Você está na página 1de 2

Meta 02

Origens do Sistema Carcerário Feminino


O Sistema Carcerário Brasileiro teve sua origem no século XIX, quando o Brasil ainda
era uma colônia de Portugal e não possuía um Código Penal próprio. Nesse contexto, o
país estava submetido às Ordenações Filipinas.
As primeiras penitenciárias femininas foram criadas com o propósito de encarcerar
mulheres que frequentemente haviam cometido transgressões à ordem social e delitos
que eram considerados ameaças à moral da época. No entanto, essas instituições
prisionais não foram inicialmente projetadas especificamente para mulheres, resultando
em situações em que as detentas muitas vezes compartilhavam as instalações com
homens na mesma ala. Isso significava que essas mulheres estavam alojadas em locais
que não atendiam às suas necessidades específicas desde aquela época.

Século XIX e a Inserção das Mulheres no Sistema Prisional


No século XIX, houve um notável aumento na população carcerária feminina, o que se
deveu ao aumento da visibilidade da mulher nesse período de evolução e
transformações socioculturais. No entanto, é importante ressaltar que, nesse momento,
ainda não existiam instalações apropriadas para abrigar detentas femininas, o que
resultou em condições precárias às quais essas mulheres eram submetidas devido à falta
de infraestrutura adequada.

Reformas no século XX
A partir do século XX, um novo movimento começou a enxergar a situação do cárcere
feminino com uma perspectiva diferente. Em 1937, foi estabelecida a primeira
penitenciária feminina no Brasil, denominada "Penitenciária Madre Pelletier,"
localizada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, essa instituição foi fundada por freiras
da Igreja Católica e representou uma mudança significativa na abordagem das detenções
femininas. Pois nessa nova realidade já era uma instituição penitenciária
exclusivamente para mulheres, que além de abrigar mulheres que haviam cometido
crimes, também acolhia aquelas cujas ações eram consideradas contrárias às normas
aceitáveis pela sociedade da época.

Aspectos da Lei de Execução Penal de 1984


A Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/1984) teve um impacto considerável no sistema
carcerário feminino brasileiro. Esta legislação estabeleceu diretrizes e normas
específicas para a execução de penas e medidas privativas de liberdade para mulheres,
reconhecendo a necessidade de abordagens diferenciadas em comparação aos homens.
Isso se traduziu em várias medidas, tais como: Criação de unidades específicas,
atendimento às necessidades específicas, limitação do uso de prisão preventiva
alternativas à prisão, proteção contra abusos.

Tendências Recentes e Desafios Atuais

Apesar dos avanços proporcionados pela Lei de Execução Penal, o sistema carcerário
feminino no Brasil ainda enfrenta desafios, incluindo superlotação e a falta de recursos
adequados. O tratamento diferenciado e a atenção às necessidades específicas das
mulheres detentas continuam sendo essenciais para promover a reintegração social e
garantir os direitos humanos no contexto prisional feminino, direitos esses que mesmo
em meio a tantas legislações continuam a serem violados.

Você também pode gostar