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MODERNIDADE E IDENTIDADE - ANTHONY GIDDENS (2003)

1. “A modernidade altera radicalmente a natureza da vida social cotidiana e afeta os


aspectos mais pessoas da nossa existência.” p.9
2. “A vida social moderna é caracterizada por profundos processos de reorganização
do tempo e do espaço à expansão de mecanismos de desencaixe - mecanismos que
descolam as relações sociais de seus lugares específicos, reconhecendo-as através
de grandes distâncias no tempo e no espaço.” p.10
3. MODERNIDADE: RISCO E CONFIANÇA
4. “O mundo moderno tardio - o mundo do que chamo de alta modernidade - é
apocalíptico não porque se dirija inevitavelmente a calamidade, mas porque
introduz riscos que gerações não tiveram que enfrentar.” p.11-12
5. “O projeto reflexivo do eu, que consiste em manter narrativas biográficas
coerentes, embora continuamente revisado, tem lugar no contexto de múltipla
escolha filtrada por sistema abstratos.” p.12
6. PLANEJAMENTO DE VIDA REFLEXIVAMENTE ORGANIZADO-
ESTRUTURAÇÃO DA AUTO-IDENTIDADE p.13
7. “A reflexividade do eu, em conjunto com a influência dos sistemas abstratos, afeta
de modo difuso o corpo e os processos psíquicos.” p.15
8. “A segregação da experiência significa que, para muitas pessoas, o contato direto
com eventos e situações que ligam a vida individual a questões mais amplas de
moralidade e finitude são raros e fugazes.” p.15
9. “A falta de sentido pessoal - a sensação de que a vida não tem nada a oferecer -
torna-se um problema psíquico fundamental na modernidade tardia.” p.16
10. “Problemas pessoais, sofrimentos e crises pessoais, relações pessoais: o que eles
podem nos dizer, e o que exprimem, sobre o panorama social da modernidade?”
p.18
11. ENCONTRAR-SE A SI MESMO: “um processo de intervenção e transformação
ativos.” p.19
12. “A ansiedade é o correlato natural dos perigos. É causado por circunstâncias
perturbadoras, ou por sua ameaça, mas também ajuda a mobilizar respostas
adaptativas e novas iniciativas.” p.19
13. “A vida apresenta os problemas pessoas de maneira aparentemente aleatória e,
reconhecendo isso, algumas pessoas se refugiam numa espécie de apatia
resignada. Mas muitos são capazes de perceber de maneira mais positiva as novas
oportunidade que se abrem quando os modos preestabelecidos são barrados, e
então mudam a si mesmas. Qual é a novidade dessas ansiedades, perigos e
oportunidades? De que maneira são claramente influenciados pelas instituições da
modernidade?” p.20
14. DINAMISMO DA MODERNIDADE: SEPARAÇÃO ESPAÇO E TEMPO,
DESENCAIXE E REFLEXIVIDADE
15. “Virtualmente toda experiência humana é mediada pela socialização e em
particular pela aquisição da linguagem.” p.28
16. “A especialização é na realidade a chave para o caráter dos sistemas abstratos
modernos. O conhecimento incorporado nas formas modernas de especialização
está em princípio disponível para qualquer um, desde que tenha os recursos, tempo
e energia para adquiri-lo.” p.35
17. O EU: SEGURANÇA ONTOLÓGICA E ANSIEDADE EXISTENCIAL
18. O “ser humano é saber, quase sempre, em termos de uma descrição ou outra, tanto
o que se está fazendo como por que se está fazendo.” p.39
19. “As convenções sociais produzidas e reproduzidas em nossas atividades diárias
são reflexivamente monitoradas pelo agente como para do “seguir em frente” nas
diversas situações de nossas vidas.” p.39
20. CONFIANÇA E “IR EM FRENTE”: “Em relação ao controle do corpo e do
discurso, o ator deve manter vigilância constante a fim de “ir em frente” na vida
social. A manutenção de hábitos e rotinas é um baluarte crucial contra as
ansiedade ameaçadoras, mas por isso mesmo é um fenômeno intrinsecamente
cheio de tensões.” p.42
21. SEGURANÇA ONTOLÓGICA: “inoculação emocional contra ansiedades
existenciais - uma proteção contra ameaças perigos futuros que permite que o
indivíduo mantenha a esperança e a coragem diante de quaisquer circunstância
debilitantes que venha a encontrar mais tarde.” p.43
22. “A manutenção da vida, nos sentidos corporal e da saúde psicológica, está
inerentemente sujeita ao risco.” p.43
23. CRIATIVIDADE - CONFIANÇA BÁSICA - AUTO-
IDENTIDADE/IDENTIDADE PARA O OUTRO
24. “As rotinas adquiridas são “constitutivos de uma aceitação emocional da realidade
do “mundo exterior” sem a qual uma existência segura é impossível.” p.45
25. “Saber o sentido das palavras é assim ser capaz de usá-las como parte integrante
da rotina da encenação da vida cotidiana.” p.45
26. “A realidade não é apenas o aqui e agora, o contexto da percepção sensorial
imediata, mas a identidade e a mudança do que está ausente - longe da vista no
momento ou, de fato, nunca encontrado, mas simplesmente aceito como estando
“lá”.” p.46
27. A modernidade “se faz” na interação diária.” p.49
28. “Ser ontologicamente seguro é ter, no nível do inconsciente e da consciência
prática, “respostas” para questões existenciais fundamentais que toda vida
humana de certa maneira coloca.” p. 49
29. “Todas as pessoas vivem em circunstâncias do que e outro lugar chamei de
contradição existencial: somos do mundo inanimado, mas nos voltamos contra
ele, como seres auto conscientes de nosso caráter finito.” p.51
30. “Ser uma “pessoa” não é apenas ser um ator reflexivo, mas ter o conceito de uma
pessoas (enquanto aplicável ao eu e aos outros). O que se entende por “pessoas”
certamente varia nas diferentes culturas embora haja elementos dessa noção que
são comuns a todas elas. A capacidade de usar “eu” em contextos diferentes,
característico de toda cultura conhecida é o traço mais fundamental das
concepções reflexivas da pessoidade.” p.54
31. “A identidade de uma pessoa não se encontra no comportamento - por mais
importante que seja - nas relações dos outros, mas na capacidade de manter em
andamento uma narrativa particular.” p.55-56
32. “A tranquilidade de uma pessoas em qualquer situação supõe longa experiência
no enfrentamento das ameaças e oportunidades que essa situação apresenta.” p.58
33. “O controle regular do corpo é um meio fundamental através do qual se mantém
uma biografia da auto-identidade; e no entanto, ao mesmo tempo o eu está quase
sempre “em exibição” para os outros em termos de sua corporificação.” p.59
34. “Seguir em frente” nos contextos da vida social cotidiana envolver trabalho
constante e ininterrupto da parte de todos os participantes na interação social.” p.
62
35. “Monitoramento constante do corpo e dos gestos corporais.” p.64
36. “A onipotência precoce se transforma num sentido confiável de auto-estima, pela
aceitação das imperfeições e limitações do eu.” p.68
37. MODERNIDADE - VERGONHA - ORGANIZAÇÃO PSÍQUICA
38. A TRAJETÓRIA DO EU
39. A terapia “é uma experiência que envolve o indivíduo na reflexão sistemática
sobre o curso do desenvolvimento de sua vida.” p.70
40. “Viver cada momento reflexivamente é uma questão de intensificar a consciência
dos pensamentos, sentimentos e sensações corporais. A consciência cria a
mudança potencial, e pode de fato induzir a mudança por si mesma.” p.71
41. “[...] o desenvolvimento de um sentido coerente de nossa história de vida é um
meio fundamental de escapar à escravidão do passado e abrir-se para o futuro.”
p.71
42. “Tomar conta de nossas próprias vidas” envolve risco, porque significa enfrentar
a diversidade de possibilidades abertas. O indivíduo deve estar preparado para
fazer uma ruptura mais ou menos completa com o passado, se necessário, e deve
contemplar novos cursos de ação que não podem ser guiados simplesmente por
hábitos estabelecidos.” p. 72
43. “SOMOS NÃO O QUE SOMOS, MAS O QUE FAZEMOS DE NÓS
MESMOS.” p.74
44. “Manter um diálogo com o tempo” é o base da auto-regulaçao porque é a condição
essencial para alcançar a satisfação em qualquer momento - de viver a vida
plenamente,” p.76
45. “O tecido moral da auto-realização é a autenticidade [...] baseada em “ser
verdadeiro consigo mesmo.” p. 77
46. “A reflexividade da modernidade opera não numa situação de certeza cada vez
maior, mas numa situação de dúvida metódica.” p. 82
47. “Uma pessoa só fica comprometida com outra quando, por qualquer razão, assom
o decidir.” p.90
48. “Uma das razões por que a reflexividade do eu tende a produzir um
autoconhecimento mais acurado e próprio é que ajuda a reduzir a dependência de
relações próximas.” p.90
49. DESTINO, RISCO E SEGURANÇA
50. “Viver no universo da alta modernidade é viver num ambiente de oportunidade e
risco, concomitantes inevitáveis de um sistema orientado para a dominação na
natureza e para a feitura reflexiva da história.” p.104.
51. “A intromissão dos sistemas abstratos na vida cotidiana, junto com a natureza
dinâmica do conhecimento, significa que a consciência do risco se infiltra nas
ações de quase qualquer um.” p,106
52. “Muitas vezes os momentos decisivos acontecem devido a coisas que se abatem
sobre o indivíduo, quer ele queira ou não.” p.108
53. “Estar “à vontade” no mundo é certamente problemático na era da alta
modernidade, em que o referencial de “atenção” e o desenvolvimento de “histórias
compartilhadas” com os outros são realizações basicamente reflexivas.” p.119
54. “Nas condições sociais modernas, quanto mais o indivíduo procura forjar
reflexivamente uma auto-identidade, tanto mais estará consciente de que as
práticas correntes moldam os resultados futuros.” p.122
55. “[...] onde a contingência é descoberta, ou fabricada, situações que pareciam
fechadas e pré-definidas podem parecer outra vez abertas.” p.125
56. “o empoderamento está disponível rotineiramente para o leigo como parte da
reflexividade da modernidade, mas muitas vezes há problemas sobre como esse
empoderamento se traduz em convicções e em ação.” p.133.
57. A SEGREGAÇÃO DA EXPERIÊNCIA
58. SISTEMAS SOCIAIS - INSTITUCIONALMENTE REFLEXIVOS -
COLONIZAÇÃO DO FUTURO p.135
59. “O desenvolvimento de sistemas sociais internamente referidos está na origem do
projeto reflexivo do eu.” p. 136
60. “A vida passa a ser estruturada em torno de “limiares abertos de experiência, e
não mais de passagens ritualizadas.” p.138
61. “Cada fase de transição tende a torna-se uma crise de identidade - e muitas vezes
o indivíduo sabe disso por reflexão.” p.138-139
62. “[...] a segregação depende das características mais gerais dos sistemas
internamente referidos na modernidade. Em termos amplos, o argumento que
desenvolvo é que a segurança ontológica que a modernidade adquire, no nível das
rotinas diárias, depende de uma exclusão institucional em relação à vida social de
questões existenciais fundamentais que apresentam dilemas morais centrais para
os homens.” p. 145
63. “O desenvolvimento de ambientes relativamente seguros da vida diária é de
importância central para a manutenção de sentimentos de segurança ontológica.”
p. 155
64. “Segregação de tipos fundamentais de experiência que relacionam as tarefas da
vida cotidiana, e mesmo o planejamento de longo prazo da vida, a questões
existenciais, o projeto reflexivo do eu é posto em movimento contra um pano de
fundo de empobrecimento moral.” p.157
65. AS TRÊS TAREFAS DA MODERNIDADE: (1) “Num nível muito geral, os
agentes nunca aceitam passivamente condições externas de ação, mas quase
sempre refletem sobre elas e as reconstituem à luz de suas circunstâncias
particulares; (2) tanto no plano coletivo quanto no individual, acima de tudo nas
condições da modernidade, há áreas maciças de apropriação coletiva como
consequência do aumento da reflexividade da vida social; (3) não é válido
argumentar que, embora os microambientes da ação sejam maleáveis, os sistemas
sociais mais amplos formam um ambiente de fundo não controlado.” p.162-163
66. “A vida social moderna empobrece a ação individual, mas favorece a apropriação
de novas possibilidades; ela é alienante, mas ao mesmo tempo, de maneira
característica, os homens reagem contra as circunstâncias sociais que acham
opressivas.” p.163
67. “Viver numa cultura secular de risco é inerentemente inquietante, e sensações de
ansiedade podem torna-se particularmente pronunciadas durante episódios que
tenham um caráter decisivo.” p.168
68. “A pessoa autêntica é aquela que conhece a si mesma e é capaz de revelar esse
conhecimento à outro, discursivamente e na esfera do comportamento.” p.173
69. “O indivíduo só se sente psicologicamente seguro em sua auto-identidade na
medida em que os outros reconhecem seu comportamento como apropriado ou
razoável.” p.177
70. “[...] o investimento de confiança também pode gerar novas capacidades.” p.178
71. “Sobreviver é ser capaz de enfrentar de maneira determinada as tarefas que a vida
apresenta e superá-las.” p. 179
72. “Até o mais oprimido dos indivíduos [...] reage criativa e interpretativamente a
processos de mercantilização que interferem com sua vida.” p. 184
73. POLÍTICA - VIDA: “Os homens são capazes de, reflexivamente, “usar a história
para fazer história.” p. 194
74. COMO DEVEMOS VIVER? - “a política-vida é uma política das decisões da
vida.” p. 198

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