SERViÇOS PÚBLICOS

USINA HIDRELÉTRICA
DO CURUÁ-UNA
POLO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL
DO BAIXO-AMAZONAS

Com a seleção. pela CELPA-Centrais Elétricas do Pará Si A

dos proponentes às obras de construção da Usina Hidrelétrica do
Palhâo, inicia-se uma etapa decisiva para a criação de um polo de
desenvolvimento regional do Baixo-Amazonas. Com 30 mil kW de
capacidade, a hidrelétrica será implantada no rio Curuá-Una, mu-
nicípio de Santarém.
Como se sabe, a cidade de Santarém, a segunda de importncia
no Pará, localizada junto à desembocadura do rio Tapajós no Ama-
zonas, e distando cêrca de 70 km da futura usina hidrelétrica, es-
tende sua área de influência a grande parte do Baixo-Amazonas e
possui condições excepcionalmente favoráveis de desenvolvimento
de tôda aquela intensa área.

A Usina Palhão, no Curuá- outros municipios da reglao,

Una, ou simplesmente "Usina do
Curuá-Una", como é mais conhe-
cida, tem caráter essencialmente
pioneiro e constituirá O aprovei-
tamento-chave da bacia daquele
rio, o qual, além da cachoeira do
Palhão, forma as do Aru e Por-
tão.
A importância de Santarém
como centro comercial, industrial
e agrícola do Baixo Amazonas,
juntam-se as potencialidades de
como mercado imediato da ener-
gia a ser gerada pela Usina do
Palhão. São êles os de Almeirim,
Monte Alegre, Prainha, Alenquer,
Itaituba, Óbidos, Faro, Juruti e
Oriximiná.
RECURSOS POTENCIAIS
No Município de Itaituba, por
exemplo, situam-se os veios aurí-
feros de maior extensão e produ-
tividade, ora em exploração no

MAI O/ 1966 73
 Brasil, além de jazidas compro-
vadas de ferro e manganês. Tam-
bém aí acham-se localizados os
maiores depósitos conhecidos de
calcáreos, da Amazônia, de exce-
lente qualidade, superando mes-
mo os de Monte Alegre e Capa-
nema, Esta área está assim in-
dicada para a implantação de
indústria de cimento de porte
talvez maior que a da Fábrica
de Capanema (na Zona Bragan-
tina, PA) .
Em Santarém, a FAo-Organi-
zação Mundial para a Agricultu-
f ",,'a ° O',~;, .. e"'O d' .. " 1OO" 'ÓllcO ob_ ra e a Alimentação (Órgão das
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viu como base para um dos le-
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vantamentos florestais de maior
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envergadura já feitos até hoje no
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... "cdc,.,'O
mundo} e cujos resultados têm
mostrado, objetivamente, imen-
ESCANDINÁVIA sas possibilidades do país no
domínio dos recursos naturais.
o.~a ... a.<" f,"'b"CI." No,.,,;o 5."1,, Prosseguem as atividades dêsse
co ....u.1O ... I~, ". ~obl'o~Ie. 0.,...
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Centro no aprofundamento das
::~.::'o :o~:"':,o..:: p,odulo. (01 0; 0,1 pesq uisas iniciadas e na forma-
ção de pessoal, de diversos ní-
CONfiE suas MERcaDORias lOS veis, para os misteres do apro-
IIIOS oc·a DI
veitamento madeireiro.
~A$ O Planalto Agrícola de Santa-
rém, que se desenvolve ao Sul da
A.. Rio B,o"<o 271 10(01 . eO 116<1. cidade, e as terras de outros mu-
lo"'''O
r - - - - - - - - - - - - - - - --, nicípios se têm prestado ao culti-
~ 10. 0 ' "ftYlo, ·" . °
lo rll., o
vo de cereais, leguminosas e bor-
"Co ne", ' o 10'0' ". C."o " (TCC)

racha (Belterra), além da malva

(em boa parte, ainda nativa) .
Nas faixas ribeirinhas, cultiva-se
ainda a juta.
 A "febre do ouro" no Tapajós
tem gerado uma excitação migra-
tória, de grande intensid~de,
para tôda a área, com o conse-
qüente desenvolvimento dos ne-
gócios, a expansão do comércio
regional e a criação de condições
para o melhor conhecimento e
mais rápida exploração das rique-
zas potencialmente jacentes.
DESENYOLVIMENTO AGRO-
INDUSTRIAL
Não obstante a carência ener-
gética, hoje existente, o desenvol-
vimento agro-industrial de tôda
a área de influência da futura
Usina Hidrelétrica do Pai hão tem
sido acentuado.
Em novembro de 1965, deu-
se partida à industrialização re-
gional, em larga escala, da juta,
com o início operativo das ativi-
dades da ';Tecejuta", que progra-
ma atualmente aumento de sua
produção, em grande parte colo-
cada no exterior.
As serrarias, em sua maior par-
te, de dimensão relevante, se têm
vat:cto ria conjugação da experi-
ência tr-adicional com a assistên-
cia técnico-científica e de forma-
ção profissional do Centro Ma-
deireiro da FAO. Há diversas
usinas locais de beneficiamento
de arroz, fábricas de produtos
alimentares, e a pecuária, de cor-
te e de leite, se vem expandindo.
M410 /1 966
PERSPECTIVAS NOS
TRANSPORTES
o atual pôrto de Santarém não
corresponde às necessidades de
progresso regional e à função de
entreposto que a cidade exerce
no Baixo Amazonas e em relação
à bacia do Tapajós.
Está, aliás, sob análise da
spvEA-Superintendência do Pla-
no de Valorização Econômica da
Amazônia o projeto definitivo do
nôvo pôrto, que exigirá a conver-
gência de recursos federais oriun-
dos da SPVEA e do DNPvN-DeptO
Nacional de Portos e Vias Nave-
gáveis.
De Santarém, parte a rodavia
BR-165 (antiga BR-16) , que se
destina a ligar êsse ponto do Bai-
xo Amazonas a Cachimbo, Pôrto
Artur, Rosário Oeste e Cuiabá,
prolongando-se daí em diante
pelo restante do sistema rodoviá-
rio federal , e servindo especial-
mente ao mediterrâneo Xingu-
Tapajós. Tem a BR-165 como ra-
mal a BR-403, que se destina a
ligá-Ia a Itaituba e em Cachimbo
entronca-se com a BR-80 (Brasí-
lia-Manaus).
A BR-165 (Santarém-Cuiabá)
constitui, ao lado das BR-153/
226 / 10 (Belém-Brasília), das
BR-364236, da BR-20 (Fortale-
za-Brasília), das BR-116 101
(Fortaleza-Bahia-Ric-Pôrto Ale-
gre-Jaguarão), um dos 5 princi-
pais troncos rodoviários de inte-
gração nacional Norte-Sul.
7S

Conclui, presentemente, o DER-
PA (DeptO de Estradas de Roda-
gem do Pará) a implantação bá-
sica e o revestimento primário da
r o d o v i a estadual Santarém-
Curuá-Una, enquanto realiza a
abertura pioneira das rodovias
Óbidos-Oriximiná e Óbidos-Alen-
quer.
ELETRIFICAÇÃO RURAL
Duas linhas de transmissão
inicialmente são previstas para
levar a energia gerada em PaI hão
às áreas de sua influência, Pa-
lhão-Santarém e PaI hão-Bel terra,
com as "sangrias" intermediárias
76
para suprimento de eletricidade
a outros pontos da região.
Tudo indica, assim, que, além
do desenvolvimento industrial e
urbano das principais cidades da
área, a eletrificação rural poderá
existir em futuro próximo, possi-
velmente a partir de 1970, e se
constituir em fator promocional
básico de sensível melhoria das
condições locais de desenvolvi-
mento sócio-econômico.
CONCLUSÃO
Com a operação da Usina Hi-
drelétrica do Palhão, no rio
Curuá-Una, já em 1970, have-
rá previsivelmente 3 eixos bá-
sicos de desenvolvimento no Es-
tado do Pará: a Zona bragantina,
mais tradicional, que surgiu ao
longo da E. F . Bragança; a Zona
da Belém-Brasília, acompanhan-
do a rodovia dêsse nome, e a Zo-
na de Santarém-Cuiabá, cujos
elementos de estímulo serãe..
aquela usina hidrelétrica, o nôvo
pôrto de Santarém e a rodovia até
Cuiabá.
Assim, a implantação prioritá-
ria da Usina do Palhão represen-
tará um fator dinâmico de inte-
gração sócio-econômica local e
tornará imprescindível, c o mo
complemento necessário à sua
função de polo de desenvolvi-
mento regional, a concretização
dos outros 2 têrmos do trinômio
- o nôvo pârto e a rodovia.
CO NJUNT URA ECON ôM ICA