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Criando

segurança
abril inseguro
no

e
depois dele!
Reflexões e ações
para o cotidiano
da escola em
situações de crise.
Ataques às escolas:

Dois ataques a escolas aconteceram em um intervalo pequeno de


tempo. Outras tentativas frustradas no mesmo período geraram uma
percepção de risco iminente, que alcançou as comunidades escolares
– educadores, alunos e famílias.

As famílias que não conhecem em detalhes os esquemas de segurança


das escolas foram ainda mais impactadas, imaginando a possibilidade
de repetição daqueles crimes nos espaços escolares frequentados por
seus filhos.

Essa percepção foi maximizada por uma onda de postagens nas redes
sociais sobre ameaças reais ou imaginárias, o que gerou pânico em
alguns círculos. Mesmo que sejam infundados, medo e pânico devem
ser respeitados – porque envolvem emoções que podem ficar fora de
controle.

Porém, é preciso atuar de maneira a tentar esclarecer se os riscos


presumidos são efetivamente reais ou se são uma percepção que pode
estar superestimada devido à grande exposição do tema.

Realidade
Os ataques das últimas semanas podem ser divididos em dois tipos:

1. 2.
Invasor de fora da Aluno da própria escola,
escola, que invadiu o que atacou colegas e
espaço e fez o ataque professores (casos de
(como no caso de São Paulo, Manaus,
Blumenau); Santa Tereza de Goiás).

Além dos ataques propriamente ditos, há uma onda de ameaças não


concretizadas, envolvendo eventuais invasores e alunos.
EM RELAÇÃO AO GRUPO 1

Invasores de fora da escola


Para acalmar as famílias, alunos e educadores, neste momento mais
sensível do tema, muitas escolas estão reforçando seus esquemas de
segurança ou deixando-os mais visíveis, mais ostensivos.

Controles na portaria ficaram mais rigorosos e há um acompanhamento


maior dos espaços da escola, por meio de câmeras e colaboradores da
escola.

Comunicar as famílias sobre essas medidas é uma forma de diminuir o


pânico e aumentar a percepção de segurança. Os alunos também ficam
mais seguros ao observar esses reforços na segurança interna.

EM RELAÇÃO AO GRUPO 2

Alunos das próprias escolas


Neste momento mais sensível, é importante não subestimar
comentários feitos dentro da escola sobre planos, “vinganças”
ou coisa parecida, ou, ainda, reproduções de posts ou comentários
em redes sociais. É um momento para toda a equipe da escola ficar
atenta à “rádio corredor”.

É necessário chamar alunos envolvidos em tais comentários para


compreender seu alcance. Além disso, chamar famílias dos alunos
envolvidos para compartilhar a situação é uma forma de entender
melhor o contexto e acalmar ânimos. Além disso, a escola pode orientar
alunos e famílias sobre a possibilidade de buscar apoio psicológico, entre
outras possibilidades. Em casos avaliados efetivamente como graves, as
autoridades podem ser envolvidas.
Comunicação com a
Comunidade Escolar
RELEMBRANDO O FATO INICIAL
Dois ataques a escolas aconteceram em um intervalo de tempo pequeno.
Outras tentativas frustradas de ataques no mesmo período geraram uma
sensação de risco iminente, que alcançou as comunidades escolares –
educadores, alunos e famílias.

Muitas dessas famílias não conheciam os esquemas de segurança das


escolas e foram ainda mais impactadas por essas notícias de violência,
pois imaginavam a possibilidade de repetição daqueles crimes nos
espaços escolares frequentados por seus filhos.

COMO RESPONDER
AOS MEDOS DAS
FAMÍLIAS:

Medo de que a
escola seja invadida
Mostrar qual é o esquema de
segurança da escola:

a) entrada da escola;
b) muros;
c) presença de inspetores de corredores
e de pátios para mostrar que crianças e
jovens não ficam sozinhos;
d) câmeras de segurança (internas e externas);
e) esquema de comunicação imediata entre os funcionários da escola
se houver uma situação de pânico;
f) treinamento da equipe para lidar com situações de insegurança;
g) linha direta da escola com telefone de emergência da polícia.
Como comunicar essas
informações às famílias
a) fazer um pequeno vídeo para mostrar a segurança física da escola e
encaminhá-lo pelos comunicadores às famílias;
b) mandar um e-mail às famílias em que as características de segurança
da escola sejam comunicadas;
c) deixar explícito às famílias que elas têm um canal de comunicação
sempre aberto com a escola para expressar seus medos e sua
insegurança.

Medo de que um aluno da


escola ataque os outros
Mostrar como a equipe da escola é bem-preparada:
a) professores e coordenadores conhecem seus alunos;
b) professores estão atentos ao comportamento dos alunos;
c) a escola tem um trabalho sistemático de prevenção ao bullying, de
mediação de conflitos e de criação de uma cultura de paz;
d) a escola não subestima comportamentos que sinalizem que o aluno
está passando por dificuldades emocionais;
e) a escola conversa com as famílias quando julga necessário entender
algum comportamento de seus filhos;
f) inspetores estão atentos ao comportamento dos alunos dentro da
escola.
REDES SOCIAIS
Uma onda de postagens nas redes sociais, apontando supostas ameaças
contra as escolas, gerou pânico em alguns círculos.

COMO RESPONDER A ISSO:


a) pedir que as famílias não repostem vídeos com supostas informações
sobre ataques;

b) refletir com as famílias sobre como a propagação de vídeos que


disseminam o pânico faz mal para as próprias crianças e jovens;

c) escutar e acolher os medos das famílias;

d) escutar e acolher as crianças e os jovens;

e) fazer com que as fake news sejam tema de alguma disciplina – como
português ou história, de maneira a explicitar suas características.

Atitudes imediatas que podem


ser tomadas pelas escolas
a) checar todo o esquema de segurança da escola: entrada, muros,
sistema de câmeras (interno e externo);
b) conversar com a equipe para perceber como ela se sente com relação
à segurança;
c) criar um grupo do whatsApp do qual faça parte toda a equipe da
escola; esse grupo deve ser utilizado apenas em situação de pânico, como
um sistema de alarme e de comunicação entre toda a equipe;
d) todos os professores devem ter em seus telefones os contatos dos
inspetores, dos funcionários da portaria, de coordenadores e de
psicólogos da escola;
e) comunicar às famílias os esquemas de segurança da escola e o
trabalho de acolhimento dos alunos;
f) posicionar-se claramente contra a disseminação de fake news.
Atitudes a médio prazo que podem ser
tomadas ou ampliadas PELAS ESCOLAS
a) treinar a equipe educacional para lidar com situações de violência
explícita - defesa pessoal, desarmamento, proteção dos alunos;
b) implementar novos equipamentos de segurança – fazer levantamento
do que a escola pode acrescentar a seu esquema de segurança;
c) atividades pedagógicas sobre bullying, empatia, resolução de conflitos
e comunicação não violenta;
d) promover atividades em família para que as famílias se conheçam e
se sintam seguras por compartilharem a escola umas com as outras;
e) cobrar a prefeitura para garantir que a ronda escolar seja realizada
pela polícia nas proximidades da escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
É muito importante também que questões que envolvem o bullying
presencial e digital, o uso inadequado das redes sociais, a participação em
comunidades de ódio e a resolução de conflitos não sejam esquecidas
depois da superação dessa crise.

Esses elementos precisam fazer parte do processo de formação


pedagógica da escola e devem compreender um trabalho de longo prazo,
em que aspectos socioemocionais - relativos a autoconhecimento,
autocontrole, empatia, responsabilidade social entre outros - sejam
valorizados, estimulados e desenvolvidos.

Nesse projeto, também é importante compartilhar com os alunos e suas


famílias reflexões sobre potenciais consequências negativas na utilização
dos endereços de internet e de redes sociais sem nenhuma limitação e
sem acompanhamento.
Quando falamos em projetos
pedagógicos, é importante esti-
mular os educadores a consi-
derarem fortemente essa di-
mensão da inter-relação pes-
soal – com um olhar cuidadoso
sobre os alunos e suas emo-
ções. Mediar conflitos, estimular
uma cultura da paz, observar
ações, falas e comportamentos
que possam revelar falta de
empatia ou um crescente de
tensão e isolamento são práti-
cas importantes que permitem
uma intervenção acolhedora
por parte da escola. E, até
mesmo, permitem, em casos
mais agudos, um encaminha-
mento profissional.

O ideal é que não sejamos sur-


preendidos porque deixamos
de entender os sinais de ódio e
recusamos a perceber o que se
passa com outras pessoas.

Sabemos que temos força para


superar mais este momento di-
fícil e desafiador. Com uma
equipe escolar bem-articulada
e firme em seus propósitos, pró-
xima às famílias e aberta à
escuta e ao diálogo, temos a
certeza de que sua escola vai
superar este momento e vai se
fortalecer ainda mais.

Estamos juntos!

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