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que afeta a todos no ambiente acadêmico. Além disso, a existência de como no estabelecimento de relações mais sadias.

O trabalho do educa-

SECOV / SECOM
bullying, agressões intencionais e repetitivas no contexto escolar entre dor é um ofício árduo, que exige dedicação, reflexão, doação e empenho.
estudantes, também é um aspecto que pode comprometer seriamente Cuidar de sua saúde mental, bem como lutar por políticas institucionais
a saúde mental dos envolvidos. Cabe aos educadores um papel proativo que valorizem esse aspecto, auxiliará efetivamente na construção de um
na detecção precoce de práticas violentas e na mediação de conflitos, ambiente de trabalho escolar mais rico, adequado e saudável para todos.
valorizando sempre o aspecto educativo. Se há alguma complexidade
no caso e o educador se sinta despreparado para lidar com a questão Elaboração
especificamente, é preciso não se mostrar omisso e encaminhar o caso Ludmila Eleonora Gomes Ramalho
para os setores responsáveis. O mais importante é propagar uma cultura
de paz e ajudar na promoção de um ambiente que não seja conivente
com práticas e discursos de violência. http://www.spe.cefetmg.br/

Relação de cordialidade
A atividade docente implica estabelecer uma relação, pautada no res-
peito, entre professor e estudante. Esse relacionamento está associado
a múltiplas variáveis, dependendo da instituição, dos indivíduos en-
volvidos, da turma, da modalidade de ensino etc. O educador poderá
contribuir para a formação de vínculos adequados e saudáveis, na me-
dida em que promove uma relação de cordialidade com os estudantes
com os quais convive. Estratégias de ameaça, coação, menosprezo e/ou
distanciamento excessivo são contraproducentes no que se referem ao
processo de ensino-aprendizagem, além da possibilidade de influenciar
negativamente no autoconceito dos alunos e em sua saúde mental. Cabe Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
ao educador ser um modelo positivo ao estabelecer relações cordiais,

SAÚDE MENTAL NO
maduras, respeitosas, que facilitem o acesso ao conteúdo ministrado e
a superação de possíveis dificuldades de aprendizagem.

Cuidar da própria saúde mental CONTEXTO ACADÊMICO


Reconhecer que a saúde mental dos estudantes é um fator relevante,
passa pelo pressuposto de reconhecer a importância de cuidar da própria
saúde mental. Estar sensível e atento aos próprios sentimentos, pensa- Oficina de capacitação
mentos, limites e potencialidade favorece o autoconhecimento. Além
disso, desenvolver habilidades sociais, cultivar bons hábitos relacionados
em saúde mental
ao cuidado do corpo e da mente, ter uma rede de apoio social, investir para docentes
em ações de lazer e descanso, bem como dotar a atividade profissional de DIRGRAD | Diretoria
de Graduação
propósito e sentido podem ser estratégias pessoais interessantes. Cuidar
do próprio bem-estar mental auxilia no desempenho profissional, bem
As experiências vividas por cada um de nós são atravessadas por enfren- contribuir para a saúde mental de seus estudantes deve considerá-los que informações sobre a saúde e a vulnerabilidade do estudante devem
tamentos, desafios e dilemas que nos envolvem, moldam e condicionam como sujeitos contextualizados em um ciclo de vida específico. Só assim ser tratadas com o máximo de discrição e respeito, sendo que é dever do
nossas escolhas. Para cada tomada de decisão ou escolha individual, seja poderá levar em conta essas peculiaridades no processo educativo e na psicólogo garantir o sigilo de questões a que tenha acesso no exercício
ela relacionada ao momento atual ou dirigida por desejos e para proje- relação estabelecida entre educador e estudantes, compreendendo mais profissional.
tos, existe um conjunto de fatores históricos, políticos e de lutas e opres- amplamente os possíveis determinantes de saúde/doença mental dessa
sões sociais que as condicionam. etapa da vida. Discurso respeitoso
Em nosso meio escolar, muitos entre nós já experimentaram momentos A formação para a cidadania é um preceito constitucional como função
de ansiedade e incerteza. Será que sou capaz? Será que estou errando Acolhimento e flexibilidade da educação. Dessa forma, cabem a todos os educadores uma postura e
em minhas escolhas? Certamente, o sentimento de medo e a inseguran- Enquanto educador é salutar ter uma postura minimamente acolhedora um discurso ético que respeitem e valorize a diversidade. A saúde mental
ça nos visitarão em algum momento da vida acadêmica, profissional ou ao sofrimento e ao adoecimento mental dos estudantes. O educador, a dos estudantes é influenciada pelo autoconceito, pela sensação de segu-
nas vivências sociais e afetivas. princípio, não é um profissional capacitado para tratar desordens psí- rança e pertencimento simbólico à instituição e ao grupo composto no
As relações desenvolvidas e vivenciadas no cotidiano educacional do quicas ou avaliar tecnicamente o seu grau de importância. Porém, como contexto escolar. Sendo assim, é dever dos educadores refletir, indepen-
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET MG, o ofício de educar está voltado para a formação humana, é importante dente da disciplina lecionada ou setor de trabalho, o quanto a expressão
para além de prazerosas e construtivas, muitas vezes podem desfavo- considerar que aspectos psicológicos e mentais influenciam no aprendi- de suas opiniões e preferências favorece a convivência pacífica, iguali-
recer a experiência dos estudantes em seu período de permanência na zado e no comportamento. Sendo assim, é extremamente relevante que tária e equânime de diferentes estudantes, no que se refere às questões
instituição. Em nosso ambiente acadêmico é observado um significativo o educador seja um profissional disponível para escutar, tentar compre- de gênero, sexualidade, etnia, religião, sociais, etc. O contexto escolar é
sofrimento mental traduzido nos diversos sintomas de cunho emocional ender de forma empática e buscar uma visão humanitária de proble- sim um local de pluralismo de ideias, devendo o respeito à dignidade
apresentados por seu público discente. Ainda assim, é nesse contexto de máticas que envolvem o universo estudantil. Nesses casos, em que há humana e a inclusão serem diretrizes fundamentais da prática educativa.
angústia e adoecimento, que a escola deve cumprir um papel determi- algum comprometimento ou queixa relacionada à saúde mental, é re-
nante no oferecimento de espaços saudáveis, de boas experiências e de comendado buscar conduzir a prática educativa com flexibilidade e com Avaliações
bom convívio social para o seu público. equidade, considerando o discente em questão de forma individualizada É prerrogativa do educador, no exercício da sua função, avaliar a aprendi-
e sensível. zagem dos conteúdos sob a sua responsabilidade de ensinar. Segundo o
Pensando nisso, a Secretaria de Política estudantil (SPE) e as Coordena-
ções de Políticas Estudantis (CPE) dos diversos campi buscam oportu- artigo 24 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 9.394,
nizar um espaço para sensibilização dos docentes do CEFET-MG para a Encaminhamento e trabalho conjunto de 20 de dezembro de 1996): “A verificação do rendimento escolar ob-
importância de se considerar a promoção da saúde mental dos discentes O educador, na convivência periódica com os estudantes, pode ser o servará critérios, dentre eles podemos destacar: a) avaliação contínua
no cotidiano das relações escolares, introduzindo essa discussão em nos- primeiro a perceber ou ser procurado em caso de sofrimento ou de ado- e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos
so ambiente acadêmico. ecimento mental. Queixas específicas, graves, persistentes e/ou incapa- qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período
citantes devem ser encaminhadas para profissionais capazes de acolher sobre os de eventuais provas finais”. Sendo assim, avaliações adequadas
e encaminhar a questão com técnicas especializadas. A Coordenação de em seu tamanho e formato, que levem em conta a complexidade do
Adolescência e as juventudes
Política Estudantil conta com profissional da psicologia, disponível para conteúdo ministrado em sala de aula, que favoreçam correções justas e
A adolescência e as juventudes são fases específicas da vida, construídas
receber o estudante, avaliar o caso, intervir brevemente ou encaminhar que tenham como principal objetivo retroalimentar as práticas educati-
socialmente e dotadas de características próprias. O jovem geralmente
para serviços continuados externos. Nesse sentido, o encaminhamento vas, podem minimizar reações de sofrimento mental no contexto acadê-
oscila entre expectativas de maturidade e consciência, em um mundo
do educador pode ser feito orientando o estudante que procure o setor mico. Utilizar a avaliação como instrumento de poder ou de punição não
que ainda não lhe concede autonomia e reconhecimento pleno de suas
institucional ou a(o) psicóloga(o) diretamente. Além disso, o educador favorece a saúde mental dos estudantes.
capacidades. Além disso, os impactos das mudanças físicas e psicológi-
que encaminhou a questão pode ser um parceiro na resolução do proble-
cas dessas fases nem sempre são compreendidos ou validados no con-
texto escolar; muitas vezes a escola ignora ou desvaloriza a linguagem
ma, acompanhando a evolução do estudante, reportando informações Prevenção da violência
relevantes ao profissional e dando apoio ao aluno. Importante ressaltar A violência, seja ela física, sexual e/ou psicológica, é uma ameaça
do aluno, seu cotidiano e suas vivências. Um educador que pretende

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