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UFAM / IFCHS / DH – setembro/2023

Disciplina História Contemporânea I – Sem. 2023-1


Responsável: Prof. Dr. James Roberto Silva

Questões sobre o filme

Germinal. Direção: Claude Berry; produção: França, Bélgica e Itália; ano: 1993.
Aluna: Fernanda Beatriz Campos Coelho.

1. Saiba mais sobre a obra na qual o filme foi baseado. Quando foi escrita, quem a
escreveu, de que movimento a obra participou, em que contexto ela foi concebida?

Produzida em 1993 e dirigida por Claude Berry, Germinal aborda as condições


trabalhistas e da qualidade de vida sofrida pelos proletários da Primeira Revolução
Industrial, época no qual foi escrita o livro de Èmile Zola em 1885 e levou à inspiração ao
filme.

2. A que perigos os operários se viam expostos no trabalho nas minas de carvão?

Logo no início do filme notamos a grande exposição dos trabalhadores nas


mineradoras, e a nocividade do carvão e a precariedade do local, afetando a saúde, e até
mesmo a integridade dos proletários visto às condições de trabalho.

3. Descreva e comente as práticas de assistencialismo exercidas pelos patrões.

Não há muitas práticas diretas aos trabalhadores, visto que objetivo do filme, ao meu
ver, é demonstrar a realidade vista da ótica trabalhista e precária, entretanto há uma cena
em que é dado uma tralha de roupas há um trabalhado, partindo de uma das filhas do dono
da mineradora de carvão, e pode ser considerado um gesto de boa ação ainda que
discorde. Ocorre igualmente certos “incentivos” motivacionais durante o filme, entretanto,
novamente, não vejo como um gesto de assistencialismo visto as condições vividas pelos
trabalhos e o objetivo que no fim percebe-se ser apenas para fins de interesses próprios.

4. Como a questão da privacidade familiar (a do burguês e a dos operários) é tratada


no filme?

Dos operários simplesmente não há privacidade. Dormem, comem, convivem e


“descansam” juntos. Muitas vezes em cômodos com clara superlotação e os burgueses em
ambientes confortáveis, grandes e espaçosos. Separando muito e assegurando sua
privacidade e dignidade.

5. Como são apresentadas as convenções burguesas e as dos operários relativamente


ao sexo?

Mulheres restringiam-se especialmente às casas, mas não se isentavam de


trabalhos pesados e manuais, como os homens trabalhadores que estavam ligados
diretamente ao esforço físico e brutal nas mineradoras de carvão. No mundo burguês, as
mulheres eram igualmente reservadas à manutenção social da casa enquanto os homens
administravam as minas.

6. Que interpretações podemos dar ao triângulo amoroso envolvendo Lantier,


Catherine e Chaval? (pensem nos personagens em termos de metáforas e
representações)

7. Contraste a lógica de argumentação do patrão com a dos empregados, que é


exposta ao longo do filme e, principalmente, na conversa que travam no escritório
do proprietário da companhia logo após a greve ter sido deflagrada.

Há clara manipulação na cena quando o patrão tenta contornar a reclamação dos


trabalhadores afirmando que não há tantos lucros quando imaginam, e com palavras
tecnicistas para que não os alcancem. Segue dando discursos motivacionais que não
condizem com o que é praticado.

8. Fale sobre a economia familiar. Como a Maheude (esposa de Maheu)


administrava o lar?

Maheude é responsável pela manutenção da casa, cuidar das crianças, e as fusões


de favores, de diversos modos, a outras casas vizinhas.

9. No filme, duas propostas políticas são apresentadas: a do anarquista e a de Lantier,


o forasteiro socialista. O quê cada uma delas propõe?

Suvarin é o que representa o anarquista. Apresenta os ideais de Mikhail Bakunin e


afirma que a melhor opção é a extinção do Estado juntamente com suas formas
organizacionais. Já Lantier, o forasteiro socialista, inspira-se em Karl Marx para chegar por
fim no anarquismo de forma lenta e gradual.

10. Descreva e comente livremente algum aspecto do filme ainda não contemplado
pelas perguntas anteriores.

Chama-me bastante atenção as críticas subentendidas aos patrões em que há de


alguma forma bondade nas falas e trajetos, quando o filme demonstra constantemente o
contraste com suas falas. Noto um pequeno ponto cíclico que há com o mundo trabalhista
do século XX e o atual, tendo o capitalismo como sistema econômico e social, em que não
há “bondade” verdadeiras nas formas designadas à complexo capital, visto as condições
indignas de trabalho em que são postos os trabalhadores.

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