Você está na página 1de 13

UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

LICENCIATURA EM ENSINO HISTÓRIA 1º ANO

ASSUEMA ALBERTO NALCUCUTE

OS ESLAVOS MERIDIONAIS SÉCULO XI-XV

Quelimane
2023
ASSUEMA ALBERTO NALCUCUTE

OS ESLAVOS MERIDIONAIS SÉCULO XI-XV

Trabalho de carácter avaliativo a ser apresentando ao curso


de Licenciatura em Ensino de História, na cadeira de
História da Idade Média Europeia pelo:

Orientador: Dr. José Gopa Muchacuar

Quelimane
2023
Sumário
1. Introdução................................................................................................................3

2. Objectivos................................................................................................................ 4

2.1. Objectivos Geral................................................................................................... 4

2.2. Objectivos Específicos..........................................................................................4

2.3. Metodologia.......................................................................................................... 4

3. Eslavos Meridionais século XI-XV...........................................................................5

3.1. Conceito de Eslavos.............................................................................................5

3.2. Historia dos Eslavos............................................................................................. 5

3.2.1. Primeiros registos dos Eslavos..........................................................................5

3.3. Migrações eslavas................................................................................................6

3.4. Estados Eslavos................................................................................................... 6

3.4.1. Carantânia......................................................................................................... 6

3.4.2. Bósnia................................................................................................................7

3.4.3. Bulgária..............................................................................................................7

3.4.4. Croácia.............................................................................................................. 8

3.4.5. Sérvia.................................................................................................................8

3.5. Povos Eslavos Meridionais...................................................................................8

3.6. Evolução linguística dos Povos Eslavos.............................................................9

3.7. Religião do Povo Eslavos Meridionais................................................................10

4. Conclusão..............................................................................................................11

5. Referências bibliográficas......................................................................................12
3

1. Introdução

O trabalho aborda sobre os Eslavos Meridionais século XI-XV. Assim o


número de eslavos meridionais ascende a aproximadamente 40 milhões e incluem
os búlgaros, sérvios, croatas, eslavomacedónios, eslovenos, bósnios, montenegrino
s e outros grupos étnicos de menor dimensão.

Constituem a maior parte da população dos países da Europa central e


Meridional da Bulgária, Bósnia, entre outros países. Os seus territórios estão
separados do resto das nações eslavas desde o século XV pelos estados não
eslavos da Áustria, Hungria e Roménia, o que deu origem a diferenças na
progressão histórica relativamente aos eslavos orientais e eslavos ocidentais.

As línguas eslavas pertencem à família indo-europeia. Habitualmente, os


eslavos são subdivididos em eslavos orientais (principalmente russos, ucranianos e
bielorrussos), eslavos ocidentais (principalmente poloneses, tchecos, eslovacos e
wends ou sorábios) e eslavos do sul (principalmente sérvios, croatas, bósnios,
eslovenos, macedónios, e montenegrinos). Os búlgaros, embora de origem mista
como os húngaros, falam uma língua eslava e costumam ser designados como
eslavos do sul.
4

2. Objectivos

2.1. Objectivos Geral

a) Estudar os Eslavos Meridionais século XI-XV.

2.2. Objectivos Específicos

a) Definir os Eslavos;
b) Descrever a História dos Eslavos Meridionais século XI-XV;
c) Descrever os Estados Eslavos.

2.3. Metodologia

Para a elaboração deste trabalho usou-se diversificada metodologias como


fontes bibliográficas e internet a fim de alcançar os objectivos do trabalho.
5

3. Eslavos Meridionais século XI-XV

3.1. Conceito de Eslavos

Segundo Bento (2013), o termo “eslavos” designa um grupo étnico de


pessoas que compartilham uma continuidade cultural a longo prazo e que falam um
conjunto de línguas relacionadas conhecidas como as línguas eslavas (todos os que
pertencem à família das línguas indo-europeia). Pouco se sabe sobre
os eslavos antes que eles são mencionados nos registros bizantino do século 6 dC,
e mais do que sabemos sobre eles antes deste tempo é derivado principalmente de
estudos arqueológicos e linguísticos. Os autores bizantinos referem-se aos eslavos
como “Sclaveni”.

De acordo com Moreira (1999), os eslavos é o termo usado para se referir a


uma ramificação étnica e linguística de povos indo-europeus que vivem
principalmente na Europa central e oriental. A partir do começo do século VI eles se
dispersaram para habitar a maior parte da Europa central, oriental e os Balcãs
Posteriormente, muitos estabeleceram-se na Sibéria e na Ásia
Central ou emigraram para outras partes do mundo. Mais da metade do território
europeu é habitado por comunidades de falantes de línguas eslavas.

Para Curta (2006), nos explica que os eslavos meridionais ou eslavos do


sul são o ramo etnográfico meridional dos povos eslavos, constituído por grupos
étnicos relacionados entre si que falam línguas eslavas meridionais e que são
nativos da península dos Balcãs, da Planície da Panónia e dos Alpes orientais.

3.2. Historia dos Eslavos

3.2.1. Primeiros registos dos Eslavos

Pouco se sabe acerca dos eslavos antas (em latim: Antae) do século V. A
sua história anterior só pode ser deduzida de forma hipotética através de
estudos arqueológicos e linguísticos. Muito do que se da sua história depois
do século VI é das obras dos historiadores bizantinos (Moreira, 1999).

Como etnia, os eslavos entraram para a história da Europa nos séculos V e


VI, quando começaram a se estabelecer intensamente na região da Europa Central
e Oriental. A localização da região de origem dos eslavos era um assunto de
6

considerável debate. Candidatas importantes eram as culturas que existiam nos


territórios dos países modernos Bielorrússia, Polónia, Rússia Europeia e Ucrânia
(Moreira, 1999).

3.3. Migrações eslavas

De acordo com a teoria da terra natal oriental anterior a se tornarem


conhecidos do mundo romano, as tribos falantes de eslavo faziam parte das muitas
confederações multiétnicas da Eurásia - tais como os impérios sármata, huno e
gótico. Os eslavos emergiram da obscuridade quando o movimento em direcção ao
ocidente dos germanos nos séculos V e VI (acredita-se que tenha sido em conjunto
com os movimentos dos povos da Sibéria e da Europa Oriental: hunos e
depois ávaros e búlgaros) iniciou a grande migração dos eslavos, que ocuparam as
terras abandonadas pelas tribos germânicas que fugiam dos que fugiam dos hunos
e de seus aliados: para oeste no interior entre o Oder e a linha Elba-Saale; para o
sul na Boêmia, Morávia, maior parte da actual Áustria, na planície da Panónia e
nos Balcãs; e para o norte ao longo do alto Dniepre (Moreira, 1999).

Por volta do século VI, os eslavos apareceram nas fronteiras bizantinas em


grandes quantidades. Os registos bizantinos observam que a grama não cresceria
novamente nos lugares onde os eslavos haviam marchado, de tão numerosos que
eram. Conforme um deslocamento militar até o Peloponeso e a Ásia Menor, relatou-
se haver assentamentos eslavos. Este deslocamento para o sul tem
tradicionalmente sido vista como uma expansão invasiva. No final do século VI, os
eslavos tinham se estabelecido na região dos Alpes orientais (Moreira, 1999).

3.4. Estados Eslavos

3.4.1. Carantânia

No final do século VII, os eslavos ocupavam a maior parte dos Balcãs.


Quando foram derrotados pelos longobardos em Lauriana em 720, pararam as
tentativas para avançar para ocidente, no que é actualmente o Friul italiano.
Liderados pelo mercador franco Samo, em 623 os eslavos rebelaram-se contra
os ávaros, que tinham enfraquecido devido a terem sido derrotados em
Constantinopla, transformando Samos no governante da primeira entidade política
eslava conhecida da história a União Tribal de Samo (Moreira, 1999).
7

3.4.2. Bósnia

O conhecimento moderno da situação política nos Balcãs ocidentais durante


a Alta Idade Média é pouco claro. Com a sua chegada, os eslavos trouxeram com
eles uma estrutura social tribal que provavelmente só se desfez e deu lugar
ao feudalismo com a penetração dos francos na região no final do século IX. Foi
também nessa altura que os ilírios foram cristianizados. Devido à sua posição
geográfica, a Bósnia e Herzegovina foi provavelmente uma das últimas áreas a
passar por este processo, que se presume ter sido originado nos centros urbanos ao
longo da costa da Dalmácia (Moreira, 1999).

As circunstâncias políticas na Alta Idade Média levou a que a Bósnia fosse


disputada entre o Reino da Hungria e o Império Bizantino. Após uma novo equilíbrio
de poderes entre essas duas potências no início do século XII, a Bósnia encontrou-
se fora do controlo de ambos e emergiu como um estado independente sob o
governo de banos locais. O primeiro monarca bósnio foi bano Borico. O segundo
foi bano Culino, cujo reinado foi marcado pelo início da controvérsia com a Igreja
Bósnia, uma seita indígena do bogomilismo considerada herética pela Igreja Católica
Romana, que ele autorizou no seu reino (Moreira, 1999).

A história da Bósnia daí até ao início do século XIV foi marcada pelo luta pelo
poder entre as famílias Šubic e Kotromanic. Este conflito terminou em 1322,
quando Estêvão II se tornou bano. Quando morreu, em 1353, tinha conseguido
anexar territórios a norte e a oeste, bem como Zaclúmia e partes da Dalmácia
(Moreira, 1999).

3.4.3. Bulgária

A seguir ao colapso da Antiga Grande Bulgária, no século VII, os búlgaros


de Asparuque chegaram à Cítia Menor em 680 e aliaram-se às populações eslavas
locais para formar a Bulgária. Os eslavos aceitaram como seus governantes
os cãs búlgaros mas mantiveram uma autonomia significativa. Ambos os povos
tinham que proteger o país dos bizantinos a sul e do Grão-Canato Avar a noroeste.
Os bizantinos estavam cientes desta nova ameaça, mas foram derrotados em 680
na batalha de Ongala e em 681 reconheceram oficialmente a Bulgária como um país
8

soberano, que actualmente é conhecido como Primeiro Império Búlgaro (Moreira,


1999).

3.4.4. Croácia

No Balcãs ocidentais, as configurações tribais do século VII formariam uma


base para pequenos estados primitivos, claramente influenciados
pelo feudalismo ocidental. Os eslavos do norte da Panónia (acima do Drava) faziam
parte do Principado de Balatão, dado pelos francos a um príncipe exilado de Nitra,
enquanto que as regiões a sul do Drava faziam parte da "Sávia", um território sobre
o qual pouco se sabe. Os francos e os búlgaros lutaram pelo seu controlo
inicialmente e mais tarde tornou-se uma área de conflito entre a Hungria e a Croácia
(Moreira, 1999).

3.4.5. Sérvia

As provas arqueológicas sugerem que os sérvios fizeram parte da vaga de


eslavos do século VI. Segundo fontes bizantinas, os sérvios colonizaram terras do
que é hoje a Sérvia, Montenegro, Croácia e Bósnia e Herzegovina durante o reinado
do imperador Heráclito (610–641). Os sérvios tornaram-se federados dos bizantinos
e mantinham as fronteiras como vassalagem. A Sérvia foi um aliado dos bizantinos
ao longo da maior parte da Idade Média e assegurou a sua independência com
grande diplomacia com Bizâncio (Moreira, 1999).

3.5. Povos Eslavos Meridionais

Segundo Bento (2013), a divisão étnica entre os eslavos meridionais coincide


com a divisão linguística. Existem dois grandes grupos, o oriental, com cerca de
12,5 milhões de pessoas no seu conjunto, e o ocidental, com pouco menos de
25 milhões de pessoas.

Alguns eslavos se estabeleceram no que hoje é a Rússia ocidental e a


Europa central e oriental. Outros eslavos migraram para a região do sudeste da
Europa conhecida como Balcãs. Eles assimilaram os habitantes nativos e entraram
em confronto com o Império Franco (Moreira, 1999).
9

As línguas eslavas modernas descendem do proto-eslavo, estreitamente


aparentado com o protobáltico, do qual se originaram as línguas bálticas. Destas, só
persistiram o lituano e o letão. Os eslavos habitaram uma região ao norte dos
Cárpatos até os primeiros séculos da era cristã, quando começaram a se expandir,
alcançando, no século VI, as fronteiras do império bizantino (Moreira, 1999).

Em fins do século IX, esses povos foram evangelizados pelos monges


bizantinos são Cirilo e são Metódio, que tiveram papel de destaque na história das
línguas eslavas. A língua que utilizaram em seus textos religiosos constituiu a base
do eslavônio, língua litúrgica dos eslavos ortodoxos. Para transcrever os sons das
línguas eslavas criaram o alfabeto glagolítico, inspirado essencialmente nas letras
cursivas gregas, mas que, para representar os fonemas inexistentes em grego,
contava também com signos de outra procedência (Moreira, 1999).

Na Idade Média, as línguas eslavas expandiram-se nas regiões orientais,


onde se impôs um alfabeto cirílico simplificado, em detrimento do glagolítico.
Contudo, nas regiões do oeste os colonos germânicos as fizeram retroceder
progressivamente. As línguas eslavas ocidentais que entraram em contacto directo
com o alemão são chamadas lekhites. Delas só perduraram o polonês e, em menor
escala, o kashubio e o sorábios ou vendo. Outras desapareceram, como o polábio,
do curso inferior do Elba, e o pomerânio (Curta, 2006).

3.6. Evolução linguística dos Povos Eslavos

As línguas eslavas, junto com as bálticas, são os grupos linguísticos que


seguem mais fielmente o modelo indo-europeu. À diferença das línguas germânicas
e latinas, no ramo eslavo registam-se poucos fenómenos de evolução radical e
quase todas as línguas mantêm os traços característicos do eslavo comum. Assim, a
comunicação oral entre os falantes de diferentes idiomas, embora difícil, não é
impossível. No campo da fonologia é comum a todas elas a oposição entre
consoantes duras ou brandas, ou seja, palatalizadas, como entre o n e o nh em
português (Curta, 2006).

O mais curioso no plano gramatical é a manutenção do sistema indo-europeu


de casos, do qual perduram o nominativo, genitivo, dativo, acusativo, vocativo,
instrumental e locativo, somente faltando o ablativo. Sob esse aspecto, o búlgaro e o
10

macedónio constituem grandes excepções, pois mantiveram apenas um sistema


bicasual (com os casos directo e oblíquo), compensado pelo uso mais frequente de
preposições. É também característica dessas duas línguas o artigo definido
posposto, que não existe nos demais troncos eslavos (Curta, 2006).

3.7. Religião do Povo Eslavos Meridionais

A diversidade religiosa e cultural da região habitada pelos eslavos meridionais


teve uma influência considerável sobre a sua religião. Originalmente um
povo pagão e politeísta, os eslavos do syl têm preservado muitos dos seus
antigos rituais e folclore tradicional, frequentemente misturando-o com a religião a
que se converteram posteriormente (Curta, 2006).

Actualmente a maioria dos eslavos meridionais são cristãos ortodoxos,


sobretudo os búlgaros, macedónios, sérvios e montenegrinos. A maioria dos
eslovenos e croatas são católicos. Há também muçulmanos, que constituem a
maioria dos bosníacos, dos gorani, dos chamados "muçulmanos por nacionalidade",
os torbesh (macedónios muçulmanos) e os pomaks (búlgaros muçulmanos) (Curta,
2006).
11

4. Conclusão

Percebe-se que maior parte dos documentos redigidos em eslavo (os mais
antigos remontam ao século X) são religiosos. No século XI, em consequência do
cisma do Oriente, que separou as igrejas romanas e bizantina, a escrita eslava foi
suprimida nas regiões cristianizadas. Assim, as literaturas vernáculas começaram a
desenvolver-se em alfabetos derivados do latino e começou o processo de
normalização das línguas eslavas ocidentais. Todavia, o desenvolvimento das
línguas literárias vernáculas nos grupos eslavos orientais e na maioria dos
meridionais foi condicionado pelo uso da escrita eslava. Na Rússia, a língua escrita
surgiria em grande parte como um meio-termo entre a língua popular e o eslavo
eclesiástico.
12

5. Referências bibliográficas

Bento, P. (2013). Europa no Século XI a XV. Educação Moderna, São Paulo, Brasil.

Curta, F. (2006). Historia Europeia. Cambridge University Press. São Paulo.

Moreira, J. S. (1999). Povos Eslavos, Europa no século XV. Volume 3, Rio de


Janeiro.

Você também pode gostar