Psicanlista Clínico e Terapeuta em D.Q. SPSIG 2515/9038 O caso de Phineas Gage Phineas Gage era um jovem americano de 25 anos (casado, trabalhador, pai de 2 filhas, sendo um membro produtivo e responsável da sociedade na época). Até que, em uma terça feira de 1848, uma explosão acidental durante a construção de trilhos, colocou uma barra de ferro de um metro de comprimento por cinco centímetros de espessura atravessando o seu crânio, mas ele não morreu. Após 3 meses sobre cuidados médicos Phineas retornou para sua residência para retomada de suas tarefas cotidianas. Entretanto, os familiares e os conhecidos de Phineas começaram a notar alterações em seu comportamento: “Gage já não era Gage”. Ele houvera se tornado agressivo, explosivo, inconsequente, rude, com sérias dificuldades para planejar o futuro. Parte do seu tato social também se perdera e Phineas não conseguia mais retornar para o seu trabalho. Era um caso tão notório que a comunidade médica na época se recusava a acreditar: A personalidade como um produto do cérebro propriamente dito o córtex pré frontal e os lobos frontais. Afinal se uma lesão no cérebro é capaz de mudar a personlidade de uma pessoa, logo então o senso crítico, a auto crítica e a tomada de decisões por conseguinte estão armazenadas no cérebro. Entende-se que a integração dos circuitos neurológicos participa de processos e funções relacionadas não só como simplesmente a locomoção mas também para processar as motivações, as gratificações e propriamente dito o prazer de viver. Hoje sabe-se que a exposição repetitiva às substâncias psicotrópicas e psicoativas causam microlesões na estrutura neurológica (córtex pré-frontal, e lobos frontais) e quanto mais o usuário repete esse ciclo de auto destruição, tanto mais as alterações em sua estrutura comportamental ficar-se-ão comprometidas. Portanto, o processo de desintoxicação é apenas o ponto de partida, e não o de chegada, tendo em vista o fenômeno de neuroadaptação que acontece de maneira invisivel e fora do alcance de meras suposições como “força de vontade”. Sistema de Recompensa 1) Preservação do ser e da sua espécie; 2) Sensação de prazer, bem estar e funcionando como uma memória positiva do evento ocorrido; 3) Reforço do comportamento; 4) Todos os mamíferos. No sitema límbico há captação de informação de que um estímmulo foi gerado e essa informação é guardada na memória. No sistema límbico também há detecção de estímulos ambientais de reforço positivo. No córtex pré-frontal acontece o discernimento e a definição de quando a resposta motivacional será emitida e a intensidade dessa resposta. Por que se inicia o consumo de drogas?
A teoria mais aceita atualmente é chamada de “teoria da automedicação”
Lidar com timidez e insegurança; Auxílio para dormir; Diminuir a ansiedade; Lidar com dores físicas/emocionais; Diminuição de sintomas psiquiátricos; Aumento de energia “cocaína, cafeína”. Por que se mantém o uso de drogas? 1. Dependência física (síndrome de abstinência); 2. Fuga ou esquiva da síndrome de abstinência; 3. Crenças permissivas; 4. Os usuários maiores os benefícios do que os riscos; 5. Combinação de drogas (sinergia e antagonismo); 6. Participação constante em eventos que despertam os desejos de consumo; 7. Ambiente familiar disfuncional; 8. Ausência de recursos internos; 9. Auto depreciação e desconstrução da autoimagem. O circuito de recompensa cerebral tem a função biológica de manter a sobrevivência da espécie, ou seja, a lembrança de onde há alimentos e parcerias sexuais. Cada vez que é estimulado esse circuito manda mensagens para a amígdala que classifica o estímulo como bom , e por sua vez manda estímulos para o hipocampo. Fica então memorizado onde há alimento e possibilidade de reprodução, com todos os detalhes do ambiente que cercam o estímulo. O álcool e outras drogas subvertem a função desse circuito, operando o sequestro da amígdala no qual o ambiente onde é consumida a droga e seus estímulos serão gravados. Portando, caberá ao recuperando e seu terapeuta substituir as memórias da droga/alcool por novas memórias. Vale lembrar que as memórias do alcool/droga serão permanentes. Quanto menos barreiras a droga tenha que atravessar para atingir o cérebro, mais rápido será seu efeito. Exemplo : Quando a folha da coca é mascada (hábito milenar nos países andinos) a cocaína é lentamente absorvida. Nesse caso o tempo de início do efeito é bastante reduzido e neste caso chegará ao cérebro apenas a quantidade que escapou do processo de metabolização do fígado.