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APRENDER

PARA VIVER
CLAÚDIO RIBEIRO
JÚNIOR
APRENDER
PARA VIVER
É preciso ter consciência da própria ignorância
para nos enriquecermos com o conhecimento disponível
no momento em que nos cabe conhecer. Aqueles que
acreditam possuir os segredos das perspectivas do
mundo fenomênico são os que menos compreendem as
possibilidades que existem entre o céu e a terra.
Absorver-se em misticismos ou aceitar explicações
superficiais é o primeiro sinal da falta de espírito
investigativo. Afinal, o homem comum sempre
perceberá o mundo e seus fenômenos de forma
simplista, por desconhecer as reais dimensões que ele de
fato oferece.
A passividade é uma qualidade rara, já que em
uma sociedade tão conturbada, a prevalência do ódio é
considerada normal. Encontrar pessoas que consideram
essa mentalidade como algo normal demonstra a falta
de percepção de muitos em relação à possibilidade de
uma vida pacífica e harmoniosa.
SUMÁRIO

PREFÁCIO 8
A CONSTANTE ALIENAÇÃO 9
A FALSA SUPERIORIDADE 13
A REDENÇÃO DA MATÉRIA 14
A SERENIDADE 16
A VIDA É CURTA 18
PRESUNÇÃO HUMANA 19
VIVA E REFLITA 21
A MÁSCARA 23
ERROS SUCESSIVOS 25
CURIOSIDADE PATOLÓGICA 27
COMPORTAMENTO MONÁRQUICO E SEUS
VETORES 29
A LOUCURA DA IDOLATRIA 31
VÍCIOS 33
PENSAMENTOS DOENTIOS 36
ASSEDIADORES 38
CONSCIÊNCIA EVOLUTIVA 41
AGRADADORES COMPULSIVOS 44
A FUGA DA CONSCIÊNCIA 47
8

PREFÁCIO
Escrevo essas reflexões como uma forma de
autoanálise. Acredito que o melhor caminho para a
regeneração pessoal é reconhecer tanto nossos méritos
quanto nossas falhas, sem ceder à autodestrutiva
tendência de ocultar nossos defeitos, tão comum na
maioria que prefere esconder suas próprias imperfeições.

Assim, adentro ao meu universo interior,


determinado a iniciar a limpeza das ervas daninhas e a
cultivar as flores mais belas e perfumadas. Elas têm o
poder de transformar o homem comum em um indivíduo
extraordinário, capaz de avançar a passos largos pela
estrada da vida.

Caso, um dia, essas reflexões caiam nas mãos de


terceiros, espero que tenham o poder de instigar uma
reflexão mínima sobre a natureza humana de cada um.
Dessa forma, poderei ter contribuído para a sociedade de
alguma maneira.
9

A CONSTANTE ALIENAÇÃO
É fundamental abordar a questão da alienação. Ela
constitui um problema real na sociedade, persistindo
desde tempos remotos, e é a raiz de uma miríade de
conflitos. A complexidade em elucidar esses conflitos, ou
suas fontes, é uma das barreiras enfrentadas por cientistas
sociais diversos.

Ao falar sobre alienação, é essencial compreender


que ela é a base de diversas enfermidades presentes no ser
humano. Seja na forma de idolatria, sectarismo ou na
normalização da belicosidade por muitos, é importante
ressaltar a degeneração social que tais celebrações
belicosas podem levar. Deseja-se escapar dessas
armadilhas? Isso requer esforço, a capacidade de pensar
com autonomia, investigar e discernir entre a realidade e
a ficção humana. Em primeiro lugar, é crucial destacar o
perigo da idolatria. Reverenciar uma figura ou ideologia,
seja ela política ou religiosa, é o primeiro passo para o
declínio pessoal e social. Combater o sistema imposto à
humanidade é um dos princípios fundamentais para a
libertação da corrente chamada Alienação. Esse combate
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deve ser travado no âmago e propagado para o exterior


com a serenidade e a determinação que muitas vezes
faltam aos alienados.

Ao longo da história, vários conflitos,


principalmente de natureza religiosa, tiveram um peso
significativo. Como algo que deveria ser benéfico para o
desenvolvimento moral do homem acabou
desencadeando algumas das maiores tragédias é um ponto
pouco compreendido, por vezes óbvio, quando levamos
em conta a natureza humana. A capacidade de pensar é o
que diferencia o homem dos animais, mas muitos negam
esse dom e agem como se fossem desprovidos dele. O
homem, embora modernizado, carrega consigo sua
essência primitiva. Trocou o cassetete pela metralhadora,
mas ainda perpetra uma ampla gama de crimes contra o
próximo. Com sua animalidade latente, compromete a
convivência pacífica e se orgulha de suas batalhas.
Olhemos para o que foi feito em nome de divindades e
grupos sectários.

Destacar esse lado presente é crucial para orientar


aqueles que buscam se libertar das limitações e proibições
11

sem fundamentos. Uma autoavaliação rigorosa nos


permite transcender as barreiras impostas por grupos que,
em sua maioria, não têm o bem coletivo como prioridade,
mas sim a agenda política. Esses conflitos nunca foram,
de fato, religiosos, mas sim políticos. Infelizmente,
muitos desavisados acabaram sacrificando suas vidas em
nome da ilusão de conflitar em nome de divindades.

Uma perspectiva cosmopolita e universalista é


essencial. Desenvolver uma visão que abrace a
pluralidade é fundamental. Avançar em todos os
parâmetros, mas com a humildade de sempre incluir os
outros e adaptar à sua realidade. A realidade social deve
estar em constante evolução, pois é ela que possibilita o
avanço e a inclusão humanos. Jamais devemos rejeitar ou
atacar violentamente, no campo das ideias, uma linha de
pensamento diferente. É preciso analisar e apresentar
contra-argumentos de forma tolerante para defender as
questões que realmente importam. Devemos evitar viver
como robôs, aceitando passivamente tudo o que nos é
apresentado, e buscar constantemente evitar a estagnação.
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A natureza autocrática é muitas vezes evidente


entre os alienados. Fechar os olhos para a diversidade de
pensamento é o primeiro passo para desenvolver essa
mentalidade, que ainda persiste e foi herdada dos homens
primitivos que se limitavam e se acomodavam em seus
pensamentos. Quebrar paradigmas é o que um verdadeiro
libertário busca, e ajudar nessa transformação é o que um
verdadeiro libertário faz. A razão é relativa, a verdade é
relativa, e devemos ter em mente que, em muitas
situações, a verdade é apenas um estado de realização
pessoal e não necessariamente reflete a realidade da vida.
Desenvolver esses atributos requer neutralidade,
passividade e investigação. Um verdadeiro investigador
nunca descarta de antemão; ele pesquisa e investiga antes
de chegar a suas próprias conclusões.

Ser realista é valorizar a concretude dos fatos,


mesmo que ela seja dura. Um sectário não é capaz de
enxergar o horizonte dessa maneira, pois seu fanatismo
engloba ideologias e figuras públicas. Sua função é
idolatrar, e a idolatria é vestígio de loucura e limitação
intelectual.
13

A FALSA SUPERIORIDADE
É comum notar que muitos indivíduos se
consideram superiores devido ao emprego que possuem,
ao curso que fizeram, à sua experiência e ao seu poder
aquisitivo. Infelizmente, para essas pessoas, a
compreensão do que é verdadeiramente essencial e do
que é supérfluo parece estar bastante distante.

A verdadeira capacidade do homem reside em sua


imortalidade e indestrutibilidade, e não apenas nas
experiências, muitas vezes mal conduzidas, de uma única
existência. Erudição, idade avançada e vivências
acumuladas nem sempre refletem maturidade. Há
verdadeiras crianças presas em corpos envelhecidos,
indivíduos descontrolados tanto interna quanto
externamente, homens de palavras soltas e reflexão
limitada.

O comportamento do homem tolo é problemático,


pois ele é ignorante não apenas em relação ao mundo
externo, mas também em relação a si mesmo. Desconhece
o seu próprio eu, limitando-se a permanecer na
superficialidade do eu inferior.
14

A REDENÇÃO DA MATÉRIA
É frequente observar a alienação e a disseminação
do apego a bens materiais. É de suma importância
desenvolver a capacidade de autossustentabilidade.
Considerar o apego à escassez como um sinal de
autolibertação é um equívoco, indo de encontro a uma
vida de prosperidade e bem-estar. Deve-se agir com bom
senso; o desapego não implica na privação de recursos
que podem proporcionar uma vida tranquila e dedicada a
causas nobres.

Examinando ambos os lados do mundo, Oriente e


Ocidente, percebemos os diferentes tipos de apegos
mundanos. No Oriente, vemos o apego à simplicidade,
profundamente enraizado em tradições que remontam há
tempos, influenciadas por crenças filosóficas, muitas
vezes mal interpretadas devido às limitações humanas.
Por outro lado, no Ocidente, testemunhamos o incessante
apego à matéria e a um esquecimento de nossa essência
além do físico.

É viável a fusão dos dois paradigmas presentes: a


prosperidade material do Ocidente em prol do bem-estar
15

humano, fornecendo os recursos necessários para uma


vida plena, aliada à sabedoria oriental do desapego aos
bens materiais. Importa lembrar que tudo é transitório e
passageiro, exceto nós, peregrinos pelos corredores da
vida cósmica.

Os ensinamentos filosóficos orientais,


independentemente de suas vertentes, têm como princípio
o aprimoramento humano. No entanto, é crucial destacar
que o ser humano imperfeito e inclinado à perversidade
tem o hábito de distorcer e tratar de forma tirânica algo
que se destina ao bem da humanidade. É assim que
surgem alterações e manipulações promovidas por
indivíduos astutos e ardilosos, representando vivamente a
patologia que assola a sociedade.
16

A SERENIDADE
A serenidade deve ser o principal objetivo do ser
humano imerso na matéria. Viver como animais
subumanos, apenas sobrevivendo nessa grande ilusão, é,
de fato, um desperdício de tempo. Devemos explorar
todas as nossas potencialidades, para isso é preciso tornar
nosso espírito pacífico e sereno. Somente assim
poderemos alcançar um estado de contemplação.

A contemplação é uma das características dos


amigos da sabedoria. Estes observam à distância todos os
acontecimentos e compreendem que, quase sempre, as
ocorrências não estão sob seu controle. Sabendo disso, é
desnecessário se preocupar com coisas que não dependem
de nós. O que realmente depende de nós é nossa condição
intrapessoal, e nisso devemos trabalhar para substituir
todos os nossos fardos por virtudes.

O homem, por autocorrupção, tende a


desconsiderar a possibilidade de mudança. Para essas
pessoas, é verdadeiramente problemático aceitar que o
problema muitas vezes está dentro delas mesmas. Por
17

isso, preferem culpar terceiros e complicar a própria vida,


julgando não merecer o que estão vivendo.

Esse comportamento afasta cada vez mais o


homem do estado de pacificação, preenchendo-o cada vez
mais com sentimentos negativos. Enquanto isso, o
homem amigo da sabedoria se enche de sentimentos
elevados e compreende que muitas circunstâncias não
estão em seu domínio. Por isso, enfrenta todas as
ocorrências em sua vida com compreensão e calma.
18

A VIDA É CURTA
A vida é breve, e, por isso, devemos aproveitá-la
ao máximo. No entanto, esse aproveitamento não deve se
resumir a explorar as falsas regalias e distrações
superficiais que o mundo oferece. Em vez disso, devemos
utilizar essa oportunidade para refletir sobre nossa atual
condição, especialmente no que diz respeito às nossas
relações interpessoais e à nossa consciência interna.

É imperativo empenhar-se em libertar-se das


amarras que aprisionam a maioria da humanidade, ainda
presa em padrões robotizados. Muitos são como cegos
diante da vastidão da vida, da existência hiperfísica.
Portanto, é essencial reavaliar nossas posturas e nossa
condição intrapessoal, buscando a harmonização com a
grande lei cósmica que permeia todas as dimensões da
existência.
19

PRESUNÇÃO HUMANA
O aprendizado pessoal, as análises realizadas e as
experiências vividas são os pilares do conhecimento. No
entanto, é importante notar que a presunção surge quando
alguém acredita possuir o conhecimento absoluto, as
respostas definitivas para todas as questões da vida e para
as verdadeiras questões pessoais.

Cada indivíduo tem necessidades específicas,


muitas vezes distintas. A perspectiva de mundo é
moldada pelo diálogo de cada um com as demandas que a
vida lhe impõe. Portanto, as realizações de cada um,
mesmo que parciais, não são menos verdadeiras. A
autenticidade deriva das análises e experiências
vivenciadas.

Dessa forma, não devemos presumir o direito de


impor nossas questões pessoais a outros, a menos que
tenham compartilhado das mesmas experiências. Por
exemplo, seria um equívoco exigir que um daltônico
responda questões sobre cores, já que ele não consegue
distinguir o sistema cromático. Da mesma forma, não
seria justo apresentar questões de álgebra a alguém que
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não possui noções adequadas de operações matemáticas


básicas.

Portanto, do ponto de vista pessoal e das


experiências vividas, cada um pode estar correto, pois as
ideias e concepções de mundo são moldadas pela
dialética individual. O que nos resta é a necessidade de
compreender cada indivíduo em seu estágio particular de
compreensão do mundo.
21

VIVA E REFLITA
Há muito se fala sobre a vida, uma reflexão que
merece nossa atenção. Ao longo da história, vimos
grandes sábios surgirem entre os habitantes da Terra,
sempre trazendo consigo ideais que transcendem as
fronteiras do sectarismo humano. Esses sábios
compreenderam a lei universal e a codificaram de acordo
com sua própria compreensão. É evidente que cada
sociedade foi moldada pela ética codificada por esses
sábios. No entanto, hoje em dia, vemos o homem
distorcendo e perdendo de vista a universalidade das
palavras proferidas pelos sábios do passado.

O sentido da vida não se restringe a um único


grupo. Devemos compreender a universalidade dos fatos,
que permeiam todos os aspectos da existência.
Infelizmente, o homem permitiu que dogmas o
dominassem, distorcendo e limitando ao longo do tempo
as próprias palavras apresentadas por seus mestres.

Talvez, se esses sábios retornassem para aqueles


que os seguem, os próprios seguidores seriam os
primeiros a contestar qualquer tentativa de interpretar
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novamente as grandes verdades que foram ditas há tanto


tempo.

Uma vida refletida nos protege da idolatria, do


dogmatismo, do sectarismo e da intolerância que têm sido
perpetuados desde os tempos dos trogloditas, condizentes
com o seu nível evolutivo. Hoje, o homem é ainda o
mesmo em essência, mas disfarçado de um ser moderno.

Portanto, reflita e liberte-se dos grandes


mecanismos que têm aprisionado o homem por tanto
tempo, mantendo-o preso a ideais limitantes, sejam eles
posicionamentos uterinos, facciosos, tribais, nacionais ou
partidários. Torne-se um cidadão do Cosmos. A vida é
mais do que as linhas imaginárias traçadas pelo homem
em seu pequeno mundo. A vida é mais do que esta
dimensão física; ela é hiperfísica. Portanto, não se limite,
apenas se liberte.
23

A MÁSCARA
Através da religião e de suas próprias crenças
pessoais, o homem, de maneira incongruente com sua real
condição intrapessoal, adota posturas mascaradas.
Frequentemente, fala mansamente, no entanto, tais
expressões não refletem a verdadeira condição
intraconsciencial do indivíduo, que recorre a métodos
enganosos para aparentar serenidade e resolução pessoal.

É legítimo que o homem recorra a determinados


métodos, afinal, é um direito seu. No entanto, ao fazer
isso, ele se autocorrupa, relegando para debaixo do tapete
todos os problemas de sua consciência. O desequilíbrio
daqueles que adotam essa conduta é notório. O ato de
mascarar e fingir algo que não está em ressonância com a
verdadeira realidade intraconsciencial é desarmônico e
patológico.

Permanecer nesse ideal é adiar o processo de


autoterapia. Acreditar que a fala mansa e o
comportamento puritano representam algum tipo de
avanço, sem estar verdadeiramente em sintonia com o
próprio íntimo, sem manter a vigilância sobre os
24

pensamentos e sem dominar os impulsos instintivos


naturais do corpo biológico, é assemelhar-se às grandes
massas que caminham rapidamente em direção ao
precipício do desperdício da vida.

Assim, observamos homens e mulheres


verdadeiramente doentes consigo mesmos. Muitas vezes,
dependendo das experiências impostas pela vida, o
colapso psíquico se materializa diante deles. Para que o
homem possa compreender de forma mais rápida o
verdadeiro sentido da vida, é essencial criar bases sólidas
capazes de sustentar o peso que possa surgir ao longo de
sua jornada.
25

ERROS SUCESSIVOS
Diante dos erros, o ser humano ainda enfrenta
dificuldades em aprender com seus próprios tropeços.
Tornou-se comum a repetição dessas falhas, levando-o ao
mesmo abismo dos instintos básicos, do qual ele ficou
imerso devido à inexperiência e falta de discernimento.
Talvez o maior desafio do ser humano seja desenvolver
seu discernimento, analisar os fatos de forma lógica e
racional, apoiando-se na vontade que o impulsiona a
alcançar níveis mais elevados de compreensão da vida,
quando essa vontade é bem direcionada.

Devemos aprender a ler nas entrelinhas da vida,


enxergando-a como um imenso livro. Apenas aqueles que
estão aptos a ler esse livro e a perceber o que está oculto
às massas podem descobrir as forças poderosas que
regem este universo. Muitos erros têm sido cometidos
devido à má interpretação dos fenômenos da mente, o que
leva as pessoas a mergulharem de forma patológica em
religiões e seitas, causando bloqueios mentais e
desarmonia das condições psíquicas, afastando-as de um
estado de superconsciência.
26

Para aprender com os erros cometidos,


precisamos, antes de tudo, da reflexão. Devemos
investigar como ocorreram, por que ocorreram e o que
desencadeou esses eventos. Somente assim podemos
obter uma compreensão básica das causas subjacentes e,
com base nas hipóteses geradas, buscar possíveis
soluções ou alternativas. Devemos observar qualquer
resultado a partir das complexidades que podem surgir e,
com isso, desenvolver diferentes estratégias para
enfrentar os desafios. Os problemas da vida são como
problemas matemáticos: requerem análise, reflexão e a
formulação de hipóteses de solução. Com o tempo, a
experiência e a maturidade nos permitirão antecipar
situações problemáticas e evitá-las antes que ocorram.
27

CURIOSIDADE PATOLÓGICA
Fuçar naquilo que não está dentro do nosso
domínio talvez seja uma das maiores aflições da mente. O
indivíduo que age assim, intrometendo-se a todo instante
e por vezes tentando impor sua vontade sobre o que não
lhe pertence, acaba por negligenciar sua própria condição
doentia. Esta situação é bastante comum entre aqueles
envolvidos nas ilusões alheias, deixando de viver sua
própria vida para se imiscuir na vida dos outros.
Tornam-se verdadeiros invasores inconscientes das
realidades que os cercam.

Deixar de avaliar a própria condição, de usar o


tempo disponível na vida para transformar
comportamentos e hábitos desarmônicos, é simplesmente
insensatez. Esses indivíduos desconhecem a si mesmos,
mas julgam-se peritos nos outros.

Estão completamente desorientados na vida, sem


rumo, e acabam desperdiçando o tempo comportando-se
como autênticos lunáticos nas vidas alheias. Portanto,
cultivar interesse na própria vida, em resolver as próprias
28

incongruências intrapessoais, é agir de maneira lúcida


diante da existência.

A lucidez pode dissipar qualquer investida do


porão da consciência, ou seja, dos impulsos instintivos.
Com essa condição, ao solucionar os problemas mais
complexos, podemos então abordar os de menor
magnitude, despertando nossa habilidade de nos proteger
contra as adversidades que possam surgir ao longo da
vida. Esse comportamento nos permite desenvolver uma
espécie de anticorpo para lidar com os desafios que
possam surgir no futuro.
29

COMPORTAMENTO MONÁRQUICO E
SEUS VETORES
Ao abordarmos as características humanas, é
comum mencionarmos o trinômio monarquismo,
monoideísmo e egocentrismo. Esses fardos ainda são
considerados, mesmo que de forma inconsciente, pela
maioria que ainda está desconectada do maximecanismo
evolutivo. Muitos sequer têm uma noção vaga do que
realmente é esse complexo e estruturado maximecanismo.
Não é algo que se alcança em um momento de reflexão,
mas sim um caminho a ser percorrido, mesmo após o
descarte deste corpo biológico.

O homem ainda carrega consigo o monarquismo,


uma patologia tratada como tradicionalismo social,
herdada de culturas passadas. A necessidade de impor o
ideal comungado e a dificuldade em conviver
pacificamente com o diferente são inerentes ao homem
monárquico. A monarquia não se limita apenas ao chefe
de estado, mas também é encontrada no núcleo familiar,
nas salas de aula, nos templos, entre outros. O uso de
máscaras para ocultar a verdadeira natureza é comum
30

para aqueles que desejam se apresentar de maneira oposta


àquela que deve ser lapidada através da reciclagem
intraconsciencial.

A manifestação do comportamento monárquico


está sempre acompanhada do monoideísmo e do
egocentrismo. A fixação patológica em uma única ideia
ou visão é comum entre os monarquistas, sendo um dos
fatores que impulsionam a intrusão na realidade de outros
indivíduos. Esta compulsão pode transformar o homem
em uma figura obscurantista. É frequente a ocorrência de
explosões emocionais quando confrontados com ideias
contrárias às suas.

Por outro lado, encontramos o egocentrismo, que


desvia a vítima de uma visão conectada dos fatos e de
todos. O egocentrismo não se limita apenas à figura em
si, mas pode se expandir para o núcleo familiar, interesses
municipais, estaduais e federais, bem como nos templos
para aqueles que compartilham a mesma fé, e nos círculos
acadêmico-científicos.
31

A LOUCURA DA IDOLATRIA
É uma característica do homem simplório a
submissão diante de figuras ardilosas que envolvem seus
próprios seguidores com falsas esperanças. Essas figuras
capciosas se aproveitam da dependência para alcançarem
seus objetivos de poder. Ao longo de milênios, vimos
essa dinâmica se repetir, com as pessoas depositando a
resolução de seus problemas em reis, imperadores,
sacerdotes e deuses. Hoje em dia, essa submissão se
manifesta em figuras como santos, guias, mentores,
gurus, médiuns, pastores e padres. No contexto político, a
dinâmica se transforma em confiança em vereadores,
deputados, senadores, prefeitos, governadores e
presidentes. Não é difícil perceber que, em uma sociedade
ainda dependente e carente de discernimento, a
democracia muitas vezes resulta em escolhas
imprudentes, causando declínios em seus lugares de
origem.

O mais contraditório é a dificuldade em aprender


com os erros, tornando essa dependência um vício que
vem prejudicando muitas possibilidades futuras. A
32

capacidade de analisar os fatos sem a influência da


idolatria e da gurulatria está se afastando cada vez mais
das massas. Seria mais benéfico se as pessoas deixassem
de ser seguidoras em busca de líderes e se tornassem
autônomas, analisando os fatos de maneira analítica e
com uma perspectiva cética-otimista.

O homem idólatra, acima de tudo, é um homem


iludido e passivo, acreditando em soluções miraculosas
vindas de seus pseudobenfeitores. Como observa a
Cientista Social Ana Cláudia Laurindo (2012), "O
pseudobenfeitor é sempre grande e poderoso, uma espécie
de entidade material e impessoal pairando sobre os
indivíduos e presidindo seus destinos". Torna-se cada vez
mais evidente as possíveis patologias resultantes desse
comportamento dependente. Portanto, é crucial que
resolvamos nossos conflitos internos para nos libertarmos
das correntes que limitam nossa liberdade e
desenvolvimento intelectual.
33

VÍCIOS
Talvez o vício seja um dos problemas mais
mascarados da humanidade, seja ele relacionado a alguma
substância como álcool, o qual muitas vezes é justificado
como um hábito social. No entanto, essa "socialidade" é
uma fuga, uma forma de autocorrupção que afeta o
indivíduo vitimado por essa enfermidade. Os vícios
podem ser subcategorizados em diversos tipos, desde os
mais objetivos e evidentes até os mais subjetivos e
ocultos. Os objetivos são os vícios claramente visíveis,
enquanto os subjetivos são mais difíceis de identificar,
uma vez que estão enraizados na intraconsciencialidade
do homem ou da mulher. Um dos vícios subjetivos mais
problemáticos ocorre no âmbito do pensamento e do
sentimento. Alguns indivíduos cristalizam um
pensamento específico, o que muitas vezes resulta em
desorganizações psicossomáticas que afetam diretamente
o corpo biológico. Isso porque o estado mental pode
influenciar tanto a saúde quanto a doença, dependendo de
como é modulado. Em seguida, temos o vício relacionado
ao sentimento, no qual muitos buscam provocar emoções
específicas para se satisfazerem, sejam elas elevadas ou
34

depressivas. Esses sentimentos se tornam muletas


patológicas criadas para acalmar a vítima ainda
dependente.

A falta de intenção e vontade é o motivo pelo qual


a resolução dos problemas é procrastinada, o que é um
verdadeiro desleixo. Assim como o homem deve limpar o
ambiente no qual vive, também deve limpar os "lixos
mentais". No entanto, o descuido com a higiene
consciencial pode levar à retroalimentação dos
pensamentos que se fixaram na mente desatenta.

É comum ocorrerem distúrbios emocionais


provocados pela falta de domínio sobre os pensamentos e
sentimentos. Indivíduos imaturos tendem a explodir
emocionalmente, e essa imaturidade muitas vezes está
relacionada ao cultivo dos vícios mencionados
anteriormente. As emoções são as reações do instinto
animal, e a falta de controle desses impulsos aproxima o
homem dos animais subumanos.

Diante disso, é fundamental possuir autocognição


suficiente para discernir as variáveis presentes na
consciência humana e em seu veículo de manifestação no
35

plano físico. Devemos, portanto, dominar nosso corpo


biológico para nos diferenciarmos das massas que
encaram esses fatores com naturalidade. O homem que
não consegue ter o mínimo de perspicácia para perceber
esses problemas está se entregando ao uso contínuo de
seu subcérebro, ou seja, permitindo que o instinto animal
prevaleça sobre a lógica, a razão, o discernimento e o
bom senso que derivam da capacidade cognitiva da
consciência.
36

PENSAMENTOS DOENTIOS
Se o homem tivesse a capacidade de medir a
qualidade e a quantidade dos pensamentos emitidos por
toda a população humana, veria a alta predominância de
pensamentos doentios, indicando o nível no qual nos
encontramos, fugindo de todas as proporções
homeostáticas. Se categorizássemos esse mundo,
poderíamos dizer que vivemos em um grande hospício
que percorre a Via-Láctea, deixando um rastro de
desorganização.

O homem evoluiu e continua evoluindo


externamente, com as grandes conquistas da ciência em
geral. No entanto, esse avanço pouco reflete de maneira
intrinsecamente consciente. Muito pelo contrário, a
humanidade vem desenvolvendo mais patologias,
algumas das quais são apenas extensões do passado.
Refiro-me às patologias desenvolvidas através dos
pensamentos, com grande capacidade de infestar
ambientes e, consequentemente, afetar terceiros.

Podemos analisar que a psicosfera é criada de


maneira subjetiva pelo homem, tendo a capacidade de
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influenciar as pessoas que fazem parte desse ambiente. A


psicosfera é formada a partir da predominância de
pensamentos e sentimentos de seus criadores. Ela nos
revela qual a verdadeira natureza de um determinado
espaço. Para discernir qual é essa verdadeira natureza, é
necessário analisar os detalhes objetivos de um ambiente.

Com isso, devemos nos comportar de maneira


lúcida. Não há educação melhor do que o próprio
exemplo. Deixar-se contaminar por essas desorganizações
é tornar-se vítima dos causadores e de nós mesmos.
Afinal, o problema só se instala quando há propensão
para o desequilíbrio, e só alcançamos o equilíbrio através
da disciplina e da manutenção de hábitos saudáveis.

Transforme o local onde vive em um ambiente de


tranquilidade. Não provoque mais desorganização.
Somente assim poderá alcançar, mesmo que
minimamente, um estado de serenidade em um ambiente
que lhe causa aflição. Não contribua para o afastamento e
o descontrole. Seja o agente amparador, ou pelo menos
tente.
38

ASSEDIADORES
O homem, ao justificar seus erros, sempre buscou
atribuir os deméritos a terceiros, seja alegando a
influência de supostos demônios como causadores de
seus problemas reais, ou recorrendo a conceitos como o
universo, entre outras fugas impostas pelo próprio
homem. Essas afirmações representam uma fuga da
realidade de sua própria natureza. Segundo o pesquisador
da Conscienciologia e Projeciologia, Waldo Vieira
(2007), "A força assediadora que vem de fora só se
integra à nossa vida se encontrar terreno fértil". Com isso,
podemos analisar que, independentemente da existência
ou não de alguma influência externa, o verdadeiro
causador do problema sempre estará dentro de cada
indivíduo. Um homem lúcido permanece lúcido,
independentemente das forças que o cercam. Ele aborda a
situação de forma lúcida, evitando ser influenciado por
tais investidas, além de possuir uma capacidade
desassediadora, atuando como um verdadeiro amparador
para terceiros. É essencial compreender os detalhes do
processo e adotar uma postura desassediadora para
elucidar os verdadeiros fatores da assedialidade.
39

Fala-se muito sobre essas influências externas,


mas muitas vezes se esquece de que o próprio homem
pode ser o assediador de si mesmo e dos outros, seja em
relação a seus familiares, amigos e conhecidos em geral.
Ao abordar o assédio, é crucial reconhecer o ponto
primordial causador de todas as desorganizações: a
consciência de cada indivíduo. O homem atrai aquilo que
ele é. Podemos observar esse princípio ressoando em
todas as dimensões da vida, seja nos grupos de pessoas
com ideais semelhantes, no ambiente acadêmico, político
ou religioso.

Para promover alguma mudança, é essencial


reconhecer os problemas. Sem um reconhecimento pleno,
não será possível tratá-los pela raiz. O autoassédio é uma
realidade e, com isso, as vítimas muitas vezes se tornam
verdadeiros assediadores para seus companheiros.

Para mudar essa realidade, além de reconhecer o


problema presente, é necessário alterar os hábitos
frequentemente prejudiciais que são comuns na vida
daqueles que buscam constantemente um culpado. A
40

mudança de hábito requer esforço para cultivar


pensamentos saudáveis, buscando a reconciliação consigo
mesmo e com seus algozes. Muitas vezes, nos
relacionamos de maneira displicente com os outros e
podemos ser nossos próprios algozes. É fundamental
analisar a situação com sinceridade para alcançar a
reconciliação e, consequentemente, a autocura.
41

CONSCIÊNCIA EVOLUTIVA
É sabido que muitos desavisados têm uma
compreensão equivocada do que uma Consciência
Evolutiva verdadeiramente expressa. Atualmente,
tornou-se comum o uso da palavra "evoluído", mas o que
realmente caracteriza uma consciência evoluída muitas
vezes escapa à mente da maioria, ainda presa a padrões
robotizados. Ter uma visão diferenciada da vida não
define por completo a natureza de cada indivíduo.
Estamos vivendo em uma era laboratorial, onde
estudamos fenômenos antes desconhecidos pela maioria.
A comunicação com consciências extrafísicas tornou-se
mais evidente, e através desses fatores mesológicos
podemos discernir a visão de muitos, mesmo que esta seja
limitada a certas ocorrências da vida.

Podemos categorizar um dos fatores primordiais


de uma consciência evolutiva como o baixo nível de
autoconflitividade. O homem ou a mulher que ainda tem
muitas perturbações a serem resolvidas demonstra o seu
atual estado evolutivo. Isso explica por que, ao longo dos
milênios, influenciaram suas gerações e as futuras, muitos
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indivíduos sempre destacaram a necessidade de


explorarmos nosso microuniverso para sanar todas as
patologias presentes. A consciência evolutiva busca vida
após vida compreender as ocorrências sutis em seu meio,
seja nos relacionamentos interpessoais, nas rixas infantis,
nas afinidades, nas venturas e desventuras no atual núcleo
familiar, ou nas eventualidades existenciais, muitas vezes
evocadas de vidas pretéritas.

Entender essas variáveis pode ser o ponto crucial


para traçar uma jornada evolutiva. Somos seres que
necessitam de relacionamento e evoluímos em grupo. O
convívio com o grupo nos permite, caso sejamos lúcidos,
ter relações sadias com a natureza e com os seres nela
presentes, ou seja, manter um relacionamento
homeostático com a própria vida.

Portanto, não importa se você possui uma


intelectualidade diferenciada se, internamente, está
abarrotado de disfunções. É claro que a inteligência
intelectual, assim como a comunicativa, contextual,
parapsíquica e emocional são importantes. No entanto, o
que engloba todas essas inteligências é a inteligência
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evolutiva, que reflete como tratamos nossa aptidão. É


necessário compreender que, ao me referir à inteligência,
não falo apenas de aptidão, mas sim de como essas
habilidades são desenvolvidas ou recuperadas. O
discernimento afasta o indivíduo das crenças místicas
prejudiciais que aprisionam a maioria, ainda
desinformada e desconectada da realidade existencial.
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AGRADADORES COMPULSIVOS
Os agradadores compulsivos são incapazes de
dizer não, pois o medo de serem vistos de maneira
indiferente por outras pessoas os consome. Podemos dizer
que tal atitude se categoriza como autovampirismo.
Muitas vezes, nas entrelinhas da mente do agradador,
encontramos alguma carência de ordem afetiva e, com
isso, eles tentam preenchê-la consciente ou
inconscientemente através dos agrados, buscando
aceitação de todas as maneiras.

É um problema sério, pois o agradador não possui


uma identidade própria. Eles se transformam para se
encaixarem no ambiente em questão, modificando toda a
sua personalidade apenas para serem bem vistos e aceitos.
É evidente que homens ou mulheres que se comportam
dessa maneira estão totalmente desorientados. As
mudanças radicais em todos os aspectos são rotineiras,
tornando-os indivíduos voláteis, sem discernimento sobre
o que realmente almejam.

A falta de uma identidade própria é


verdadeiramente problemática. Deixar de ser quem
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realmente se é e usar máscaras da ilusão para se esconder


demonstra completa perdição. Vestir-se com essas
máscaras talvez seja a incoerência mais comum na
humanidade. Transformam-se em diferentes pessoas
dependendo da ocasião, adotando posturas puritanas,
serenas, sérias, entre outras.

Devemos agir de acordo com nossa própria


natureza. Se essa natureza é patológica, devemos
trabalhar para melhorá-la através da mudança de hábitos
evolutivos, alterando nossa postura de forma coerente,
com bom senso e discernimento. O ponto de partida é
compreender que o "não" não representa desagrado; ele
serve como aprendizado, pois nem sempre o "sim" reflete
algo conveniente.

Encontramos adultos mimados que não


conseguem ouvir um "não". Tais indivíduos têm uma
grande propensão para a melancolia, pois quando algo em
suas vidas não ocorre como planejado, tendem a culpar a
todos em um processo de vitimização. É verdadeiramente
problemático não possuir posturas profiláticas, ou seja, a
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vigilância desses vícios, pois é nesse erro que muitos


caem no coitadismo.
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A FUGA DA CONSCIÊNCIA
É comum o ser humano buscar maneiras de
contornar suas falhas através de ilusões conscienciais,
negando a realidade de forma precipitada para se proteger
em seus casulos. A semeadura é livre; todas as patologias
conscienciais e sociais são semeadas, mas, no momento
da colheita, surge a revolta diante do que brotou em seu
micromundo.

A cegueira consciencial está cada vez mais


contaminando o homem do mundo moderno. É paradoxal
viver na era do conhecimento sem ver um reflexo
positivo no autoconhecimento. Os impulsos carnais se
intensificam em homens desconectados da realidade
existencial, pois a fuga tornou-se o verdadeiro
combustível. Observando a história da humanidade,
vemos o surgimento de uma sociedade em que a
desorganização e a desorientação predominam no núcleo
existencial. Dessa forma, nascem exércitos da ilusão, da
paixão, da inutilidade e da autoignorância. A figura do
homem mentecapto é comum, e esse movimento
nosográfico reflete em um mundo com habitantes
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abalados, sem direção, sustentando-se apenas no orgulho


e arrogância de seu conhecimento limitado, conquistado
através de acertos e erros.

É desconfortável para o homem alienado encarar a


realidade diante de seus olhos. Preferem a autocorrupção
a reconhecer e enfrentar seus próprios fardos. É mais fácil
atribuir os erros às ilusões, alegando não merecer o que
lhes acontece. No entanto, até que ponto você pode
determinar o que é essencial para sua evolução se mal
consegue perceber sua própria realidade, seu próprio eu?
Já se questionou quem você é? Já avaliou suas virtudes e
desafios verdadeiros? Já explorou suas capacidades
conscienciais? Se não o fez, como pode saber o que é
melhor para você? Como pode pretender entender sua
verdadeira natureza se nem ao menos se conhece? Já
investigou seu passado, tentando compreender quem você
é nessa jornada evolutiva? De onde veio antes de nascer
nessa realidade?

Até quando vai adiar o que deveria ter começado


ontem? Não se contente em ser parte da maioria. Junte-se
à minoria que reconhece a verdadeira necessidade de
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estarmos aqui, neste mundo que mais se assemelha a um


hospício do que a um lar. Tente seguir os passos dos
sábios da antiguidade e dos observadores discretos dos
dias de hoje, que secretamente apoiam os coabitantes
desta morada, trabalhando gradualmente para esclarecer e
buscar uma transformação consciencial. Quando a
maioria se elevar a um estado super-humano,
transcendendo os instintos animais, veremos uma
verdadeira transformação social. O que antes era um
hospício se tornará um mundo de paz, pois a
tranquilidade de um mundo reflete a paz consciencial de
seus habitantes.

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