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CRIANÇÃS REFUGIADAS NA ALEMANHA

Maria Madalena Ferreira Menezes, UFT

Resumo: A proposta desse artigo tem como objetivo analisar o projeto social de Phillip
Anderson “Você não pertence a Alemanha”, especificamente com as crianças refugiadas,
baseado na teoria de Patrick Charaudeau “Linguagem e Discurso”.

Palavras-Chave; Refugiados; Cruz Vermelha; Crianças; Patrick Charaudeau

Abstract: The purpose of this article is to análise Phillip Anderson's social project “You do
not belong here in Germany, especifically with Refugee children, based on Patrick
Charaudeau's theory of” “Language and Discourse”.

Key words; Refugee; Red Cross; Children; Patrick Charaudeau

Introdução

Desde a Segunda Guerra Mundial (1939,1945), a humanidade são vítimas de catástrofe e


conflitos, que resultou no maior número de refugiados nos continentes deslocando para países
pobres sem estrutura, e na maioria das vezes não atente suas necessidades básicas.

A reabilitação torna-se um obstáculo a serem superados a cada dia. A ONU representa um


papel importante prestando assistência a esse grande fluxo de vítimas.

A principal organização internacional desse artigo é a Cruz Vermelha e a Crescente


Vermelha, aborda desde sua criação até o auto socorros aos refugiados, baseados na travada
persistência por reconhecimento internacional.
Germany Red Cross (GRC) desenvolve um projeto importante financiado pelo governo
federal da Alemanha com as expectativas de atender o maior número de refugiados na cidade
de Feldkirchen e Erding, com apoio de parcerias de Assistências nacionais.

Com base no artigo de Phillip Anderson (2000), aborda uma análise do discurso do Patrick
Charaudeau “Linguagem e Discurso” aplicado em uma entrevista com crianças refugiadas
com experiências constrangedoras na Alemanha. Charaudeau fundamenta um papel
importante na Aplicação da sua teoria construindo um novo sentido na comunicação.
Levando em consideração a epistemologia dessa problemática, porém o conteúdo
desenvolvido constrói uma sério de soluções.

1. Refugiados

De acordo com o dicionário online de português, o termo refugiado pode ser


compreendido como o indivíduo que se mudou para um lugar seguro buscando proteção, ou
como aquele que foi obrigado a sair de sua terra natal por qualquer tipo de perseguição. No
entanto, de acordo com Marcos Aurélio (2003), o termo refugiado é tão antigo quanto a
coexistência da humanidade.

Segundo Castro (2016), a imigração na história da humanidade ocorreu por diversas


razões, como, hábitos nômades, guerras, perseguições políticas e religiosas. Atualmente essa
terminologia está sendo amplamente divulgado em decorrências de guerras vividas em países
como Síria, Palestina, Afeganistão, Israel, Gana, Nigéria, que geram/geraram violência,
intolerância e insatisfação, levando a um aceleramento no processo migratório.

Com o holocausto da Segunda Guerra Mundial (1939,1945), que deslocou milhões de


pessoas por diversas partes do continente, criou-se, em 1943, a Conferência de Bermuda
entre EUA e Reino Unido com o objetivo de internacionalizar os direitos humanos, visando
também a proteção internacional para os refugiados independente da etnia ou religião.
Como aponta Aurélio (2013), os refugiados vivem em um dilema de desafios,
tentando se adaptar na inclusão social, as novas culturas, idioma e empregos.

A situação torna-se lamentável quando são obrigados a abandonar seus lares para se deslocar
para países pobres, Relatório de 2002 do Alto Comissariado da ONU para os refugiados
relata que entre dez refugiados, sete fogem para Estados pobres.

"Em todo mundo a maior parte dos refugiados (83℅)


encontra-se em países de renda média ou baixa, sendo
que a cada três (4,9 milhões de pessoas) foi acolhido
nos países menos desenvolvido do mundo. Este enorme
desequilíbrio reflete diversos aspectos, inclusive a falta
de consenso internacional quando se trata do
acolhimento de refugiados e a proximidade de muitos
países pobres as regiões em conflito;"

(Agência Nacional dos Refugiados-ACNUR).

Atualmente o papel da organização da ONU é fundamental na reabilitação dos refugiados,


estimando-se a 4,5 milhões de beneficiados. O escritório do Alto Comissariado da ONU para
os refugiados (ACNUR) estabeleceu assistência a 2,8 milhões refugiados a retornar para suas
terras, totalizando a 31,7 milhões de pessoas gozando de segurança básica.

De acordo com o documento oficial da convenção de 1951, na cidade de Genebra, no artigo


1°, estabelece oficialmente o termo refugiado, devido um grande fluxo de pessoas deslocadas,
estimulando retorno com garantia de toda ajuda necessário, também entre suas cláusulas
estabelece que não se deva obrigar o retorno aos seus países quando houver resistência.

2. A Cruz Vermelha

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha teve origem em julho de 1859, quando o


comerciante Jean Henri Dunante, de Genebra, chegou no norte da Itália. Dunante se deparou
em um campo de guerra na cidade de Solferino, onde Franceses e Austríacos se enfrentavam.
Durante sua peregrinação, Dunante se deparou, em meio aos destroços da cidade, com o
abandono de soldados mortos, e feridos. Diante do quadro catastrófico, resolve ajudar
improvisando auto socorros e memorizando para as famílias de alguns soldados gravemente
feridos as últimas despedidas.

Em decorrência da batalha em Solferino, Dunante escreve o livro chamado “Recuerdo


de Solferino” lançado em 1862. No livro, o autor relata os acontecimentos testemunhados em
Solferino, e também a sua contribuição na assistência aos feridos, dando ênfase à necessidade
de se construir uma assistência humanitária, com o intuito de fortalecer as equipes médicas
existentes para o exército. Dunante também propôs que seria fundamental a realização de um
tratado internacional, pois assim, dentro de uma lei, suas propostas ganhariam a força
necessária para a proteção dos feridos e dos médicos que prestavam assistência.

O livro “Recuerdo de Solferino” teve uma contribuição importante para o progresso


da assistência humanitária ao contribuir para a fundação do Comitê Internacional de Socorros
aos Feridos, ocorrida em fevereiro de 1863. Esse comitê liderado por Dunante e mais quatro
indivíduos. No fim do ano de 1863, reuniu governos de localidades diferentes, no qual,
alcançou com êxito apoio para assistentes médicos militares. Em agosto de 1864, este comitê
convenceu os governos a adotarem o tratado internacional da primeira Convenção de
Genebra que obrigava os exércitos a cuidarem de qualquer soldado ferido em guerra
independente do que lado que pertencessem. Neste ano ainda, o Comitê apresenta um
emblema padronizado que representaria os serviços médicos: uma cruz vermelha sobre um
fundo branco.

Em 1880 a organização passou a ser reconhecida como Comitê Internacional da Cruz


Vermelha (CICV).

Diante desse contexto histórico salienta-se um cenário cujo objetivo é a garantia de proteção
das vítimas baseadas no Direito Internacional Humanitária.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha durante a sua participação na Primeira


Guerra Mundial, criou a Agência Central de Prisioneiros da Guerra, buscando restabelecer
os contatos entre os soldados prisioneiros para suas famílias.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha
enfrentou um dos maiores desafios, prestando assistência não somente aos prisioneiros de
guerra, mas também, aos civis.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha


acabou sendo alvo de críticas principalmente por parte da Europa Oriental que colocou

A organização em posição de ineficiência, na tentativa de ajuda humanitária prestada


para milhões de cidadãos na catástrofe. Mas também foi amplamente reconhecido através,
conquistando o Prêmio Nobel da Paz

O movimento da organização é baseado em princípios da independência, voluntariado,


unidade, e universalidade, esse conjunto se resume na conclusão de uma organização
revolucionária. A conferência da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho a cada quatro anos
acontece encontros com os Estados participantes da Convenção de Genebra tratando dos
assuntos humanitários, e composto por nove membros.

Com base no site alemão Deutsche Rotes Kreuz, a Alemanha desenvolveu um projeto
financiado pelo governo federal e doações, a uma abrangência de mais de 20 milhões de
euros. O Germany Red Cross (GRC) desde o princípio oferece suporte aos imigrantes e
refugiados na Alemanha, garantindo conforto e qualidade de vida. Além disso, prestam
assistência temporária enquanto permanece na Alemanha, na área da saúde, educação,
domicílio, apoio social para jovens e crianças. O projeto Guarda Chuva acolheu mais de 141
mil refugiados, em 490 abrigos por toda a Alemanha. A GRC conta com mais de 25000
voluntários, tendo em vista que os voluntários da GRC estão em ação 24 horas por dia. De
acordo com o governo federal, esse alojamento atualmente ampliou para 4000 pessoas, e que
diante de um futuro próximo irá abranger para 10.000.

Os campos de refugiados estão sendo atuados na cidade Feldkirchen e Erding, com suporte
do exército alemão, Agência de Assistência Técnica (THW), a Cruz Vermelha da Baviera e
as filiais BRC de Straubing-Bogen e Erding. Desde 20 de setembro de 2015 prestou
assistência para mais de 172 mil pessoas. Em Feldkirchen está disponível 2500 abrigos, além
de auxílio internacional de delegados da Cruz Vermelha Dinamarquesa, Finlandesa,
Canadense, Suíça e Americana, junto com a CICV. O CRC desenvolve projetos de saúde
Mundial em parcerias nacionais da Cruz Vermelha, agindo dentro dos princípios
humanitários.
De acordo com a Cruz Vermelha Alemã, atualmente existe cerca de 60 milhões de
Refugiados em todo o mundo, a maioria em situações vulneráveis.

Sobre as crises migratórias na Europa, o site SIC noticia contextualiza que 325 mil crianças
refugiadas chegam na Alemanha com idade escolar, onde 196 mil entrou nas escolas. O
jornal Die Welt, visando pela educação dessas crianças, criou-se mais de 8 mil turmas e 8.500
professores em todo o país.

Diante desse contexto histórico salienta-se um cenário cujo objetivo é a garantia de proteção
das vítimas baseadas no Direito Internacional Humanitária.

3.Dados

Estes dados visa analisar a situação social dos refugiados na Alemanha, no município de
Munique no projeto “Você não pertence a Alemanha” por Philip Anderson através de
entrevistas e com análise do discurso com base em Patrick Charaudeau em “Linguagem e
discurso.

O projeto abordar sobre suas necessidades sociais e emocionais, as áreas abordadas são:

● “Como as crianças aprendem alemãs e as


habilidades bilíngues;

● grau de integração experiências traumática;


{...} situação especifica dos menores com a
vizinhança; c

● como são tratados relacionamento;


relacionamentos e contatos na escola;

● seu papel dentro da família

● as não acompanhados”

O projeto é apoiado por German Youth Institute (Deutsche, Jungendinstitut, DJI), liderado
por Anne Zehnbauer). Realizado por DIJ, no congresso, em 20 de outubro de 2000.

O texto aborda o constrangimento das crianças refugiadas que vivem em residências


isoladas, dificultando algum tipo de interação com as outras crianças alemãs. O entrevistador
nota-se um desconforto no espaço geográfico no momento da entrevista com uma criança de
11 anos onde o temor da mãe dos filhos serem vítimas de roubo.

Criança: Nós devemos ficar mais dentro, porque ela [a mãe] tem medo na Alemanha.
Entrevistador: E o que ela pensa?

Criança: Sim, às vezes na TV crianças são roubadas, por isso que minha mãe diz, fique
dentro.

Entrevistador: Ela tem medo que as crianças possam ser roubadas?

Criança: sim, por exemplo, minha mãe não se acalma até que todos voltem da escola
para casa, mas ela tem muito medo por mim, porque eu tenho que ir a pé.

No devido momento que a criança tem conhecimento sobre os perigos da Alemanha, fica
visível a percepção do poder de influência do locutor (mãe), sobre o interlocutor (Criança)

Charaudeau, essa ação se aplica a uma posição de superioridade em relação ao interlocutor,


que resultou a uma ação de repetição da ordem de “Fazer/Dizer” com base no tópico do livro
de Charaudeau “A relação de influência do locutor sobre os interlocutores ou
comportamento ALOCUTIVA.

Outro discurso a ser analisado são as crianças refugiadas em Albergues que são sujeitos a
rejeição por crianças alemãs e imigrantes não refugiados residente, que segundo o texto esses
atos preconceitos são atraídos através dos próprios pais. Essa entrevista aconteceu em
Albergue com quatro jovens entre sete e onze anos, no Afeganistão.

“Eles disseram, seu pequeno estrangeiro, você não pertence a Alemanha, pula fora do
nosso país, não precisamos de pessoa como você aqui”.

A organização desse breve relato é classificada como “comportamento ELOCUTIVA. O


sujeito relata um fato imposto pelo locutor sem a participação do interlocutor na decisão. O
ponto de vista do locutor se implica no “Modo de Saber” na “Constatação” e de”
Saber/Ignorância.

Considerações finais
Referências

Dicionário. https://www.dicio.com.br/refugiado/

Castro, Daniel Santos. Imigração e refugiados na Europa. Disponivel em:


<https://www.infoescola.com/historia/imigracao-e-refugiados-na-europa/>. Acessado em

Refugiados: realidade e perspectiva/organizado por Rosita Milesi. Brasília: edição Loyola,


2003. https://books.google.com.br

Refúgio no mundo. Disponível em: <http://www.ikmr.org.br/refugio/refugio-no-mundo/>.

Agência da ONU para os Refugiados;

https://nacoesunidas.org/acao/refugiados/

Meireles, Carla. Entenda sobre a ONU. https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-


vestibular/entenda-o-que-e-a-organizacao-das-nacoes-unidas-onu/

Convenção de 1950. http://www.acnur.org/portugues/informacao-geral/o-que-e-a-convencao-


de-1951/

https://academic.oup.com/jrs/article/14/2/187/1520147Castro, Daniel Santos. Imigração e


refugiados na Europa - https://www.infoescola.com/historia/imigracao-e-refugiados-na-
europa/
Refugiados: realidade e perspectiva/organizado por Rosita Milesi. Brasília: edição Loyola,
2003. https://books.google.com.br

Refúgio no mundo; http://www.ikmr.org.br/refugio/refugio-no-mundo/

Agência da ONU para os Refugiados; https://nacoesunidas.org/acao/refugiados/

Meireles, Carla. Entenda sobre a ONU. https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-


vestibular/entenda-o-que-e-a-organizacao-das-nacoes-unidas-onu/

Refugee relief in Germany. https://www.drk.de/en/aid-worldwide/what-we-do/refugee-


relief/refugee-relief-in-germany/

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