pela junção de
significados que a cor é percebida, depende do contexto. A cor de uma roupa tem
um valor diferente da de um quarto, de um alimento ou de uma peça de arte
(HELLER, 2012).

A cor é mais do que um fenômeno ótico, ela é capaz de desencadear diferentes


aspectos psicológicos nos indivíduos. O rosa é uma cor derivada do roxo, no
entanto o efeito que um causa é totalmente diferente do causado pelo outro. O cinza
é uma cor derivada da mistura entre branco e preto, mesmo existindo alguns
estudiosos que ainda discutem se o branco e o preto são de fato uma cor (HELLER,
2012).

A vida urbana por muitos é retratada como cinzenta ou monocrômica. A cor não
aparece de forma recorrente em muitas obras recentes de arquitetura. No início do
século XX nas edificações criadas junto ao movimento moderno não havia muito
lugar para a cor (FRASER; BANKS, 2007). Nas obras contemporâneas as cores
passaram a ter uma presença mais abrangente. No entanto, a utilização da cor cinza,
assim como o uso de cores neutras monocrômicas, vem sendo bastante empregado
em ambientes interiores, se estendendo por todos os objetos e superfícies que o
compõem.

Esta tendência nos ambientes contemporâneos está sendo reproduzida pela grande
maioria dos designers e arquitetos. Com isso, surgem diferentes questões sobre os
impactos causados na vida das pessoas, principalmente quando é pensado em
ambientes de longa permanência. Seguindo este raciocínio é necessário saber se o
uso excessivo de cores cinzas e neutras em ambientes interno de longa permanência
podem causar problemas psicológicos em seus usuários.

REVISÃO DE LITERATURA
Máximo de 700 palavras
A PERCEPÇÃO DA COR

A cor tem diferentes funções, ela serve para diferenciar, conectar, ressaltar e
esconder, pode revelar uma atmosfera, codificar uma informação, ou ainda, retratar
uma realidade. Diferentes climas podem ser visualizados a partir de simples
adjetivos como “sombrio”, “pardo” e “brilhante” (LUPTON, PHILLIPS, 2008).
A cor é uma sensação produzida por organizações nervosas que reagem a luz, ou
seja, é a sensação que a ação da luz provoca sobre o órgão da visão, sendo assim,
ela não existe de forma material. Sua presença está condicionada a presença de dois
elementos – a luz e o olho (PEDROSA, 2010).

As sensações cromáticas são divididas em dois grupos de estímulos: o das cores-


luz e o das cores-pigmentos. O primeiro, a luz colorida, é a radiação luminosa
visível que tem a luz branca como composição aditiva. A melhor manifestação
desta é a luz solar, ela reúne todas as matrizes existentes na natureza de forma
equilibrada. A segunda é a substância material, que de acordo com sua natureza,
absorve, refrata e reflete os raios luminosos que compõem a luz quando esta é
difundida em um meio material (PEDROSA, 2010).

Nossa percepção da cor não depende apenas do pigmento que existe em sua
composição, mas também do tipo de luz dos ambientes e de sua intensidade. Além
disto, uma cor é percebida de forma diferente dependendo das demais cores que a
circundam. Um exemplo disto é quando uma cor clara é exposta em um fundo
escuro, a primeira é percebida como sendo mais clara em consequência do
contraste (LUPTON, PHILLIPS, 2008).

A percepção da cor apresenta três parâmetros básicos principais, sendo: matiz


(comprimento de onda), valor (luminosidade ou brilho) e croma (saturação ou
pureza da cor) (PEDROSA, 2010).

PSICOLOGIA DA COR

A cor apresenta diferentes simbologias variando socialmente de acordo com a


cultura e a religião, no entanto, muitos dos seus significados são reconhecidos por
todo o mundo. A forma similar que muitas cores são tratadas por diferentes culturas
pode sugerir um significado intrínseco ou coletivo. Sendo assim, esses significados
poderiam decorrer de fenômenos naturais (FRASER; BANKS, 2007).

No entanto, não existem efeitos de cor fixos, uma vez que a percepção da cor é
subjetiva. O que é percebido como amarelo por uma pessoa pode ser visto como
laranja por outra. Dividir as cores em diferentes nomes é uma forma de manipular
seu impacto psicológico. E a cada cor podem ser associados diferentes significados
e efeitos psicológicos (FRASER; BANKS, 2007).

Heller (2012) em seu trabalho a psicologia das cores atribui diferentes significados
em relação a cada cor, estas podem ser observadas na tabela.

Tabela: As cores e seus significados.

Cores Significados
Azul A cor da simpatia, da harmonia e fidelidade, do feminino e das
virtudes espirituais, apesar de ser fria e distante.
Roxo É a cor de todas as paixões, indo do amor ao ódio, dos reis e do
comunismo, da alegria e do perigo.
Amarelo É a cor mais contraditória já que representa o otimismo e o ciúme, a
diversão, a compreensão e a traição.
Verde É a cor da fertilidade, da esperança e da burguesia. É a cor
intermediária.
Preto A cor do poder, da violência e da morte, da negação e da elegância.
Branco A cor feminina da inocência, é a cor do bem e dos espíritos.
Laranja A cor da diversão e do budismo, é exótico e marcante.
Violeta É o roxo do poder, é a cor da teologia, da magia, do feminismo e do
movimento gay.
Rosa É a cor do charme e da cortesia, da ternura erótica e do nude, das
ilusões e dos milagres.
Ouro É a cor do dinheiro, da felicidade, do lucho, do brilho da fama, do
sol e do leão, da beleza.
Prata É a cor da velocidade, do dinheiro e da lua. É clara, intelectual,
distante e fria.
Marrom É a cor do aconchego, do comum e da loucura. Para muitos é a cor
do feio e do hostil. A cor do aconchego, da preguiça e da tolice.
Cinza É a cor do tédio, do antiquado e da crueldade. É a cor de todos os
sentimentos sombrios, do desagrado, do desumano, do insensível.
Fonte: Heller (2012) adaptado pela autora.

OBJETIVO GERAL
Máximo de 50 palavras

Investigar as possíveis consequências que o uso excessivo de cores cinzas e neutras


em ambientes internos de longa permanência podem causar ao bem-estar
psicológico dos seus usuários.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Máximo de 100 palavras
• Compreender o conceito presente na idealização de espaços interiores a
partir do projeto cromático;
• Investigar como designers e arquitetos desenvolvem seus projetos com base
no conceito gerador de espaços internos por intermédio de uma cartela de cores;
• Identificar como os usuários interpretam o uso de cores cinzas e neutras
presentes nos espaços;
• Verificar como a utilização de cores cinzas e neutras em ambientes internos
de longa permanência podem afetar o bem-estar psicológico dos usuários.

MATERIAIS E MÉTODOS
Máximo de 200 palavras
A pesquisa é de carácter aplicado uma vez que tem como objetivo ser exploratória-
descritiva visando contribuir de forma prática dentro da indústria de design e
arquitetura, através do fornecimento de uma base teórica sobre como o uso de cores
cinza e neutras pode afetar o psicológico dos usuários.

Em relação à natureza, é uma pesquisa quantitativa-qualitativa, uma vez que tratará


das interpretações do conhecimento subjetivo em relação ao uso das cores e como
sua utilização pode impactar o homem e faz análises quantitativas através da
utilização de questionários (GUERRA, 2006; MURATOVSKY, 2016).

A estratégia adotada é conceituada a partir da noção fenomenológica, uma vez que


debate a essência das experiências humanas com um determinado fenômeno
(CRESWELL, 2007). A pesquisa é de caráter exploratório, uma vez que busca
proporcionar mais informações sobre o assunto de investigação (DANTAS, 2022).

Tabela: Caracterização da metodologia.

Finalidade Aplicada Contribuição prática


para a indústria de
arquitetura e design.
Natureza Qualitativa Percepção e
interpretação subjetiva
dos usuários.
Alcance Exploratória descritiva Busca por mais
informações da área.
Estratégia Fenomenológica Experiências e
significados humanos.
Fonte: Elaborado pela autora.

O estudo será dividido em quatro etapas (Figura).

Figura: Etapas da pesquisa.

Fonte: Elaborado pela autora.


JUSTIFICATIVA
Incluindo a importância para a região (impacto social, ambiental, econômico etc.)
Máximo de 250 palavras
Quando é pensado na idealização de projetos internos a área que abrange todos os
elementos que vão compor este espaço é o mercado de design de interiores.
Segundo o relatório publicado pela Mordor Intelligence (2023) o mercado de
design de interiores deverá crescer de US$ 131,20 bilhões em 2023 para US$
168,79 bilhões até 2028. A pandemia da COVID-19 influenciou a relação que as
pessoas tinham com sua casa, o que mudou drasticamente os hábitos de consumo
da população.

Com o maior uso de espaços internos de longa permanência, a busca por ambiente
de maior qualidade vem se intensificando, questões ligadas a sustentabilidade e ao
bem-estar que os ambientes proporcionam a seus usuários se tornaram
indispensáveis.

Um ambiente é composto por diversos elementos que o fazem ter características


específicas que geram nos seus usuários sentimentos bons ou ruins. A composição
desses ambientes é feita por um misto de formas, linhas, texturas, sons, luz e cores.
Com influência do movimento moderno no século XX, os ambientes internos
passaram cada vez mais a fazer uso de cores cinzas e neutras em seus interiores
(FRASER; BANKS, 2007).

A cor cinza segundo Heller (2012) é responsável por provocar sentimentos de


tristeza, misérias e insensibilidade. Sendo assim, é necessário verificar as possíveis
consequências que o uso da cor cinza e de cores neutras em ambientes interiores
de permanência prolongada podem causar a seus usuários.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e


misto. Tradução de Luciana de Oliveira da Rocha. 2. ed. Porto Alegre Artmed,
2007. Acesso em 05 de outubro de 2023. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/696271/mod_resource/content/1/Creswe
ll.pdf

FRASER, Tom; BANKS, Adam. O guia completo da cor. Tradução de Renata


Bottini. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007.
GUERRA, I. C. Pesquisa Qualitativa e Análise de Conteúdo: Sentidos e Formas
de Uso. Portugal: Princípia Editora, 2006.

HELLER, Eva. Psicología del color: como actúan los colores sobre los
sentimentos y la razón. 1ª edició, 15ª tirada, 2012.

LUPTON, Ellen; PHILIPS, Jennifer Cole. Novos fundamentos do design.


Tradução: Cristian Borges. São Paulo: Cosac Naify, 2008. 248 pp., 563 ils.

MODOR INTELLIGENCE. Indústria de design de interiores - análise de


tamanho e participação - tendências e previsões de crescimento (2023 - 2028).
Disponível em: https://www.mordorintelligence.com/pt/industry-reports/interior-
design-services-market Acesso em: 08 de outubro de 2023.

MURATOVSKY, G. Research for Designers: a guide to methods and practice.


Londres: Sage Publications, 2016. Acesso em 05 de outubro de 2023. Disponível
em:
https://www.researchgate.net/publication/358872832_Research_for_Designers_A
_Guide_to_Methods_and_Practice_2nd_Edition_-_Sample_Text

PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. 10. Ed. 1. Reimpr. Rio de Janeiro:
Senac Nacional, 2010. 256 p. II.

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