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Sendo o osso um tecido são considerados fatores etiológicos
plástico, ele reage a todo tipo de básicos, além de outros fatores como
pressão, principalmente da as anomalias no processo de erupção;
musculatura que o circunda. A forma e as anquiloses dentárias; patologias e
a integridade dos arcos dentários, a traumas condilares; iatrogenias e a
relação dos dentes entre si, encontra- macroglossia (Henriques et al, 2000).
se na dependência de fatores como: a
relação de contato entre os dentes
contíguos, a atividade muscular e
também o mecanismo de
reabsorção/aposição do osso de
suporte. Quando existe um padrão
morfogenético normal, a língua, os
lábios e as bochechas funcionam como
mantenedores da homeostasia local
(Almeida et al, 1998).
A hereditariedade e os fatores
Figura 1- Hábito de sucção de
ambientais (entre eles a respiração
dedo.Fonte: Almeida et al, 1998.
bucal e os hábitos bucais deletérios)
150
contato de molar, um significante
incremento na altura facial inferior e
talvez um excesso vertical maxilar,
caracterizando a “síndrome de face
longa”); distúrbios neurológicos
(gerando alterações neuromusculares
Figura 3- Interposição lingual.Fonte: na musculatura orofacial); distrofias
Almeida et al, 1998.
musculares (uma distrofia muscular
permitindo a rotação da mandíbula
para baixo resultando em um aumento
da altura facial); iatrogenias (mecânicas
mal executadas causando extrusão de
molares) e fatores patológicos (fissura
labial e palatina, trauma no esqueleto
Figura 4- Amígdalas hipertrofiadas. Fonte: facial como por exemplo fratura condilar).
Almeida et al, 1998.
151
Frankfort, determinando ainda, como
ângulo maxilar, aquele formado pelo
plano horizontal de Frankfort e a
espinha nasal.
152
necessidade de uma análise 1-Dentoalveolar: os
cefalométrica que auxilie na componentes esqueléticos do paciente
determinação do padrão de estão relativamente dentro dos padrões
crescimento e do grau de envolvimento considerados normais.
dos elementos ósseos e dentários.
Podendo assim estabelecer até o 2-Esquelética: onde é
prognóstico e qual a abordagem para o encontrada discrepância na base
tratamento. craniana mandibular e/ou maxilar.
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não-esquelética e esquelética. A não- As características
esquelética apresenta uma face cefalométricas mais freqüentemente
equilibrada, e quando detectados encontradas são o aumento na altura
durante a fase de crescimento podem facial ântero-inferior; base craniana
ser tratados por métodos ortodônticos posterior diminuída; ângulo goníaco
com sucesso. Já a esquelética precisa maior que o normal; curva excessiva no
de correção ortodôntica-cirúrgica, plano mandibular; diminuição do
sendo que cirurgicamente pode ser comprimento do ramo da mandíbula;
realizada osteotomia na maxila, na distância maior entre o assoalho da
mandíbula ou combinada. fossa nasal e os ápices dos caninos e
molares superiores.
Dentre as características
clínicas dos pacientes portadores desta Rosenbach et al (1999),
deformidade oclusal estão o terço consideraram que por ser a mordida
inferior da face alongado com aberta anterior uma das más oclusões
incompetência labial; a contração de mais difícil tratamento na
muscular nos lábios ainda mais Ortodontia, e de possuir um
evidente no músculo mental, que levará prognóstico dos mais desfavoráveis,
ao aplainamento do mento com perda deve-se avaliar se ela é decorrente de
do sulco mentolabial; a narina estreita; uma displasia esquelética, ou um
o ângulo nasolabial obtuso e mento problema associado a um hábito
retrusivo observados quando o envolvendo as estruturas dento-
paciente está de perfil, indicando a alveolares.
rotação da mandíbula em sentido
horário; Intra-oralmente observaram a Henriques et al (2000)
relação de posição dos incisivos afrmaram que toda má oclusão deve
superiores com os inferiores apresentar um componente dentário, e
estendendo a mordida aberta até os um esquelético para se estabelecer um
caninos ou às vezes até os molares correto diagnóstico. É a predominância
perdendo a curva de Spee; na maioria de um destes componentes que
dos casos a mordida aberta está determinará sua principal
associada com protrusão bimaxilar e há característica, dentária ou esquelética.
má oclusão de classe II, a maxila
geralmente apresenta-se pequena ou 4 Formas de tratamento
atrésica, rodada anteriormente e com
4.1 Tratamento por ajuste oclusal ou
mordida cruzada posterior bilateral.
Mesialização De Molares
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Uma opção de tratamento Também é possível fechar-se
relatada em 1985 por Cardoso, para as mordidas abertas anteriores através
redução de mordida aberta, foi a de mesialização de dentes posteriores,
realização de um ajuste oclusal, na promovendo extrações ou, no caso de
qual deve-se considerar a regra básica perda de primeiros molares,
de que a redução de 1,0 milímetro nos mesializando o segundos,
dentes posteriores corresponde a uma promoveremos uma rotação da
modificação de 3 milímetros nos dentes mandíbula no sentido anti-horário o que
anteriores. promove o fechamento do seguimento
anterior.
O caso relatado pelo autor,
envolve um paciente de 21 anos, já
tratado ortodonticamente por três anos
e oito meses. Após considerável
melhora o aparelho foi removido, mas o
paciente sofreu um acidente, após uma
semana, e fraturou a mandíbula do
lado direito. Foi realizada imobilização
por 20 dias e ao final a mordida aberta
havia recidivado. No exame clínico só
havia toque dos segundos molares do
lado esquerdo e os caninos
distanciavam-se cerca de dois
milímetros e meio.
155
4.2 Tratamentos através da erupção vertical dos molares
ortodontia e ou cirurgia ortognática superiores e inferiores.
Dentre as formas de
tratamento em uma fase inicial de 4.9-Remoção dos caninos decíduos
mordida aberta, McLaughlin et al em – em casos de grandes apinhamentos
2004 consideraram as seguintes e/ou protrusão, possibilitando a
possibilidades por ordem de facilidade erupção e a retroinclinação dos
de aplicação e tratamento: incisivos permanentes.
4.3-Aparelho com grades - para
corrigir problemas pequenos, dentários, 4.10- Terapia miofuncional –
possibilitando a eliminação de hábitos possibilitando uma melhora nos casos,
deletérios ou interposição lingual; à medida que aumenta o tamanho das
podendo ser removíveis ou fixos. vias respiratórias.
4.4-Expansão palatina – em casos de
maxilas atrésicas. O que produz 4.11- Remoção de adenóides e
espaço suficiente para erupção e amígdalas – quando são fatores
retroinclinação dos incisivos, auxiliando contribuintes para uma mordida aberta,
também na abertura das vias aéreas, necessitando a participação de um
estimulando a respiração nasal e otorrinolaringologista.
propiciando mais espaço para a língua. Além destes citados pelos
autores acima, pode-se ainda incluir:
4.5-Barras palatinas e arcos linguais
– para reduzir a erupção vertical dos 4.12- Bite Block – indicado em casos
molares. de mordida aberta em que é desejáveis
a inibição da erupção dos dentes
4.6- Placas de mordida posterior - posteriores e a extrusão dos incisivos
nos dentes posteriores, superiores ou superiores e inferiores (figuras 6 e 7).
inferiores.
É um tipo de aparelho
4.7- Máscaras faciais de tração alta ortodôntico funcional que tem sido
– utilizadas com freqüência podem muito usado clinicamente na
limitar a erupção vertical dos molares Universidade de Toronto para reduzir a
superiores. mordida aberta anterior associada com
a altura antero-inferior da face
4.8- Mentoneiras – se utilizadas com excessiva.
freqüência podem limitar também a A espessura deste aparelho
habitualmente excede o espaço livre de
156
3 a 4 milímetros e seu tempo de um paciente com 10 anos, classe II
utilização é em media de 14 horas por dental e mordida aberta anterior.
dia (Suguino et al 1997). Tratamento realizado foi: aparelho fixo
superior e inferior,seqüência de arcos
nitinol para alinhamento e nivelamento,
aço australiano e retangular de aço
.019” x .025” e elásticos verticais.O
controle vertical posterior foi
conseguido com uso de barra palatina
baixa associada ao bite block com
Figura 6 - Aparelho Bite Block. grade anterior (figuras 8 a 14).
157
A
acrílica posterior, que se estende na
região dos dentes anteriores superiores
com a finalidade de proteção lingual,
não podendo tocá-los. Essa eliminação
da interferência lingual, a normalização
da sua postura junto ao palato e a
Figura 11 – Bite Block associado a grade lingual, com excitação do selamento labial permitem
a boca aberta em A e com a boca fechada em B.
o fechamento da mordida aberta
anterior. Principalmente utilizado em
pacientes com potencial de
crescimento (figura 15 e 16).
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A barra palatina pode evitar a Figura 20- Barra palatina baixa.Fonte-paciente do curso
de especialização de Ortodontia e Ortopedia Facial do
extrusão dos molares e até mesmo SIOMS
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qualquer melhora em relação, a com o outro, o que permitirá a queda
redução do trespasse vertical o tempo na quantidade de força (Dellinger e
de uso é reduzido para 16 horas (Uner Dellinger, 1997)
e Eroglu, 1997).
160
dentária; tratamento instituído, nestes
casos, para reduzir a dimensão vertical
na região posterior, auxiliando no
fechamento da mordida. Todavia em
casos extremos, especialmente em
pacientes que já ultrapassaram os anos
de intenso crescimento, a associação
161
Figura 26 – Foto pré-tratamento.Fonte: Sidnei Valieri.
162
de classe III, se necessários, devem ser pesquisados a ortodontia pré-cirúrgica,
instalados na distal dos pré-molares, e que deve visar o alinhamento e
não nos molares, pois estes elásticos nivelamento dos dentes em relação às
“curtos” minimizam o efeito extrusivo na suas bases ósseas.
parte posterior dos arcos. É importante frisar que antes
dos procedimentos cirúrgicos é
4.20- Tratamento por compensação conveniente que o paciente submeta-
dento-alveolar – Sodré et al (1998) se a um tratamento ortodôntico
relataram que para o fechamento de preparatório para o
uma mordida aberta, em casos alinhamento/nivelamento dos dentes e
moderados de comprometimento coordenação interarcos.
dentoalveolar, pode ser conseguido
através de um disfarce estético. Deve- Ortodontia pré-cirúrgica – a ortodontia,
se promover a compensação alveolar neste caso, não almeja a correção, tem
com mecânica corretiva fixa, através de como função, a eliminação das
arco de extrusão (figura 46) com forças compensações dentárias, de maneira a
leves. Porém, os fatores etiológicos e expor a má oclusão como realmente
as funções normais da língua e do ela é, deixando a correção
lábio, devem ser restabelecidos para o exclusivamente para a cirurgia.
tratamento não cair no fracasso. Podendo a ortodontia até agravar o
caso, o que deve ser muito bem
explicado ao paciente.
Para um diagnóstico preciso e
posterior estabilidade do tratamento,
todos os casos ortodôntico-cirúrgicos
deverão ser submetidos ao traçado
predictivo, montados no articulador
pelo cirurgião. Deve-se realizar a
Figura 46 - Arco para extrusão dos dentes anteriores cirurgia no modelo de gesso e
superiores. Fonte-arquivo pessoal do Dr. Sidnei
Valieri. confeccionar a goteira cirúrgica,
priorizando sempre a relação central,
pois é comum nos pacientes cirúrgicos
4.21-Tratamento cirúrgico
a oclusão central não ser coincidente
com a relação central. Esta montagem
Em pacientes adultos, com
permite a detecção de situações não
mordida aberta esquelética, é
observadas nos modelos tradicionais,
unanimidade entre os autores
163
ou mesmo, com a manipulação da alicate apropriado, tendo o cuidado de
mandíbula durante o exame clinico. não produzir torque, e reforçados com
solda de ponto (três a quatro pontos de
Nos casos de osteotomia solda em cada esporão). O esporão
maxilar segmentada é necessário deve ter uma altura mínima de 4 a 5
divergir as raízes nos locais de fratura milímetros, e ser colocados em todas
óssea, e não fechar todos os espaços, as ameias tanto no arco superior como
como ocorre nos casos em que há no inferior (figura 49, 50 e 51).
necessidade de extração de pré-
molares.
A ortodontia pré-cirúrgica é
guiada pela análise de modelos.
Manipulando os mesmos em relação
de classe I com as linhas médias
superior e inferior coincidentes, o que
permitirá uma fácil visualização das
alterações, e orientará a conduta
Figura 49,50 e 51 - Esporões cirúrgicos. Fonte Araújo
ortodôntica no sentido antero-posterior, et al 2000.
vertical e transversal.
Os arcos para cirurgia devem
Os primeiros e segundos
ser retangulares, de aço inoxidável e
molares, tanto inferior como superior,
possuir esporões cirúrgicos. Para
devem ser bandados. Sendo
aparelhos com slot .018” x .025”,
necessário tubos duplos ou triplos nos
orienta-se a utilização do fio .17” x
primeiros molares superiores, nos
.025”, já com slot .022” x .030” o fio
casos em que houver suspensão
.019” x .025”é o mais indicado. Esses
esquelética, independente do uso ou
arcos devem ser amarrados aos
não do aparelho extra-bucal durante a
braquetes com amarrias de aço
terapia (Araújo et al 2000).
inoxidável e nunca elásticos.
164
Cirurgias ósseas: quando se tem oclusão posterior
satisfatória (figura 53).
a) Osteotomia Le Fort I
Está indicada para o
reposicionamento superior e posterior
da maxila na mordida aberta, além de
corrigir casos de protrusão, retrusão e
insuficiência vertical de maxila em
pacientes dentados. A maxila é
osteotomizada da maneira clássica
descrita por Bell (figura 52) e fixada Figura 53 - Cirurgia esquemática demonstrando
osteotomia Le Fort I associada à osteotomia
com quatro miniplacas,ou ainda com
segmentada da maxila. Fonte Souza et al 1998.
duas miniplacas junto à fixação semi-
rígida (fio de aço).
165
quando há relação de classe III, e a
remoção de um pré-molar permite
reposição superior do segmento e sua
retrusão, corrigindo a relação incisal.
Também indicada nos casos
de protrusão alveolar inferior, curva de
Spee exagerada com relativa sobre-
erupção dos incisivos superiores ou
como parte de uma cirurgia combinada Figura 57- Remoção de segmento ósseo nos casos
de excesso vertical.
(figuras 55 a 60).
166
assim o palato cortado em ambos os
lados. O processo alveolar é separado
no nível da osteotomia Le Fort I e entre
os dentes, podendo assim ativar a
expansão maxilar.
Utilizada em pacientes
parcialmente edentados e em
pacientes fissurados nos quais as
cicatrizes no palato são um obstáculo à
expansão transversal da maxila (figura
Figura 60 - Segmento mandibular reposicionado e 61).
fixação intermaxilar corrigindo a mordida aberta.
167
A vantagem no uso desta realizado com a correção das
inclinações incisais, alinhamento e
técnica seria a diminuição da altura
nivelamento dos arcos superiores e
facial anterior, sem o aumento da inferiores, e como pós-cirúrgico, obter
uma finalização com um assentamento
altura facial posterior (figura 62).
da oclusão, ajudada com elásticos
intermaxilares.
Em outro caso semelhante, a
atenção deve-se ao fato das ausências
dos primeiros molares inferiores,
acarretando uma inclinação mesial dos
segundos molares, os quais devem ser
Figura 62- Cirurgia esquemática mostrando a verticalizados pré-cirurgicamente, pois
osteotomia sagital da mandíbula. Fonte Souza et al
1998. levará a um aumento na altura facial
vertical. E pós-cirurgicamente, esse
168
cirúrgico da maxila, os dentes, bem remoção das compensações dentárias
como a maxila, estarão nas suas e posicionamento dos dentes
relações antero-posterior, vertical e corretamente em relação as suas
transversal apropriadas. bases esqueléticas, exceto nos casos
de classe II, onde projetam-se
Movimentos de intrusão e anteriormente os incisivos superiores,
extrusão, movimentos de lateralidade enquanto retraem os incisivos inferiores
excessivos, de descruzamento da para colocá-los verticalizados sobre o
mordida são pouco estáveis e seu osso basal. É aconselhável um
considerados como fatores que podem cuidadoso planejamento do caso,
levar à recidiva no pós-operatório. levando em conta os riscos e as
limitações de uma abordagem
Ritter et al (2000) relataram ortodôntica, como ocorre nas
que em pacientes com má oclusão discrepâncias esqueléticas severas.
classe II, apresentando excesso Deve-se considerar essa má oclusão
vertical maxilar, mordida aberta anterior do ponto de vista oclusal, estético e
e incompetência labial, o tratamento funcional, e ainda do ponto de vista
orto/cirúrgico com impacção maxila é o emocional e social dos pacientes.
mais indicado, para ocasionar a auto-
rotação mandibular no sentido anti- Conley e Legan(2002)
horário. Pode ser indicada também confirmaram que a técnica clássica de
uma mentoplastia para reduzir a altura fechamento de mordida aberta em
vertical do mento, juntamente com um pacientes adultos, com face longa,
avanço horizontal. Após ao processo mordida aberta anterior e cruzada
cirúrgico, há uma melhora da relação posterior, envolvem a expansão rápida
lábio-dente superior, uma redução na da maxila e a osteotomia Le Fort I, com
incompetência labial, um deslocamento impacção maxilar posterior para
no sentido posterior do lábio superior promoção da autorotação mandibular.
tornando-o mais fino, ocorrendo
também uma elevação da ponta do Em pacientes adultos, com
nariz, com aumento do ângulo naso- deficiência transversal de maxila,
labial e aumento da altura e largura da mordida aberta, e com face longa, a
base alar. cirurgia de expansão rápida da maxila
se faz necessária, junto com a
Para Eto et al em 2001 realização da osteotomia Le Fort I
seguem como tratamento ortodôntico (Takeuchi, 2002).
pré-cirurgico de uma mordida aberta, a
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Segundo Burford e Noar anos que buscou retratamento para a
(2003) o tratamento de uma mordida melhorar seu aspecto facial,
aberta depende da idade do paciente, queixando-se da mordida aberta e da
suas expectativas e a etiologia da má dificuldade na mastigação. A paciente
oclusão. Para tanto o tratamento já havia sido submetida a tratamento
poderá ser com terapias miofuncionais, ortodôntico, com extração dos
mecânica ortodôntica (fixa ou primeiros pré-molares superiores
removível), terapia cirúrgica ou ainda (figuras 33 a 45).
uma combinação dessas técnicas.
O plano de tratamento incluiu
4.21.1 Tratamento uma expansão rápida da maxila, com a
ortodôntico com extração de pré- utilização de um Hirax, seguida do
molares combinado com cirurgia preparo ortodôntico pré-cirúrgico de
ortognática – Rosenbach et al (1999) alinhamento e nivelamento dental em
concluíram que há possibilidade de suas bases ósseas, com coordenação
fechamento da mordida aberta dos arcos.
esquelética apenas com o tratamento
ortodôntico convencional com A intervenção cirúrgica,
extrações de prémolares, o que pode através de uma fratura do tipo Le Fort I
gerar movimentos indesejáveis com buscou a impacção maxilar na região
estabilidade duvidosa e posterior e o avanço no sentido
comprometimento estético. anterior. Como conseqüência houve
uma rotação mandibular,
É indispensável, porém, a complementada por um
motivação pessoal do paciente e a reposicionamento do mento no sentido
integração entre ortodontista e cirurgião antero-superior. A finalização do
bucomaxilofacial no diagnóstico e plano tratamento aconteceu após seis meses.
de tratamento das discrepâncias
verticais severas, para que não se
objetive somente a correção da
mordida aberta mecanicamente, e sim
criar condições para que a cirurgia
promova tal fechamento, baseados
principalmente na expectativa e queixa
do paciente.
A seguir, a seqüência de um Figura 33 e 34 – Fotos perfil e frente pré-tratamento.
Fonte: Sidnei Valieri.
caso clínico de uma paciente de 19
170
Figura 35– Fotos pré-tratamento.
Ortodontia pós-cirúrgica
(ortognática):
Figura 40 – Foto pré-cirúrgico.
A fixação interna da
osteotomia é rígida o que permite maior
estabilidade no pós operatório,
permitindo assim que o bloqueio inter-
maxilar seja semi-rígido através apenas
do uso de elásticos.
171
Freqüentemente o paciente A ortodontia pode ser
fica sob os cuidados do cirurgião desde reiniciada em um período de 40 dias
a fase imediatamente após a cirurgia pós cirurgia.O tempo necessário para
até o fim da fisioterapia com elásticos, se alcançar os objetivos finais do
totalizando um período de 4 a 8 tratamento ortodôntico normalmente é
semanas. de 6 a 12 meses, o que pode variar de
acordo com cada caso.
A fase de fisioterapia com
elástico é muito importante para A contenção do caso cirúrgico
orientação e perpetuação da oclusão é realizada de acordo com as
após a cirurgia. Essa fase é ditada pelo características originais da má oclusão
cirurgião, é ele quem acompanhará a e quanto ao padrão de recidiva.Os
oclusão do paciente durante todo pós- aparelhos de contenção são utilizados
operatório imediato e orientará o segundo a preferência do ortodontista
ortodontista na seqüência do (Araújo et al 2000).
tratamento (figuras 65 a 69).
172
Neste caso foi realizada
apenas na maxila uma incisão de 2,0
cm, com anestesia local, no fundo do
vestíbulo ao nível de primeiro molar
superior, o retalho muco-periostal foi
rebatido e o osso cortical exposto, na
maxila, sobre o zigomático ou na
Figura 70 - Miniplacas de titânio.
mandíbula no corpo mandibular,se
necessário.
173
4.23 - Cirurgia muscular:
Glossectomia
174
Figura 63 - Macroglossia.Fonte Wolford Fig. Xx - Remoção do retalho (excesso)
e Cottrell 1997.
As técnicas de glossectomia
parcial que são de nosso conhecimento
são três citaremos uma, com todos os
passos do pré ao pós cirúrgico.
175
Fig.xxxx Após a sutura
Fig. Xxxx – Após a cicatrização
176
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