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Os refugiados são vítimas ou terroristas?

O assunto dos refugiados tem sido debatido


de forma extensiva na mídia atual. Os refugiados são pessoas que saíram de maneira
forçada dos seus países em busca refúgio e uma oportunidade de restruturação das
suas vidas em outros países. O que força a saída dessas pessoas dos seus locais de
origem são conflitos armados e conflitos políticos, causando a necessidade do asilo. Os
refugiados não são terroristas, são vítimas do terror

Os refugiados são imigrantes, mas nem todo imigrante é um refugiado. As pessoas que
saem de seus locais de origem por questões sociais e econômicas, e por livre e
espontânea vontade, são imigrantes. Os refugiados são forçados à migração ou
emigração por sofrerem iminente risco de morte e perseguições, por diversas causas,
nos seus locais de origem, geralmente devastados por conflitos armados ou
dominados por organizações criminosas.

Os refugiados não são terroristas, são vítimas do terror. Não são os fluxos de
refugiados que causam o terrorismo, os refugiados são frutos do terrorismo, da tirania
e da guerra. Existem pessoas que consideram esta entrada de refugiados uma invasão.
No entanto é preciso pensar como um cidadão global, ter senso de humanidade e
prezar pelos direitos básicos (vida, liberdade e dignidade), hoje, implica perceber que
quando o outro precisa de nossa ajuda, mesmo que o outro seja estrangeiro, é
necessário que nos esforcemos para ajudá-lo. Os refugiados ao fugir e deixar todos os
seus bens precisam de ajuda, não podem ser tratados como criminosos, têm de
receber o seu direito de conseguir viver em paz.

Argumentos
A maioria das pessoas que chegam à Europa do Médio Oriente fogem da guerra, de
conflitos e da fome. Fogem daquilo a que consideramos uma “morte certa”. Aqueles
que fogem da perseguição ou do conflito têm o direito de requerer um pedido de
proteção internacional conforme definido na Convenção de Genebra. O direito de
procurar asilo está consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, bem
como o direito à vida e à segurança. Num mundo onde uma pessoa é forçada a
deslocar-se a cada 2 segundos, o trabalho a ajudar os outros é muito importante.
Eu penso que a opinião pública hoje esteja mais esclarecida, mas é um trabalho
constante, que tem que ser feito com muita objetividade, é também necessário
desmitificar todos “os mitos e receios”, uma vez que há um contraste entre a vontade
de ser solidário e o medo do desconhecido ou a eventual exposição de Portugal a
redes terroristas. No entanto não há nada a temer pois se compararmos a situação de
á 25 anos, na qual os dirigentes políticos não se preocupavam com esta população, nos
dias de hoje existe mais segurança na receção de refugiados nos países.

Os terroristas e traficantes são criminosos, os refugiados são vítimas que precisam de


protecção. Os requisitos que distinguem os refugiados de outras pessoas que se
deslocam estão claramente descritos na Convenção de Genebra relativa ao Estatuto de
Refugiado, de 1951 (2), e na lei nacional. Cada pedido de protecção internacional
apresentado ao Estado Português é avaliado pelas autoridades nacionais através de
um procedimento legal. A comunidade internacional assenta num conjunto de
instrumentos jurídicos de direitos humanos criados após a II Guerra Mundial, que
provocou milhões de mortos e teve como consequência outros tantos refugiados e
deslocados. O CPR promove e defende estes instrumentos em Portugal, em particular
no que respeita ao direito de asilo, como parceiro operacional do Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e do governo de Portugal,
nomeadamente através do papel reconhecido na Lei do Asilo (1) , caracterizando-se
como Organização Não Governamental para o Desenvolvimento e de interesse
público. Ou seja já desde há muito tempo existe a proteção de refugiados e com pucos
riscos de terroristas no meio. Estas pessoas não invadem os países apenas entram com
necessidade de ajuda, não podem permanecer nas suas cidades, precisam de um outro
abrigo

Objeções
-Os estados andam a ganhar dinheiro à custa dos refugiados
O CPR é uma ONG sem fins lucrativos. Os custos da sua operação são minimizados e
distribuídos de acordo com projetos que desenvolve, nomeadamente, junto do
ACNUR, da Comissão Europeia, do Ministério da Administração Interna / Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras e do Alto Comissariado para as Migrações (ACM) (5), e são
permanentemente auditados por todas estas entidades em processos de total
transparência e apresentação de contas de forma pública e regular.

- Os refugiados vêm para cá roubar os nossos empregos


Errado. Há refugiados com todos os níveis de formação: professores, médicos,
engenheiros, cientistas, agricultores, mecânicos, comerciantes, etc. De igual modo,
trazem competências diversificadas que poderão ser valorizadas na sociedade de
acolhimento. O seu acesso ao mercado de trabalho é geralmente condicionado por
dificuldades de demonstração e reconhecimento de competências e graus académicos,
desconhecimento da língua, entre outros. Também por isso, habitualmente, os
trabalhos que conseguem obter numa fase inicial são funções não especializadas, que
muitas vezes os nacionais não desejam desempenhar.

- Eles vivem à nossa custa e não fazem nada


Não é verdade. Desde o primeiro momento que o CPR prepara os requerentes e
beneficiários de protecção internacional para que sejam autónomos e auto-suficientes.
Os apoios específicos que recebem são transitórios e garantem a sua subsistência até
que estejam em condições de trabalhar e integrar a economia portuguesa produzindo
riqueza que é distribuída pela sociedade.

Conclusao
A principal preocupação que existe em torno dos casos de extradição de refugiados ou
solicitantes de refúgio é garantir que, aquela pessoa que necessite e mereça a
proteção internacional tenha acesso a esta proteção e se beneficie dela, apesar de que
se deve evitar o abuso do instituto do refúgio por parte de pessoas que pretendam
utilizar o refúgio com o propósito de evitar a responsabilidade que deve ser assumida
quando foram cometidos delitos graves.

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