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Índice

Introdução........................................................................................................................................3

Apátridia..........................................................................................................................................4

Noção...............................................................................................................................................4

Apátridia de facto............................................................................................................................5

Razões validas que levam a um apátrida não estar disposto a recorrer a protecção.......................5

Impossibilidade de recorrer a protecção..........................................................................................5

O tratamento dos apátridas de facto.................................................................................................5

Histórico..........................................................................................................................................6

Cidadania como condição para a titularidade e o exercício de direitos...........................................6

Conclusão........................................................................................................................................8

Bibliografia......................................................................................................................................9
3

Introdução
O presente trabalho abordara a cerca do Apátridia. De principio dizer que o apátridia é a
ausência de um vinculo formal de nacionalidade, foi um fenómeno de massa que marcou a
história do século XX e mexeu profundamente as estruturas do direito internacional. Salientar
que as principais pontes estão na noção do apátridia, onde ira abordar aquilo que é a sua
proveniência e conceito, o histórico, e outros pontos presentes no trabalho.

A principal metodologia dominante no trabalho é o método bibliográfico que constituiu na


revisão de referências bibliográficas e legislação que aborda o tema.
Objectivos

Geral

 Compreender profundamente acerca do apátridia

Especifico:

 Identificar as principais causas do surgimento do apátridia.


 Analisar o seu desenvolvimento a nível internacional.

4

Apátridia

Noção
O termo apátridia, literalmente significa a ausência de uma pátria, provém do francês apatridie,
vocábulo este que começou a ser utilizado pelos franceses apenas a partir da primeira guerra, em
substituição aos termos alemães antes muito confundidos: Heimatlosigkeit, e posteriormente,
Staatslosigkeit , que significa “sem pátria”, em oposição a opção italiana “sem polis” ou
apolidia, já que a pátria havia há muito tempo superado os limites da polis.1

Nos termos numero 1 do artigo 1 da Convenção sobre Estatutos dos Apátridas, “para efeitos da
presente declaração, o termo apátrida designara toda a pessoa que não seja considerada por
qualquer Estado, segundo sua legislação, como seu nacional”. Isto é, a definição não depende de
um individuo ter uma nacionalidade de facto mas sim uma nacionalidade efectiva, mesmo que
possa haver um limite entre ser reconhecido como nacional, mas não ser tratado como tal e
directamente não ser reconhecido como nacional, os dois problemas são distintos, pois o
primeiro esta relacionado com os direitos inerentes a nacionalidade enquanto o outro esta
relacionado com o direito a nacionalidade em si.

A apátridia é um fenómeno extremamente recorrente e actual, estamos em uma época marcada


pela globalização típica da modernidade liquida, e pela rapidez da informação e das formas de
locomoção. A intervenção do Estado nas actividades humanas e em vários aspectos da vida
privada é característica da modernidade

Portanto, apátridia é um fenómeno corriqueiro, que deriva de uma série de situações internas de
países que geram por insatisfação, leis ou motivos pessoais , um deslocamento de pessoas que se
mostram interessadas, insatisfeitas ou mesmo banidas por diversos motivos, os quais passam a se
locomover para outros países.

1
Marc Vichniac “Le statut Internacional des Apadrides” in: academie de droit international de la Haye, Recueil des
cours. P 134
5

Apátridia de facto
É tradicionalmente ligada a noção de nacionalidade efectiva. Alguns autores afirmam que a
nacionalidade de uma pessoa pode não ser efectiva dentro ou fora do seu país de nacionalidade.
Portanto uma pessoa poderia ser apátrida de facto mesmo no país de sua nacionalidade.

Apátridas de facto são pessoas fora do seu país de nacionalidade que devido a motivos validos
não podem ou não estão dispostas a pedir protecção a este país. Esta protecção se refere ao
direito de protecção diplomática exercida pelo Estado de nacionalidade a fim de corrigir um ato
internacional ilícito contra um dos seus nacionais, bem como a protecção diplomática, consular e
assistência geral inclusive com relação ao retorno para o estado de nacionalidade.

Razões validas que levam a um apátrida não estar disposto a recorrer a protecção
Alguns instrumentos universais e regionais para a protecção dos refugiados reflectem o consenso
actual dos Estados sobre o que se define como razões validas para rejeitar a protecção do país de
nacionalidade de uma pessoa. A aplicação dos instrumentos a estas pessoas deveram receber a
protecção em qualquer outra forma menor de protecção que um Estado particular possa conceder
aos apátridas de facto em geral.

Impossibilidade de recorrer a protecção


A impossibilidade pode ser causada pela rejeição de protecção do país de nacionalidade ou
porque o país de nacionalidade não pode oferecer protecção. Por exemplo: um país que esta em
estado de guerra ou não tem relações diplomáticas ou consulares com o país acolhedor.

Esta impossibilidade pode ser total ou parcial: impossibilidade total, esta resulta em apátridia de
facto, as pessoas que não podem retornar ao seu país de nacionalidade também sempre serão
apátridas de facto, em parte ou totalmente se beneficiarão da protecção de seu país de
nacionalidade, enquanto estiverem no país de acolhimento.

O tratamento dos apátridas de facto


Embora os apátridas de facto estejam protegidos pelo Direito Internacional dos Direitos
Humanos, não há um regime de tratado específico que aborda as necessidades de protecção
6

internacional daqueles que não são considerados nos instrumentos universais e regionais de
protecção de refugiados.

Segundo o numero 1 do artigo 7 do estatuto dos apátridas estabelece “…todo Estado-


contratante concedera aos apátridas o mesmo tratamento que conceder aos estrangeiros em
geral”.

Histórico
A história das ideias conheceu largos períodos em que o homem se compreendeu como
pertencente a comunidades mais amplas do que os confins desta ou daquela unidade política. A
idade Medieval vivenciou uma fase em que o que definia a identidade política de alguém não era
a pertença a determinado feudo ou reino, mas sim a submissão a uma comunidade político-
religiosa que extravasava qualquer fronteira nacional, a Res Publica Christina.2

Portanto, com o andar do tempo este pensamento sofreu uma profunda transformação com o
advento, na modernidade do que se convencionou chamar de Estado-nação. Somente então é que
se unem de forma praticamente indissociável os três elementos definidores de um Estado: o
povo, o território e o poder político.

Cidadania como condição para a titularidade e o exercício de direitos


Segundo SCHMITT (P.39) não existe comunidade sem fronteiras, a demarcação e divisão da
terra entre os povos, tanto lógico quanto cronologicamente é que deu origem a toda organização
social. A função da fronteira é de inclusão e exclusão de porções territoriais e de pessoais que
acaba sendo uma decorrência inevitável daquela.

Houve em uma época em que os direitos civis e políticos não eram protegidos senão pelo Estado
em que o individuo só pode exercer e exigir esse direitos como membro de uma comunidade
política singular retira-lhe a qualidade de cidadão é o mesmo que retira-lhe “o direito a ter
direitos” 3 . Portanto, a pessoa que deixa der ser reconhecido como um nacional é irrelevante que

2
Carl Shmitt Der Nomos der Erde im Volkerrecht des jus Publicum Europaeum, ed.2. Berlin: Duncker e Humblot,
19974. P. 26
3
Hannah Arendt. Origens do Totalitarismo. 7ª ed. São Paulo: companhia deas letras, 2007. P. 330
7

ela seja titular de direitos humanos natos e inerente a sua dignidade, uma vez que ela
simplesmente não pode efectiva-los.

O Apátrida não tem direito de ficar nem de sair, não tem liberdade de escolher o seu tralho, de
professar a sua fé, de expressar a sua opinião, não tem liberdade de agir nem responsabilidade
por seus actos. Assim, perdendo a autonomia e a subjectividade jurídica e se transformando
gradativamente em um objecto.

Salientar que depois de vários eventos traumáticos, a comunidade internacional sentiu a


necessidade não apenas de reafirmar aqueles direitos humanos que haviam sofrido as mais
atrozes violações (principalmente os direitos a liberdade e a vida), mas também de colocar ao
lado deles o próprio direito a nacionalidade, tornando a expatriação arbitrária um ilícito
internacional. Foi então, após a segunda guerra e principalmente na segunda metade do século
XX que se assistiu o desenvolvimento de uma miríade de tratados e convenções a respeito da
apátridia.

Em 1954, adoptou-se a convenção relativa ao Estatuto dos Apátridas, esta convenção pretende
conferir de forma imediata alguns direitos aos apátridas, tais como a liberdade de religião, de
circulação, o acesso a educação, o acesso aos tribunais e especialmente a igualdade de tratamento
em relação aos estrangeiros.

A Organização das nações unidades estima que há, hoje, cerca de 12 milhões de pessoas
apátridas no mundo. Esse número, embora não seja preciso serve para dar uma perspectiva geral
da situação hodierna da apátrida. Ela constitui um problema persistente e de difícil solução, pois,
envolvem além de questões concernentes a repartição propriamente dita ou atribuição de uma
nova nacionalidade, outras dificuldades como concessão de refúgio e estabilização de fluxo
migratório.4

4
Telama Rocha Lisowski. Apatridia e o Direito a ter Direito: um estudo sobre o historico e o estatuto juridico dos
apatridas.. São paulo
8

Conclusão

Chegando a este ponto, conclui dizendo que os direitos humanos assim como os direitos
universais, a política e a soberania estatal embora mitigada, certamente não esta superada. Pois
os estados devem melhorar as condições institucionais no âmbito político quanto no âmbito
jurídico, para a efectivação e aplicação dos direitos humanos.
9

Bibliografia

LISOWSKI, Telama Rocha. Apátridia e o Direito a ter Direito: um estudo sobre o histórico e o
estatuto jurídico dos apátridas. São Paulo

SHMITT, Carl. Der Nomos der Erde im Volkerrecht des jus Publicum Europaeum, ed.2. Berlin:
Duncker e Humblot, 19974. P. 26

ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. 7ª ed. São Paulo: companhia deas letras, 2007. P.
330

Convenção sobre o Estatuto dos apátridas, aprovada em Nova Iorque, em 28 de Setembro de


1954. Entrada em vigor: 6 de Junho de 1960.

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