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O achado grego
A solução romana
O edifício teatral romano foi uma adaptação dos últimos teatros gregos.
Construíam-se em Roma prédios autônomos, em terreno plano, não mais escavado
nas colinas. O teatro reduziu-se a um semicírculo perfeito, destinando-se a outra
metade ao palco (proscenium), que se tornou assim muito largo. Como não havia
coro para atuar na orquestra, a metade da circunferência que restou era ocupada
pelos senadores. Sentando-se eles na parte mais baixa da cavea (platéia), o palco
não podia ser muito alto, para não prejudicar a visibilidade. O palco e a cavea
ligavam-se por uma passagem coberta, denominada vomitoria, e que dava unidade
arquitetônica ao edifício. Um teto cobria o palco e, mais tarde, passou-se a usar
também a cortina. Sobre a cavea, estendia-se o velário, para proteger o público do
sol e da chuva. Havia recintos, no próprio edifício, para os espectadores passarem
ou se abrigarem, verdadeiros embriões dos foyers atuais. A ornamentação,
sobretudo com certos imperadores, tornou-se riquíssima, desde o mármore de várias
cores ao ouro. O edifício fechou-se e, desintegrado da natureza, não foi mais
também, o centro de atração para um grande público popular.
Na Idade Média
O palco elisabetano
A cena italiana
O projeto de Gropius
A difusão dos teatros de arena, nos últimos anos, primeiro nos Estados
Unidos e depois em todo o mundo, se explica de início como medida de economia,
para substituir os teatros tradicionais, de mecanismos complicados e dispendiosos.
Os antigos edifícios autônomos, requerendo terrenos bem situados, tornaram-se
proibitivos em nossos dias, ainda mais que a rentabilidade não corresponde à de
qualquer outra destinação imobiliária. O teatro de arena pode ser adaptado em
qualquer sala, dispondo-se cadeiras ou arquibancadas em torno de um círculo, um
quadrado ou um retângulo, onde ocorre a representação. O espaço é totalmente
aproveitado, reduzem-se os cenários a elementos cênicos, e se estabelece grande
intimidade entre ator e público. O teatro de arena, em última análise, é uma
atualização do circo tradicional.
Para o barateamento das construções teatrais, a arena mostra-se a solução
mais indicada. Ao invés de ser um espaço especialmente tratado, o palco se
confunde com o chão da sala. Refletores distribuídos pelo teto não prejudicam, nas
superfícies amplas, o escurecimento completo das arquibancadas, iluminando-se
apenas a área da representação. Um dos defeitos, desagradável para alguns
espectadores, nas pequenas arenas, é a mistura, numa mesma imagem, dos
intérpretes e do público situado no lado oposto.
A limitação menos satisfatória da arena é que o comediante, devendo
representar para uma platéia que o circunda, dá sempre as costas, forçosamente, a
uma parte dos espectadores. Em certas cenas, nas quais é importante a expressão
facial, uma parcela do público perde o efeito completo do desempenho. Mesmo os
encenadores mais felizes em movimentar a área interpretativa frustram-se com as
limitações da arena.
Tomado como substitutivo econômico para o palco tradicional, o teatro
circular ainda pode colaborar muito para a propagação do espetáculo.
Como construir
O arquiteto dos novos teatros não depara uma tarefa cômoda. Se tem por
hábito projetar para atender a certa necessidade social, que solução preferir, entre
tantos reclamos contraditórios? A escala humana, para o teatro declamado,
recomenda as platéias de não mais de quinhentos lugares. A grande distância,
perde-se o contato com o desempenho. Daí os novos projetos optarem pela
pequena sucessão de fileiras, compensando-as com o aumento da largura, num
dispositivo convergente. Mas os pequenos teatros, para serem mantidos, exigem a
cobrança de preços elevados, o que impossibilita a política de popularização. Com a
platéia grande ou pequena, as despesas da companhia não se alteram. Apesar das
contra-indicações para o espetáculo declamado, a platéia de cerca de mil lugares
permite uma política popular. Mas, pelo menos de início, haverá público para ocupar
tantos assentos? E não existe nada mais desolador, para o elenco e o público
presente, do que uma platéia em grande parte vazia.
O Palais de Chaillot, de Paris, com seu imenso palco e capacidade para três
mil espectadores, constituía permanente desafio às montagens. O maior lote da
dramaturgia contemporânea, ditada pelo psicologismo do século XIX, não
atravessava tão amplo espaço.
Tratava-se, em verdade, de um teatro à procura de autores, não obstante
fosse possível reduzir a platéia, com uma divisão interna que fechava as fileiras mais
distantes. A situação era tão pouco favorável que se modificou a arquitetura interna
do Falais, desdobrando-a em salas menores. Por outro lado, a ópera tradicional,
baseada em vozes poderosas, expande-se melhor nas áreas imensas e para ela o
ideal seriam os edifícios especializados.
No interior, porém, em que não há movimento teatral que justifique a
existência de companhias estáveis, os projetos deveriam admitir a prestabilidade a
vários fins. As casas de cultura, edificadas com base em teatros, podem ser núcleos
admiráveis para a revitalização da arte dramática. Não há inconveniente em que os
locais, desde que não ocupados por espetáculos, sirvam até para as solenidades de
formaturas. Talvez seja esse um meio de estimular as construções, que favorecem o
programa dos conjuntos itinerantes.
Às vezes a fachada tem linhas revolucionárias e o interior segue os princípios
acadêmicos, ou as salas de concepção nova prejudicam-se com as fachadas
tradicionais. Muitos teatros, que dispõem de todo o conforto para o espectador,
inclusive ar condicionado, relegam os artistas a horríveis camarins, quando eles ali
despendem grande parte do dia, ao sair de cena. Os projetos precisam considerar a
situação de todos os que utilizam o imóvel, não esquecendo as mínimas
necessidades. O teatro deve propiciar as condições de prazer para as assembléias
coletivas.
O encenador