Você está na página 1de 4

THE NATIONAL ASSOCIATION OF SCHOOL PSYCHOLOGISTS (NASP)

School Violence Prevention:


Guidelines for Administrators and
Crisis Teams

Prevenção da Violência Escolar:


Diretrizes para Administradores e
Equipes de Crise
FONTE: https://www.nasponline.org/resources-and-publications/resources-and-
podcasts/school-safety-and-crisis/school-violence-resources/school-violence-
prevention/school-violence-prevention-guidelines-for-administrators-and-crisis-teams

Resumo

Não existe uma solução única ou simples para tornar as escolas seguras. Este é, necessariamente,
um esforço multifacetado e contínuo que requer comprometimento e participação de todas as
partes interessadas. Qualquer ato de violência escolar é inaceitável; assim como não agir com
clareza e diligência sobre as lições aprendidas com tantas tragédias e aprimoradas pelo trabalho
de educadores/as em todo o país. O desafio para os/as líderes escolares e profissionais de saúde
mental é trabalhar juntos/as para colocar esse conhecimento em prática. Quando toda uma
comunidade se compromete a reduzir a violência, a saúde e o bem-estar de suas crianças e
jovens são aprimorados.

-------------

Os administradores escolares e os membros das equipes de crise podem criar escolas seguras,
protegidas e pacíficas, livres da influência destrutiva da violência em todas as suas formas. Para
fazer isso, as escolas devem implementar estratégias coordenadas e intencionais para aumentar
os níveis de segurança e proteção e, simultaneamente, promover o bem-estar e a resiliência
dos/as alunos/as. Esses esforços melhoram a prontidão dos alunos para aprender e criam climas
escolares positivos.

Violência escolar é um termo amplo que inclui comportamentos agressivos explícitos, como
brigas físicas no campus, bullying (incluindo bullying online ou cyberbullying), agressão física,
bombardeio, incêndio criminoso ou outros meios deliberados de causar danos a funcionários e
alunos. Infelizmente, inclui também os raros tiroteios em escolas, tão trágicos e devastadores.
Além disso, a violência escolar inclui comportamentos mais encobertos que aumentam o medo
e diminuem a segurança escolar, como ameaças de ferimentos na escola, posse de armas e
assédios. Em algumas comunidades, gangues recrutam alunos/as em idade escolar para serem
membros e contribuem ainda mais para a violência nas escolas.

Quando a violência ocorre na escola, a confiança é violada, o que diminui os esforços das escolas
para atingir sua missão principal de educar todos os/as alunos/as e ajudá-los/as a atingir seu

1
pleno potencial. Embora nem todos os casos de violência possam ser evitados, políticas e
procedimentos que apoiem uma abordagem interdisciplinar equilibrada para a segurança
escolar e enfatizem a comunicação clara, promovam uma conexão pessoal positiva e
implementem suporte baseado em evidências serão mais eficazes na prevenção da violência
escolar.

ESTRATÉGIAS PARA CRIAR ESCOLAS MAIS SEGURAS

Os esforços para reduzir a violência escolar são mais bem-sucedidos quando usam várias
estratégias selecionadas especificamente para as necessidades de cada escola. Nenhuma
estratégia ou programa sozinho criará uma escola segura e esforços efetivos requerem uma
colaboração entre administradores/as, professores/as, psicólogos/as escolares, outros
profissionais de saúde mental escolar, profissionais e técnicos escolares, pais, alunos/as e
agências comunitárias.

Criar parcerias de segurança escola-comunidade. Em primeiro lugar, é fundamental que a escola


possa se envolver num processo de planejamento sistemático para entender os desafios e as
oportunidades de segurança da escola. Estabeleça uma equipe de liderança escolar que inclua
pessoal-chave: diretores/as, professores/as, profissionais de saúde mental empregados/as na
escola, profissionais de instrução, demais profissionais e técnicos escolares, membros da
comunidade e um/a profissional especializado/o em coleta e análise de dados.

Realizar uma avaliação de necessidades para planejar e selecionar programas e intervenções.


As medidas de segurança escolar devem ser orientadas para as necessidades específicas e para
a cultura da comunidade escolar. Uma avaliação de necessidades pode identificar os pontos
fortes e os riscos, tais como: os tipos de violência que ocorrem, o contexto em que ocorrem, as
vítimas mais frequentes e a eficácia dos procedimentos disciplinares adotados e os esforços de
intervenção já existentes. A avaliação das necessidades também deve considerar os pontos
fortes específicos dos membros da equipe e os recursos existentes na escola que podem ser
implantados com mais eficiência. Trabalhar com dados e com as análises de seus resultados pode
ajudar a orientar as decisões relativas à seleção de programas e de estratégias e ao melhor
desenvolvimento profissional para enfrentar esse fenômeno.

Estabelecer planos abrangentes de resposta a crises escolares. É fundamental ter planos de


crise para várias situações de crise que, por sua vez, contenham papéis claramente definidos
para cada membro da equipe multidisciplinar de crise. Os planos também devem considerar a
importância da resposta de saúde mental para minimizar o impacto traumático de tais eventos.
Portanto, os planos de resposta à crise devem ter procedimentos explícitos para reafirmar a
saúde física, garantir percepções de segurança e proteção, restabelecer o apoio social, avaliar o
risco de trauma psicológico e fornecer as intervenções apropriadas para o nível de risco.

Medidas de equilíbrio para garantir a segurança física e psicológica. A violência armada


baseada em invasores não é apenas extremamente rara, mas também extremamente difícil de
se prevenir. Soluções que podem parecer óbvias e simples, como detectores de metais e

2
seguranças armados no espaço escolar, podem não ser os meios de prevenção mais eficazes. As
escolas não podem ser barricadas contra todos os danos possíveis. Tentar fazer isso é
contraproducente para manter um ambiente de aprendizado saudável. A segurança excessiva
dos edifícios não promove uma sensação de segurança ou de bem-estar do/a aluno/a (e pode
prejudicá-la), nem fornece uma garantia de segurança quando um intruso armado está disposto
a morrer. Segurança física razoável – como portas trancadas; corredores iluminados e
monitorados; e sistemas de check-in e check-out de visitantes – devem ser combinados com
outras estratégias de prevenção da violência e com o apoio ao comportamento positivo.

Aumentar os esforços para criar e manter um clima escolar positivo que promova o
aprendizado, a saúde psicológica e o sucesso do/a aluno/a. Os/as administradores/as escolares
devem equilibrar a segurança física com os esforços que promovam a resiliência, a conexão e a
competência social dos/as alunos/as. O ponto central desse esforço é ajuda-los e a suas famílias
a se sentirem valorizados e investidos pessoalmente em manter as suas escolas seguras. Isso se
refere ao ensino de códigos de conduta, planos de prevenção de bullying, estratégias de
resolução de conflitos, a responsabilidade pessoal, o respeito e a compaixão. Promover
relacionamentos de confiança entre alunos/as e adultos é essencial para que estes/as se sintam
seguros/as e capacitados/as para denunciar atividades potencialmente perigosas (incluindo
ameaças de violência e suicídio). Essa notificação é uma das mais eficazes estratégias de
segurança escolar.

Responder sistematicamente a todas as ameaças feitas pelos/as alunos/as. As escolas podem


e devem responder a todas as ameaças que os/as alunos/as (e outras pessoas) fazem nos campi
escolares. É possível se utilizar de uma abordagem de avaliação de ameaças para, de fato,
mensurar o risco e avalia-lo bem como poder intervir no potencial comportamento violento
dos/as alunos/as. Embora as pesquisas nos mostrem que a grande maioria das ameaças de
violência escolar não resulta em violência real, elas oferecem oportunidades para entendermos
melhor e respondermos a quaisquer necessidades especiais dos/as alunos/as que fazem as
ameaças e daqueles/as que estão sendo ameaçados/as. Cada ameaça precisa ser levada a sério
e avaliada e os esforços de resposta a ameaças na escola devem ser baseados em procedimentos
validados por pesquisas. A colaboração e a comunicação com outras agências de educação, de
saúde mental e a devida aplicação da lei são essenciais para um processo eficaz, que deve ser
incorporado ao plano de segurança escolar e ao treinamento de todos no ambiente escolar.

Promover iniciativas antiviolência que incluam programas de prevenção para todos/as os/as
alunos/as e para a comunidade escolar. As intervenções gerais incluem programas de prevenção
da violência em toda a escola. Essas atividades encorajam alunos/as a experimentar um
desenvolvimento emocional positivo e a usar meios não violentos para resolver os seus conflitos
pessoais. Esses programas são pontes naturais entre as intervenções que se concentram na
mudança individual e aquelas que buscam estabelecer o clima e a cultura positivos da escola.

Fornecer acesso adequado a serviços e a suportes de saúde mental. Saúde mental,


comportamento, segurança e aprendizado são essenciais e estão interrelacionados. No entanto,
apenas uma fração dos/as alunos/as necessitados/as realmente tem acesso a serviços de saúde
mental e, entre aqueles/as que têm, a maioria acessa esses serviços na própria escola. Em muitas

3
escolas, no entanto, a disponibilidade de profissionais de saúde mental é inadequada. Os
administradores escolares devem considerar o importante papel do pessoal de saúde mental da
escola e, em seguida, considerar a defesa de contratação de um maior número desses
profissionais, se necessário. Psicólogos escolares, conselheiros e assistentes sociais podem
oferecer avaliação e aconselhamento aos/às alunos/as e podem consultar as famílias e os/as
professores/as para fornecer intervenções e apoio mais eficazes. Eles/as são treinados para fazer
isso dentro de sistemas de suporte multicamadas, como o Response to Intervention, que
promove o aprendizado e a sustentabilidade de suportes ao longo do tempo.

Intervir com alunos/as que experimentam problemas significativos de (des)ajustamento


comportamental na escola. Implemente estratégias que fomentem as habilidades
socioemocionais dos/as alunos/as associadas ao enfrentamento adaptativo e à resiliência. Para
aqueles/as que estão passando por sofrimento social e/ou psicológico, os problemas complexos
que enfrentam exigem a coordenação de intervenções entre a escola e as demais agências ou
setores da vida comunitária. As escolas sozinhas não podem atender às inúmeras necessidades
desses/as alunos/as. Para este pequeno número, pode ser necessário estabelecer acordos de
cooperação com outros serviços de saúde mental comunitária e pública, com setores que lidam
com as situações de liberdade condicional juvenil, com os demais serviços que têm papel de
promover o bem-estar infanto-juvenil, a exemplo daqueles serviços de tratamento para adictos
em álcool e drogas e outras agências de atendimento a jovens e famílias, tais como os Conselhos
Tutelares.

Referências

Brock, S.E., Nickerson, A.B., Reeves, M.A., Jimerson, S.R., Lieberman, R.A., & Feinberg, T.A.
(2009). School crisis prevention and intervention: The PREPaRE model. Bethesda, MD: National
Association of School Psychologists.

Brock, S.E., & Jimerson, S.R. (Eds.). (2012). Best practices in crisis prevention and intervention in
the schools (2nd ed.). Bethesda, MD: National Association of School Psychologists.

Cornell, D.G., & Allen, K. (2011). Development, evaluation, and future directions of the Virginia
Student Threat Assessment Guidelines. Journal of School Violence, 10, 88–106.
doi:10.1080/15388220.2010.519432.

Sprague, J.R., & Horner, R.H. (2012). School-wide positive behavioral interventions and supports:
Proven practices and future directions. In S.R. Jimerson, A.B. Nickerson, M.J. Mayer, & M.J.
Furlong (Eds.), The Handbook of School Violence and School Safety: International Research and
Practice (2nd ed., pp. 447–462). New York, NY: Routledge.

© 2015, National Association of School Psychologists, 4340 East West Highway, Suite 402,
Bethesda, MD 20814; (301) 657-0270, Fax (301) 657-0275; www.nasponline.org

Você também pode gostar