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O Papel do Cenógrafo
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
O Papel do Cenógrafo
• Introdução à História;
• O Papel do Cenógrafo!
• O Cenógrafo e o Espaço;
• Atribuições;
• Diferentes Formas de Aplicação
da Cenografia em Diferentes Ambientes.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Abordar o papel do Cenógrafo através da História, o tipo de trabalho desenvolvido e suas
atribuições profissionais e a Equipe de Produção Teatral;
• Entender seus papéis no desenvolvimento do Projeto e sua execução.
UNIDADE O Papel do Cenógrafo
Introdução à História
Quanto ao espetáculo cênico, decerto que é o mais emocionante, mas
também é o menos artístico e o menos próprio da poesia. Na verdade,
mesmo sem representação e sem atores, pode a tragédia manifestar seus
efeitos; além disso, a realização de um bom espetáculo mais depende do
cenógrafo que do poeta. (ARISTÓTELES)
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Importante!
Observe as imagens para entender a importância da Cenografia em diferentes períodos.
A evolução na História e a diversidade de uso fazem com que a Cenografia tenha relação
direta com o Design de Interiores.
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UNIDADE O Papel do Cenógrafo
Na Idade Média, os Palcos de Peças Teatrais foram substituídos por manifestações re-
ligiosas, o que mudaria o contexto da História do Teatro, mas a Cenografia continuava
presente, e desempenhava papel importante.
As decorações de Igrejas e suas festividades são observadas até hoje. Arquitetura, Design,
Paisagismo e tantas outras áreas encontram nas Igrejas importante espaço de atuação.
Assim, o conhecimento da história deve auxiliar a prática da profissão, além de melhor
entendimento do tema.
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Figura 6 – Teatro Oriental
Fonte: Wikimedia Commons
O Papel do Cenógrafo!
Mundialmente, assim como no Brasil, discussões aquecidas no mundo
teatral colocaram em questão a melhor definição para a Cenografia e
a formação do cenógrafo. Os formadores dos novos cenógrafos e pen-
sadores contemporâneos dos espaços, dos ambientes e dos espetáculos
devem estabelecer uma nova abordagem conceitual e construtiva do es-
petáculo explorando profundamente os novos instrumentos tecnológicos,
os novos meios e os espaços disponíveis para a performance. Devemos
investigar o significado cultural do espaço, para capturar seu potencial
dramatúrgico de uso e repensar o espetáculo com um sistema baseado
no vocabulário visual e espacial. (URSSI, 2006, p. 16)
As imagens a seguir trazem dois períodos: 1940 e 2014. Na Figura 8, podemos obser-
var a Equipe de Profissionais auxiliando as “fadas” a voarem, enquanto na Figura 9, o
profissional está simulando a presença de névoa com gelo seco.
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UNIDADE O Papel do Cenógrafo
Em cada ambiente, seja espetáculos como Teatro, Balé e Show, entre outros, o papel
do Cenógrafo será reproduzir espaços com linguagens diferentes.
O Cenógrafo e o Espaço
Segundo URSSI: “O Cenógrafo utiliza-se de elementos como cores, luzes, formas,
linhas e volumes, para solucionar as necessidades apresentadas pelo espetáculo e suas
matizes poéticas em diversos meios e fins” (2006, p. 14).
O Espaço, para o Cenógrafo, é uma tela em branco, e o Projeto deverá ser capaz de
permitir diferentes sensações. Em uma Peça Teatral, por exemplo, o cenário e outros
elementos, como figurino, atuação, luzes e sombras permitirão sensações de alegria, tris-
teza, surpresa e outros.
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Acesse o Artigo Cenário da peça “O despertar da primavera”. para conhecer um pouco
mais sobre o trabalho citado. Disponível em: https://bit.ly/3cA8v0T
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UNIDADE O Papel do Cenógrafo
Importante!
Reforçando, trabalhar com Cenografia demanda que o profissional tenha conhecimen-
tos teóricos de diferentes Disciplinas: História, Desenho Técnico, Artes e outros, além de
se expressar por meio de uma Linguagem Visual que seja capaz de traduzir o imaginário
para o usuário.
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Atribuições
Como já vimos em diferentes momentos, a Cenografia mostra uma ampla diversidade
de Áreas de atuação dos Profissionais de Criação.
Portanto, seja qual for a área escolhida para aplicação da Cenografia no Design de
Interiores, o conhecimento de materiais, cores, texturas, iluminação e outros será impres-
cindível para uma boa execução do Projeto.
O Quadro anexo ao Decreto no. 82.385, de outubro de 1978, que define as funções
em que se desempenham Atividades Artísticas e Técnicas em Espetáculo de Diversões,
define, também:
Cenógrafo: cria, projeta e supervisiona, de acordo com o espírito da obra,
a realização e montagem de todas as ambientações e espaços necessários
à cena, incluindo a programação cronológica dos cenários; determina os
materiais necessários; dirige a preparação, montagem, desmontagem e
remontagem das diversas unidades do trabalho.
[...] o Cenógrafo deve entrar em contato com outros profissionais, se
inteirar do trabalho. Passará depois a estudar e analisar a proposta ou
texto dramático, para iniciar uma pesquisa antes de criar a Cenografia.
Esboçará e desenhará a sua proposta até a execução da maquete, que
será apresentada ao grupo e, se aprovada, iniciará a fase propriamente
dita de execução dos cenários. (MANTOVANI, 1989, p. 13)
Para ter acesso a todas as profissões descritas no Quadro Anexo ao “Decreto n.º 82.385, de
5 de outubro de 1978”. Disponível em: https://bit.ly/35clW36
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UNIDADE O Papel do Cenógrafo
Segundo o Arquiteto e o Cenógrafo Alex Suárez, que fez parte da Equipe de Cenários
como Castelo RaTiBum e No Mundo da Lua, a confecção de maquetes é essencial para
o entendimento do Projeto Cenográfico.
Acesse a entrevista do arquiteto Alex Suárez para a TV UNESP, para entender melhor a atua-
ção do profissional na Cenografia de Televisão. Disponível em: https://youtu.be/Mx9gCF-YIFU
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Em relação à Equipe, são muitos os profissionais que trabalharão em um Projeto
de Cenografia.
Aqui, serão citados como exemplo alguns que têm relação direta com o Cenógrafo
em Espetáculos Teatrais:
• Diretor artístico: Concebe o Espetáculo com um todo, a partir do Texto a ser en-
cenado ou de outra proposta. Concebe os conceitos;
• Diretor de produção: planeja a realização do Espetáculo;
• Diretor do espetáculo: dirige os atores e coordena o grupo;
• Atores e Figurantes: criam personagens e atuam;
• Cenógrafo e Maquetista: definem o espaço para a ação, criam a Cenografia,
acompanham a execução dos Cenários pelos Cenotécnicos;
• Cenotécnico: realiza o espaço Cenográfico (pintores, montadores, maquinistas,
carpinteiros);
• Coreógrafo: cria e coordena a Expressão Corporal e o movimento dos atores em
cena;
• Aderecistas/Decoradores/Assistentes: criam uma realidade na superfície dos Es-
paços, além de objetos para a cena;
• Figurinista: cria os figurinos e acompanha sua execução pelas costureiras;
• Guarda-roupeiros: aqueles que guardam, conservam e passam os costumes de
cena. Vestem os atores;
• Eletricista: fazem as ligações de força para as máquinas e luz do Espetáculo;
• Iluminador: cria e esquematiza a luz;
• Programador visual: cria o catálogo e o cartaz do Espetáculo;
• Sonoplasta/Operador de som: cria o som;
• Produtor geral: empresta trabalho e os meios de financiamento para o Espetáculo;
• Equipe administrativa e de produção: responsável pela divulgação, compra de
materiais e objetos e pagamentos, entre outros.
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UNIDADE O Papel do Cenógrafo
Segundo Urssi: “[...] Sem dúvidas criar a Cenografia destes novos tempos é gerenciar
conflitos e necessidades, mas antes de tudo compreender o novo pensamento espacial
que o ser humano vem construindo com as novas tecnologias” (2006, p. 75).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Cenografia – TV Guia do Ator (Programa 69)
https://youtu.be/gfX5BlUpJw8
Conheça o Cenógrafo, profissional que cria cenários de todos os tipos e gostos
https://youtu.be/mw9yYQZat9o
Curso: Cenografia, com Cyro del Nero
https://youtu.be/eQ3zZu17QPY
Videoaula sobre Iluminação Cênica
https://youtu.be/qt2JAtT3CAw
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Referências
ALMEIDA, A. D. S. O Cenógrafo e o Designer de Interiores, Revista Científica Se-
mana Acadêmica, Fortaleza, ano MMXII, n. 000007, 10/07/2013. Disponível em:
<https://semanaacademica.com.br/artigo/o-cenografo-e-o-designer-de-interiores>.
Acesso em: 29/01/2021.
ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
COHEN, D. R. Cenografia para além do teatro. São Paulo, 2007, 120f. Dissertação
(Mestrado em Estética e História da Arte – Programa de Pós-graduação Interunidades
em Estética e História da Arte). Universidade de São Paulo. São Paulo, 2207.
CENÁRIO da peça O despertar da primavera. Projetos, São Paulo, ano 12, n. 137.09
– Vitruvius, maio 2012. Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/proje-
tos/12.137/4196>.
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