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IFRJ - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA

IGOR SOUZA CASITTA

Rio de Janeiro
2019

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PLANO DE AULA

1. Identificação

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.


Professores: Igor Souza Casitta
Público alvo: Ensino médio
Escola: Colégio Estadual
Tema: Estruturas orgânicas, anéis aromáticos

2. Introdução

Os educadores e professores na área de química têm apontado diversas dificuldades


relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos quando se trata de abordar
conteúdos mais complexos que demandam uma compreensão mais teórica sobre a química.
Em linhas gerais têm destacado a descontextualização e desvinculação de conteúdos da
química, assim como o distanciamento do cotidiano do aluno, como os principais motivos
para tais dificuldades. Nesses apontamentos também estão incluídos os livros didáticos, aulas
e métodos não satisfatórios que de maneira geral apresentam uma abordagem tradicional e
engessada na divisão e abordagem dos conteúdos (OLIVEIRA ,2010)
O termo processo ensino-aprendizagem é um complexo nome para designar um
sistema no qual relaciona as intenções comportamentais entre professor e aluno, sendo, mais
do que o termo “ensino” e “aprendizagem”, analisando como se fossem processos que não
dependem da ação do ser humano. Nas palavras do educador Paulo Freire, não existe ensino
sem aprendizagem.

“Educar alguém é um processo dialógico, um intercâmbio constante.


Nessa relação de ensino-aprendizagem, educador e educando trocam de
papéis o tempo inteiro: o educando aprende ao passo que ensina e o educador
ensina e aprende com o outro. Paulo Freire expressa que a escola deve ser um
lugar de trabalho, de ensino, de aprendizagem. Um lugar em que a
convivência permita estar continuamente se superando, porque a escola é o
espaço privilegiado para pensar.” (FREIRE, 1975)

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Para o aluno do ensino médio, a internalização do conteúdo proposto, com o ambiente
onde ele é inserido, ou seja, o cotidiano deste é muito importante para o ensino-aprendizagem,
tornando as aulas de química, mais interessantes e participativas, gerando um ambiente
propício para o ensino. Nesse contexto torna-se importante o uso de materiais alternativos,
que façam parte do cotidiano dos alunos, mostrando que não precisa estar em um laboratório
com reagentes industriais para se fazer algum experimento, e que este pode ser feito com a
utilização de materiais alternativos. Desta forma foi escolhido o uso do açaí como um
indicador natural de ácido-base já que o mesmo contém antocianinas que são substâncias
orgânicas responsáveis pelas colorações nos tecidos vegetais, especialmente em flores e
frutos. O extrato do açaí atua como indicador ácido-base, uma vez que, as antocianinas
presentes neste são responsáveis por mudanças na coloração de acordo com o meio em que se
encontra.

3. Objetivo geral

Apresentar um experimento utilizando um material alternativo que se encaixe no


cronograma sobre as estruturas das antocianinas que contém vários anéis aromáticos a fim de
promover a compreensão, discussão, pesquisa e articulação dos conhecimentos sobre a
estrutura orgânica dessa molécula e entenderem a importância da utilização de materiais
alternativos para a confecção de um experimento químico.

4. Objetivo específico

Reconhecer as diferenças estruturais da molécula de antocianina, assim como


compreender a natureza orgânica de alguns indicadores ácido-base.

5. Desenvolvimento Metodológico

Após o termino do conteúdo do primeiro bimestre a turma foi separada em grupos de


até cinco alunos e foi realizado um experimento que consiste em duas etapas:

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1ª etapa: Preparo do extrato do açaí

Para esta etapa foi necessário à dissolução de 50 g do vinho de açaí ou da poupa deste
em 100 mL de álcool etílico (CH3CH2OH), para facilitar a dissolução utilizou-se uma colher
para agitar o meio, com o auxílio de um suporte para café, filtrou-se a mistura de açaí com
álcool etílico e armazenou a solução filtrada em um recipiente com vidro âmbar.

2ª etapa: Realização do experimento utilizando o indicador natural de açaí.

Foram numerados quatro copos com os números de 1 a 4. Com o auxílio de seringas


descartáveis, adicionou-se a cada copo:
Copo 1: 1,5 mL de suco de limão ou solução com vitamina C, 10,0 mL de água e 5,0 mL do
extrato de açaí;
Copo 2: 5,0 mL de hidróxido de magnésio (leite de magnésia), 10,0 mL de água e 5,0 mL de
extrato de açaí;
Copo 3: 5,0 mL de detergente, 10,0 mL de água e 5,0 mL de extrato de açaí;
Copo 4: 5,0 mL de vinagre, 10,0 mL de água e 5,0 mL de extrato de açaí

Observou-se o ocorrido em cada recipiente e após foi promovida uma breve discussão
sobre a primeira parte da aula. Segue a foto reduzida da molécula onde temos um recorte do
íon flavílio que foi utilizado na discussão.

Após o termino das discussões os grupos foram redivididos com intuito de gerar novas
relações. Esses novos grupos tinha o objetivo de pesquisar apresentar soluções sobre quais
interações ocorrem para a mudança de cor dos indicadores e qual a influência acida ou básica

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nas estruturas orgânicas. Sendo assim, os alunos deverão ter um tempo hábil para pesquisar
sobre a natureza dos indicadores assim como da molécula escolhida para ser estudada.

6. Tempo necessário

Uma aula de quatro tempos de 50 minutos

7. Objetivos, em termos de competências e habilidades

– Relacionar a o experimento com as aulas apresentadas anteriormente– Entender a


importância da utilização de materiais alternativos
– Distinguir a importância de se utilizar equipamentos de proteção para evitar acidentes.
– Notar a que não necessita de reagentes de um laboratório para se realizar uma prática
– Compreender as relações entre as funções orgânicas da molécula estudada

8. Recursos didáticos necessários

1 unidade de filtro de papel para café n°103


5 copos de vidro de 200 mL
3 seringas descartáveis (2 de 5 mL e 1 de 10 mL)
1 vidro de cor marrom (âmbar) de 100 mL
1 suporte para filtro de coar café
1 colher de sopa
50 g de “vinho” de açaí
100 mL de álcool etílico 70%
5 mL de suco de limão ou pastilha de vitamina C
5 mL de hidróxido de magnésio (leite de magnésia) ou sal de cozinha diluído
5 mL de detergente
5 mL de vinagre
40 mL de água
Quadro branco e piloto;

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9. Atividade avaliativa
Cada grupo deverá se apresentar em sala e justificar suas soluções buscadas, assim como
redigir um texto que defina suas ideias explanadas na aula.

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10. Referência bibliográfica

DAMASCENO D.; OLIVEIRA, J.C.; PINTO, P.G.; LEMES, G.G.; LEITE, V.C. Aplicação
de extrato de açaí no ensino de química, 2000

FREIRE, P.& ILLICH, Ivan. Diálogo. In: Seminario Invitación A Concientizar y


Desescolarizar: Conversación permamente, Genebra, 1974. Atas. Buenos Aires,
BúsquedaCeladec. 1975

OLIVEIRA, Henrique Rolim Soares. A Abordagem da Interdisciplinaridade,


Contextualização e Experimentação nos livros didáticos de Química do Ensino Médio.
Monografia (Curso de Licenciatura em Química). Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza,
CE. 2010.

SILVA, M.C.C (IFPA); DURVAL, A. Q (IFPA) ; AMARAL, E.S (IFPA),Preparação de um


indicador ácido-base natural de açaí (Euterpe oleracea) com materiais alternativos no intuito
de dinamizar o ensino de funções inorgânicas (ácidos e bases) para a nona série do ensino
fundamental da Escola Pe Gabriel Bulgarelli – Ananinde. 2011

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