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Reposição
Sabe que o teatro tem suas origens na Grécia com os cultos ao deus
Dionísio com seus ritos de fertilidade dançantes, ao entoar de cânticos e
ditirambos nas ruas, por volta de 539 a.C, de onde se originou as primeiras
tragédias, sendo reconhecido pelo estado grego que estabeleceu concursos
dramáticos para apresentação destas obras, estes, que sempre foram
realizados à luz do sol, tanto que as representações tinham a duração do
percurso do sol, o público chegava ao nascer do sol, e estas iam até ao
anoitecer, que era quando retornavam a Atenas em cortejo sob à luz de
tochas. Os seguimento das tragédias seguiam uma ordem cronológica, uma
ideia de tempo que tinha o sol como determinante, bem como mudanças de
ângulos.
Por cerca de 300 anos d.C a vela de cera foi usada pelos fenícius,
produzindo uma luz trêmula, instável, não controlável.
conjunto que forma o objeto e outras vezes tais oposições se fazem muito
mais perceptíveis, e a estas oposições de tonalidades dá-se o nome de
contraste.
Neste espaço tem sido utilizado nos últimos anos, a fumaça e a névoa
no palco utilizados para comunicar as distâncias entre os volumes, esta, tem
sido muito utilizada nos últimos anos. Tal espaço entre volumes não se dá
somente por um palco preenchido com fumaça de modo a acentuar o
espaço entre volumes. É preciso observar, como afirma Camargo (2000,
p.68), que os elementos menores se organizam em conjuntos que
distribuem-se em planos distintos, acompanhando a visão do público, há o
plano mais próximo do público, plano médio e posterior, os quais os fatores
que contribuem para uma luz atmosférica também envolvem estes três
planos e o procedimento que a luz irá dar a cada um deles. (CAMARGO,
2000. P.68)
A cena escolhida para esta análise crítica, será a que tenho mais
propriedade para falar enquanto participante do processo, da cena III da
obra “Hotel Jasmin” de Cláudia Barral.
Cena III - Jorge acha que seu então amigo foi humilhá-lo no
restaurante que trabalha, entram numa briga física, Fernando explica a
verdade ao amigo que acredita na sua fala. Fernando conta que vai embora
pra morar com um cliente, Jorge tentar dar outras alternativas para que
ambos pudesse tentar a vida juntos. Fernando se despede, ambos se
despedem emocionados. Jorge aceita a partida do amigo. Finaliza com
Jorge sozinho no quarto fumando um cigarro enquanto a luz se apaga.
Tal conversa foi uma inserção no texto como forma de evidenciar uma
parte da história dos dois personagens convivendo juntos. Na cena da
acusação, em que Jorge percebe que Fernando roubou seu dinheiro e
exige-o de volta, utilizamos um par de ataque com luz vermelha no meio da
cena colocado em ribalta, o vermelho ressaltaria a ideia de agressividade
que continha a cena, as personagens deveria fazer um deslocamento do
facho de luz – janela – para o centro da cena em total mudança de atitude,
de serenos e amistosos, agora a cena se configurava-se em uma cena
agressiva, acompanhada pela sonoplastia que tocava um tipo de música
mais voltada para o rock que pensamos que fosse dialogar perfeitamente
com a interpretação dos atores e a luz de ataque vermelha sobre eles. Essa
luz vermelha de ataque, determinava o início do flashback bem como o fim
deste. Final do flashback, e o foco do Elipsoidal (janela) abria-se novamente
sempre em resistência e os atores prosseguiam a conversa.
( pelo menos era esta a ideia ) porém na apresentação foi uma das marcas
que quase não ficou perceptível - A luz da janela se apagaria e ficaria os
dois par32 direcionados para o centro da cena acesos em resistência, a qual
teria o segundo flashback; a cena da bíblia.
A cena contava, com dois focos de luz em cada ator, de cada lado do
espaço, com dois refletores garantindo a iluminação do centro da cena
escapando também para os lados, mas não completamente, com uma luz de
ataque vermelha de ribalta do lado esquerdo, uma de ataque vermelha de
ribalta focando o centro da cena, um elipsoidal do lado direito superior como
cenografia da janela do hotel, o abajur do lado esquerdo, e um refletor de luz
branca como luz de contra atrás do músico o qual colocamos atrás da porta
sobre a escada, para criar um contorno em sua imagem. Tirar o músico da
cena, e colocá-lo atrás da porta evidenciando sua silhueta com o violão, foi
pensado após a primeira apresentação, quando se percebeu que a presença
do músico com um foco de luz o tempo inteiro nele – ou seja, presente na
cena do começo ao fim – quebrava com a intimidade da cena, dos
flashbacks, da cena como um todo. Mas também não se pensava em
colocá-lo escondido apenas fazendo a sonoplastia. A ideia era mostrar que a
sonoplastia era feita ao vivo mas sem quebrar com a intimidade da cena. Ter
colocado nesta disposição, atrás de uma porta com furos, fazia-o participar
da cena, sem quebrar com a intimidade das personagens, mas em outra
dimensão, ele estava lá, mas fora da cena, e a luz foi a base fundamental
para a concepção da ideia, pois ela é quem revelava que a sonoplastia
acontecia no momento presente, e não que era uma gravação.
Para cada cena, pensou-se numa luz que refletisse para o espectador
a atmosfera que queríamos causar, seja a de tensão, a de tristeza, a de
partida, a de uma briga e o uso dos flashbacks trouxeram maior dinâmica à
cena como um todo. Os elementos de cena eram poucos, mas necessários,
Referêncial teórico: